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Meu

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Abri a porta e sorri olhando em volta da sala. Haviam enfeites por todos os lados. Aquilo de certeza fora ideia de minha mãe. Subi as escadas estranhei o silêncio da casa. Deviam estar fora.

Deixei a mala num canto qualquer e deitei-me na cama totalmente esgotada.

Pequenos beijos eram depositados no meu pescoço. Braços quentes me abraçavam com força. Eu sorri. Apenas havia uma pessoa capaz de me fazer sentir tão bem.

–Eu acho que te vou pedir de presente no natal.- Sussurro ainda de olhos fechados.- Para me aquecer nas noites frias.

–Tu não precisas de pedir-me, meu amor. Eu já sou teu.- Sussurra em meu ouvido me arrepiando.- Basta chamares por mim, e eu venho te aquecer.

Ri-o um pouco e me viro para ele. Seu braço direito me rodeava enquanto o esquerdo servia de travesseiro. Sua mão acariciava meus cabelos me fazendo querer ficar ali para sempre.

–Vou cobrar, hem?

–Será um prazer.

Sorri-o olhando seus olhos chocolate.

–Estás bem?- Pergunta e assinto mordendo meu lábio inferior. Sua mão sai de minha cintura e acaricia meu rosto tirando meu cabelo da frente.- Deb, tu… tu já me perdoas-te?

–Hm. Não sei.- Digo fingindo pensar e me sustento no braço o olhando de cima.- Achas que mereces?

Ele faz beicinho olhando a parede atrás de mim, mas logo me olha.

–Sim.

–Ah sim? Porquê?

–Porque eu nunca te quis magoar.- Fala acariciando de novo meu rosto.- Porque eu me preocupo contigo. Porque eu te amo. E porque tu não sabes viver sem mim.

–Ah eu não sei viver sem ti?- Pergunto chocada e ele ri.

–Nãop.

–Como podes ter tanta certeza disso, hem?- Desafio e ele sorri aproximando-se.

–Por causa disto.- Fala e beija meus lábios docemente.- E disto.

Suspiro enquanto sua mão puxa meu rosto para mais perto aproximando nossos corpos também.

Ele se vira e fica em cima de mim. Toco seu pescoço e o senti arrepiar-se.

–E disto.- Fala ofegante beijando meu pescoço.

Fecho meus olhos mordendo meus lábios contendo o gemido. Suas mãos sobem por baixo de minha blusa aumentando ainda mais o calor que sentia. Coloco minhas mãos em seu peito e sinto seu coração acelerado. Tão acelerado quanto o meu.

Lucas beija minha orelha antes de falar.

–E porque eu oiço teu coração acelerar sempre que estás perto de mim.- Sussurra.

–Tão acelerado quanto o teu está agora?- Pergunto zombado mas sorrindo.

Ele me olha e sorri.

–Tão acelerado quanto o meu está agora.

Pego em seu rosto e junto nossos lábios demais. Foram muitos dias longe dele, longe de seus toques. Aconteceu tudo tão rápido e no entanto eu não conseguia me afastar dele. Não dava. Era impossível!

–Como fazes isto comigo?- Pergunto sem ar.

–Simples.- Sussurra abrindo os olhos.- Tu és minha. E teu corpo inteiro sabe isso.

–Boa resposta.- Ri-o inspirando o máximo de ar que posso.

Ele sorri e beija minha testa antes de ser deitar ao meu lado me puxando para cima dele.

–Estou perdoado?

–É, porque não? Não vives sem mim mesmo.- Brinco sorrindo olhando uma foto de Bri e Josh em cima da mesinha de cabeceira.

–É, não vivo mesmo.- Admite e ri-o o olhando. – Três dias sem ti, parecem 3 anos sem ti.

–Exagerado.- Sorri-o.

–É verdade.

–Lucas?- Chamo depois de um tempo, brincando com sua camisola.

–Sim?

