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Mudança de Plano 

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Uma semana. Se tinha passado uma semana desde que chegámos a Forks. A rotina era sempre a mesma. Escola, casa, casa escola e algumas vezes, Alex nos obrigava a ir caçar. O que era nojento! Eu odiava ter de o fazer. 

O sabor do sangue era horrível! Eu não tinha noção de como eles conseguiam. Alex tinha encontrado uma solução prática para isso. Ele conhecia alguém que tinha colocado sangue animal em pequenos pacotes de sumo. O sabor ainda era horrível, mas não parecia tão nojento. 

Ele tinha conseguido isso para mim quando eu vomitei umas 5 vezes seguidas e mal me tinha conseguido alimentar. Mas, a carga ainda não tinha chegado, então eu e Max era-mos obrigados a enfrentar aqueles pobres animais. 

—Eu já disse que odeio isto?- Pergunto limpando minha boca com uma careta. 

Eu quase podia sentir o sangue escorrer por minha garganta.  

Deus, é horrível! 

O pequeno urso que me encarava com aqueles olhos grandes de certeza que concordava comigo. 

—Só umas 7 vezes hoje.- Crissy diz largando o seu urso e levantando-se com um sorriso satisfeito. 

—Odeio isto.- Digo de novo. 

—Só mais um pouco, pequena. Precisas estar bem.- Alex me diz e prendo minha respiração antes de voltar a esconder meu rosto no pelo do pobre ursinho. 

—Dupke´s. 

Consegui ouvir enquanto tentava não respirar e largo o ursinho que foge para bem longe. Sento-me no chão tentando fazer com que o sangue desça. Limpo minha boca olhando os lobos. 

—Lobos.- Alex diz chegando-se á frente. 

—Viestes supervisionar-nos? Vossa confiança em nós é honrosa.- Crissy diz com um sorriso de desdém. 

—Pensei que já estávamos esclarecidos.- Isa diz ignorando o comentário de Crissy como todos os outros. 

—Um de vós atravessou a fronteira.- O líder fala. 

—Impossível.- Alex diz, confuso.- Nenhum de nós saiu daqui. Eu e Isa apenas saímos para o trabalho. Hannah e Max para a escola.  

—Eu fui fazer compras uma vez!- Crissy fala.- Mas fui a Port Angeles. Aqui não há nada de jeito. 

—De certeza?- O líder fala nos observando com cuidado. 

Alex, Isa e Criss assentem enquanto eu ainda tento forçar o sangue a descer. Parecia que a qualquer instante ele sairia porta fora. 

—Nojento! 

Olho para trás e vejo Max andar até nós com Elle que tinha um sorriso maldoso nos lábios. Max tinha a camisola verde-clara repleta de sangue e havia um rasgo em seu peito. Eu conseguia sentir o sangue dele. Ele parecia saído de um filme de terror. Mas eu não podia julga-lo, minha figura era idêntica. 

—Vou precisar de um quilo de doces para acabar com este sabor. 

—O que aconteceu?- Isa pergunta aproximando-se alarmada olhando o corte no peito de Max. 

—Ele pensou que um leão se comporta-se como um urso.- Elle diz cruzando os braços ainda com seu sorriso maldoso. 

—Aqueles filhos da mãe têm garras afiadas!- Max diz com cara de assustado e ri-o um pouco apertando meu estômago. 

—Foi pena ele não ter acabado contigo.- Crissy diz e Max lhe faz uma careta. 

—Nós matemos nossa palavra.- Isa diz voltando-se de novo para o lobo.- Nenhum de nós passou para o vosso lado. A última coisa que queremos é problemas. 

—Mas um dos vossos passou para as nossas terras!- Um rapaz de cabelos castanhos fala se aproximando. Havia raiva na voz dele. 

—Ethan!- O líder adverte, mas nada parecia que ia acabar com o olhar de raiva no lobo. 

—Talvez haja mais alguém em Forks.- Isa diz abrindo os braços.- Nós não fomos. 

—Talvez seja um vampiro com sede de vingança.- Crissy diz com um ar assustador. 

Era suposto ser uma brincadeira, mas vi a cara dos lobos ficar em choque. Completamente paralisados. 

