Oh, vã cobiça! escrita por Eduardo Marais


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Phoebe Tonkin como Yasemine ( criança e adulta).



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– Ela foi sem nós. – Killian repete a frase pela terceira vez. – Preciso fazer uma planta cartográfica para ilustrar?

– Regina é inacreditável! Ir sozinha numa aventura perigosa com essa! – Mary mostra-se enfurecida.

– O carro dela foi localizado na casa da professora Smila. A mulher não está lá. – David informa.

– Regina e Smila?

– A mulher era uma camponesa na Floresta Encantada e conhecia o local como a palma da mão. – diz Mary ainda furiosa. – As duas irão criar uma guerra particular contra Zelena pelo amor de Vasco!

– Creio que a preocupação maior de Regina deva ser com a vontade de Vasco. Será que ele vai querer deixar Zelena? Vasco tem em mente que o verdadeiro amor de Regina é por Robin. Ele pode desistir de lutar. – Killian não levanta a cabeça. Continua olhando para o seu gancho prateado. Inspira profundamente e levanta o rosto. – Daqui para frente é com Regina! Ela fez a escolha e devemos respeitar. Minha cota de ajuda termina por aqui e nem pensem em pedir que eu vá negociar com meu conhecido, por mais feijões. Não tenho moedas de troca. Com licença!

O pirata sai da casa e deixa Mary perdida em seus pensamentos.

– Killian está certo. – David toca os cabelos da esposa. – Regina fez a escolha de embarcar na operação de resgate com Smila.

– Elas se odeiam!

– Mas elas amam o mesmo homem. – David sorri. – Regina lutará pela filha e por Vasco. Smila lutará pela menina, para adoçar os lábios de Vasco. O objetivo será o mesmo, mesmo que haja distorções. Vamos confiar!

Quando Smila consegue controlar seu equilíbrio, encontra Regina parada em pé, encostada a uma árvore.

– Essa situação é bizarra! – a professora levanta-se e massageia um dos ombros. Depois apanha seu arco e flechas e caminha na direção de Regina. – Podemos começar a caminhada quando quiser.

– Vasco está sob a proteção de Zelena, então, poderá esperar por mais alguns dias. Mas Yasemine virou um macaco, conforme vi num espelho. – Regina apanha uma camisetinha da filha e joga sobre o tecido, algumas gotas da poção localizadora. Espera a fórmula fazer efeito e observa a camiseta a movimentar. A peça de roupa começa a flutuar e direcionar seu rumo, sendo seguida. – Vamos!

Smila revira os olhos. Começa a seguir a Rainha.

– Isso vai embrulhar meu estômago!

Durante horas, as duas mulheres caminham pela floresta atrás da peça de roupa que as levava a algum ponto distante. Era certo de que aquele truque provocaria o encontro com Yasemine, fosse lá qual forma ela estivesse.

No cair da noite, a peça de roupa é encontrada na entrada de uma caverna.

– Ela está aqui. – Regina controla seu coração e gesticula, criando uma bola de fogo em uma das mãos, para iluminar o caminho. Smila apanha um pedaço de galho e o acende naquele fogo que não queimava a mão da Rainha.

As duas começam a entrar na caverna iluminada pela luz amarela do fogo. Regina está preparada para algum eventual ataque e Smila retira uma das adagas da cintura.

Subitamente, um rosnado rouco e alto avisa sobre a presença de alguém. As duas mulheres param e aguardam o ataque que não vem. Lento e ereto como um homem, surge um chimpanzé grande e com uma expressão muito próxima a um ser humano.

– O que querem?

– Yasemine?

O chimpanzé acha graça na pergunta e em seguida tranca o rosto novamente.

– O que querem?

– Você se lembra de mim? – pergunta Regina, tentando ser amável com a criatura.

– Eu nunca vi você, mulher. Vou perguntar de novo: o que querem?

– Sou sua mãe, Yasemine...

O macaco não contém a risada, desta vez. Ele para de rir e olha por cima do ombro, ao ouvir o farfalhar de roupas. Alguém estava aproximando-se.

Do fundo da caverna, a figura de uma mulher alta e esguia começa a surgir, sendo iluminada pelo fogo na mão de Regina. A desconhecida gesticula e as tochas nas paredes da caverna são acesas.

– Ainda bem... – murmura Smila, jogando o galho quase queimado no chão.

Os olhos de Regina não acreditam no que estão vendo diante deles: uma linda mulher de cabelos volumosos e escuros e dois imensos olhos verdes protegidos por sobrancelhas grossas, exibe-se majestosa naquele vestido preto. Imediatamente, Regina reconhece a pessoa.

– Yasemine, meu amor!

– Mãe?

O macaco ergue o queixo e posiciona-se entre Regina e a filha, impedindo a aproximação da Rainha.

– Sou Regina, sua mãe...- ela estende as mãos, já sem fogo e pede que a filha aproxime-se. Mas a garota permanece onde está. – Yasemine, viemos buscar você...

Um som rouco, gutural e desdenhoso surge da garganta da garota. Como ela estava linda! Havia sofrido uma mutação com a passagem no portal.

– O que houve com você, meu amor?

– Cesar, traga as duas para o fundo da caverna. Temos de apagar as tochas ou chamaremos a atenção dos macacos voadores. – Yasemine afunda-se na caverna.

O macaco levanta uma das sobrancelhas e abre as mãos.

– Vocês ouviram a ordem. – ele se vira a segue a garota.

Momentos depois, Regina e Smila recebem cuias com água fresca das mãos de Cesar. A Rainha não consegue acreditar na visão que estava tendo. Sua linda e impetuosa filha era uma mulher lindíssima e dona dos mais ferozes olhos. Nem o macaco Cesar conseguia ter olhar tão furioso.

– O que aconteceu com você, Yasemine?

A menina era uma estátua com cabelos humanos. O olhar irradiava ódio e poderia transformar Regina em pedra, caso continuasse olhando daquela forma. Yasemine pisca várias vezes e respira fundo.

– Pulei no poço para salvar meu pai. Quando eu acordei, estava assim. Foi Cesar quem me encontrou e estamos cuidando um do outro, desde então. Isso tem muito tempo.

– Eu vim assim que pude. Consegui uma forma de abrir um portal e...

– Eu me lembro de você, mãe.

– Fico feliz demais e ...

– Tentei buscar meu pai no castelo de esmeraldas. Mas soube que ele morreu assim que chegou aqui. Minha tia Zelena não conseguiu salvá-lo e desde então, ela tem tentado capturar a mim e a Cesar. Ela nos quer mortos.

Regina sente as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

– Eu pensei em retornar para casa, mas viver lá sem meu pai não é lógico.

– Você tem a mim e seus irmãos.

– Eu tenho Cesar aqui e é o que me basta.

Regina levanta-se para tentar aproximar-se da garota, mas observa que a filha gesticula e enche sua mão com uma bola de fogo. Torna-se ameaçadora e não havia espaço físico para fugir. Senta-se novamente e vê Yasemine apagar o fogo.

– O meu pai morreu por sua causa. A última imagem que tenho de você, é aquela cena no quarto. Você traiu nossa família e deveria pagar caro por isso. – Yasemine sorri.


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