Regina Mills andava pelas ruas pelas ruas de Storybrooke o mais rápido que podia com um folha de papel na mão. Precisava saber por que diabos Emma a possuía, e como ela a achara.
Regina chegou a delegacia abrindo a porta como um raio. Olhos para todos os lados procurando por Emma.
La estava ela, sentada na sala de interrogatório, olhando para o vazio, como se estivesse em outro mundo.
– Emma? – disse Regina, abrindo a porta.
Emma saltou da cadeira.
– O que esta fazendo aqui?
– Eu preciso falar com você. – respondeu, chegando mais perto, mas Emma se afastou.
– Sobre o que?
Regina tirou a folha de papel do bolso. Quando estava prestes a abri-la, Emma gritou:
– Onde você encontrou isso?
– Encontrei no seu quarto. Eu sabia que estava escondendo alguma coisa. O que isso significa?
– nada, não significa nada!
Emma passou por Regina e alcançou a porta o mais rápido que pôde. Queria correr pra bem longe dali, mas sabia que suas pernas não aguentariam.
– Emma? – Regina olhava para ela, preocupada. – Você pode me contar qualquer coisa.
– Não, eu não posso. – respondeu Emma, tentando se apoiar na parede.
Sem mais forças para continuar em pé, Emma se atirou no chão, criando forças para não chorar. Regina foi logo ate ela, sentando no chão ao seu lado. Emma estava de cabeça baixa olhando para as próprias mãos, seu rosto apenas não tinha expressão nenhuma.
– Emma?
Sem obter resposta, Regina levantou delicadamente o rosto de Emma, de modo que pudesse ver seus olhos. Ao fazer-lhe, uma lagrima partiu direto dos olhos de Emma para a mão de Regina.
Emma segurou a mão de Regina por alguns segundos em seu rosto, olhando nos olhos dela, como se tentasse dizer, apenas com o olhar, o que estava acontecendo.
– Me desculpa. – Sussurrou.
– Pelo que? – Regina chegou mais perto.
– Por não ser o que você achava. – Emma olhou para a folha de papel. – Eu sinto muito mesmo.
– Emma, eu não...
– Você tem que ir embora. Por favor.
Sem saber mais o que fazer, Regina se levantou e caminhou ate a porta. Assim que ela saiu, lagrimas surgiram nos olhos de Emma. Ela chorou ate não poder mais, apenas se perguntando por que era tão covarde de não querer contar logo toda a verdade. Apenas não conseguia.

Não era como se Regina fosse desistir. Ela tentou de tudo. Fez todos os feitiços possíveis para mostrar o que aquela folha tinha de errado. Parecia normal, além do fato que não se lembrava de a ver no livro antes. Regina leu e releu o conteúdo nela escrito muitas e muitas vezes. Não parecia nada. A não ser que aquela folha fazia parte dela. Fazia parte do destino DELA. E se Emma sabia de alguma coisa sobre isso, Regina tinha de saber.
Dois dias se passaram, e tudo continuou na mesma. Regina perguntara a Henry o que Emma andava fazendo.
– Ela esta fazendo tudo normalmente, mas acho que ela esta doente. Não parece muito disposta.
Ate que, então, em uma noite de sexta feira, todos na casa de Emma iriam sair. Ela estaria sozinha. A oportunidade perfeita de confronta-la de novo, pensou Regina.
Já passava da meia noite, quando ela seguiu devagar ate a casa de Emma. Ao chegar na porta, ela pensou em onde os Charmings esconderiam uma chave reserva. Ela olhou debaixo do tapete. Ao encontrar a chave, Regina revirou os olhos, “tão previsível”, pensou.
Ela foi em silencio ate as escadas, apesar de o barulho de seus saltos ser mais alto do que ela pensava. Ao chegar no andar de cima, Regina viu apenas uma luz acesa, no banheiro. A porta estava apenas encostada. Assim que ela a abriu, Regina tomou um susto.
– Emma!
Emma estava sentada no chão, ao lado da pia, com um pedaço de vidro na mão. Um de seus pulsos sangrava sem parar. Sem pensar duas vezes, regina pegou uma toalha e a pressionou contra a ferida aberta. Ela se sentou no chão ao lado de Emma.
– O que você esta fazendo?
Emma a olhou e começou a chorar.
– Me desculpa...
Regina puxou Emma para mais perto e a abraçou o mais forte que conseguira. Ela podia sentir a respiração quente e as lagrimas de Emma em seu pescoço. Emma colocou seus braços em volta da cintura de Regina e apenas ficou ali, sem pensar em mais nada.
Tempo depois, as duas ainda estavam sentadas no chão do banheiro. Regina acariciava o cabelo de Emma, enquanto essa adormecia aos poucos. Muitos pensamentos percorriam a mente de Regina naquele momento. O que levaria Emma a fazer tal coisa? Ela jamais pensou que veria a Salvadora ter um momento de fraqueza como esse.
Regina decidiu se levantar para levar Emma ate seu quarto. Emma foi cambaleando, mas estava consciente o suficiente para saber o que estava acontecendo. Chegando ao quarto, Regina colocou Emma na cama e começou a tirar os seus sapatos.
– Eu... sinto muito – disse Emma, baixinho.
Regina chegou mais perto e sentou ao lado de Emma.
– Eu não sei o que esta acontecendo, mas você sabe que eu estou do lado. – Regina pegou na mão de Emma. – Não sabe?
– Eu sei. – Emma tentou sorrir. – Obrigada por isso.
Regina tirou uma mecha de cabelo de cima do rosto de Emma.
– Poderia ter sido um estrago caso eu não chegasse a tempo. – Brincou.
– É... eu ainda não sei o que você veio fazer aqui... mas que bom que veio. – Emma olhou nos olhos de Regina. – É muito bom que esteja aqui.
Regina corou, e sorriu, um pouco envergonhada. Ela não sabia o motivo dessa reação.
– Você vai ficar bem aqui sozinha?
– Não quero que o Henry ou a minha mãe e vejam assim. – Emma tentou sentar, mas não teve forças para isso.
– Eu posso ficar aqui com você... se quiser
Emma arregalou os olhos.
– Você esta falando serio?
– Claro.
Regina subiu na cama e se sentou ao lado de Emma, colocando a cabeça dela em seu colo.
– Não se preocupe, eu estou aqui.
Emma fechou os olhos e suspirou.
– Obrigada.
Um frio na barriga percorria Emma naquele momento. Ela sabia que Regina não estava sentindo a mesma coisa que ela ali. Quer dizer, isso NÃO ERA possível. Mas talvez, Regina estivesse pensando a mesma coisa em relação a Emma.