Second Chances escrita por Mares on Mars


Capítulo 33
Confronting


Notas iniciais do capítulo

Uma explicação antes de vocês começarem a ler: acho que vocês já perceberam que essa fanfic ignora completamente Guerra Civil certo? Então, pra uma certa parte desse capítulo eu usei referência de hqs, então por favor, não me julguem, e se quiserem saber mais sobre o tal plot da hq, é só me perguntarem por msg ou pelo tt que eu explico pra vcs (se vcs não pegarem a referência, ela tá lá no finalzinho, na explicação da May okay?). Titia ama vocês!!!!



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Não demorou para que eles chegassem no carro, e assim que o fizeram, Phil ajudou Melinda a entrar e fez uma careta quando ela assoviou de dor ao prender o cinto de segurança. Durante todo o percurso para casa, o diretor sentia-se fervendo de vontade de perguntar o que acontecera, e aonde ela estivera nos últimos dias, mas ele sabia que seria inútil e preferível ter essa discussão quando ela estivesse remendada e medicada. Assim que chegaram na base, Phil estacionou o carro em frente a entrada mais próxima da enfermaria, e sem esforço algum, pegou a mulher no colo, que estava quase vomitando por causa do balanço do carro.

— Você vai ter que me explicar tudo isso – ele ameaçou e seguiu Simmons até o leito da enfermaria que a mulher indicava, carregando Melinda com firmeza em seus braços. A cada passo, ela gemia de dor e o homem, embora estivesse já com muita raiva, sentia medo por ela.

— Senhor, eu preciso de uns minutos a sós com ela, pra saber o que foi machucado e fazer os curativos – a cientista disse assim que ele pousou a chinesa na maca rígida.

— De jeito nenhum, eu quero ver o quão ruim foi o estrago – ele negou-se imediatamente e encostou-se na parede ao lado da maca.

— Phil, por favor – Melinda pediu, com a voz fraquinha, e Simmons sabia que a qualquer minuto ela poderia muito bem desmaiar devido a dor.

— Não Melinda, eu fico – insistiu e Simmons afastou-o da maca, abrindo espaço para que ela pudesse começar a trabalhar. A primeira coisa que a doutora fez foi retirar os óculos aviador que May usava, e sentiu uma torção no estômago ao ver o quão roxo e inchado estava o olho direito da mulher. Além do hematoma, havia um corte na sobrancelha, que pelo o que Simmons podia ver, fora costurado rapidamente, somente para impedir que sangrasse muito, mas agora algumas gotas de sangue já começavam a vazar.

— Senhor, já que vai ficar aqui, pode me ajudar... Eu tenho algumas gazes na segunda gaveta, eu preciso delas e de uma tigela com água – pediu calmamente e o homem fez como ela pediu, desaparecendo atrás de algumas cortinas e voltando um minuto depois com uma tigela de alumínio cheia de água e alguns pacotes de gazes. Rapidamente Simmons abriu um pacote de gaze, mergulhou um pedaço do tecido na água e começou a limpar o rosto da chinesa. O processo durou alguns minutos, e ao terminar, uma grossa camada de maquiagem fora retirada e agora a doutora podia ver os diversos pontinhos arroxeados sobre a bochecha direita da mulher, e um corte não muito fundo no lábio superior. Era óbvio que a lesão fora causada por um soco, deferido por alguém com o dobro do tamanho de Melinda, levando em consideração que todos aqueles machucados foram causados pelo o mesmo golpe – Certo, aqui eu vou precisar abrir os pontos da sobrancelha e refazê-los – disse a si mesma, tomando uma nota mental, e em seguida, mudou-se para começar a avaliar o resto do corpo de Melinda, que agora estava meio acordada, mas extremamente grogue, graças aos 4 analgésicos que tomara antes da apresentação de Eleanor e que agora começavam a fazer efeito. Com a ajuda de Phil, Simmons conseguiu remover a blusa de mangas longas que a chinesa usava e em seguida a calça jeans – Merda ... – a médica xingou ao olhar a completa extensão do corpo da mulher e Phil sentiu o impulso de socar alguma coisa. Sobre todo o estômago de Melinda havia uma mancha arroxeada e um pouco inchada, e após apalpar por alguns segundos a região das costelas, Simmons concluiu que haviam duas quebradas. No braço esquerdo da mulher havia um hematoma com o perfeito formato de uma mão masculina muito grande e um inchaço sobre o cotovelo. Ao mudar-se para examinar as pernas, a médica soube quase imediatamente que o tornozelo direito estava torcido. Mas a pior parte era a panturrilha esquerda, que estava quase por completo em uma cor muito escura e muito fria – Senhor, eu acho melhor você sair daqui agora – avisou com um pouco de receio, mas o diretor continuou a se recusar – Eu falo sério, isso não vai ser bonito – insistiu.

