Ouro & Influência escrita por Alice


Capítulo 1
Destruídos


Notas iniciais do capítulo

Para Sabrina (Mrs Padfoot), que me pediu algo da Walburga faz tempo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660696/chapter/1

Dinheiro e poder dependem um do outro: poder lhe dá o ouro que quiseres; e se tiveres dinheiro, compras influência, tens controle.

Assim, posso lhes apresentar eles, as nossas estrelas! Vamos em ordem crescente?

Filho de Arcturus e Melania, Orion – quieto, de olhos espertos, mãos inquietas e lábios cafajestes. Alto pra caralho, vindo da parte branquela da família –, ele é o dinheiro e ela, a primogênita de Pollux e Irma, Walburga, a garota das sobrancelhas grossas e lindas e expressivas, com caninos pontudos e unhas cumpridas, aquela de quadris largos, peituda, ombruda, e sortuda, alta e de pele parda, herança de sua avó indiana, oh, a magia antiga, ela seria o poder.

Tão diferentes, por Morgana, eram opostos!

Entenda, na época, a linhagem Black era enorme, muito poderosa e vasta, o que fazia seu monopólio ser dividido.

Pollux, pai de nossa moça querida, era um político. Não, ele era o político e grande administrador, o que fez dele um dos mais importantes burocratas do Ministério nas décadas de ’20, ’30 e ’40. Sua opinião era algo poderoso, suas decisões mudavam vidas – e foi isso o que ele ensinou à sua filhinha, como se fazer alguém influente , como fazer a sua pessoa ser mais importante do que os outros.

O pai de nosso guri amado, Arcturus, vinha do lado bancário da família: um mediador em negociações de coisas valiosas, de alto valor, e um grande economista, com dicas infalíveis para investir dinheiro, apenas para amigos – isto é, qualquer um com dinheiro suficiente para pagar pela informação. Além de um cofre em Gringotes, sua herança para Orion foi o aprendizado de como hipnotizar as pessoas com palavras e contas de ouro maciço.

Aprenderam a conseguir seus objetivos, a manipular as pessoas de modos distintos.

E isso era algo que fazia seus pais discutirem o tempo todo.

Pollux diziam a sua filha que o dinheiro a destruiria, era algo instável, inseguro.

Arcturus dizia a mesma sobre o poder à seu filho, que a única coisa permanente era ouro.

Todos concordavam que os dois não combinavam.

Mas Walburga e Orion jamais se repudiaram, essa dependência que dinheiro e poder tinham um no outro, foi isso que eles herdaram.

Eles se chamaram – viciantes e intensos.

Era uma vez uma rainha e um rei em uma única festa de adolescentes ricos e com egos inflados que nunca podiam fazer nada de errado e que, quando podiam, faziam tudo, sem nenhuma desculpa ou escrúpulos.

E a “rainha” veio antes do “rei” porque ela é mais [foda] velha do que ele.

Que excitante!

Nesta festa cada um dos adolescentes estava insano, pois eram hipócritas e amavam usar um pouco das drogas trouxas e beber algo que não fosse whisky ou cerveja-amanteigada. Por que não caipirinhas brasileiras? Por que não maconha ao invés daqueles cigarros amargos?

Tudo podia acontecer – eles eram mais jovens do que a noite achava que seriam.

Walburga ganhara todas as competições de bebidas da noite e Orion a observava a distancia, fumando tudo que lhe passavam. Quando ela passou os olhos por ele, levantou uma de suas sobrancelha e mostrou seus caninos vampirescos, desafiadora.

Ele passou as mãos pelo cabelo, o cigarro quase caindo dos lábios finos que ficaram tortos em sorriso de lado que dizia tudo que ele achava daquela disputa de expressões.

Orion achava tudo aquilo perfeito – tão desgraçadamente maravilhoso quando ele lhe sussurrou no ouvido quando dançavam no meio daquela pista de dança lotada.

[Ele achava que teria de manipular suas palavras, mas elas saíram tão prontas que flertar com segundas intenções seria desnecessário].

E ela estava tão imersa na música e nos olhos dele e em roubar o cigarro de suas mãos que ninguém pareceu se importar quando eles começaram a se beijar ali mesmo – foi um daqueles momentos que todos sabiam que ia acontecer, mas que ainda era inesperado. Ela estava tão presente, tão intensa, que nem teve que pensar para fazer os outros desviarem os olhos.

E depois foi aquela urgência, um quarto e eles para sempre. Pareceu que foi para sempre. O vestido dela embolado nos quadris, o sapatos dele voando pelo quarto junto com os botões da camisa. As mãos dele no pescoço dela, as unhas longas e bem feitas e pintadas de verde arranhando sua cintura enquanto suspiros saiam de lábio retorcidos em sorrisos eufóricos.

