The love lives in the house next door escrita por MariGuedes


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de tantos meses do fim de Como Assim um Bebê?!, eu comei e recomecei essa fic umas mil vezes até que ficasse mais ou menos como eu queria.
Espero sinceramente que gostem.
OBS1: Vocês viram A Esperança - O final? O que Acharam? Digam a opinião de vocês nos comentários
OBS2: A capa está horrível, eu sei, mas eu fiz o meu melhor no Paint. A de cabelo escuro é a Rue. A ruiva é a Chelly e o loirinho é o Lis. Qualquer pessoa que quiser fazer uma capa pra mim terá minha eterna gratidão.



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POV Katniss

Eu estou na campina. Eu e Peeta de mãos dadas, vendo o sol se por. Encosto minha cabeça em seu braço e suspiro. Ele passa o braço pela minha cintura, beija meus cabelos e sussurra um “eu te amo”. Estou prestes a responder que o amo, quando suas mãos voam para o meu pescoço e a falta de ar me desespera.

Por detrás dele surgem todos aqueles que morreram nos Jogos Vorazes, Massacre Quaternário e na Revolução. Vejo Cato, Clove, Glimmer, Brutus e meu esquadrão no meio da multidão. Madge e sua família também. Eles gritam palavras de incentivo. A falta de ar me deixa a beira da inconsciência, mas nem por isso deixo de me debater um segundo até apagar.

Acordo suada, exausta e apavorada. Pelo jeito não me debati muito pois Peeta ainda dorme. Desde que Rue é um bebê, eu meio que aprendi a não gritar. Só me debato e choro presa no meu pesadelo. Quando um deles acontece, geralmente custo a lembrar de todas as coisas boas que aconteceram a mim. Peeta voltar pra mim depois do telessequestro, Rue viva, a adoção de Monchelly e o nascimento de Lisander.

Toda a agitação do pesadelo faz com que o bebê se mova e eu instintivamente passo a mão sobre a barriga, num reflexo. A gravidez fez com que os pesadelos tenham se tornado mais frequentes. Mesmo sendo o quarto filho, ainda me causa arrepios a ideia de ter um ser dependente de mim, que terá expectativas e tenho medo de desapontá-lo.

Eu e Peeta resolvemos que vamos esperar o bebê nascer para saber o sexo. Não fizemos com Rue ou Lis, mas resolvemos fazer isso dessa vez.

–Pesadelos? – Peeta acorda, me trazendo para mais perto dele.

–Uhuu – me aconchego nele.

–É o terceiro essa semana.

–Quando o bebê nascer, deve melhorar – passo a mão na barriga.

–Já são quase seis da manhã – o relógio marca 5:47 – Vou fazer os pães pro café. Tenta dormir mais um pouco.

Peeta beija minha testa e desce. Até tento dormir de novo, mas as cenas do pesadelo não permitem que eu descanse a acabo levantando. Vou ao quarto de Rue. Ela dorme despreocupada, os cabelos castanhos e compridas como os meus espalhados pelo travesseiro, toda atravessada na cama. Fico um tempo analisando suas feições. Os olhos grandes e azuis como os do pai, fechados. O nariz fininho e levemente arrebitado que me lembra a Prim. A boca carnuda de Peeta e o rosto oval como o meu.

Depois de alguns minutos, passo para o quarto de Monchelly. Nossa ruivinha é a garota mais cobiçada da Vila, talvez do Distrito. Cabelos de um laranja quase vermelho. Os olhos verdes não mais tristes. Um rosto que transborda feminilidade. Tem o corpo de uma mulher adulta. Aos 18 anos e prestes a ir pra faculdade, enlouquece Peeta com seus namorados.

Quando vou ao quarto de Lisander, mal consigo abrir a porta devido a bagunça. Aos 13 anos, meu menino cresce a olhos vistos. Diferente de Rue, é extremamente extrovertido e sociável. Se pudesse, sairia todos os dias da semana, sempre com um grupo de amigos diferente. Ele é igual a Peeta e sinto que fará sucesso com as garotas em poucos anos. Lis é meu único menino e por isso, meu menininho para sempre.

Por fim, passo para o quarto do bebê. Todo decorado em tons de laranja, amarelo e azul todos claros. O berço branco recém montado me lembra o tempo todo que em pouco mais de três meses teremos um bebê na casa e logo recomeçaremos toda a correria que não temos desde que Lis cresceu.

Não posso dizer que a gravidez foi planejada. Já estava muito feliz com os três adolescentes quando, provavelmente, os antibióticos que tomei devido a uma sinusite diminuíram o efeito da pílula anticoncepcional. Mas, passado o choque, estou feliz com o novo bebê.

Volto por fim para o meu quarto. Tomo banho e já me arrumo para ir a ONG. As pessoas que trabalham comigo são incríveis. Com as doações que os moradores e até mesmo o governo fazem, temos uma quantidade fixa de trabalhadores, o que torna nosso trabalho mais efetivo.

Atendemos famílias carentes. Ajudamos com cestas básicas, orientação e tudo o que precisarem para que não hajam mais famílias passando fome na Costura. Ainda existem famílias pobres, é fato, mas nunca permitirei que um criança sinta o que é ficar sem comer por dias e tenha medo de morrer de inanição.

Não são poucas as crianças que me fazem lembrar da época em que eu, Prim e nossa mãe quase morremos de fome. Hoje entendo o que ela passou com a morte do meu pai. Não sei o que faria se Peeta morresse. Mas o medo de morrer de fome era aterrorizante.

Quando desço, os pães já estão no forno. Peeta está todo enfarinhado. Ele vem em minha direção e me abraça.

–Peeta! Vai me sujar toda de farinha – eu rio, não me importando de fato com isso.

Ele toca meu nariz, com a mão toda enfarinhada e me beija. Mesmo depois de todo o tempo juntos, de todas as coisas que passamos até hoje, eu ainda o amo. Amo mais todos os dias. Quando é romântico comigo mesmo estando 17 anos juntos. Quando é o melhor pai que poderia ser.

–Te amo – eu sussurro.

–Estamos românticos hoje, não é mesmo? – ele sorri – Também te amo – e me beija de novo.

–Não precisava ver isso logo de manhã – ouço a voz de Rue e nos separamos.

–Bom dia – eu e Peeta dizemos juntos.

–Esse cheiro de pão... – ela fecha os olhos – Eu já disse que amo ter um pai padeiro?

–Hoje não – Peeta brinca.

–Amo que você seja padeiro, pai – ela dá um beijo estalado na bochecha de Peeta.

–Chegou na hora perfeita. Os pães estão prontos.

–Meu timing é perfeito pra comida – ela sorri.

–Que milagre. Acordou antes dos seus irmãos.

–Dormi cedo ontem e acabei nem jantando. Estou morrendo de fome.

Olho para Rue. Minha filha nunca soube o que é ver as pessoas morrerem de fome. Digo, ela passou por situações difíceis na Capital durante a guerra, mas ela não lembra.

Rue cai matando sobre os pães. Logo Chelly e Lis descem. Os três conversam animados, rindo alto. Fico um tempo os olhando, com a mão sobre a barriga. Como pude não querê-los? O amor que eu sinto por eles é maior que eu e faria qualquer coisa para protegê-los.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? A partir do próximo, será narrado pela Rue. Digam nos comentários o que acharam. Me faz uma pessoa muito mais feliz.Mil beijos de chocolate



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