—O que aconteceu? Os lobinhos meteram-se em encrencas?- Max pergunta.- Eu posso ajudar. Sou perito em sair de encrencas. E sou ainda melhor a enfiar-me nelas. 

—Cala-te, idiota!- Crissy fala. 

—Desculpem. Acho que já sabemos quem é.- O líder fala olhando os outros. 

—Apenas estava a proteger os seus.- Alex fala e o líder assente suspirando. 

—Há algum problema com esse vampiro? Podemos ajudar também.- Isa diz. 

—Sim, á tempos que não nos divertimos.- Max diz e reviro os olhos com Crissy. 

—Não precisamos de sanguessugas nojentos que podemos matar em segundos.- A mulher fala com raiva e sinto minha família rosnar. 

—Mãe!- Uma voz grossa diz e sinto todo o sangue que continha sair com uma força louca! 

Tusso até sentir minha garganta reclamar. Meus olhos lacrimejaram um pouco com o esforço. Sinto a mão de Max nas minhas costas e todos os olhares em mim. 

Boa. Passar vergonha é meu passatempo favorito! 

—Ela está bem?- Oiço aquela voz grossa perguntar e meu coração acelera um pouco. 

—Pequena?- Alex me chama erguendo meu rosto delicadamente. 

—Já foi.- Digo aliviada, mesmo sentindo minha garganta queimar. 

Deito-me no chão suspirando, mais leve. 

—Acho que agora caia bem um grande copo de coca-cola e um bolo de 6 camadas, hem?- Max me diz e ri-o um pouco o olhando. 

—Se tiver cobertura, és meu ídolo!- Digo e ele ri apoiando-se no braço. 

—Ela vomitou…sangue?- Oiço o Líder perguntar e os olhos sem sair do chão. 

—É, ela… não gosta lá muito de sangue.- Isa diz me olhando com uma ruga de preocupação. 

—Eu pensei que todos os vampiros precisavam de sangue. Híbridos ou não. 

—E precisam. Mas Hannah não gosta lá muito do sabor. 

—E com razão!- Max diz me apoiando.- É horrível! Como vocês conseguem? Sangue humano é bem melhor. 

Meu corpo treme e me sento. O pior, era que nem sangue humano caia em meu estômago. Só o cheiro, o sabor e saber que era uma vida ali, me dava voltas na barriguinha. 

— É proibido caçar humanos aqui!- A mulher rosna olhando Max com raiva, mas meu irmão apenas dá de ombros sorrindo. 

—É. Eu sei. Porque acha que eu lutei com um leão da montanha? 

—Porque és idiota.- Crissy fala como se fosse óbvio e Max lhe deita a língua de fora. 

—Max não irá ferir ninguém.- Alex diz vendo o rosto furioso da mulher.- Ele tem controle e não necessita de tanto sangue como um vampiro normal.  

—Eu apenas me habituei ao sabor doce do sangue humano. Sempre me caí melhor que o de animal. Mesmos ainda sendo nojento. 

—Cala-te, Max.- Crissy ordena e Max sorri olhando os lobos. 

—Eles não se descontrolaram?- O líder pergunta apontando para mim e Max com a cabeça. 

—Nós somos os seres mais controlados do planeta!- Max diz. 

—Quando eu digo, “cala-te” o que tu ouves?- Crissy pergunta e Max ri. 

—Blá, blá, blá. 

Ri-o um pouco, mas logo paro quando Crissy faz Max arder me queimando um pouco também. Ambos nos levantamos e assopro em minha camisola. Era uma vez uma linda camisola. 

—Ei! 

—Caralho, garota. Isso queima, sabias?- Max diz irritado abanando a camisola. 

Crissy sorri cruelmente para ele e então me olha. 

—Desculpa, Hannie. Não era para te atingir a ti. 

—Tudo bem. Mas ficas a dever-me uma camisola. 

—Na boa. 

—É melhor vocês ireis vos vestir. Ides chegar atrasados á escola.- Isa nos diz. 

—O último a chegar é um vampiro podre.- Max diz e no segundo seguinte já desapareceu. 

—O quê?- Pergunto e então bufo virando-me para sair dali.- Odeio quando ele faz isto. 