Walburga estava por cima, os dedos passando de leve nos braços, nos ombros, as costas, nos ombros de novo, no rosto, na clavícula, no peito e na barriga: aquela casquinha provocadora que ele não sabia que amava – um toque que ele imploraria até o fim dos dias. E que ele teria porque era um manipulador de primeira –, as unhas lhe dando uma amostra do que poderiam fazer, o toque veloz que deixou hipnotizado por algum tempo.

O momento se quebrou.

Seus lábios famintos sugavam os dela quando ele arrebentou-lhe o suitien. Foram alguns segundos marcados por respirações ofegantes durante a assimilação de que os mamilos dela eram da mesma cor que os lábios.

Apenas sua boca poderia tocá-los.

Orion tinha mais prazer em fazer o carinho do que Walburga em recebê-lo. Ele não conseguia acreditar naqueles seios macios, enormes e morenos. Nunca mais iria superá-los: toda vez que transasse e tocasse na carne de sua parceira e não sentisse Walburga seria um desperdício de tempo.

Ela, por sua vez, interrompeu a caricia segurando seu rosto e mordiscando seu pescoço.

– Será que a garota Yaxley estava exagerando ou Black mais novo é, realmente, tudo isso? – O sussurro ficou no ar, aquele tipo de sussurro que faz você se perguntar se algo foi de fato dito.

Ela ficou de pé, terminando de se despir, enquanto ele arrancava as meias. Ela mesma tirou a calça e, antes de baixar a cueca, lhe arranhou o torso todo – um caminho arrepiante até sua virilha.

Orion jamais teve mais luxuria nos olhos do que naquele momento, quando Walburga levantou o olhar e se fixou nele, segura de si ao tocar suas extensão. Era uma mulher que sabia o que estava fazendo, não tinha pudores.

[Mais tarde, quando a conhecesse, descobriria que aquilo vinha de experiência. Nunca tivera medo de tentar outras coisas – com mulheres e com homens e com os dois. Ele sempre fora mais careta quanto a isso.

Mas só quanto a isso.]

Ela soube quando parar, bem a tempo de não estragar a brincadeira!

Ambos sorriam. Orion sorria mais quando baixou a calcinha dela e ela baixou a sua cueca – ele nunca estivera com alguém tão bom quanto si próprio. Jamais admitiria, mas os caninos dela deixavam-no inseguro – e ele pressionou o clitóris durante o tempo em que ela se ajeitava no colo dele.

Walburga sempre fora assim, controladora, acostumada a ficar por cima em tudo.

E, durante aqueles longos minutos que pareceram durar para sempre e que fizeram-os viciar-se e tentar destruir o outro, Orion não importou-se em deixá-la ganhar.

Ele perderia de qualquer jeito – ao menos, foi o que ele pensou ao prensar sua prima mais velha no box do banheiro na manhã seguinte. Só conseguia pensar que aquele era o melhor presente de vinte anos que poderia ganhar.

Eles transaram por mais seis meses antes de se embebedarem juntos depois de uma briga e admitirem que sentiam algo a mais. Depois de um ano as escondidas e muitas transas excitante e quase sendo pegos, no jantar de Ano-Novo, quando Irma decidiu criticar Walburga novamente sobre encontrar um marido, etc., esta simplesmente levantou o dedo anelar esquerdo para a mãe.

Foi um momento de horror antes dela perguntar, supresa:

Quem? – do tipo “quem casaria com você aos vinte e cinco anos?”.

E então o resto do horror veio quando ela fez um gesto de cabeça em direção a Orion, que conversava com Abraxas sobre negócios. Eles apenas lhe sorriu – cafajeste –, antes de garantir à Pollux e à Irma e à Arcturus e à Melania e ào resto da família que aquilo não era brincadeira.

Quando se casaram e as perguntas sobre filhos começaram, ela simplesmente virou para seu marido e afirmou que levaria tempo e que ela queria aproveitar seu corpo e sua vida e sua sanidade antes de qualquer criança nascer dentro dela.

Ela influenciou ele, que manipulou o resto.

Walburga usou seu poder para ser feliz e Orion usou seu dinheiro para garantir a paz de ambos.

E por dez anos aquele momento no quarto realmente durou para sempre.

O problema foi quando os seus filhos chegaram.

Ambos tinham dinheiro e poder.

Eles acabaram com o corpo de Walburga e consumiram a paciência de Orion.

No final, Pollux e Arcturus estavam certos: dinheiro e poder destruiram seus filhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nem a Walburga nem o Orion estão na lista de personagens... Triste...
Entããããoooooooo, o que acharam?