Aquele Beijo escrita por MelPotter


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oii!
Uma one do casal mais perfeito do mundo literário.
Porque Jily é VIDA!
Jouir!



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Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo;

do fogo brota a luz.

Victor Hugo

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Aquele beijo...

Aquele beijo... ela ainda podia senti-lo.

Aquele beijo... ela simplesmente não conseguia esquecê-lo.

Aquele beijo...

Tinha sido apenas um casto beijo na testa, então por que ela não conseguia esquecê-lo?

Talvez porque quem o havia dado tivesse sido James Potter, que não era exatamente seu amigo.

Quando os dois se encontravam... simplesmente saiam faíscas. Ela se irritava até com o som da respiração dele.

Não que ela ficasse reparando nisso, até mesmo a gentileza dele para com ela a irritava.

Aliás aquele beijo também a irritava. Devia ser por isso que não conseguia esquecê-lo.

Era irritante a forma como ela corava sob o olhar dele, era irritante a forma como seu coração disparava quando o via, era irritante sua mania de deixar tudo cair quando ele estava perto, e aquele sorriso... aquele sorriso de lado... Ah como era irritante!

E tudo isso, tudo isso tinha começado depois daquele maldito beijo!

Há quase um mês atrás Lily tinha recebido uma carta de sua irmã Petúnia, ela tinha se casado no verão e Lily tinha lhe dado um presente de casamento, mas Petúnia lhe enviou uma carta devolvendo o presente e falando que não queria mais ter contato com a irmã, que tudo que ela queria era esquecer que Lily existia e que a ruiva devia fazer o mesmo, e esquecer que Petúnia existia.

Lily já estava acostumada com as negativas da irmã, tinha sido ingênua era verdade, ao pensar que Petúnia aceitaria o presente, mas nunca pensou que a irmã reagiria tão mal. Lily não contou para ninguém sobre a carta, nem mesmo para sua melhor amiga Maria McDonald.

Uma semana depois de ter recebido a carta, Lily estava na sala comunal da Grifinória terminando alguns deveres, ela esteve triste a semana toda.

James Potter tinha reparado que a monitora-chefe andava meio distraída e distante, e presumiu que algo tivesse acontecido, por isso ao encontrá-la na sala comunal, com o mesmo olhar perdido que tinha visto em seu rosto durante toda a semana, não conseguiu se conter.

Talvez porque Lily estivesse tão frágil, talvez porque estivesse guardando isso por muito tempo, talvez porque ela estivesse começando a gostar dele ou por qualquer outro motivo, Lily desabafou com o maroto. Eles conversaram por alguns minutos e após conseguir animar um pouco a garota James percebeu que Lily precisava de um tempo para refletir sobre tudo o que eles tinham conversado.

Ao se levantar para subir para o dormitório o maroto se aproximou de Lily e deu um beijo em sua testa.

E desde então o beijo não lhe saía da cabeça.

Os dois não tiveram nenhuma conversa como aquela depois disso, mas Lily não conseguiu esquecer aquela noite.

O beijo tinha ocupado tanto os pensamentos de Lily que ela tinha até se esquecido da desfeita que Petúnia tinha feito para ela.

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Se ela tinha ficado daquele jeito só com um beijo na testa, imagina quando ele desse um beijo de verdade nela, Lily refletia enquanto caminhava em mais uma ronda pelos corredores do castelo. Quando? Não haveria quando, ela tinha que tirá-lo da cabeça, ela se repreendeu, mas a verdade era que Lily estava se entregando a um sentimento que ela nem mesmo sabia que existia.

A garota estava tão distraída, perdida em pensamentos que não reparou no caminho e acabou trombando em alguém. Ao levantar os olhos para ver em quem tinha esbarrado se arrependeu no mesmo instante.

— Você está bem? – James Potter a perguntou com uma preocupação evidente tanto em sua voz como em seu rosto.

A sorte não estava mesmo a favor de Lily.

— Estou, estou ótima. – Lily respondeu corando violentamente. – O que está fazendo fora da cama a esta hora?