–Porque não falaste comigo no meu aniversário?

Eu não tinha coragem de o olhar. Era embaraçoso! E eu senti meu rosto corar.

–Todos falaram, menos tu.

–Querias que eu falasse?- Pergunta e assinto olhando seu peito.

–Desculpa, princesa.- Ergue meu rosto e o olho.- Eu não sabia se querias falar comigo ou não. Era teu aniversário e eu tive medo de o arruinar.

–Tu nunca o arruinarias.- Resmungo compondo a gola da sua camisola.

–É bom saber isso.- Diz e beija meus lábios sorrindo antes de se afastar.- Mas nossa relação estava meia… frágil, então eu fiquei na dúvida. Desculpa.

Dou de ombros sorrindo um pouco.

–Tudo bem.

–Mas se compensa.- Ele fala e tira algo do bolso das calças.- Isto é para ti.

Era uma caixinha dourada. Meus olhos se arregalaram e sorri pegando nela com cuidado.

Eu amava presentes! Eu podia receber prendas os dias todos que eu não me importava.

Abro a caixinha e vejo uma pulseira com um pinguemente em forma de coração azul e outro com um lobo em madeira.

–O coração, porque és o meu coração. Azul, porque me lembra teus olhos. E o lobo… bom, porque… eu sou um.

Ri-o tocando nos pinguementes.

–É linda. Amei. Obrigado.- Beijo seus lábios e o sinto sorrir.

–Queres que coloque?

–Sim, por favor!

Ele pega na pulseira e a aperta em meu pulso direito. Sorri-o olhando minha nova pulseira. Ela era perfeita.

–O que achas?- Pergunto levantando o pulso e ele sorri.

–Perfeita.

–Concordo!

Ficámos mais um pouco ali, mas teríamos de descer mesmo, então peguei no jogo de Josh e nos presentes de natal que comprei, e desci com Lucas, que levava a maior parte dos sacos.

Minha mãe conversava com Bri e Mia. Anthony falava com um rapaz de cabelos loiros que nunca vira na minha vida! E Josh estava com as meninas sentados no chão jogando um jogo de tabuleiro.

–Cheguei!- Digo alegre abrindo os braços fazendo todos me olharem.- Bom, na verdade, vocês chegastes. Porque eu já cá estava, vocês é que desaparecestes.

–Deb!- Sarah fala e ri-o abraçando ambas.

–Oi, meninas.

–Desculpa não estarmos cá quando chegaste.- Minha mãe caminhando até mim e me abraçando.- Fomos tomar o pequeno-almoço fora porque ninguém estava com apetite de o fazer.

–Tudo bem.

–E eu vim de Londres mais cedo para festejar teus anos e tu não estás!- Bri fala levantando-se me olhando com as mãos na cintura.- Isso é coisa que se faça, Deborah?

–Também te amo, Gi!- Falo abraçando-a com força e ela ri.

–Á tempos que não me chamas assim!- Abaixa-se até meu ouvido e sussurra.- Aposto que é o bonitão que te está a fazer tão bem, não?

Eu gostava de lhe gritar “Bri, ele consegue ouvir-te mesmo que estivéssemos lá fora. Cala-te!”, mas não podia. Infelizmente.

Ri-o tentando esconder meu embraço, mas meu rosto me trai quando vejo Lucas erguer as sobrancelhas me olhando divertido.

–Deb, este é o Adam.- Minha mãe fala apontando para o loiro que se levanta me sorrindo.- O namorado da Bri.

Minha mãe parecia orgulhosa de falar isso.

–Prazer, Deb. Bri falou imenso de ti antes de virmos.

–Coitado de ti. Aborreceu-te muito?- Pergunto com uma careta e o rapaz ri enquanto Bri me cotovela a barriga.- Ai! Como consegues namorar esta coisa?- Resmungo esfregando minha barriga.

Ela me fuzila e sorri-o envergonhada mostrando-lhe o saco de seu presente.