— Eu fico e ajudo – Coulson rebateu na mesma hora e Simmons suspirou derrotada. Rapidamente, ela foi até o armário onde guardava seus instrumentos cirúrgicos e de lá tirou um bisturi.

— O suprimento de sangue da perna dela foi comprometido, eu preciso fazer duas incisões na perna para que tudo volte a ficar bem – ela explicou superficialmente e Phil sentiu um frio na espinha ao pensar no que poderia acontecer caso o procedimento não fosse feito – Eu não posso anestesiar a região porque eu preciso que o fluxo de sangue volte a funcionar, então você vai precisar segurar ela, porque se ela se mexer um pouquinho pode dar tudo errado – pediu com firmeza e ele assentiu. Com um movimento delicado, ela estendeu completamente a perna de Melinda, e Phil posicionou as mãos sobre o tornozelo e a coxa da mulher, mantendo toda a região da panturrilha exposta. Assim que Simmons começou a pequena incisão de apenas 3 centímetros do lado direito, May, que estava quase desmaiada, soltou um grito agoniado e fez força para mover a perna, fazendo com o diretor redobrasse a força usada para mantê-la imóvel – Okay, essa foi a primeira – a médica anunciou e respirou fundo, antes de começar a segunda incisão, de 6 centímetros no lado esquerdo da panturrilha da chinesa, que voltou a gritar em agonia. Quando ambos os pequenos cortes foram feitos, e Melinda definitivamente desmaiou graças a dor, Simmons começou a massagear a região, fazendo com que um sangue grosso e escuro saísse da perna machucada da chinesa, e continuou a fazer isso até que o sangue expelido fosse limpo.


Horas depois, quando todos já haviam voltado para a base, Simmons declarou que Melinda estava bem, e acordara há pouco minutos.

— Eu dei pontos em todos os cortes, engessei o tornozelo torcido, imobilizei as costelas e dei alguns remédios para ela não sentir tanto dor – explicou calmamente em frente a toda a equipe, que haviam ficado chocados ao saber de todos os ferimentos da agente, e agora ansiavam por respostas – E senhor, ela quer ver você – disse em seguida, dirigindo-se a Coulson, que assentiu bruscamente e saiu da sala de estar, indo direto em direção a enfermaria. Assim que chegou ao leito onde a chinesa repousava, avaliou-a por um segundo em silêncio, antes de anunciar que estava ali.

— Oi – ele disse com a voz baixa e contida, tentando não deixar escapar nem um pouquinho de sua fúria em sua voz.

— Oi – ela respondeu após abrir os olhos para encará-lo. Havia uma bandagem sobre sua sobrancelha direita, e um pouco de pomada cicatrizadora em seu lábio superior, mas o hematoma estava completamente exposto, e o sangue de Coulson fervia.

— Simmons disse que você vai ficar bem – declarou sem nenhum pingo de emoção em sua voz e Melinda sorriu satisfeita – Eu venho ver você depois, pra ter certeza disso – disse em seguida e virava-se para ir embora quando ela chamou-o de volta.

— Phil, tem alguma coisa errada? – perguntou, mal se dando conta do motivo da frieza do homem, afinal, a quantidade de analgésicos que Simmons havia dado estava afetando seu julgamento.

— Tem, mas eu não quero falar sobre isso agora – rebateu imediatamente – Eu vou ver como as crianças estão – anunciou por fim e sem mais nenhuma palavra, saiu da enfermaria.



