A Janela, A Árvore, O Garoto escrita por God Save The Queen


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal, cambada. Sejam bons meninos e meninas para ganhar presentes, hein...
E por falar em presentes, o meu para vocês são dois capítulos maravilhosos!
E esse em especial é lindo e choroso. Eu chorei escrevendo, mesmo sabendo o que ia acontecer, ou seja, chorem também.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661061/chapter/15

– Obrigada pelo dia incrível. - falei assim que Will estacionou em frente a minha casa.
– De nada, eu também me diverti muito. - antes que eu pudesse responder, nos concentramos no carro parado do outro lado da rua.
– Will, aquele carro não é do seu pai?
– Acho que sim, será que ele está aí?
– Quer entrar? - ele assentiu desligando o carro.
Abri a porta de casa e vi minha mãe beijando o Richard no sofá. Pausa para observação: Eu não merecia ver esse tipo de coisa.
Tossi anunciando nossa presença e eles se afastaram lentamente, depois sorriram olhando as nossas caras. Acho que estávamos fazendo careta, porque era bem propício.
– Boa noite pra vocês. - falou Rich, e eu não respondi apenas assimilei o que tinha acabado de ver.
– Isso foi estranho. - falei apenas.
– A gente só estava se beijando. - falou minha mãe.
– Sim, eu sei. Mas você é minha mãe. Você devia saber que isso é bizarro. - ela riu.
– Pois saiba, Jessica, que nós, pais, também fazemos isso.
– Está bem, está bem. - falou Will colocando a mão nos olhos.
– Vocês dois são muito engraçados. Agora, nós preparamos o jantar. Podem vir. - falou minha mãe.
– Eu não sabia que a gente ia jantar aqui. - falou Will caminhando ao meu lado para sala de jantar.
– Nem eu, mas Ellie falou que vocês estavam juntos e como eu sabia que você ia vir trazê-la a ideia surgiu. - respondeu Rich.
– Mas como você sabia que eu estava com o Will? - perguntei.
– Liguei para a Charlotte.
– Ah claro. E eu tenho certeza que vocês conversaram e ela te contou várias coisas...
– Sim, você está certa. Agora, vamos comer. - eu fechei os olhos e respirei fundo. Era a cara da Charlie contar tudo o que minha mãe perguntar, até coisas que não deveria.
O jantar foi tranquilo, minha mãe e Richard falaram de trabalho quase o tempo todo. Eu e Will não nos falamos muito, apenas trocávamos olhares, acho que estávamos meio sem jeito um com outro depois de tudo.
– E então, como foi o passeio de vocês? - perguntou minha mãe e eu olhei para o Will em busca de uma resposta.
– Foi divertido, e aliás você tem que pegar seu panda no carro.
– Ah é verdade. Nós brincamos de tiro ao alvo e ganhamos esse boné e um panda enorme de pelúcia.
– Que bom. Agora eu e Richard queremos perguntar uma coisa pra vocês. - eu me ajeitei na cadeira e esperei pela bomba.
– O que foi?
– Vocês se beijaram, não foi? - silêncio. Eu e Will nos olhamos em completo choque. Ninguém falou nada, ninguém respirava. Como eu disse a bomba veio, e fui atingida por estilhaços.
– Hum... É... - tentei, mas não saía nada.
– Pai, eu...
– Não quero que explique, William. Eu e Ellie sabíamos que isso ia acontecer uma hora ou outra. A questão é que não podemos proibir vocês...
– O que isso quer dizer? - perguntei.
– Eu e Ellie conversamos e chegamos a conclusão de que vocês podem fazer o que quiserem. - eu arregalei os olhos e esperei, ele não podia estar falando o que eu achava que ele estava.
– Isso é alguma piada? - perguntei.
– Defina: Fazer o que quiserem. - falou Will.
– Não, não é uma piada. E William, não força. - falou minha mãe. Eu estava em choque, totalmente.
– O que aconteceu com vocês? - perguntei.
– Nós só percebemos que vocês iam se pegar de qualquer forma...
– Ela disse se pegar? - perguntou Will.
– A questão é que achamos melhor que tivéssemos conhecimento disso. - eu estava tão surpresa que não respondi nada.
– Vocês não precisam se refrear por nossa causa. Vocês não são parentes de sangue, não tem crime nisso. - falou Richard, assentimos calados.
