Capítulo 24 – Este é nosso tempo.

    Narração: Bella Swan.

“Se te comparo a um dia de verão És por certo mais belo e mais ameno O vento espalha as folhas pelo chão E o tempo do verão é bem pequeno. Ás vezes brilha o Sol em demasia Outras vezes desmaia com frieza; O que é belo declina num só dia, Na terna mutação da natureza. Mas em ti o verão será eterno, E a beleza que tens não perderás; Nem chegarás da morte ao triste inverno: Nestas linhas com o tempo crescerás. E enquanto nesta terra houver um ser, Meus versos vivos te farão viver.”

  Edward tirou uma mecha incomodativa de meu rosto que seguido se levantava com a brisa, no momento em que eu terminei de ler as palavras de Shakespeare. Lhe fitei fundo em seus olhos verdes e ele me sorria de todas as formas. A varanda de nossa cabana estava sendo banhada pelo raro sol poente de uma primavera amena em Forks.

  “Essas palavras descrevem com perfeição o que você é para mim.” Ele disse me admirando como uma criança que vê pela primeira vez o mar. Lhe sorri amplo pensando que ele era meu eterno amor. Meu eterno verão. Depois buscar e não achar uma resposta digna lhe disse o que sempre dizia.

“Idem.” Ele riu baixinho escondendo por um momento seu rosto. “Não! É sério, Edward! Estava pensando em como nós somos e como nos firmamos assim. Existe algo, que eu não sei explicar… parece que é mais forte que amor! Talvez um amor maior, está em nós… Pode me chamar de louca, mas é como se eu não pudesse existir, sem ter o meu sol comigo!”

  “E eu sou seu Sol!” Afirmou um pouco encabulado. Cheguei mais perto dele e dei diversos beijinhos em sua boca enquanto falava.

  “Aham… e brilha cada vez mais forte no meu céu. Minha estrela mor.” Dei-lhe um beijo mais profundo. “E a mais gostosa também!” Ele riu alto, puxando-me para seu peito e aninhando-me em seus braços.

  “Eu estive pensando em uma viagem Bella.”

  “E para onde, posso saber?”

“Que pergunta boba Monstrenga, você é a primeira oficialmente a saber…”

  “Então existe um extra-oficial?” Rebati.

  “Claro! E eles se chamam Carlisle e Charlie.” Gemi baixinho tentando imaginar do que se tratava. “Não faça essa cara de desgosto, na verdade você vai adorar! Pensei que assim que o colégio acabar podemos ir para uma praia.”

  “Temos La Push a nossa disposição!” Mesmo que eu não gostasse da falta de sol, eu adorava as cores e as formas da primeira praia.

  “Bella! Uma praia com sol, calor, areia branca e não cinza… Luais! Essas coisas!” Ele riu safado. “E micro biquínis também!” Revirei os olhos.

  “Ahhhh! Ok. E onde meu pai entra nisso? Na aquisição dos micro-biquínis, que você vai fazer questão de estourar?”

“Engraçadinha! Bom, como nós andamos em uma fase de boas vizinhanças, achei que seria legal pedir a permissão dele!”

  “Aposto que ele foi bastante claro em um não.”

“Não. Na verdade ele gostou bastante da idéia.” Lhe feitei surpresa.

  “Oh! Jura?” Ele concordou balançando a cabeça. “Bom… nossa! Se é assim, qual nosso destino?”

 

\t\t  “Pensei na Califórnia, talvez Havaí.” Gostei dos destinos, mas fazia uma pequena distinção entre eles.

\t\t  “Só nós dois?”

\t\t  “Er… não, Carlisle disse que só libera o dinheiro se formos todos.”

\t\t  “Ótimo! Então vamos para a Califórnia!”

\t\t  “Achei que você iria querer o Havaí!”

\t\t  “Se fossemos apenas nós dois, sim. Se não, não! Pense: nós dois em Honolulu… seria perfeito! Todas aquelas praias paradisíacas e tradições românticas! Incrível! Mas agora coloque nesse cenário Emmet… se duvidar, Jacob também, e junto Alice! Seria o caos! Vamos para o estado do sol! Lá meu amor, nossas férias não serão um desastre!” Ele pensou um pouco, mas acabou me dando a razão.

