Regente escrita por Jessy F


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

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Acordei com o barulho do chuveiro sendo ligado. Abri os olhos e vi que a única pessoa ainda deitada era eu. Flashes da noite passada salpicaram a minha memória. Beijos, abraços, carícias. O meu casamento havia sido consumado. Eu nunca tinha dormido com homem nenhum então não poderia dizer se a noite que passei com Aleksei havia sido a melhor da minha vida, mas baseada nos relatos de algumas mulheres no balcão da loja da minha mãe eu tinha certeza que homem nenhum me trataria com paciência, cuidado, carinho e arrisco-me a dizer que com amor.

Levantei me cobrindo com um lençol sorrindo. Andei observando minha calça e todas as outras peças da minha roupa pelo chão. Quando me aproximei da porta do banheiro vi Aleksei saindo. Acabamos nos esbarrando. As mãos dele estavam frias e seus olhos estavam nos meus. Eu parecia uma boba e tinha certeza que estava deixando isso transparecer pelo simples fato de ter o sorriso de Aleksei sobre mim.

–Bom dia. – Disse na tentativa de não parecer uma boba.

–Bom dia. – Ele deu um beijo na minha testa. – Dormiu bem?

–Acho que sim.

–Que bom minha querida. - tremi segurando a coberta cor de ciano nas mãos. – Vamos voltar para Kor hoje. – Balancei a cabeça em sinal afirmativo. – Mas antes de irmos eu acredito que queira ir a um lugar onde não pode estar antes.

–Que lugar?

–O tumulo da sua mãe. – Senti uma espécie de soco no meu peito. – Alina irá leva-la.

A dor da morte da minha mãe veio à tona novamente. Durante o restante da eleição e a viagem das províncias eu tentei ao máximo ocultar de mim mesma esse assunto. A dor de saber que eu nunca mais veria a minha mãe se foi quando eu disse a mim mesma que não deveria chorar. Nós, reles humanos não sabemos lidar com a morte, temos sempre a mania de nós prendermos a essa vida como se ela fosse à única coisa que importasse, eu sentia paz no meu coração quando a isso porque minha fé e Deus me dizia que agora ela não sofria com dores e não precisaria mais trabalhar duro todos os dias. A minha dor era a de uma filha que não pode enterrar a sua mãe. A da garota que não teve a oportunidade de colocar o primeiro punhado de areia no tumulo da mãe e fazer uma oração agradecendo o tempo de Deus tinha me concedido passar com ela.

–Pode vir também? – disse olhando para Aleksei.

Eu o queria comigo. Não como o rei, não por motivo de segurança, mas como marido. Como o homem eu me apoiaria e que me consolaria caso eu não suportasse a realidade a qual eu estava me sujeitando.

–Claro, eu irei com você. -Ele deu um beijo na minha testa.

Tomei um banho rápido e fiz uma trança no meu cabelo. No caminho até o cemitério comprei lírios brancos na floricultura e de mãos dadas com Aleksei me aproximei do tumulo dos meus pais.

–Precisa enfrentar isso sozinha. - Aleksei disse beijando a minha mão.

Balancei a minha cabeça e fui até tumulo deles. Coloquei dois lírios sobre o mármore branco onde havia o nome da minha mãe e dois outros lírios sobre o mármore negro onde havia uma foto do meu pai. Lagrimas caíram quando olhei para aquelas duas lápides. Imagens minhas correndo até a minha mãe para mostrar que o meu dente tinha caído ou quando briguei na escola pela primeira vez veio na minha mente. Ergui a cabeça e fechei os olhos.

“Obrigado Senhor por ter me dado à oportunidade de ter eles como os meus pais, obrigada por ter me dado uma mãe amorosa e que sempre cuidou de mim. Apesar de não ter vivido muito com o meu pai, agradeço por ele ter sido o meu pai. Amém.”

Senti uma brisa passar por mim e trazer calmaria ao meu coração. Limpei as lagrimas e levantei sorrindo. Aleksei ergueu a mão para mim e me abraçou. Dormi durante toda a viagem até Kor. Quando chegamos ao palácio fomos recepcionados por Julian, o chefe de segurança que Aleksei mais confiava e por uma mulher longilínea. Ela usava um vestido azul que tinha bordados cor de ouro. Sua pele tinha uma cor caramelo e seus cabelos me lembravam de mel. Os olhos dela eram verdes e me faziam sentir intimidação.

–Sejam bem vindos. – Ela disse sorrindo. Olhei para Aleksei e depois para ela novamente. – Sou Ariel Lobov, a responsável pela segurança da vossa majestade.

Olhei novamente para Aleksei.

–A contratei para tratar da sua segurança.

–Phill já faz isso.

–Não querida, o Phillip tem outras obrigações. – Ele tocou meu rosto. – Pode confiar nela.

–Tudo bem. – Disse olhando para a mulher a minha frente. Algo nela me deixava insegura.

–Vou deixar vocês a sós para poder se conhecer. Enquanto isso eu irei falar com Julian sobre alguns assuntos no escritório. – ele segurou meu rosto com as mãos. – Pode entrar lá quando quiser.

Vi Aleksei subir as escadas e depois olhei para a mulher chamada Ariel e fiquei a observando. Ela parecia fazer o mesmo comigo.

–Que tal andarmos pelo jardim? – ela sugeriu com um tom serio na voz, não parecia querer formar uma aliança, mas também parecia não criar confusão.

–Por mim tudo bem.

Demos alguns passos longe do palácio quando ela parou olhando para os lados em frente à estufa.

–Eu sei quem você é.

–Acho que todos sabem quem eu sou.

Ela bufou.

–Eu sei que você é judia, prima de Phillip, aliadas de Monique e Julie. – Ela disse quase sussurrando. Meu coração estava quase saindo pela boca, mas eu mantive o semblante serio e despreocupado, afinal, aquilo poderia ser um teste. Eu não poderia confiar em ninguém, às vezes nem em mim mesma. – Não se preocupe, eu também sou judia e foi Julie que me mandou vir até você e garantir sua segurança. Conversei com o rei por carta e como sou a melhor conselheira de segurança ele me deixou ficar com você.

–E porque você quer isso?

–Na verdade eu não quero tanto assim, mas prezo pelo bem do nosso povo.

Senti um alivio. Acho que posso confiar nela, se foi Julie que a trouxe até aqui é porque essa tal de Ariel é de confiança.

–Vou te dar um voto de confiança.

–Você pode ser a rainha, mas não vou te mimar.

–Nunca a pedi isso e pode ficar tranquila porque eu nunca vou pedir.

Ela ergueu a mão para mim.

–Que bom, estamos nos entendendo. – Ela deu um sorriso.

Sorri. Era uma forma estranha de fazer amizade, mas acho que funcionou. Ao voltar para o palácio fui direto ao escritório. Bati na porta e entrei.

–Acredito que os judeus podem estar por trás disso. – disse a voz de um homem de cabelos cacheados através de um holograma.

–Entendo. – Aleksei disse fazendo um sinal para eu me aproximasse. – Conversamos sobre isso depois.

–Tudo bem majestade.

Quando o homem disse isso Aleksei desligou o holograma e pediu para Julian sair. Passei os dedos sobre a madeira da mesa de Aleksei. Mais uma vez esse assunto fez minha cabeça girar, mas eu precisava perguntar.

–Posso perguntar algo? – Falei olhando para Aleksei.

–Claro minha querida.

–Porque acham que os judeus estão envolvidos nesses atentados?


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