Survivor escrita por amethyst


Capítulo 1
Survivor


Notas iniciais do capítulo

TAN TAN TAAAAAN TAN TAN COM MUITA FELICIDADE ANUNCIO QUE FINALMENTE POSTEI o/ APROVEITEM E DEIXEM MUITOS COMENTÁRIOS ♥



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Alguma vez você já se imaginou em um filme de terror? Provavelmente já, quem nunca xingou a mocinha por ser uma idiota e ir exatamente para onde o assassino está? Mas a pergunta principal que eu tenho para fazer é: E se você fosse ela, você também seria uma idiota?

Neste momento, me encontro no papel da mocinha, mas nesse filme eu tenho duas opções: correr para a minha morte ou correr da minha morte.

— Bruna! Mais rápido, eles estão quase alcançando a gente! – Nathaniel gritou, apontando para trás e quase tropeçando em seus próprios pés.

Bom, eu escolhi correr da minha morte.

Mesmo em uma distância considerável deles, conseguíamos ouvir os gemidos e rosnados que eles produziam, e principalmente sentir o cheiro deles. O cheiro de carne apodrecida penetrava brutalmente meu nariz, fazendo com que minha mão fosse ao encontro do mesmo para reprimir o cheiro, mais a frente Castiel empurrava uma grande porta cinza, sinalizando para que entrássemos com ele.

O local possuía pouca luz e algumas janelas cobertas com panos sujos, várias caixas com vegetais e legumes se encontravam empilhadas no canto, prateleiras com comida enlatada e sacos plásticos.

— Nath, você ainda tem a lanterna que roubamos daquele grupo? – Me viro para Nathaniel, que estava explorando o local com os olhos.

— Claro, está na minha bolsa. – Ele se virou rapidamente, retirando a lanterna de sua mochila e me entregando. – Acho que isso é algum depósito de restaurante, vejam quanta comida enlatada!

— É,acho que sim. - Bato algumas vezes a lanterna na palma da mão para ela pegar e a levanto, iluminando o ambiente. – Eu acho que vou olhar mais pra frente, quem sabe podemos achar uma vela.

Sem esperar uma resposta, me direciono até a porta e a empurro, analiso o local e confirmo o que Nathaniel já tinha dito: estávamos em um restaurante. Caminho entre as cadeiras caídas, minha cabeça estava palpitando de dor e meu cérebro forçava minha mente a me recordar desse lugar, infelizmente, eu me recordei.

Cambaleio para trás, tonta devido as lembranças que vieram a tona, era o restaurante onde eu tive certeza que amava ele, o restaurante onde fomos dois dias antes do nosso primeiro beijo. Esfrego os olhos com a manga do vestido, molhando o tecido de lágrimas, reprimo a imensa vontade de me jogar no chão e chorar como uma criança que acabou de perder seu brinquedo favorito. Eu estava nessa situação, mas eu não posso substituí-lo por outro brinquedo, Armin é insubstituível. Ele sabe disso, onde é que ele esteja, Armin não esqueceria de todos os momentos que passamos juntos, já tínhamos vários meses de namoro, e mesmo depois de várias semanas desde o seu desaparecimento, me recuso a acreditar que ele tenha se transformado em um monstro como as criaturas que estavam nos seguindo a pouco tempo atrás.

Após me recompor, volto para o depósito com os rapazes e entrego a lanterna para Nathaniel silenciosamente, incapaz de dizer uma palavra.

— O que foi garota? O gato comeu sua língua? – Protestou Castiel.

— Nada. – Balanço a cabeça negativamente, dando um sorriso melancólico. – É...esse era o restaurante onde eu me encontrava com o Armin.

Castiel arregala os olhos, surpreso e se aproxima devagar.

— Olha, me desculpa, eu não sabia, eu... – Castiel começou a dizer, nervoso.

— Não se preocupe, eu estou bem, eu sei que ele está em algum lugar lá fora me procurando, ele vai me achar e vamos ficar juntos como antigamente. Eu sei que ele vai me achar, ele tem que me achar...

Castiel olhou para Nathaniel como se implorasse por ajuda, ele estava me encarando como se eu fosse uma garota paranoica.

— Claro que ele vai te achar, agora, acho melhor você dormir, não? – Nathaniel se aproximou, suas vestes estavam rasgadas e sujas de sangue, seu cabelo estava bagunçado e oleoso, seus olhos estavam fundos e ele estava pálido.

Castiel não estava imune aos efeitos do apocalipse, sua jaqueta estava rasgada no lado esquerdo e sua blusa estava manchada de sangue, seus cabelos estavam maiores e sua pele estava meio esverdeada. Só agora me dou conta que não escapei das consequências de ficar correndo para lá e para cá fugindo de mortos-vivos, meu cabelo estava completamente desalinhado e arrepiado, uma das bolinhas do meu vestido se perdeu em meio a correria e minhas meias estavam rasgadas e sujas.

— Bruna? Você está me ouvindo? – Castiel disse enquanto sacudia meus ombros.

— Oi? Ah, claro, dormir, eu tenho que dormir... – Vou em direção ao canto do depósito e apoio minhas costas na parede, deslizando até cair no chão.

Nathaniel puxou o pano que cobria a janela e se aproximou de mim devagar, se abaixando e me cobrindo. Ele me olhava intensamente, talvez sentindo pena de mim nesse estado, antes dele se levantar, seguro seu pulso com força.