\t\t  Nós ficamos em nossa varanda até o momento em que já era escuro. Mesmo no azul profundo da noite, aquele lugar não deixava de ser magnífico. Toda a beleza e pureza do local pareciam ser mais destacadas nas sombras noturnas geradas pelas luzes baixas que mantínhamos na pequena casa. Edward não deixava de me tocar em momento algum. Seus dedos acariciavam a pele de meus braços, ou se enlaçavam brincando com meus fios na nuca. Vez ou outra a ponta de seu nariz afundava-se em minha clavícula e atrás da orelha, e seus lábios… Ah! Seus lábios, esses eram o tormento que me deixavam com um pé no céu e outro no inferno. Nos beijávamos sempre com a mesma paixão e desejo que houve naquela primeira manhã.

\t\t 

\t\t  Era perfeito, se não mais. Todas as carícias, beijos e abraços faziam de Edward ser definitivamente o meu paraíso pessoal. E eu só conseguia ver satisfação em seus olhos por estar junto de mim. Já tinha tempo que havia parado de me questionar o que Edward via em mim que o fazia tão meu. Descobri depois de muito refletir que essa era uma pergunta sem lógica. Não existe um o que ou um por que. Sentimentos fortes e vivos como o que nutríamos não são feitos de aparências ou razões, eles simplesmente… existem. Aquele era o nosso tempo de ser feliz e aproveitar o verão que era nossos corações. Nada é certo, e mesmo eu tendo a força esmagadora no fundo de meu ser dizendo que seria apenas de Edward e ele só meu e que nada poderia nos destruir, tinha consciência que o que é hoje, pode não ser amanhã. Eu tinha medo de perder o que tinha de mais valioso: o Ediota da minha vida.

\t\t  Faltava agora apenas uma semana para o baile, duas para nossas aulas acabarem e três para a graduação. Edward e eu já não tínhamos mais um ritmo tão puxado de estudos já que as os testes principais haviam passado há alguns dias. Nós ocupávamos muito mais tempo agora trabalhando em biologia. Eu na dele e ele na minha. Isso era muito mais divertido que qualquer outra coisa. Estava indo bem em minhas aulas na auto-escola, já estava tomando lições práticas e tinha sido aprovada com êxito nas teóricas. Edward ficava todo orgulhoso de mim. Rose até tinha me deixado dar uma volta com seu carro quando estivesse com a licença na mão. Mas eu preferia o Maserati. Ediota não ficava orgulhoso nem um pouco quando eu dizia que aquele seria meu carro! Pra ser sincera, ele ficava bem maluco.

\t\t  “Eu não quero sair daqui!” Reclamei quando ele tentava me convencer de que estava hora de voltarmos.

\t\t  “Também não quero Bella, mas Esme ficará louca se não estivermos para o jantar hoje.”

\t\t  “Bem, esse é um bom motivo, faz dias que não jantamos em casa.” Suspirei. “Podemos voltar amanhã?!”

\t\t  “Talvez, se der tempo sim.”

\t\t  “É eu sei.” Bufei. “Mas não custa nada tentar.”

\t\t  “Amanhã é sábado, nunca se sabe se Alice vai querer te alugar a tarde inteira!” Ele disse constando a mais simples verdade, ainda mais com o baile próximo, ela andava louca com nossos vestidos e preparativos! Edward que não tentasse mais uma vez me levar a outro lugar, dessa vez eu iria ao baile com ou sem ele. “Agora vamos amor, Esme já deve estar dando pulos porque ainda não estamos em casa!”

\t\t  Narração: Jane – A louca.

\t\t  Observei os dois deixarem o lugar. Eles que não esperassem que eu realmente fosse permanecer quieta. Detestava a todos aquelas merdas que se chamavam de gente. Esperei o carro desaparecer na estrada para me mexer dali. Se aquele era um lugar “sagrado” não seria mais. Andei devagar, sem pressa alguma. Saborearia com prazer cada momento daquele. Sou o tipo de pessoa que por onde passa deixa uma marca… não que era marcada. Era minha vez de fazer o que eu bem queria e daria um fim de uma vez naquilo.

