Regente escrita por Jessy F


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Boa leitura.



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O som dos aparelhos me fizeram tremer. Me aproximei e vi o rosto de Hanna pálido e sereno. Havia três pontos perto da sobrancelha e alguns curativos no seu braço esquerdo e no direito pequenos arranhões cor purpura riscavam a sua pele. Puxei uma cadeira que estava perto da maca onde ela estava e sentei. Minha prima nunca havia feito mal a ninguém, mas antes que a revolta tomasse conta de mim eu fechei os olhos e coloquei a cabeça sobre a maca.

–Senhor, eu sei que tudo tem um proposito, eu sei que nada sai do Teu controle, mas venho diante de ti dizer que se a minha prima sobreviver eu vou junto com o exercito real atrás dos traidores que estão entre o Teu povo e os levarei ao rei.

Senti uma brisa passar por mim e toda a raiva que ameaçava brotar dentro de mim sumiu. Limpei o meu rosto e ouvi alguém entrando. Quando olhei vi Aleksei. Levantei imediatamente e sem sair de perto de Hanna inclinei a cabeça.

–Ela está melhorando. - Ele disse andando até o outro lado da maca e tocando o rosto dela. - Vai sair dessa com certeza.

–Eu acredito que sim.

Observei o meu rosto no reflexo do vidro que estava atrás de Aleksei. Eu estava aparentemente mais magro e minha barba escurecia o meu rosto. Meus olhos estavam vermelhos e perto da minha sobrancelha havia um curativo. Minha atenção voltou para Aleksei quando ele voltou a falar.

–Hanna está sendo tratada pelos melhores médicos e nosso filho também.

"Filho?" pensei enquanto voltava o olhar para Hanna. Em dias de paz aquela noticia certamente seria festejada com um grande banquete e muito vinho, tanto pelos judeus quanto pelo rei, mas não estávamos em paz e não tínhamos porque comemorar.

–Com certeza está. - Peguei na mão da minha prima. - Ela vai sair daqui muito bem e muito feliz com a notícia.

–Eu também estou torcendo por isso.

–Eu tenho certeza de que ela vai conseguir. - Olhei para Aleksei bastante sério. Pela primeira vez durante todo aquele tempo em que estive naquele castelo o encarrei daquela maneira, mas para ser sincero, eu não me importava mais se ele era o rei ou não. Eu apenas queria a minha prima bem e que os homens que se diziam judeus estivessem pagando a consequência dos seus atos. Nenhuma morte justificava outras milhares.

–Durante toda a eleição era ela que eu queria.

–Eu sei, você a colocou no castelo antes de todas as outras.

–Infelizmente eu não poderia parar uma eleição. Existem leis que eu não posso transgredir.

A eleição foi instituída junto com a criação de Kor. Ela tinha inicialmente o objetivo de selecionar uma rainha forte, corajosa e que acima de tudo estivesse preparada para qualquer guerra eminente, porém na geração do bisavô de Aleksei algumas coisas foram mudadas. A eleição foi fechada para cidadãos de Kor e a que tivesse maior popularidade era a vencedora, mas Aleksei havia decidido voltar aos padrões antigos e havia dado certo.

–Eu entendo senhor.

Ouvimos uma batida na porta era uma enfermeira. Ela possuía uma pequena mala junto de si e caixas de remédios na mão.

–Preciso que vocês saiam, está na hora do banho da rainha.

–Tudo bem. - Aleksei respondeu. -Seguimos para fora e antes que eu fosse em direção as escadas que me levariam de volta para o quarto de Alina senti Aleksei pegando no meu braço. -Ainda posso confiar em você?

–Com certeza pode.

–Quero que vá comigo em uma comitiva. Iremos passar por todas as províncias. Preciso fortalecer os nossos batalhões.

–Onde está Julian?

Ele soltou o meu braço.

–Ele não é confiável, mas você é.

–Como chegou a essa conclusão?