Corro até casa. Tomo banho rapidamente… ok, talvez não tão rapidamente. Francamente, não me interessava chegar atrasada á aula. É só uma no meio de várias que terei pela minha vida toda. 

Vesti-me e desci. Max já estava se empanturrando de comida. Pego um dos bolos de Elle e encosto-me na bancada. 

—Hoje conduzo eu.- Digo andando calmamente pela garagem. 

—Mas Han… 

Viro-me para ele com as mãos na cintura e ele suspira derrotado. Sorri-o vitoriosa pegando na chave em sua mão. Conduzo até á escola com Max repetindo inúmeras vezes que ele era melhor condutor. 

—Max, cala-te.- Digo saindo do carro e mandando-lhe a chave.- Tu leva-o de volta. 

—Porque sou melhor condutor?- Pergunta sorrindo baloiçando as sobrancelhas e ri-o. 

—Não. Porque estou farta de te ouvir falar. 

Ele revira os olhos e ando até minha sala. Sento-me ao lado de Deb que esfregava a testa olhando os exercícios do livro. 

—E aí? Ainda não te entendes com isso?- Pergunto sorrindo. 

—Não. Sabes, acho que vou aceitar a tua ajuda. 

Eu tinha lhe oferecido minha ajuda quando a vi nervosa no teste. O resultado foi um mau bem explícito na folha. Aquilo deve ter doido. Então decidi ajudá-la. Ela era uma boa garota. Tínhamos falado algumas vezes na semana e eu gostei dela. 

—Tudo bem. Podes passar lá em casa quando quiseres. 

—Pode ser amanhã? Não tenho nada para fazer e preciso imenso de um bom no próximo teste. 

—Tudo bem. 

Na hora de almoço me sento com Max como sempre. Ele falava com um garoto de cabelos ruivos quando me aproximei. Ambos se viraram para mim. 

—Ei. 

—Oi, maninha. Este é o Peter. Peter, minha irmã, Hannah.- Max apresenta antes de tomar atenção seu almoço. 

Sorri-o para Peter que em sorri de volta. Ele era bonito. 

—Prazer conhecer-te, Hannah. 

—Igualmente, Peter. Então, de onde vos conheceis? 

—Da aula de Literatura Italiana.- Diz e assinto mordendo meu lábio inferior. 

—Falas italiano? 

—Um pouco.- Diz dando de ombros.- Minha mãe é italiana então ela meio que me obrigou a frequentar as aulas. 

—O que ganhas em troca?- Provoco erguendo as sobrancelhas e ele ri tirando o cabelo de seus olhos castanhos. 

—Um carro. 

—É um bom negócio. 

—Concordo.- Max diz de boca cheia.- Eu dava tudo para ter um carro. Mas, felizmente, Alex é muito porreiro e me ofereceu um! 

—Alex?- Peter pergunta. 

—Nosso tio.- Responde e Peter assente. 

—Sois muitos? 

—Não propriamente.- Max diz.- Sou eu e Han, nossa mãe, Alex, e então nossas irmãs mais velhas. Somos 6. 

—E vosso pai? 

—Ele morreu.- Digo e vejo seus olhos se arregalarem um pouco.- Á dois anos. Nossa mãe quis mudar-se para aqui para esquecer de tudo e seguir em frente. 

—Lamento. 

Eu e Max apenas assentimos. O resto de almoço, Peter falou sobre sua família. Era uma família simples. Apenas ele, o pai e a mãe. Como filho único, os pais apostavam muito nele. 

Eu gostei de Peter. Ele era calmo e forte o suficiente para aturar Max. Acreditem, aquele garoto não era fácil de se aturar. Despedimo-nos de Peter e seguimos para nossa próxima aula.  

—Bora lá.- Max diz arrumando suas coisas e se levantando. 

—Eu sou vou buscar uns livros ao cacifo e já lá vou ter contigo.- Digo e ele assente. 

Ando pelo corredor até meu cacifo. Tirei os livros necessários para ajudar Deb amanhã, e saí até ao estacionamento. Max estava conversando com Deb, uma garota e com 3 lobos. 

Estranho. O que Deb fazia com os lobos? 