Foram quatro dias até que Simmons declarou que Melinda podia sair de seu leito a e mudar-se de volta para o quarto, e que ela poderia andar pouco e com ajuda de bengalas, sem apoiar muito a perna machucada no chão. Foram quatro dias que Phil não foi nenhuma vez até a enfermaria para ver se a mulher estava bem, e que ele passara exclusivamente com Lucy e Eleanor, que perguntava sem parar sobre a mamãe. Ele contara para a menina sobre a mamãe estar machucada, mas não permitiu nenhuma vez que ela fosse até Melinda, pois sabia que seria um tanto traumatizante para a pequena. No sábado a tarde, quando Fitz ajudou Melinda a sair da enfermaria apoiada em bengalas, Eleanor foi a primeira a gritar de felicidade ao vê-la e se conteve para não pular no colo da mãe. Assim que a mulher estava bem acomodada no quarto que dividia com Phil, Eleanor se aconchegou a seu lado e fez milhões de perguntas sobre os machucados.

— A mamãe vai ficar bem Eleanor – Phil disse friamente, assim que entrou no quarto e viu as duas na cama – Por que você não vai lá na cozinha e ajuda a tia Yoyo a fazer o jantar, ela disse que vai te ensinar a fazer uma comida colombiana – sugeriu em seguida e a menina concordou, dando um beijinho no rosto da mãe e saltitou para fora do quarto. O diretor fechou a porta atrás de si assim que a filha saiu, e observou em silêncio a mulher.

— Você não foi me ver ... – ela comentou tranquilamente e ele interrompeu-a imediatamente.

— Para – disse com um tom ríspido e Melinda quase encolheu-se ao perceber que ele estava realmente irritado.

— Phil, eu posso explicar ...

— Então me explica – pediu com o tom elevado e aproximou-se da cama – Me explica por que você mentiu pra mim, sumiu por três dias, não deu nenhuma notícia e volta pra casa toda arrebentada ... Você quase perdeu sua perna, sabe disso? – agora ele quase gritava e a mulher abaixou a cabeça.

— Phil, me perdoa – pediu com a voz fraca, sentindo-se estúpida por não ter dito a verdade para ele antes.

— Eu não quero que você me peça desculpas, eu quero que você me diga o que aconteceu... Eu liguei pra sua mãe, ela disse que não fazia a menor ideia de onde você estava – gritou, acenando fortemente e o tom de voz do diretor fez com que Melinda se estressasse.

— Não grita comigo – rebateu, em voz muito baixa e ele parou de falar, ofegante – Se você quer ouvir o que eu tenho a dizer você vai ficar quieto e me escutar. Se você quiser continuar gritando, eu posso sair daqui agora mesmo e você grita com as paredes – disse em seguida, ainda mantendo o tom baixo e Phil olhou-a irritadamente, antes de puxar uma cadeira e sentar-se de frente para a cama, onde ela se ajeitou até chegar em uma posição confortável.

— Começa a falar – ele pediu, com as mãos trêmulas em cima dos joelhos.

— Aquela mensagem que eu recebi semana passada era da Nat – começou e imediatamente, tudo pareceu tomar um novo rumo na mente do diretor – Ela pedia pra eu ligar pra ela, e dizia que precisava de mim com urgência. Eu liguei pra ela logo depois, e ela implorou que eu fosse até Nova York, e pronta para ir com ela em um trabalho. Foi por isso que eu fui tão rápido, ela parecia em pânico e quando eu cheguei em Nova York ela me entregou uma papelada enorme... Ela rastreou alguns ex agentes da Sala Vermelha, e ela tinha uma trilha quente de um antigo mentor dela – explicou lentamente, avaliando se deveria prosseguir.

— Um antigo mentor dela? O que ela queria com um antigo mentor? – perguntou, ainda fervilhando de raiva.

— Ela cruzou com ele quando a SHIELD caiu, ele estava lá ... Nós já ouvimos falar dele – prosseguiu, e hesitava em falar o restante da história – Lembra do homem que Fury disse que atirou nele?

— Vocês foram atrás do Soldado Invernal? – nesse momento, Phil levantou-se em um salto, sentindo a necessidade de bater em alguma coisa – Melinda, isso é loucura – gritou.

— A Nat vem procurando por ele há dois anos, junto com o Capitão ... Ele treinou ela na Sala Vermelha, e pelo o que a Nat falou, agora com o a queda da Hydra, ele não responde mais aos comandos de ninguém, e você lembra de toda a história sobre ele ser o amigo do Steve – explicou superficialmente e após um suspiro longo, pois uma pontada de dor surgiu em seu estômago, prosseguiu – Ela encontrou um sinal dele no radar, 20 minutos antes de me mandar a mensagem, mas ela não podia ir sozinha, e o Capitão estava em alguma missão com o Stark, ela precisava de mim ...

