Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra escrita por Glenda Leão


Capítulo 22
Suor de batalha


Notas iniciais do capítulo

Foram muita emoções, mas chegamos ao final do livro 1.
Boa leitura.



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Senti Raava e Vaatu liberando todo o poder que eu quisesse usar, mas por algum motivo não tenho o ímpeto de destruir tudo ao redor, penso nos alunos da escola que ainda podem estar vivos, não posso simplesmente por fogo em tudo sem considerar a vida deles. Suna havia acordado e me lançava um olhar de questionamento. Assenti com um movimento de cabeça, eu tentava ignorar Yuka que ainda pisava em minhas costas.

Suna aproveitou a distração dos dois radicais que deviam vigia-lo e se ergueu em um pulo. Pegou um dos homens pelo braço e puxou com força até arranca-lo, quase que automaticamente antes que o outro pudesse pensar em ataca-lo ele sacou seus machados e os empunhou. Suna cortou seu pescoço com um único e preciso golpe. A cabeça deu cambalhotas enquanto caia e rolava pelo chão. Eu apenas o olhava fixamente transbordando orgulho. Yuka também não tirava os olhos dele, mas por outro motivo.

Yuka apenas fez um movimento com a cabeça e outros radicais correram para tentar conter Suna, eu senti o temor emanando nos olhos deles. Há muito tempo não via a expressão que Suna tem agora no rosto, toda a loucura, a psicopatia. Foi preciso um grupo de cinco radicais para conseguir conter Suna. Yuka empurrou minhas costas mais uma vez e com muita força contra o chão antes de ir em direção a Suna. Ele olhava sorridente pra ela. Yuka se abaixou e pegou um martelo que estava jogado no chão e salpicado de sangue.

— Enquanto eu quebro todos os seus ossos reflita se vale a pena lutar em nome dessa vadia. — Yuka diz para logo em seguida acertar o joelho esquerdo de Suna com o martelo. O ouço urrar de dor, mas logo seu rosto retoma o sorriso.

— Vale a pena lutar, vale a pena matar e vale a pena morrer por ela. — Suna diz e Yuka se descontrola. Suna se prepara para a dor de mais um golpe, mas antes que ela pudesse acerta-lo de novo alguém destruiu a entrada. O tempo parou, prendi a respiração. Tudo aconteceu rápido demais.

Mako surgiu, acompanhado de Kadda, Dao, general Kono, meu pai e Jinora. Mako não perdeu tempo e lançou um raio aos pés de Yuka que foi jogada longe.

— Machuque meu filho de novo e eu vou te fazer sentir uma dor incalculável.

Percebi que ainda estava no chão apenas quando Dao e Kadda correram até mim para me levantar. Eu abri um enorme sorriso ao ver Mako, Kono e Jinora lutando contra todos os radicais que surgiam, eles estão em plena forma. Ouço a voz de Korra em minha cabeça:

“Em momentos assim ter amigos sem duvida é o que você mais precisa.”

Concordo com ela em pensamento. Volto minha atenção para a luta, não consigo imaginar de onde estão saindo tantos radicais. Pergunto para Dao se os alunos estão seguros.

— O irmão de Mako, capitão da guarda de metal Bolin cuidou disso. Assim como você ordenou ninguém mais podia se envolver na luta até que os alunos estivessem seguros. — ele conta a boa noticia sorrindo e pronto para a diversão.

— Otimo. — sinto o fogo fluir dentro de mim não o contenho mais.

Com um rosnado corro até Yuka que pelo que vejo está completamente apavorada enquanto seus radicais são massacrados por quatro pessoas de meia idade. Afastei todos de nós pondo fogo ao nosso redor. Essa luta é minha. Ela parecia tentar clamar por misericórdia, mas eu não vou permitir isso. Vou mata-la e com todo o prazer do mundo, mas não vou fazer uso do fogo pra isso. Quero acabar com ela com minhas próprias mãos. Antes que eu livre o mundo de sua presença falo para que todos ouçam.

