Saga Halfmoon escrita por Cyn


Capítulo 6
Cinco




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Joshua Larky

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Joshua

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Eu e Ryan andamos até á Igreja que ficava bem perto da casa. Por isso mesmo a festa seria no quintal da casa de Anthony.

Entramos na Igreja enfeitada toda de branco e vermelho. Vejo minha família no lado direito e a família de Anthony na esquerda. Ao passar por minha avó tento não ser percebida escondendo-me ao lado de Ryan, mas aquela velha tem bom olho!

–Isso é calçado adequado, Deborah?!

Suspiro e viro-me para ela com o maior sorriso falso que conseguia. A mãe de minha mãe era uma mulher magra, uma pose direita, uma típica mulher refilona que reclama com tudo o que não está ao nível dela. Eu sempre a imaginei como uma adolescente cobra rica e mimada.

–Avó Heather! Como está? Que bom que o avião não caiu.

Ryan dá-me uma cotovelada nas costas mas o ignoro. Aquela mulher me odiava e eu a odiava.

–Sempre mal-educada, Deborah. Tua mãe não te soube mesmo ensinar.- Diz com uma careta e reviro os olhos.

–Mãe!- Minha tia Catherina a repreende.

Ela e minha mãe eram bem parecidas. Felizmente, nenhumas delas tinha saído á cobra da mãe delas. Olho meu primo James que me pisca o olho sorrindo. Ele odiava aquela mulher tanto quanto eu.

Sorrio-lhe de volta e olho minha tia.

–Olá, tia.

–Olá, minha querida.- Tia Cathe me sorri.- Onde estão teus irmãos?

–Ainda estão em casa. Devem estar a vir.

Despeço-me deles e vou até á fila onde os pais de Ryan estavam. Pietra e Ivan Bluen eram uns doces de pessoas. Talvez por isso seu filho seja tão frágil quanto aos doces. Sempre me perguntei isso.

Vejo Anthony entrar na Igreja e sorrir para algumas pessoas. Bri entra atrás dele e cumprimenta nossa família. Anthony se coloca no topo da Igreja e vejo Bri me chamar para ir para lá. Despeço-me de Ryan e seus pais e me coloco ao lado de Bri.

Olhava a Igreja sem muito interesse. Meus primos conversavam animados. Minha família tentava calá-los. Nada de interessante. Meus olhos desviaram-se sozinhos para um grupo de rapazes que entrava agora na Igreja. Franzi minha testa quando vi que eram os rapazes de tronco nu. Só que agora, bem vestidos. Quer dizer, não estavam tão elegantes como a minha família, mas pelo menos não estavam de tronco nu. Todos vestiam calças jeans e camisolas finas de cores escuras.

Engoli em seco quando vi um deles cotovelar um rapaz de camisola preta e apontar para mim. Quando ele me olhou senti minhas pernas fraquejar. Estou a ficar doente?

Seus olhos eram tão escuros que me perdi neles, mesmo naquela distância. Seus cabelos eram curtos mostrando seu rostos rígido e forte. Sua pele era bem morena como todos os de La Push.

Mas que porra! Controla-te, Deborah!

Desviei meus olhos para minha família de novo sentindo meu coração ficar louco. Estúpido.

Pelo canto do olhos os vi andarem até ás filas do meio da família de Anthony. Realmente, Anthony dava-se com pessoas estranhas.

–Alguém viu Joshua?- Ouvi Bri perguntar e a olhei.

–Ele não estava convosco?- Anthony pergunta aproximando-se.

Bri nega e me olha.

–Pensei que ele tinha vindo contigo e Ryan.

Nego com a cabeça.

–Ele não está com vossa mãe?

–Mãe apenas ficou com sua mãe e seu pai.- Bri responde a Anthony.- Não vi Joshua no quarto dele, então pensei que ele tinha vindo já.

Nessa hora, a mãe de Anthony, Valkyria, entra e anda até nós sorrindo. Ela era uma mulher bela, e diferente de minha avó, amável. Seus cabelos castanhos estavam presos num coque e seus olhos pretos reluziam felicidade por seu filho. Ela tinha uma aparência parecia a de todos os que viviam em La Push. Pele morena e olhos levemente puxados. Vestia um vestido vermelho simples.

–Marleen está pronta.

–Joshua não veio convosco?- Anthony pergunta acabando com o sorriso da mãe.

–Não, ele não estava em casa. Pelo menos, não o vimos. Não sabeis dele?

Os 3 negamos e vejo Anthony suspirar preocupado levando a mão direita aos cabelos. Tia Cathe anda até nós e coloca a mão no meu ombro.

–O que se passa?

–Joshua despareceu, tia.- Bri responde preocupada.

–Joshua? Oh meu Deus. É melhor alguém ir procurar por ele. Marleen não fará o casamento sem ele. Conheço bem minha irmã.

–Catherina tem razão.- Anthony diz e me olha.- Importas-te de ir procura-lo, Deborah?

–Não. Volto já.

Ele assente e eu corro para fora da Igreja. Até fiquei feliz por poder respirar um pouco antes. Vi minha mãe vestida de noiva parada na entrada com o pai de Anthony, Daniel, ao lado. Ela me olhou e seu sorriso parou.

–Deb? O que fazes cá fora?

–Joshua despareceu. Vou ver se o encontro. Não te preocupes. Eu encontro-o.- Prometi antes de correr de volta para minha casa.

–Josh!- Chamei mal abri a porta.- Joshua! Joshy! Aparece, mano!

Procuro na cozinha, no seu quarto e nada. Suspiro olhando pela janela com as mãos na cabeça.

Onde está, Joshy?

Aproximo-me da janela do seu quarto ao ver algo mover-se na floresta. Franzo a testa ao ver que era uma gravata preta num galho.