— E então você foi, mentindo pra mim que ia fazer alguma coisa pra tua mãe...

— Eu não podia falar nada pra você!

— É claro que podia!

— Não! Se eu falasse, você não ia querer que eu fosse, você ia fazer de tudo pra eu ficar, porque eu sei que você não quer que eu corra riscos, mas é isso o que eu faço, eu corro riscos porque é o meu trabalho.

— Você tem duas filhas agora, e elas dependem de você mais do que dependem de mim! O que eu diria pra Eleanor se você desaparecesse e não voltasse nunca mais?

— Você diria que eu morri, e que eu estava fazendo o que eu me alistei para fazer.

— Mergulhar de cabeça nas missões loucas da Natasha não é o que você se alistou para fazer. Você não é uma Viúva Negra! – nesse momento, ambos os tons de vozes estavam exaltados, e a discussão podia ser ouvida do corredor.

— Não, eu não sou uma Viúva Negra, eu sou a Cavalaria, e eu já fiz coisas muito piores do que caçar o Soldado Invernal! – May gritou em resposta, quase se colocando de pé, e Phil sintou como se fosse um tapa na cara ela se chamando de Cavalaria – Nós encontramos ele, houve uma luta e ninguém se orgulha do que aconteceu, mas ele finalmente se deu conta de quem era a Nat... Eles conversaram por horas no hotel, e estava tudo certo para virmos embora e ele viria junto, começaria uma vida nova com os Vingadores – disse mais calmamente e respirou fundo, sentindo-se um pouco sem ar – Nós fomos atacados ... Estávamos num táxi em Budapeste, indo para o aeroporto, quando um carro enorme acertou o nosso. No início nós achamos que era só um simples acidente mas um cara, um mercenário com certeza, saiu do carro que bateu no nosso e começou a atirar. Nós três tivemos que nos organizar muito rápido para sair dali. Eu tirei o taxista do carro, enquanto a Nat e o Bucky enfrentaram o cara, e quando o motorista tava seguro, eu fui ajudar os dois. O problema era que o mercenário tinha uma parceira, e eu precisei lutar com ela para que os dois tivessem uma chance de vencer o cara. Ela era enorme, e tinha uma força que eu nunca enfrentei antes. Foi ela que fez tudo isso, exceto a perna inchada, isso foi o acidente e eu não tive escolha senão atirar nela... Mas até eu chegar na minha arma demorou um pouco – narrou pacientemente, sentindo um arrepio na espinha ao lembrar do momento em que deu três tiros na mulher, que caiu morta bem a sua frente – Nós não tivemos muito tempo para curar qualquer ferimento, e tivemos que correr para longe dali antes da polícia chegar! No fim das contas, a Nat anulou um protocolo de defesa e roubou um avião para que pudéssemos voltar pra casa, e talvez tenha sido por isso que tudo piorou em mim.

— Você arriscou sua vida por duas pessoas que conseguiriam muito bem se virarem sozinhas – ele começou, com ódio na voz – Você não tem super força, não tem o soro do super soldado e nem foi modificada cirurgicamente para ser mais resistente. Você é só uma pessoa com habilidades de luta ...

— Phil, eles precisavam de mim...

— Não... Não é isso – ele interrompeu-a e deu uma risada sarcástica – Você precisava deles, você precisava de tudo isso o que aconteceu, porque você nunca esteve tão entediada na sua vida – disse de forma venenosa.

— Isso não é verdade! – Melinda rebateu imediatamente.

— É sim... Você diz que não gosta do trabalho de campo, e que tá feliz com a nossa vida agora, mas não é pra isso que você nasceu... – falou lentamente e a chinesa sentia as lágrimas picando em seus olhos, pois mesmo sabendo que ele estava sendo tomado pela raiva, havia certa verdade em suas palavras, pois mesmo amando ser mãe, amava também o trabalho que fazia.

— Sai daqui – ela pediu em um sussurro quase inaudível, e quando ele continuou parado, ela quase gritou: – Sai daqui!


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Dúvidas, queixas, elogios ou protestos, só me deixar um review ou me chama lá na dm do twitter: @marestomars



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