CAPÍTULO 15

POV BELLA

Quando eu estava voltando para a árvore onde Alice estava me esperando eu vi... Eles estavam se beijando. Eu não acreditei. Como ela podia? Ela não o conhecia como eu. Rosalie –a amiga de Esme e a responsável pelo nosso prédio- estava agarrada com o Edward em um canto do prédio, os dois se beijavam de tal maneira que não se convinha com o lugar. A raiva , a decepção e a tristeza tomaram conta de mim. Comecei a chorar e me virei para sair daquele lugar.

-BELLA ESPERA! –Edward gritou.

Me virei e parei só por reflexo.

-Bells não foi nada daquilo que você estava pensando. –ele disse ofegante.

-E o que eu estava pensando Edward? –disse impaciente e com as lágrimas ainda escorrendo por meu rosto.

-Você me viu ali não é? Com aquela menina? –ele perguntou aparentando tristeza.

-Não sei do que você está falando. –disse indiferente.

-Mas então por que você está chorando? –ele perguntou.

-Porque... porque eu li uma coisa muito bonita agora. Um poema de Cecília Meireles. –respondi.

-Ahhh... pensei que você tivesse visto e... –ele falou envergonhado.

-E o que? Que eu tivesse chorando por sua causa? Me poupe né. Nós não somos nada Edward. NADA. Você está entendendo? –falei.

A dor que aquelas palavras me traziam era enorme. Mas tive que falar aquilo. Ele estava com outra agora. Não me amava e eu precisava sair dessa. Não podia deixar transparecer que eu tinha ciúmes.

-Não queria entender. –ele disse baixinho. –Mas sim eu entendo.

-Ótimo. Agora eu vou encontrar a All. Ela está me esperando.

-Não. Você e eu... –esperei ele completar com a esperança de que fosse uma coisa boa, mas... –temos que ir na sala do reitor. Dar queixa sobre o Nahuel lembra?

-Claro. Então vamos. Deixa só eu ligar para a Alice e falar isso.

Andei um pouco para longe dele e liguei para a minha amiga. Quando ela atendeu disse:

-Bella? Bella? Onde você está? (N.A: Reneé em Twilight. Hahaha.)

-Calma Alice. Eu estou bem. Olha só eu vou ter que ir com o Edward... –nem completei minha frase ela já gritou:

-AHHH QUE LINDO. VOCÊS VÃO SE ENTENDER! –suspirei pesado e ela continuou. –Opa. Não é isso. O que aconteceu?

-Nada. Depois conversamos direito sobre isso. Mas como eu ia dizendo eu vou com o Edward no reitor para dar queixa do Nahuel. –falei.

-Ah sim. Então vai lá amiga. Nos encontramos na próxima aula. –ela falou ainda preocupada com o que poderia ter acontecido.

-Claro. Beijinhos.

Desliguei o celular, sequei as minhas lágrimas e me virei para o Edward.

-Vamos. –falei secamente.

Ele me deu um olhar de quem não estava entendendo a situação, mas não fez perguntas. Seguimos em silêncio até o prédio onde ficava as salas dos professores, secretaria e a sala do reitor. O prédio era o mais antigo do Campus, era feito de tijolos marrons e lembrava um pouco um castelo medieval. Entramos e perguntamos onde era a sala do reitor e nos informaram que era no segundo andar.

Quando chegamos lá Edward se dirigiu a secretária, uma senhora com uns 50 anos que pelo que dizia em uma plaquinha na mesa, se chamava Cora.

-Olá. Viemos falar com o reitor. –ele disse.

-Ah sim meu jovem. Tem hora marcada? –ela se dirigiu gentilmente a ele.

-Sim. Liguei hoje mais cedo. Meu nome é Edward Yates. –ele respondeu.

-Ah sim senhor Yates. O Sr. Phelps irá atende-lo logo. A senhorita ali está com o senhor? –ouvi ela perguntar. –Edward assentiu. –Então esperem um momento que logo chamarei vocês.

Edward veio em minha direção e se sentou no mesmo banco onde agora eu me encontrava. Ele se virou para mim, esperou até que eu olhasse para ele e disse:

-Vamos resolver tudo hoje. –concordei.-  E quando eu digo tudo é tudo mesmo.

