100 VEZES PRAZER​ ​

CAPÍTULO ÚNICO

Mal subiu no tablado e sentiu as costas trincarem, congelarem de apreensão.

Jonathan Wolverton Randall era, quando em sã consciência, um homem muito bem controlado. Porém, esse estado não era implicado em si quando perante a sua pequena obsessão.

O homem, ou garoto aos olhos experientes do comandante, tinha o semblante inexpressivo emoldurado pelos cachos ruivos que lhe cobriam parte do rosto.

Já bem preso à imponente tora de madeira, utilizada somente para fins de tortura, Jamie não oferecia resistência alguma, muito menos perigo.

Randall continuou firme em seus passos, tirando proveito da sensação do chicote em suas mãos a balançar enquanto avançava.

Aquele “palco” era agora exclusivamente seu, seu e dele. Impaciente, movia a mandíbula e levava a língua à bochecha esquerda, tentando manter-se em sua postura quando a serviço do rei.

Sentiu o temor que infligia a seu público, assim como ouvira seus murmúrios e lamentações. Engoliu a seco perante a excitação que mal cabia em si.

Podia prever a cena na qual o objeto em suas mãos desceria em encontro às costas esculpidas a perfeição do Highlander.

Cravou seu olhar afiado no escocês, que diante ao ato não pôde evitar o involuntário encolher de seu corpo.

Black Jack teve então um lampejo de como seria aproximar-se tão íntima e profundamente dele. Os cem passos que daria em direção ao prazer divino.

E assim o fez pela primeira vez, esperando as outras noventa e nove vezes de prazer.