–Você nunca me traiu e não será agora que vai fazer isso. - Ele soltou o meu braço.- Confio na sua palavra e acima de tudo, ele anda se mostrando muito estranho ultimamente, que saber de questões politicas e o estado de saúde de Hanna. - Ele olhou para os lados. - E caia entre nós, isso não é dever dele.

–A vossa majestade está cercada de cobras além do habitual.

–Sim. Eu estou e pessoas que imaginei não serem meus aliados se mostram mais fieis do que as minhas antigas alianças.

–Judeus de verdade não estão contra você.

–Eu acredito.

–Fico feliz e aliviado que acredite nisso.

Ele sorriu de um modo amigável.

–Descanse, qualquer novidade da Hanna ou da comitiva eu irei comunicá-lo. Preciso de você bem para me acompanhar.

–Sim senhor.

****

Segui um caminho oposto de Phillip e segui para o meu escritório. Aquele era um dos poucos lugares em que eu estava seguro mesmo sem guardas ao meu redor. Peguei o mapa de Scindet e comecei a rabiscar as especialidades de cada lugar. Se existiam rebeldes infiltrados em cada província eles usariam o que tinham de melhor.

P1, a política. Éramos o centro e o coração de todo o reino, mas acredito que o líder de todo o movimento não estava em nosso território e isso apenas reforçava a minha vontade de passar por todo o reino. Ouvi batidas na porta e guardei todas as minhas anotações em uma das gavetas da minha escrivaninha e tranquei com o segredo.

–Pode entrar.

–Majestade a rainha acordou! - Um servo disse ofegante diante de mim.

****

Meu corpo doía principalmente minhas costas e meus braços. Eu não lembrava do que aconteceu e não sabia onde todos estavam. Vi a porta se abrindo e depois de esfregar os meus olhos com as mãos para tentar ver melhor encontro Aleksei sorrindo e vindo na minha direção. Ele estava barbado e seu cabelo parecia maior me deixando assustada, afinal, a quanto tempo eu estava ali?

–Olá. -Ele disse sentando perto de mim.

–Oi. - minha voz era rouca e minha garganta parecia estar sendo arranhada por dentro.

–Não se esforce muito, os médicos disseram que precisa descansar.

–Não sei se consigo ficar muito tempo quieta.

–Mas terá que se aguentar, afinal não estamos falando apenas de você.

–Não entendi.

O meu raciocínio estava lento demais para tentar entender as frases enigmáticas de Aleksei.

–Vamos ter um filho Hanna.- Meu coração deu um salto. Eu? Mãe? Não, não. Aquilo era um engano. - Nosso herdeiro está a caminho.

Eu não sabia se ficava apavorada ou feliz. Toda criança era um sinal das maravilhas de Deus dentro de uma família, mas estávamos em guerra e eu não poderia arriscar perder ninguém.

–A quanto tempo? - falei fazendo uma careta.

–Um mês.

Fiquei olhando para Aleksei a fim de tentar achar alguma brecha que me dissesse que nada daquilo era real.

–É verdade mesmo Aleksei?

–Sim.

Coloquei a mão sobre a minha barriga. Eu ainda não estava adaptada aquela ideia, mas se Deus havia me dado aquela criança é porque eu iria ama-la, mesmo não tendo pensado em conceber ela, principalmente no meio de ataques.

–Ele está bem?

–Está. - Aleksei deu um pequeno sorriso. - Por isso precisa descansar.

–Eu prometo que vou tentar. - Sorri.

–Majestade! - um servo disse entrando no quarto. - Julie está ferida.

Aleksei fechou o rosto e deu um beijo na minha testa.

–Volto em breve.

Ele saiu e quando a porta se fechou me levantei da maca e fui até a janela. Havia um multidão de pessoas ao redor de alguém. assim como aconteceu com Kaira. Flashes daquele momento vieram na minha cabeça e lágrimas começaram a cair do meu rosto. Olhei com mais atenção e vi meu primo e Monique passando pelas pessoas. Os gritos de Phill e Monique doeram no meu coração ao ponto de eu desmaiar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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