— Precisava pensar. – Ele disse dando de ombros, olhando para suas mãos enquanto brincava com os dedos da ruiva.

Só então Lily percebeu que estavam com as mãos entrelaçadas, ela puxou suas mãos rapidamente e corou mais uma vez.

— E não podia fazer isso na cama? – Ela perguntou na defensiva.

O rapaz sorriu com a resposta atrevida dela.

— Você é realmente um doce Lily.

— Evans. – A garota o corrigiu automaticamente.

James soltou um suspiro cansado e olhou para a tapeçaria do corredor.

— Acho que você vai me mandar de volta pra torre não é? – Ele perguntou sem olhá-la.

— Obviamente. – Ela respondeu. – E vou acompanha-lo para que não se "perca". – Lily disse fazendo o sinal de aspas com os dedos ao falar a última palavra.

— Não quero atrapalhar sua ronda. – Ele disse com um sorriso irônico que não lhe era comum.

— Na verdade eu já estava terminando e se você está comigo então tudo está bem. – Ela disse voltando a andar, mas James não a seguiu, o rapaz ainda estava parado no mesmo lugar e quando Lily o olhou ele tinha uma expressão surpresa no rosto.

— O que você disse? – Ele perguntou, a surpresa também presente em sua voz.

— Que eu já estava terminando a ronda e que se você... – Mas Lily se interrompeu ao perceber o duplo sentido de suas palavras. – Não, eu não quis dizer isso, eu, eu disse, disse que... – Lily gaguejava nervosa e James levantou uma sobrancelha em sinal de curiosidade.

Lily respirou fundo para se acalmar e recomeçou desta vez sem gaguejar.

— Você é um maroto. E marotos causam problemas. E se você está comigo duvido que mais alguém tente causar problemas essa noite. – Ela disse lentamente para não causar mais nenhum mal intendido.

— Não se preocupe Evans, eu nunca te interpretaria mal. – Ele disse sorrindo irônico novamente e começou a andar em silêncio.

Enquanto andavam pelos corredores em direção à torre da Grifinória, Lily percebeu que o maroto parecia irritado com algo, o que também não era comum dele. James raramente ficava irritado com algo. Era o tipo de pessoa que sempre estava de bom humor, sempre sorrindo, e lidava com os problemas com o mesmo bom humor. Era uma qualidade que ela gostava no rapaz, apesar de que nunca admitiria isso para ninguém.

O trajeto todo foi feito em silêncio, um silêncio mal contido da parte de Lily e um silêncio irritado da parte de James. Eles entraram na sala comunal e James logo virou as costas para subir as escadas que levavam ao dormitório masculino.

— James? – Lily o chamou antes que conseguisse se refrear.

James se virou para a ruiva surpreso, mas ela não falou nada o nervosismo tomando conta dela.

— Sim? – Ele perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Você está bem? – Ela perguntou de novo sem conseguir se controlar.

Parecia que sua boca tinha vontade própria.

James franziu a testa confuso antes de responder:

— Por que pergunta?

— Ahh sei lá, você, você está estranho, diferente. – Lily disse gaguejando.

— Diferente? Diferente como? – O maroto perguntou se aproximando dela.

— Ahh você, você está, ahh sei lá, você está, está meio irritado, você parece meio irritado. – A ruiva disse gaguejando ainda mais, a proximidade do rapaz parecia afeta-la.

Ele permaneceu em silêncio por alguns segundos apenas a olhando e o nervosismo em Lily crescia a cada segundo, por fim ele se afastou olhando pela janela e soltou um suspiro.

— Frustrado talvez seja a palavra mais exata. – Ele disse com um tom de voz estranho.

— Frustrado? – Disse Lily ainda meio atônita com toda a situação.

Ele se virou de frente para ela e pela terceira vez na noite deu um sorriso irônico.

— Eu não sei se você não percebe ou se finge que não percebe Lily.

— Pare com isso! – Ela exclamou exasperada.

— Com isso o que? – Ele perguntou surpreso.