Ninguém pode se sair mais que eu, ninguém pode ser mais que eu. Ninguém pode estar melhor que eu. Estacionei meu carro nas pedras e olhei para o local escuro. Tive uma ponta de pena já que o local era tão bonito, mas logo sumiu quando eu lembrei da cara de todos. Peguei meu celular e disquei com calma. Em dois toques o ouvi na linha.

“Allec, estou aqui. Pode trazer. Você tem vinte minutos.”

\t\t  Narração: Amber Moore.

\t\t  Não queria tocar mais naquele assunto, só conversava com Bella e ainda fazia mil rodeios. Uma coisa é você falar abertamente com muitas taças de vinho na sua corrente sanguínea, outra é tentar totalmente sã e cheia de vergonha… com Jacob era assim. Nós simplesmente deixamos o assunto morrer depois daquela noite insana que tivemos. Não sabia como falar e mesmo que as coisas ficassem mais quentes ele se esquivava. Ainda procurava saber o que ele esperava.

\t\t  Mesmo com tanto estudo, Jake ainda tinha dificuldades em algumas disciplinas, o professor que tinha me incumbido de dar-lhe monitorias já tinha dispensado as aulas, porém outro exigiu um pouco mais de atenção, então novamente, estávamos em nossa antiga rotina de muito estudo e pouco papo furado e esses últimos dias estavam sendo estressantes para mim. Minha mãe tinha enfiado na cabeça que eu não estava bem, talvez eu estivesse um pouco desanimada, mas nada tinha a ver com saúde. A questão era Jacob me cozinhando em banho Maria. Ela queria vir me visitar, passar alguns dias comigo e me levar fazer exames, minha mãe queria estar ali exatamente na semana do baile e ficar até a formatura. Seriam 3 longas semanas com uma mãe superprotetora e relutante de eu estar sozinha ali.

\t\t  Se minha mãe fosse a minha única questão, eu ficaria feliz, mas agora parecia que Jane tinha mudado seu foco depois da boa surra que levou de Bella. Ela agora tinha por insistência ME provocar. Ela sempre fazia isso quando estava sozinha, eram cochichos, murmúrios e risadinhas. Não dava a mínima para ela, mas era incomodo demais! Jane não era de ficar só nisso, imaginava que tinha algum plano ou idéia idiota rondando sua cabeça demente para dar o troco em Bella, e comigo talvez fosse só uma distração. E também tinha Jacob para terminar com minha cota de paciência. Ele e toda sua negação comigo, me esgotavam de todo o jeito. Mas eu ia por um fim naquilo… ou ele tomava alguma atitude, ou fim de papo. E se fosse fim de papo, Bella ia morrer!

\t\t  “Então? Já acabou com isso?” Disse tirando o prato de bolo de chocolate antes mesmo de ele por a última garfada na boca. “É hora de estudar.” Ele arregalou os olhos com minha grosseria.

\t\t  “Estudar, Amber? Ruiva, nós estamos desde o início da tarde estudando! São oito horas da noite! Acho que já chega.”

\t\t  “É… acho que já chega mesmo.” Me odiava por estar sendo tão grossa com ele. Ele riu baixinho me estranhando.

\t\t  “Ok. Eu não entendi. Qual a questão agora Amm?” Apoiei as mãos na mesa e lhe fitei firme.

\t\t  “Eu estou cansada de você.” O homem se jogou para trás na cadeira.

\t\t  “Você está me dando um… pé?”

\t\t  “Não!” Fui rápida em responder. Não queria causar mal entendidos entre nós. “Não estou te dando um pé lindo! Só estou dizendo que estou cansada dessa sua atitude correta e de bom moço que não quer tirar a minha pureza! SANTO CRISTO JACOB! Eu gostei de você daquele jeito marrento e arrogante! Não que desse jeito esteja ruim, mas estou cansada de ser sua NAMORADINHA e não sua NAMORADA! Você entende a diferença?!” Vi lentamente sua expressão tensa se tornar leve e sua boca se abrir em um “o”

\t\t  “Amm… Amber… Eu, eu, eu.” Ele revirou os olhos impaciente consigo mesmo. “Não sei o que te dizer.”