— Nathaniel, ele está bem? Nós vamos conseguir achar ele? – Digo, olhando-o desesperada.

— Olha, Bruna, não tenho como te confirmar que ele está bem ou que vamos encontrá-lo, a única certeza que eu tenho é que ele está lá fora, mas o Armin é um cara esperto, vai conseguir se virar. – Ele deu um sorriso solidário e puxou seu braço devagar. – Agora vai dormir. – Ele se virou e foi até Castiel.

Sinto minhas pálpebras se fecharem e meu corpo relaxou por alguns segundos, até que o barulho de vidro quebrado interrompe meu futuro sono.

— Merda! Eles nos acharam, vamos para o restaurante. – gritou Castiel. -Bruna,cuidado!

A janela tinha sido quebrada e uma mão estava tentando puxar meu cabelo, péssimo lugar para resolver tirar uma soneca. Me levanto rapidamente e corro para trás de Castiel e olho brevemente para a mão que estava tentando puxar algo para saborear, o zumbi usava uma pulseira azul com bolinhas brancas e mais duas pretas, meu corpo estremeceu por completo, parece que a realidade me acertou em cheio no rosto.

A pulseira era de Armin.

Castiel puxou a bolsa de Nathaniel das prateleiras e me guiou até o restaurante enquanto apertava com força meu pulso, coisa que foi necessária pelo fato de minhas pernas se negarem a obedecer qualquer comando dado pelo meu cérebro.

— Bruna, segure isto, você sabe atirar né? – Castiel tirou uma pistola da bolsa e me entregou.

— O que é isso Castiel? Eu nunca peguei em uma arma! Onde encontrou isso?

— É uma arma, eu peguei daqueles policiais mortos quando a gente se refugiou na delegacia. Conforme você apertar o gatilho, a arma vai disparar, acerte na cabeça.

Então Castiel saiu de perto e foi até Nathaniel para entregar outra arma. No segundo seguinte as portas da frente foram quebradas e vários pedaços de vidro se espalharam pelo chão, um grupo de zumbis avançava lentamente em nossa direção, gemendo e rosnando. Eles tinham a pele esverdeada e todos tinham manchas de sangue em alguma parte do corpo, alguns estavam com sangue pingando da boca.

Corro para cima da mesa e sinalizo para os meninos fazerem a mesma coisa, Castiel atirou nos dois da frente, que caíram no chão, Nathaniel estava tremendo tanto que quase deixou sua arma cair. E eu? Eu estava completamente sem reação, meus ossos tinham virado gelatina e a única coisa que eu conseguia fazer era tremer e reparar no zumbi que usava pulseira azul com bolinhas que estava vindo em minha direção.

Armin estava com as roupas rasgadas e manchadas de sangue, estava apenas com um lado do sapato, o brilho nos seus lindos olhos azuis tinham desaparecido completamente e agora estavam opacos e fundos, sua pele estava com uma cor indescritível, era uma mistura de cinza com verde. Armin estava se aproximando cada vez mais e eu continuava parada no mesmo canto tentando aceitar que eu tinha perdido o amor da minha vida.

Há momentos em sua vida que você tem vontade de dar um pause para viver aquilo para sempre e outros que você quer avançar o mais rápido possível para não vivenciar mais aquilo, eu estava completamente atordoada, querendo pular para a parte em que eu tenho um final feliz, mas isso não iria acontecer porque eu sou uma mocinha e mocinhas não tem um final feliz. Minha única escolha era encarar o inevitável, eu só não sabia como fazer isso.

— Atire nele! – pude ouvir Castiel gritando do outro lado do restaurante.

— E-eu não consigo fazer isso!

— Escute, ele não é mais seu Armin, ele é um comedor de cérebro filho da mãe, mate-o agora!

Olho para a arma e para Armin, que estava a menos de 3 metros de distância. Eu fugi da verdade porque sabia que era demais para suportar, mas agora não tinha mais volta, meus medos tinham me encurralado em um beco sem fim e minha única saída era enfrentar eles. Enxugo as lágrimas que insistem em escorregar pelo meu rosto com a manga, sufocando a vontade de gritar que estava cansada de fugir e de se esconder, de sentir a barriga roncando e passar a noite em claro por causa dos pesadelos.

Mesmo com as minhas esperanças morrendo a cada dia que eu passava sem ele, eu ainda tinha fé que ele voltaria salvo para meus braços e ficaríamos juntos até o fim dessa epidemia, mas eu estava enganada.

Não podia mais adiar o inevitável, ele estava tão perto que sinto vontade de correr para abraça-lo e dizer o quanto eu estava preocupada, mas ele não era mais meu namorado, não era mais meu companheiro e muito menos meu porto seguro, ele não era mais meu Armin. Dessa vez eu tenho que seguir a razão ao invés do coração e eu sei que é a decisão certa, não importa o quanto me machuque, era necessário.

Então, ergo a arma em sua direção e puxo o gatilho.

I would go through all this pain

Take a bullet straight through my brain

Yes I would die for you, baby

Eu passaria por toda essa dor

Levaria uma bala no meio do meu cérebro

Sim, eu morreria por você, baby


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido até o final, deixe seu comentário, EU VOU AMAR QUE VOCÊ DEIXE SEU COMENTÁRIO (✿◠‿◠)