— Esse seu sorriso! Pare com isso! – Ela sabia que não estava fazendo muito sentido. – Pare de sorrir desse jeito!

— Que jeito? – Ele perguntou com a testa franzida.

— Irônico. – Ela disse. – Você nunca sorri desse jeito, chega a ser antinatural.

— E desde quando você repara nas formas como eu sorrio? – Ele perguntou em uma mistura de confusão, surpresa e uma alegria meio contida.

— Eu, eu, eu não, eu não reparo. Foi maneira de dizer. – Lily gaguejou. – Bom, já que você está bem, é melhor eu subir, afinal de contas amanhã tem aula e não é bom chegar atrasada, boa noite James, não, Potter. Até mais...

Parecia haver um padrão nas reações de Lily quando estava perto de James Potter, ou ela gaguejava, ou falava demais. Mas quem mais sofria eram os nervos da garota sempre que estava perto do rapaz.

— Merlin, como isso é frustrante! – James exclamou exasperado.

— Assistir a aula amanhã? – Ela perguntou confusa.

— Lily, você parece um passarinho arisco. – Ele disse segurando a garota pelos ombros, seu olhar demonstrava sua frustração. – Sempre que eu chego perto, sempre que eu acho que finalmente você vai perceber que eu gosto de você de verdade e que você também gosta de mim, você escapa! Por entre os dedos. Por que você faz isso?

— Eu... não sei. – Lily disse atônita.

— Um dia Lily Evans, você vai perceber que fomos feitos um para o outro.

Eles ficaram parados, sem conseguir desviar os olhos, sem conseguir se afastar, as mãos de James ainda estavam nos ombros de Lily. Ela olhou para os olhos do rapaz que pareciam estar em uma briga constante o verde brigando com o castanho, lutando para saber quem ganharia, dando-lhes uma incrível cor castanho-esverdeado, seu olhar percorreu o rosto dele, passando pelo nariz bem desenhado e chegando aos lábios finos, ela imaginou se eles seriam quentes ao toque, se seriam macios contra os seus. Um rubor subiu às bochechas da ruiva e ela sentiu sua boca surpreendentemente seca, Lily molhou os lábios e viu com fascínio James engolir em seco, uma rápida olhada em seus olhos e ela percebeu que o olhar do rapaz estava totalmente concentrado nos lábios dela.

Lily percebeu que o beijo seria inevitável, eles estavam caminhando para isso, e não com surpresa ela percebeu que queria isso, que ansiava por isso, todo o seu corpo lhe dizia isso.

As mãos de James deslizaram lentamente pelo corpo de Lily, a direita segurando a sua nuca e a esquerda se posicionando em sua cintura, a puxando para mais perto dele.

O coração de Lily parecia uma bateria de escola de samba em seus ouvidos, ela não ficaria surpresa se James também o estivesse ouvindo.

— E o que você vai fazer, quando esse dia chegar? – Lily perguntou sua voz era quase um sussurro.

— Isso. – Ele respondeu com a voz rouca.

Lentamente como se não quisesse assustá-la, ele foi aproximando o rosto do dela, Lily sentia a respiração dele contra seu rosto, os lábios dos dois pareciam dois imãs se atraindo, ela fechou os olhos em sinal de rendição e James acabou com a distância entre os dois.

Quando James a beijou Lily sentiu alívio, todo seu corpo estremeceu de alívio, como se ele ansiasse a muito por isso.

A sensação dos lábios de James contra os seus provocou uma série de arrepios em Lily. No começo ele a beijou lenta e suavemente, como se quisesse prolongar o momento como se não tivesse pressa para acabar, mas depois quando os dedos famintos do rapaz encontraram a pele arrepiada na base das costas de Lily, o beijo se tornou mais intenso.

Aquele beijo era a expressão de toda a paixão, desejo e necessidade que o rapaz sentia por ela, e todo o desejo reprimido que Lily tinha por ele, o corpo de Lily ardia por ele, sua boca ansiava por seus beijos antes mesmo de ela saber, e agora todos esses desejos estavam sendo demonstrados.