– Agora que está esclarecido, podem sair da mesa e comemorar. Se beijando, dançando, sei lá o que vocês fazem... - comentou Richard, mas a gente não se mexeu apenas ficando encarando os dois em choque.
– O que estão esperando? Um convite formal? Vão! - levantamos devagar e caminhamos em direção ao meu quarto sem pressa apenas processando.
Entramos no meu quarto, sentamos na cama e ficamos encarando a parede ainda sem ação, só digerindo, tentando assimilar.
– O que foi isso? - falei em voz alta o que estava na minha mente.
– Não sei, só sei que foi muito estranho.
– Estranho é a palavra certa. Bizarro, também se encaixa.
– O que será que eles querem com isso tudo?
– O que eles querem eu não sei, mas estou curiosa. - Will começou a rir e deitou na minha cama.
– Ah meu Deus, eles surtaram. - realmente a reação dele foi bem normal e por isso, fiz o mesmo. Deitei ao seu lado rindo da situação bizarra em que nos encontrávamos.
Depois de um tempo rindo e deixando a coisa começar a fazer sentido na nossa mente, Will virou para mim e sorriu. Eu conhecia aquela cara e sabia o que viria em seguir.
– Então, Jessie, já que eles liberaram, nós podemos... - eu revirei os olhos.
– Seja menos direto, por favor.
– Tudo bem. Agora que eles deram o aval, nós podemos conversar sem usar a fala... - eu ri e cheguei mais perto dele.
– Sobre o que quer conversar? - ele sorriu e colocou uma mão na minha nuca.
– Por que você não descobre? - nem respondi, apenas esperei e ele me beijou.
William podia parecer irreal fisicamente, mas quando me beijava eu podia sentir que ele não era um sonho. Meu corpo tinha reações esquisitas quando ele me beijava, o primeiro beijo que ele me deu foi fofinho, calmo e romântico. Mas agora aqui no meu quarto, ele parecia esquecer sobre a fofidão.
Antes que eu pudesse sequer protestar, Will se virou e ficou em cima de mim sem parar de me beijar. Seu coração acelerado batia de encontro ao meu peito que em consequência pulsava bem rápido. Eu puxei as minhas mãos que antes estavam entrelaçadas com as deles, e as entrelacei atrás da sua nuca o puxando para mais perto de mim, automaticamente ele apertou meu quadril com força.
Ação e reação, eu mal vi quando minha perna levantou e entrelaçou na cintura dele. Eu pude senti-lo sorrir me deixando sem jeito, quando eu ia tirá-la ele segurou a minha coxa e a beijou devagar, mantive meus olhos fechados e a boca entreaberta de surpresa.
A parte racional da minha mente, apitou e eu dei ouvidos a ela, puxei seu rosto e o fiz olhar pra mim. Seus olhos estavam verde escuro e seu cabelo estava desalinhado, sua boca estava inchada e ele estava incrível assim. Parecia um personagem tirado de um sonho, eu não sabia como eu estava, mas de longe parecia tão magnífica. Meu peito subia e descia em uma velocidade assustadora e o dele também, eu queria beijá-lo mais e mais, mas as coisas estavam indo rápido demais e isso me assustava.
– Jessie... - a voz dele estava rouca e era apenas um sussurro.
– O que? - respondi no mesmo tom.
– Você está me deixando maluco. - eu sorri.
– Não estou muito longe. - mesmo assim, eu o afastei devagar e ele percebeu a deixa. Will deitou ao meu lado e não falamos nada até a nossa respiração normalizar.
– O que acha que aconteceu com a gente? - perguntei e ele sorriu.
– Eu tenho uma ideia. - eu também tinha, mas não queria falar em voz alta.
– Isso é loucura. - falei e ele virou para me encarar.
– E então que seja. - Will me beijou devagar apenas pressionando os seus lábios nos meus.
– Let it be. - falei e ele assentiu de olhos fechados.
– Let it be.


>>o
Quando William foi embora, eu fiquei encarando o teto por um tempo. Como eu ia continuar com isso, se mal conseguia me controlar quando ele me beijava? A parte de mim que é racional mal conseguiu apitar a tempo. Isso estava começando a me preocupar.
Levantei da cama e resolvi tomar um banho, talvez assim eu relaxasse e esquecesse um pouco o William, ou que acontecia quando estávamos juntos.
