Virei-me rapidamente e só de ver a figura que estava La arregalei os olhos.

– Lysandre?

– Sim, desculpe-me se te assustei...

– Nã-não, tudo bem.

– isso é seu não é? – disse ele me entregando meu caderno de musicas – geralmente sou eu que perco meu bloco de notas.

– Bem, pois eu sou uma verdadeira cabeça de vento, ninguém me vence ahahaha. – disse dando um riso baixo, e olhei para ele e ele estava sorrindo – o que foi?

– Você não corou nem gaguejou...

– Oh, é que minha timidez é meio estranha, sabe? – disse desviando o olhar – eu sou tímida até me conhecerem melhor, daí eu fico insuportável...

– Não acho que você vá se tornar insuportável...

– Mas, como você sabe que é meu? – disse balançando o caderno e folheando-o

– Eu vi você escrevendo nele hoje, quando estávamos vindo para cá, não se preocupe eu nã... – ele foi interrompido pelo som do sinal que indicava o inicio das aulas – Bom, eu acho que você não sabe onde é nossa sala, não é mesmo?

– Acertou...

– Oh – ele desviou o olhar, corado – então eu acho que poderia te acompanhar?

– Sim, por favor – disse enquanto ele me guiava pelos corredores da escola. Descemos a escada que eu não fazia ideia que havia subido e paramos em frente a uma porta, coloquei minha mão na maçaneta e fraquejei quando ia abri-la, abaixei minha cabeça e ouvi Lysandre atrás de mim me perguntando:

– O que foi Layri? – me virei e o olhei nos olhos e respondi:

– E... E se eles não gostarem de mim? – disse o encarando e logo após abaixando o olhar. Ele retirou uma mecha de cabelo que tampava meus olhos e colocou atrás de minha orelha e depois levantou minha cabeça pelo queixo me fazendo encará-lo novamente e disse:

– Se eles não gostarem o que é impossível, há três pessoas que irão gostar, eu tenho certeza – disse com um pequeno sorriso nos lábios.

– Ah é? Quem? – respondi corada com o gesto dele.

– Rosa, Thayla e claro... Eu – respondeu tirando a mão do meu rosto e prosseguiu – agora, vamos, pois já estamos atrasados.

Abri a porta e o professor olhou para mim e para o Lysandre e disse:

– Podem entrar... – entramos em silencio e quando eu estava indo me sentar o professor perguntou – você é a outra aluna nova, certo?

– Bem... É... Sim – disse desviando o olhar para as pessoas que estavam na sala, ”é muita gente... não sei se vou conseguir falar na frente deles!”. Enquanto estava com esse pensamento na cabeça, Lysandre passou por mim e disse baixo, para que só eu pudesse ouvir:

– Você consegue. – um sentimento de coragem invadiu meu peito ao ouvir essas palavras...

– Você poderia se apresentar para a turma? A propósito, pode me chamar de professor Faraize.

– Certo. – andei alguns passos para ficar na frente da sala toda – Me chamo Layri, muito prazer em conhecer todos vocês, me mudei para ca a pouco tempo, porque meus pais decidiram que seria bom para os meus estudos – dei uma pausa e respirei fundo e continuei – espero que eu possa ser amiga de vocês.

– Obrigado e pode se sentar... – o professor fez ma pausa enquanto procurava um lugar vago – ao lado de Lysandre.

Senti meu rosto em chamas, e olhei ao redor procurando-o, quando o encontrei fui andando calmamente até o local, quando uma loira que eu ainda não havia tido tempo de conhecer colocou o pé na minha frente, me fazendo tropeçar e cair de cara e ainda no chão ouvi os risos e uma voz dizendo sarcasticamente:

– Oh! Protejam-se todos, os aliens chegaram a Sweet Amoris. AHAHAHAHHAHAH – levantei –me de cabeça baixa e comecei a recolher meus livros que haviam caído. Senti umas lagrimas escorrendo pelos meus olhos e ouvi o Kentin dizer enquanto me ajudava a recolher os livros:

– Não chora hein? Acho que não fui o único a mentir na nossa conversa pelo celular! – disse num tom alto o suficiente para só eu ouvir.

– Obrigado. – agradeci-o e voltei a caminhar em direção ao meu lugar, as cadeiras eram em dupla, sentei-me e Lysandre veio logo me perguntar:

– Você esta bem? – disse virando-se para mim.

– Sim, tudo bem, eu... eu só cai – disse forçando um sorriso e fechando os olhos com força para tentar parar as lagrimas que teimavam em sair.

– Não foi isso que e vi – disse ele arqueando uma sobrancelha – ela colocou o pé na sua frente...

– De-deixa pra La – eu respondi enquanto limpava as lagrimas com a ponta da manga do meu moletom, e finalmente consegui fazer com que parassem. Ele ainda me fitava com cara de preocupação e então depois de um longo silencio disse:

– Se você me prometer nunca mais chorar, eu deixo pra lá – ele disse me encarando.