Fiz um olhar confuso mas ele não viu. Ele já estava virado para a frente contemplando um quadro de um casal sobre uma rosa que estava na parede ao lado da mesa da secretária. O quadro era muito bonito e passei a admira-lo também, e logo vi que não se tratava de um casal humano, mas sim de dois anjos. Não pude deixar de comparar o anjo com Edward. Mas logo parei pois uma voz nos chamou.

-O Sr. Phelps irá atende-los agora. –a secretária disse.

Nos levantamos e murmuramos um “obrigada” para a secretária e fomos em direção ao gabinete do reitor. Edward abriu a porta e entramos. Como era de se esperar o gabinete tinha as cores de Yale, as paredes eram decoradas com vários diplomas e fotos do campus e as janelas eram cobertas com lindas cortinas cor vinho. Era um gabinete muito bonito.

-Sr. Yates. -disse o reitor apertando a mão de Edward- Senhorita... me desculpe não saber seu nome.

-Tudo bem. Meu nome é Isabelle Lange. –me apresentei.

-Ah que nome bonito. –ele disse.

Ele nos dirigiu a duas cadeiras em frente a sua mesa. Nós três nos sentamos e ele disse:

-Então. O que estão achando de Yale?

-Estamos adorando. O campus é incrível. –respondi por mim e por Edward.

-Que bom que estão aproveitando. Mas por qual motivo vocês estão aqui? Com certeza não é para ver um cara feio e idoso como eu.

Nós três nos pomos a rir. Mas o Sr. Phelps não era nada feio, muito menos idoso. Ele deveria ter uns 30 anos. Tinha os cabelos loiro claros, olhos cor de mel, e se vestia muito bem. No momento reparei que usava um terno Hugo Boss de muito bom gosto.

-Com todo o respeito, o senhor não é feio e muito menos idoso. –falei.

-Muito obrigado Srt. Lange. –ele agradeceu.

-Mas então senhor, o motivo da nossa vinda aqui é para dar queixa de um aluno. –Edward falou.

-Posso saber de qual aluno senhor Yates? –perguntou o reitor.

-Não sabemos o sobrenome dele, mas o seu nome é Nahuel. –Edward falou com um certo desprezo na voz, o qual eu também teria se falasse.

-Pois bem... sorte de vocês. Eu conheço esse aluno. Ele veio como um caso especial até nós. Mas conte seu problema. –falou o reitor.

Edward contou toda a história, e eu fui acrescentando os detalhes. Enquanto ele falava eu relembrava a situação e a mesma sensação de nojo e impotência me assombrava. Quando Edward terminou de contar o diretor ficou perplexo e demorou um bom tempo para falar.

-Bom... nossa acho que podemos dizer que a senhorita teve muita sorte que o seu amigo aqui tenha visto a situação. E podem ter certeza de que esse aluno será expulso. Não existe nenhuma condição para o manter aqui. Sinto informar que ele já havia feito isso uma vez. Mas a moça não teve tanta sorte como você Isabella. –um arrepio percorreu o meu corpo. –Não queríamos aceita-lo, mas tivemos, já que Yale tem como regra geral, aceitar casos assim para tentar recuperar essas pessoas. Minhas sinceras desculpas. Aos dois. –o reitor disse.

-O senhor não podia fazer nada. Está tudo bem. Mas eu preciso ter a certeza de que esse garoto pagará pelos seus atos. –eu disse.

-A senhorita tem a minha palavra. Mandarei um oficial da polícia entrar em contato com vocês para que prestem depoimento sobre o caso. Esse oficial virá aqui, não precisarão interromper suas atividades. –Sr. Phelps falou.

-Muito obrigado. –falamos Edward e eu juntos.

O reitor nos acompanhou até a saída de sua sala nos despedimos e descemos o prédio.

-Bom, uma parte já está cumprida. –Edward disse.

-É. Agora só precisamos dar depoimento para a polícia e pronto. –eu respondi, me sentindo mais aliviada depois de tirar metade do peso das costas.

-Não era só disso que eu estava falando, mas tudo bem. –ele respondeu com um sorriso.

-Eu não estou te entendendo. –perguntei realmente confusa.

Não deu tempo para ele responder porque na minha frente se encontravam meus pais.

-BELLA! –disseram Charlie e Renée, meus pais, ao mesmo tempo.

-Mãe! Pai! –disse correndo para os dois e os pegando em um abraço.

Edward nos deixou sozinhos, mas falou somente para eu ouvir que nos falávamos mais tarde...

E eu iria esperar por isso.