Oh, vã cobiça! escrita por Eduardo Marais


Capítulo 6
Capítulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661233/chapter/6

O tempo come dois longos dias.

Ao abrir a porta da casa, a Sra. Vargas depara-se com Regina parada na varanda, com a mais furiosa das expressões.

– Esqueceu-se da chave, majestade? Veio mais cedo para casa?

– Sim e sim. E estou sem meus poderes hoje. – a mulher abre espaço usando a força de seu corpo e entra na casa. – Eu vou trocar as roupas e pretendo receber um convidado. Não o deixe esperando muito tempo na varanda para que as pessoas não o vejam.

– Sim, senhora... – mulher mais velha não aprecia o comportamento afoito da patroa.

Momentos mais tarde, quando a mulher abre a porta, sente seu coração cair para fora de seu peito. Parado, em pé na varanda, está Robin. O belo homem do leão tatuado no braço.

– Regina me espera. Ela me chamou!

– Meu patrão sabe que o senhor está aqui? – Vargas sente-se indignada com o atrevimento do visitante. – Vá embora!

– Volte para seus afazeres! – a voz de Regina provoca um sobressalto na mulher. – Entre, Robin! Tenho algo precioso para mostrar a você e precisamos de urgência!

Com rapidez, a morena estende a mão e toca a nuca de Robin. Sem saber como reagir, ele que havia sido chamado com urgência na mansão da prefeita, sofre uma súbita onda de choque que percorre seu corpo. Por segundos, tudo fica branco diante de seus olhos.

Quando consegue ter sua visão de volta, está envolvido pelo mais delicioso abraço acompanhado por um beijo guloso e devasso. Sem questionar que loucura era aquela, Robin corresponde ao beijo. Nada mais importava além dos contornos daqueles lábios tão desejados. Mesmo por segundos, Regina seria sua novamente e não iria perder aquela oportunidade do destino, em nome de nada na natureza.

Zonza e incrédula, Vargas acompanha toda aquela encenação viva e assustadora. Sua majestade estava insana e certamente estaria enfeitiçada por alguma nova maldição. Sem conseguir reagir, a mulher mais velha apenas assiste o beijo devasso e a fuga dos dois amantes para o segundo andar da casa.

Por um longo tempo, como se estivesse colada ao chão, Vargas não consegue mexer seu corpanzil. Fica ali, confusa com seus pensamentos e com seus questionamentos. Somente consegue mover algum músculo, quando o som da porta sendo aberta, chega aos seus ouvidos. Ela leva os olhos para o homem que entrava na casa, acompanhado pelas duas filhas.

– Boa tarde... – Vasco ia falar algo mais, porém percebe a expressão de horror no rosto redondo da mulher. – Sra. Vargas...o que lhe aconteceu? A senhora está bem?

– Senhor Vasco... – ela olha para as meninas que caminhavam para a região acarpetada e já se atiravam no chão. Depois olha na direção da escada que dava acesso aos quartos. – É a dona Regina...

O coração de Vasco escorre dentro de seu peito e sua alma emite um grito agudo de dor. Algo se estraçalha em seus pensamentos e o pânico por uma notícia trágica domina as diversas expressões que visitam seu rosto. Ele une as mãos junto aos lábios, como se orasse ou como implorasse por algo.

Sem querer perder mais tempo, ele corre na direção da escada e busca forças dentro de seu espírito, para conseguir lidar com uma possível desgraça envolvendo a mulher que iluminava a estrada por onde caminhava todos os segundos dos seus dias.

– Não! – Vargas consegue gritar.

Durante o rápido trajeto, Vasco vai confortando seu espírito, afirmando que Regina não estava morta. Uma ladainha surgida repentinamente. Um clamor aos Céus para que sua amada e criadora ainda estivesse com o sopro da vida dentro de seu corpo.

Invade o quarto do casal e congela-se com a cena que jamais imaginaria ver. Sua amada não estava morta. Sua amada estava viva, quente e montada sobre o corpo de um homem deitado. Ambos vivos e em pleno exercício de sua vitalidade. Totalmente despidos, vivos e fogosos, ousando macular o leito do casal.

Os lindos olhos de Regina, caídos à meia visão, viram-se na direção de Vasco. Ela sorri e estende a mão, convidando-o para aquela devassidão.

– Queremos você aqui, amado. - ela gargalha como se estivesse drogada. É acompanhada pelo amante, trôpego e escandalosamente excitado. – Robin e eu queremos você aqui!

Vasco não se move, até sentir duas mãos pequenas e fortes segurando uma de suas pernas. Ao olhar para baixo, vê Yasemine observando toda a cena imprópria para todas as idades. Rápido demais para um humano normal, ele se vira e arranca a menina daquele quarto, deixando o casal em transe em sua dança.

O relógio continua seu trabalho. Regina entra na casa e coloca sua bolsa num móvel próximo a porta. Atrás dela, entra Killian trazendo um pacote nas mãos.

– Vamos para a cozinha. – ela convida o pirata e é seguida por ele. – Sra. Vargas! Sra. Vargas!

Quando chegam à cozinha, encontram a mulher sentada junto ao balcão e com os olhos perdidos numa taça de vinho.

– Sra. Vargas? Bebendo em horário de serviço?

A mulher levanta os olhos, encara a prefeita e depois encara o pirata. Não estava amistosa.

– Você não se cansa, Regina? Trouxe outro amante para debochar de sua família?

– Ei, calminha aí, madame! Eu sou casado com Emma Swan e vim apenas conversar com meu sócio!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oh, vã cobiça!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.