—Cheguei!- Digo abraçando Max.- Oi, Deb. 

—Oi, Hannah.- Deb me sorri e o lobo que a abraçava a afasta um pouco para a olhar. 

—Conhecê-la? 

—Claro. Temos Biologia juntas. 

—A disciplina em que és uma desgraça?- O lobo mais novo diz rindo e Deb revira os olhos olhando a garota. 

—Mia, manda o teu namorado calar a boca. 

Mia, bate no braço do garoto que apenas ri a abraçando por trás. Olho para o lobo que apenas tinha ficado encostado ao carro. Agora, ele se tinha aproximado um pouco e nos olhava atentamente. Ok, me olhava atentamente. 

Seus cabelos castanhos batiam em seus olhos escuros. Seus olhos eram tão intensos e combinavam perfeitamente com sua pele morena. 

Apenas percebi que o estava a encarar fixamente quando Max falou me tirando do transe. 

—Namoras um lobo? Isso deve ser como namorar um cachorro, não? 

Olho Max, chocada enquanto Mia riu um pouco tapando sua boca a tempo do seu namorado a fuzilar. 

Às vezes tinha dúvidas se Max pensava antes de falar. 

—Vamos mudar de assunto, que tal?- Mia pergunta olhando para todos e parando em nós.- Vocês sois vampiros, certo? 

—Meio vampiros, doçura.- Max diz com um sorriso galanteador que faz o lobinho de Mia rosnar. 

—Eles são híbridos.- O namorado de Deb fala. 

—E como isso resulta? 

—Bom, é uma coisa muito séria e complicada.- Max fala com a voz séria que me faz sorrir.- Havia um vampirinho que decidiu tirar a pureza de uma humaninha e então resultou nesta beleza aqui. 

—Então vampiros podem ter filhos.- Deb diz. 

—Vampiros machos sim.- Max diz. 

—E vossa mãe ainda é humana?- Mia pergunta. 

—A minha morreu no parto.- Digo. 

—A minha… não faço ideia. Não me lembro de alguma vez a ter visto.- Max diz com um sorriso, mas eu vi a dor em seus olhos azuis. 

—Oh, eu pensei… então não sois mesmo gémeos.- Mia diz apontando para mim e Max. 

—Não. – Digo abanando a cabeça. 

—Nada a ver.- Max diz. 

—Até porque eu sou mais velha que ele.- Digo sorrindo olhando Max que revira os olhos e me olha de volta. 

—Mas meu crescimento foi mais rápido. 

É minha vez de revirar os olhos. 

—Mais rápido?- Mia pergunta ainda confusa. 

—Os híbridos crescem mais rápido que os humanos.- O namorado de Deb explica.- Bem mais rápido. Scott, um amigo nosso, é filho de um lobo e de uma hibrida. Ele nasceu á 9 anos apenas, mas ele já tem 17. Ele parou de crescer. Vais ver quando ele vier. 

Mia assente compreendendo. 

—Então quantos anos tendes na realidade? 

—Eu tenho 11, Hannah tem 12. 

—Então, vocês ainda sois crianças. Sois bem mais novos que eu. 

—Sim, mas temos a maturidade de um adulto de 30 anos.- Digo e então olho Max que sorria com seu famoso sorriso infantil.- Bem, eu tenho a maturidade de um adulto de 30 anos. 

—Queres dizer alguma coisa com isso, Hanninha?- Max pergunta e ri-o olhando o chão. 

—Isso deve ser uma treta.- Mia diz e a olho.- Quer dizer, ficastes sem infância. 

—Se serve de consolação, eles agora têm a eternidade para matar saudades da infância.- Seu namorado diz e rimos. 

—Nós temos de ir indo. Ainda tenho de buscar Josh na escola.- Deb diz. 

—Nós também vamos. Estou morrendo de fome!- Max diz tirando a chave do carro do bolso. 

—Até amanhã.- Digo a Deb que assente sorrindo de volta. Antes que Max desse conta, pego na chave em sua mão.- Eu conduzo! 

—Hannah! 

Corro até ao carro rindo. Ele entra e me olha emburrado. 

—Tu disseste que eu o levava de volta. 

—Mudança de planos, baby.