— Eu sou o ser mais poderoso do mundo. Eu sou a luz e sou as trevas. Sou a lei e a ordem. O claro e o escuro. Eu sou o bem e eu sou o mal. Eu sou o avatar.

Ela se ajoelha, sei que já desistiu e aceitou sua morte, mas não demonstrarei piedade. Agarro seu pescoço, nunca me senti tão poderosa, sinto que sou capaz de explodir com todo esse poder. Kono, Jinora, meu pai, Dao e Suna estão sendo afastados cada vez mais pela minha onda de fogo, Kadda é o único que continua preso no mesmo lugar protegido pela areia. Sinto as ultimas gotas de vida de Yuka tentando deixar seu corpo.

— Não, ainda não. — eu disse e ela estava em pânico implorando por uma morte rápida e indolor.

Ergui seu corpo acima da minha cabeça, segurei uma de suas pernas com uma mão e continuei com a outra em seu pescoço. Rugindo como um urso ornitorrinco partir seu corpo ao meio.

Mas então em um instante tudo mudou, não era mais os desejos de justiça ou vingança que eu sentia, mas sim loucura. Pendi para o lado de Vaatu mais uma vez. Não posso mais me controlar, não controlo mais o fogo, ele está queimando o prédio inteiro. Não vejo mais meu pai ou qualquer outro a não ser Kadda que tentar caminhar até mim suportando o calor com dificuldade protegido por sua armadura de areia. O corpo de Yuka e de seus radicais foram consumidos pelo fogo e agora só restaram suas cinzas. Estou flutuando com a ajuda de chamas que saem da sola dos meus pés. Kadda chega até mim e toca meu braço em chamas. Me segura pelos pulsos e me puxa para mais perto dele.

— Tara. Por favor, você pode voltar agora... Acabou.

A noite já havia se passado e o sol começava a nascer. Cidade republica parecia um cenário de guerra. Kadda havia conseguido me libertar daquele estado avatar sombrio e agora estamos indo rumo à ilha do templo do ar que sofreu pouquíssimos danos. Estou em estado catatônico. Com explosões no céu, na terra... em todo lugar, a impressão que eu tenho é a de ter vindo parar no inferno. O rio Yue Bay estava completamente cheio de destroços, acho que vi algumas pessoas recolhendo os corpos que boiavam no rio.

Minha cabeça está girando, sinto que assim que dormir não serei mais capaz de acordar. Nunca me senti tão fraca e debilitada como me sinto agora e acho que isso tem a ver com o fato de ter me apoiado em Raava e Vaatu ao mesmo tempo. Kadda passa a mão sobre as queimaduras em meus ombros, não quis ser curada por dominadores de água, queria que elas continuassem aqui pra que não me esquecesse do que as causou.

Kadda é obrigado a me carregar no colo até a enfermaria, não sou capaz de andar agora. Ele me deita em uma cama e logo o lugar é invadido. Meu pai, Jinora, Kono e Dao correm até mim. Não vejo Suna. Kadda disse que Mako o levou para um hospital e que ninguém conseguiu separar ele do filho. De repente todos começaram a falar ao mesmo tempos, felizes e preocupados, angustiados e orgulhosos. Não conseguir suportar mais aquilo, algo em mim repudiava a presença de qualquer pessoa ao meu lado. A aversão a tudo me fez usar o fogo para sair de lá voando. Ninguém teve tempo de reação.

Enquanto sobrevoava a cidade completamente desnorteada pude reparar na confusão em todos os lugares, os corpos mutilados, famílias inconsoláveis. De repente só vi um clarão de luz branco e ofuscante, senti que meus sinais vitais estavam diminuindo aos poucos. Fui obrigada a ir de encontro ao chão antes que despencasse.

Quando tento pensar nisso, entender o porque dessa fraqueza repentina sinto como se estivesse enlouquecendo. Como se alguém tivesse arrancado e comido a minha pele. Estou vagando sozinha e perdida, e não posso fazer nada.


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Notas finais do capítulo

Livro 2: https://fanfiction.com.br/historia/687759/Avatar_A_lenda_de_Tara_Livro_2_Fogo/



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