\t\t  “Não sabe? Então permita que eu explique… é o seguinte Jacob, nós estamos juntos! Você vem na minha casa, come, dorme, toma banho, é meu companheiro, parceiro, namorado e amigo!” Apontava nos dedos as coisas que enumerava e andava de um lado para outro. “Sem falar que sente toda essa coisa física que você insiste, sabe Deus o porquê, em ficar negando! HOMEM, EU SOU UMA MULHER! E quando eu disse tempo atrás que queria isso achei que você iria tomar uma atitude! Mas não! Está ai esperando qualquer coisa de minha parte! Se era isso, PRONTO! Ai está estou desabafando e dizendo que não agüento mais dormir ao seu lado e não te ter!”

\t\t  “Amber eu te disse que não queria ser um cretino! Acho que é cedo demais para você! Sabe, isso não é algo que você vai poder, sei lá, ter de volta!”

\t\t  “Jacob, eu sou grandinha suficiente para saber o que eu quero para mim! E eu não penso que seja cedo! Eu quero e você quer… qual o empecilho nisso?!” Parei um segundo e declarei com a maior cara de abandono que podia. “Ou você… não me quer?” Em completo desespero ele se jogou para cima de mim me abraçando.

\t\t  “Amber não! Não é isso! Não! Por favor! Eu te quero! Penso tanto nisso! Em nós dois juntos… Quero demais! Mas… mas e se… sabe… Eu não quero que você fique pensando que eu não te desejo ou que não quero te fazer minha, mas e se você se arrepender depois… Não é por que suas amigas fazem isso…”

\t\t  “Cala a boca Jacob!” Pedi sentindo seus braços cada vez mais fortes me envolverem. “Por favor! Cale a boca!” Cedi e o abracei. Arrastei a ponta de meu nariz pela malha fina de sua camiseta cinza sentindo o aroma de maresia que ele tinha. Suspirei e fitei seus olhos. “Você não tem mais argumentos e sabe que eu não vou me arrepender. Achei que depois daquela noite em que nós bebemos e falamos o que queríamos teria algum progresso, mas me enganei. Jacob por que você não me procurou? Ou não sentou e conversou comigo?”

\t\t  “Eu tive medo Amm?! Ainda tenho! E isso me domina!”

\t\t  “Medo do que?” Agora já deixava transparecer toda aquela paciência que costumo sempre ter com ele. Derretia-me ao toque de suas mãos.

\t\t  “Eu tenho medo de não ser bom o suficiente para você caramba! Eu sou o errado e o delinqüente, você é a pessoa que me conduz ultimamente. Que me ensina! E nesse caso… eu tenho que te conduzir, eu tenho que ensinar. Me sinto um pirralho perto de você às vezes!”

\t\t  “Jake, eu te ensino algo que é cultura, qualquer livro pode te ensinar! Isso não é assim! É algo para nós dois, não só para mim! E você não é conduzido sempre! Ou você acha que estou aqui falando tudo isso por quê? Você me trouxe aqui! Você já me conduz! Jake, eu vivi 12 anos de minha vida presa em um hospital tentando sobreviver, e quando eu finalmente estou viva, encontro você! Sabe o que você me ensina?” Ele balançou a cabeça triste com a bronca que dava nele. “Você me ensina que não há nada que seja tão errado que não possa ser corrigido! Diariamente é isso.”

\t\t  “Viu?! É por isso que me sinto um pirralho perto de você!”

\t\t  “JAKE! ESSA SITUAÇÃO ESTÁ ERRADA! E QUEM VAI CORRIGIR VAI SER VOCÊ!”

\t\t  Narração: Jacob Black.

\t\t  O mundo só podia estar acabando. Ou eu fosse um covarde. Talvez Amber a versão ruiva da Mulher Maravilha. Por que nada, de tudo aquilo, fazia sentido. Não tinha palavras para Amber, nem sequer sabia direito mais o porquê continuava resistindo. Me aborrecia saber que, quem sabe, um dia ela acordaria desse sonho em que nós vivíamos e visse que não há nada em mim que seja bom para ela. Cara! Eu sou um idiota!