Corro para fora da casa e tiro a gravata. Aperto-a antes de correr pela floresta.

–Josh! Josh, sou eu! Aparece! Por favor.- Paro um pouco e respiro controlando meu coração.- Joshua!

Ando um pouco olhando em volta. Aquilo era tanta árvore que me metia confusão. Vi um corpo encolhido debaixo de uma árvore e sorri.

–Joshy.

Corro até ele e ajoelho-me á sua frente. Acaricio seus cabelos e ele levanta a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos pelo choro. Sua camisa toda amaçada e não havia sinal de seu casaco.

–Joshy, o que aconteceu? Estão todos preocupados. Porque desapareceste assim?

–Eu não quero, Debby.- Meu irmão chora e sinto meu coração apertar.- Eu não quero ir naquele casamento. Não quero outro pai!

–Ei, quem disse que terás outro pai? Anthony nunca será teu pai. Ele é apenas o novo marido de mamãe. Teu pai sempre será aquele homem radiante e feliz com a vida que conheceste, Joshy. Thomas Larky sempre será o nosso pai. Não tens que te preocupar com isso. Anthony apenas será teu pai, se assim o quiseres. Ele não ficará chateado contigo se não quiseres. Desde que o aceites na vida da mamãe.

–Mas eu tenho medo, Deby. Tenho medo de esquecer o pai.

–Joshy…- Sussurro antes de o puxar para mim e o abraçar. Beijo sua cabeça e inspiro o ar gelado da floresta.- Tu nunca o esquecerás. Ele está gravado permanentemente em ti. Ele faz parte de ti, Josh. E se alguma vez o esqueceres…- O faço me olha e seguro seu rosto entre minhas mãos.-… eu juro que te bato até te lembrares quem é teu verdadeiro pai.

Ele ri um pouco e sorri-o beijando sua testa.

–Foi só por isso que fugiste?

Ele nega e enxuga a cara com o braço.

–Não consegui atar essa estúpida gravata também!- Ri-o e ele sorri mas seu rosto volta a ficar sério e ele olha para o chão.- Um rapaz da minha escola tirou-me o boné que papai me deu. Era a única coisa que tinha dele.

Sua voz é tão frágil que meus olhos molharam.

–Era por isso que estavas tão estranho?

Ele assente e sorri-o.

–Acho que tenho uma solução. Anda comigo.- Levanto-me e estendo-lhe a mão que ele pega com gosto.

O puxo para mim e o abraço andando de volta para a casa. Antes de entrarmos vejo minha mãe nos olhar da porta da Igreja preocupada. Peço-lhe cinco minutos com os dedos e ela assente mais aliviada.

Levo Josh até meu quarto e ele se senta na cama enquanto eu procuro a coisa mais preciosa que eu tinha. Ela estava guardada numa caixa com várias fotos de mim e meu pai. Vou até Joshua e sento-me ao seu lado entregando-lhe o boné dos Chicago Bull. Aquele boné tinha sido de meu avô antes de ser de meu pai e então meu. Meu avô tinha feito parte da equipa.

O boné era preto com um touro laranja na frente. Não valia nada, mas era muito importante para mim.

–Agora é teu.

Josh arregala os olhos e me olha chocado.

–Mas foi do avô! O pai to deu a ti.

–Eu sei, mas acho que precisas mais dele que eu. Quem sabe, talvez o dês aos teus filhos depois.- O empurro pelos ombros e ele sorri pegando no boné com cuidado.

–Fixe! Obrigada, Deb!- Meu irmão me abraça e ri-o despenteando seus cabelos.

–Mas…- Acrescendo o afastando para me olhar.-.. se te atreves a deixar que te tirem esse boné também, eu mato-te Joshua Larky! Estás a ouvir-me?

–Sim! Podes ficar descansada, Deb.

–Ótimo, agora vamos arranjar-te porque não podes entrar na Igreja nessa figura.

Vamos para seu quarto e componho sua camisa antes dele ele vestir o casaco.

–Estou com fome.

–Não tomaste o pequeno-almoço?- Ele nega.- Bom, vais ter de esperar um pouco. E não te preocupes, vais ter bastante comida para provar. Especialmente doces.

Ele sorri satisfeito e acabo de pentear seus cabelos.

–Tenho mesmo de usar a gravata?- Pergunta com uma careta e sorri-o mandando-a para qualquer lado.

–Acho que ninguém repara.

Ele ri e coloca o boné na cabeça. Saímos de casa e corremos até á Igreja. Assim que nos vê, minha mãe olha para Joshua com pena abaixando-se até ele.

–Josh, sabes que te amo, né, meu amor?

–Claro que sei, mãe! Também te amo e estás linda já agora.

Ela ri e o abraça com força. Josh a beija no rosto antes de andar até á porta. Minha mãe segura minha mão e aperta-me sorrindo-me agradecida. Sorriu para Daniel que me sorri de volta.

Abro a porta de madeira e entro com Joshua. Todos os olhares se viram para nós e vi meu irmão andar como se não visse ninguém e fosse o rei do mundo. Sorri para isso. Ele era um Larky, afinal.

Chegámos á frente e coloquei-me ao lado de Bri. Anthony se ajoelhou e olhou Joshua.

–Tudo bem, campeão?

–Tudo. Agora despacha isto porque estou com a fome.

Anthony ri e eu sorri-o.

–É para já, campeão.

Joshua aproxima-se de mim e seguro seus ombros. A marcha nupcial começa e minha mãe entra na Igreja sorrindo. Josh tinha razão, ela estava linda.

–Aquele não é o boné do avô?- Bri me sussurra olhando o boné na cabeça de Josh.

–É.

–Deste-lho?- Pergunta espantada e dou de ombros.

–Ele precisa mais dele que eu.


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