As mãos de Lily não ficaram paradas, a mão esquerda da ruiva foi parar na nuca do rapaz, seus dedos se infiltrando nos fios macios do cabelo do maroto, se enrolando nele e provocando arrepios no rapaz, sua mão direita apertava o ombro dele, um pedido silencioso por mais, para que ele não parasse.

Os dois estavam tão próximos, os corpos tão colados quanto possíveis se encaixavam perfeitamente, seus corações batendo no mesmo ritmo, suas bocas se movendo em harmonia, o corpo de Lily ondulava em direção ao de James e ele apertava ela mais contra ele, cada vez mais.

Quando os dois se separaram foi contra a vontade deles, foi só quando não conseguiam mais respirar. A mente de Lily estava completamente vazia, ela não sabia onde estava, qual era seu nome tudo o que ela conseguia pensar era em como era bom a sensação dos lábios de James Potter nos seus.

Eles continuaram abraçados enquanto a respiração e os batimentos cardíacos deles se acalmavam. James afundou a cabeça nos cabelos ruivos dela que cheiravam a frésias, ela acomodou o rosto na curva do pescoço dele que cheirava com o perfume masculino e amadeirado dele.

Quando se separaram o corpo dela reclamou pela ausência do calor do corpo dele e Lily estremeceu, com apenas um beijo ela tinha ficado viciada em James Potter. Ela olhou para o rapaz e os olhos dele brilhavam como estrelas, ele estava completamente descabelado e com o sorriso torto nos lábios vermelhos, aquele sorriso que ela antes achava irritante, mas que agora percebia que era por adora-lo, ela adorava tudo naquele maroto, mas nunca teve coragem de admitir nem para si mesma.

Percebeu a dimensão do sentimento que sentia por ele, e teve medo. Ela deu alguns passos para trás assustada pela descoberta, mas James não deixou ela ir muito longe, ele a abraçou de novo e Lily relaxou.

— Do que você tem medo Lily? – Ele perguntou suavemente.

— Eu amo você. – Ela disse choramingando.

— E como isso pode ser algo ruim? – Ele disse e pela sua voz dava para ver que ele sorria.

— Porque é assustador estar tão ligado assim a uma pessoa. – Ela disse com a voz abafada pela camisa dele. – Principalmente se você passou a vida achando que odiava a pessoa.

Ele fez com que ela olhasse para ele seus lábios estavam esticados por um sorriso.

— Lily... Nós somos perfeitos um para o outro, você não é mais aquela garota e nem eu sou mais aquele garoto. – Ele disse sorrindo e passando os dedos suavemente pelo cabelo dela. – Nós mudamos, somos pessoas melhores, vamos deixar o passado no passado e viver o futuro.

Parecia tão fácil, tão irresistível que ela apenas o abraçou e os dois se beijaram de novo.

— Você realmente achou que eu ia deixar você escapar depois de admitir que me amava? – James perguntou mais tarde quando os dois estavam sentados abraçados no sofá perto da lareira.

— Depois de me beijar daquele jeito a única coisa que você podia fazer era virar meu namorado mesmo. – Ela disse risonha. – Sinto que nunca mais serei a mesma.

— Nós estamos namorando? – Ele perguntou com os olhos brilhando de felicidade.

— O que você achou? Que poderia tirar minha inocência e ficar tranquilo? – Ela perguntou divertida. – Você obviamente não conhece o senhor Jonh Evans.

Os dois riram, James deu beijo nos cabelos dela e de olhos fechados ainda abraçado a ela encostou o nariz na bochecha de Lily, o maroto suspirou e disse com a voz rouca:

— Eu te amo Ruiva.

— Eu também te amo James.

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Fim.


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Notas finais do capítulo

Então...
Espero que tenham gostado...
Se você gostou deixe um comentário, vou ficar muito feliz. Se não gostou comente também críticas são bem-vindas.
Beijos e até a próxima!
Au revoir!