–Comprei-te um presente!

–Oba! Eu também quero!- Josh fala sorrindo ansioso.- Onde está?

–É aquele.- Aponto para o saco azul que Lucas segurava e Josh sorri caminhando até ele, mas o seguro.- Mas, apenas o abres á meia-noite.

Ele bufa.

–Mas podes ficar com este.- Mostro-lhe o jogo que ele me pedira e seus olhos azuis se arregalam de novo.

–Altamente. Obrigado, Deb.

Meu irmãozinho me abraça e ri-o despenteando seus cabelos. Ele corre para a TV com Amie e Sarah.

–Deixa que eu os guardo, Lucas.- Minha mãe fala pegando nos presentes e os levando para baixo da árvore verde toda enfeitada.

–Quem é o bonitão agora, hem?- Sussurro a Bri que revira os olhos corando.

Ri-o e sento-me ao lado de Mia.

–O que achas da minha pulseira nova?- Pergunto sorrindo rodando meu pulso e ela ri com minha animação tocando nos pinguementes.

–É linda. Foi Lucas?

–Aham.

–Uau. É muito linda.

–É, não é?- Sorri-o feliz admirando minha pulseira.

Ela ri e sinto Lucas sentar-se ao meu lado. O olho enquanto ele coloca o braço na minha cintura me puxando para perto.

–Que história é essa de chamares outro de “bonitão”?- Sussurra em meu ouvido e ri-o o olhando seus olhos ciumentos.

–Não te preocupes. És bem mais bonitão que ele.

–Eu sou o único bonitão na tua vida.- Corrige apontando-me o dedo e ri-o assentindo.

–Acho que isso não será problema, Sr. Bonitão da minha vida.

Ele sorri e junta nossos lábios. Novamente, tudo o resto se foi, me deixando apenas a mim e Lucas. O meu Lucas. O meu lobo. O meu namorado.

–Ok, apaixonados. Toca a conviver connosco também!- Minha mãe fala e os olho.

Bri e Adam também estavam se beijando e ela cora olhando para o colo. Adam ri a abraçando de lado. Eles eram bonitinhos juntos. Sorri para minha irmã. Ela tinha seu mundo. Sua vida. Seu namorado. Ela tinha seu próprio destino.

–Claro, como se tu e Anthony não se esquecessem do resto do mundo quando estais juntos.- Digo e minha mãe me olha erguendo as sobrancelhas.

–É diferente! Nós estamos casados. E não estamos sempre nos beijando.

–Oh, claro.- Josh fala revirando os olhos e a olhando enquanto Amie ao seu lado matava o que quer que aquela coisa feia e azul fosse.- Fala a mulher que se esqueceu de meu pequeno-almoço porque a boca de Anthony era mais apetitosa.

Ri-o com os restantes enquanto minha mãe cora olhando meu irmão com as mãos na cintura.

–Do que é que me chamaste, Joshua?!

–Senhora minha mãe amada!- Josh fala depressa assustado e ri-o enquanto minha mãe assente mais satisfeita.

É, minha vida podia não ser tão normal como a de Bri e Adam. Mas eu estava feliz com a confusão que a minha era. Cheia de gritos de Josh até às tantas por causa de um jogo idiota. Cheia de Ryan e sua fraqueza açucarada. Cheia de caricias e beijos de minha mãe e Anthony. Cheia das guerras constantes de Stuart e Erin. Cheia dos sorrisos e palavras doces de Jamie. Cheia das poucas palavras de Nicky e seus sorrisos discretos. Cheia de Jim e sua barriga sem fim. Cheia de Sarah e Amie sendo apenas elas. Cheia de Mia e sua alegria. Cheia de Lucas por toda a parte e lobos. Muitos lobos. Imensos lobos. Peludos lobos.

E vampiros.

Assustadores e dispensáveis vampiros.

É. Eu acho que para mim chega.