Depois da terapia de água quente, troquei de roupa e deitei na minha cama ainda com a cabeça a mil. Tantas coisas que eu deveria pensar e nenhuma delas me deixava dormir. Resolvi levantar para pegar um livro e me assustei quando o rosto de Nathan apareceu na janela.
– O que você está fazendo aqui? - perguntei e ele deu de ombros.
– Achei que ainda fossemos amigos. - eu parei e o encarei. Realmente não tinha porquê eu me afastar dele no sentido amizade.
– Você está certo, desculpe. - eu deixei ele entrar e sentamos na minha cama com os ombros quase colados.
– Eu te assustei? - perguntou.
– Um pouco, eu não estava esperando que viesse.
– E por quê não?
– Ah não sei, devido aos últimos acontecimentos você tem estado estranho.
– Sinto muito, acho que eu estava com ciúme do tal William. Primeiro ele vem e tenta roubar o meu lugar na sua vida, depois eu descubro que ele é o ex da minha namorada. Eu só não soube lidar muito bem. - eu parei e o fiquei encarando surpresa.
– Você disse namorada? - Nathan de repente pareceu muito interessado na parede a nossa frente.
– Era sobre isso que eu vim conversar. Eu pedi a Megan em namoro hoje à tarde e ela aceitou. - eu fiquei um tempo sem falar nada.
– Mas vocês não começaram a sair no sábado?
– Sim, eu sei. Mas a gente já se conhecia. Fazíamos parte do mesmo grupo de amigos desde o primeiro ano.
– E aí você resolveu que namorar ela era uma boa ideia. - ele levantou a cabeça e me encarou.
– O que você quer dizer com isso?
– Eu quis dizer, que eu tenho certeza que essa ideia não partiu de você. - ele me fitou por um tempo.
– Claro que veio de mim, nossos amigos fizeram uma pressão básica, mas isso é normal. Eu não entendo onde está o problema, Jessica. - eu levantei e fiquei andando pelo quarto visivelmente irritada.
– Ah meu Deus, Nathan. Você continua sendo manipulado pelas pessoas que estão com você. E eles não são seus amigos de verdade, porque amigo aceita a gente do jeito que nós somos e esse não parece ser o caso. - ele levantou e parou na minha frente.
– Eu não gosto quando você fala que eu sou manipulado. Eles podem dar as ideias, mas as escolhas são minhas. Feitas por mim.
– Então você é mais idiota do que eu pensei. Como pode escolher aquilo que os seus "amigos" querem que você seja?
– E quem eu sou, Jessica? - eu suspirei.
– Eu sei quem você é, Nathan. Mas a questão é: você sabe? - ele não respondeu, apenas se afastou e ficou perto da janela.
– Eu queria que nós fossemos amigos. Queria que você fosse a minha válvula de escape, mas não sei se consigo. - eu ri debochada.
– Você não sabe se consegue ser verdadeiro? O engraçado, Nathan, é que se eu sou a única pessoa que te conhece de verdade porque você quer se afastar de mim?
– Eu não quero me afastar de você, Jessica. Mas acho que você não entende o meu outro lado. - eu fui até o seu encontro e segurei seu rosto o forçando a me encarar.
– Você não deveria ter outro lado. Você deveria ser uma pessoa só, apenas um Nathan. Apenas o Nathan que gosta de poesia, de dançar sem motivo, que não se preocupa com faculdade, que quer descobrir a felicidade no mundo... Esse Nathan é o Nathan que todo mundo deveria conhecer. - ele suspirou.
– Esse Nathan não tem graça, ele é apenas a parte de mim que eu não consigo eliminar. - eu me afastei dele e senti as lágrimas caírem pelo meu rosto.
– Você é patético! - eu cuspi as palavaras com raiva e isso pareceu magoá-lo. O olhar que ele me deu fez meu coração rachar e ele saiu pela janela sem nem olhar pra trás. E sozinha eu fiquei encarando ele ir embora e fechar a cortina.
Sentada no chão encarando a janela eu chorei e percebi que mesmo dizendo a verdade eu ia sentir falta daquele garoto, eu ia sentir falta das conversas, da risada e até do seu beijo.
– Boa noite, Nathan. - sussurrei para ninguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Snif, snif... Como ele pôde? Ah gente, assim não dá! :(



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Janela, A Árvore, O Garoto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.