\t\t  Ela gritou comigo por algo que deveria, por lógica, querer mais que ela. Mas eu queria… tanto quanto ela. Só que… era uma questão… eu tinha… Não, não tinha mais nada para argumentar comigo mesmo. Eu a deixei sozinha, sem lhe dizer uma única palavra depois de tudo que ouvi. Não havia qualquer coisa que eu queria lhe dizer. E o pior de tudo era que eu sabia que tudo aquilo que ela disse era a mais pura verdade. Ela tinha razão, nós dois queríamos aquilo, e sim, talvez eu até mais que ela pela lógica. Mas Amm era tão delicada… e por mais que eu ficasse tonto só de estar perto dela, tinha vezes que me sentia como seu amigo. Esses sentimentos não eram certos. Tinha algo em mim por ela que se apertava em mim e chegava a maltratar meu peito, é inegável que sou apaixonado por ela e todas as suas caras, bocas, jeitos e desejos.

\t\t  Por mais que eu tentasse me iludir que conseguiria a levar por muito tempo enrolando e adiando sempre essas conversas, evitando os toques mais ousados, não conseguiria nem que me pagassem um milhão de dólares. Ela me dominava sempre. Me prendia entre seus dedos, e me mantinha em seus olhos. Sou louco por ela e não nego! E não nego que sei que corro um risco enorme não querendo fazer suas vontades. O que eu estava fazendo afinal? Nunca fui um santo puritano! Que merda! Se ela queria ela ia ter! E seria inesquecível.

\t\t  Narração: Bella Swan.

\t\t  “Venha me ajudar, Edward! Não pense em fugir!” Exigi braba.

\t\t  “Bella! Deixe ali! Amanhã nós lavamos!” Era um legitimo preguiçoso. Ele arrastava os chinelos e passava as mãos pelos cabelos enquanto caminhava devagar atrás de mim.

\t\t  “Edward! Não! Sua mãe detesta que a cozinha fique suja a noite!”

\t\t  “Ótimo! Alice e Jasper podem fazer isso!”

\t\t  “Alice e Jasper ajudaram Esme a fazer a comida que tu pôs pra dentro! Agora chega de enrolação!” Atirei o pano de prato na cara dele. “Eu lavo. Você seca.”

\t\t  “Mandona!” Ele brincou dando um beijo em minha bochecha.

\t\t  “Faz logo e fica quieto Ediotão!” Disse rindo com ele. Comecei a lavar os pratos e ia os depositando no escorredor, Edward apenas ficou me encarando. Fiquei um breve tempo em silêncio até levar uma apalpada forte na bunda. “AI!” Reclamei.

\t\t  “Você está muito quieta Bella! Fala alguma coisa!”

\t\t  “Você parece uma criança enchendo meu saco, Edward!” Ele juntou seu corpo ao meu, abraçando-me por trás.

\t\t  “Mmm… essa história de encher o saco, não combina com você! E falando em crianças… nós podemos brincar de fazer crianças depois… sabe só para esvaziar o meu sac…”

\t\t  “NÃO TERMINE ESSA FRASE EDWARD!” Ele riu em meu ouvido.

\t\t  “Vamos Bella! Deixe que eu limpo a louça e você seca. Alice fez suas unhas.” Ok. Aquilo era algo que toda mulher queria ouvir.

\t\t  “DEUS! Obrigada por ter posto esse homem em minha vida, uma vez que você não poupou a lavadora de Esme e a deixou queimar, agradeço por ele! Muito obrigada Senhor!” Disse olhando para cima e agradecendo em alto e bom som!

\t\t  “Mas não abusa não Monstrenga!” Ele tentou se corrigir. Rá! Como se eu escutaria. Virei-me e coloquei o avental em seu pescoço o amarrando em sua cintura. Para completar o abracei e o provoquei com beijos no pescoço.

\t\t  “Faça bom…” O celular dele tocou se tremelicando dentro do bolso dianteiro de sua calça. Ele o pegou. “Proveito da louça…” Disse totalmente desanimada.

\t\t  “Ei Jake! O que manda hoje?” Ele atendeu animado, saindo da casa. Não prestei o mínimo de atenção na conversa e nem quanto tempo ele demorou, tratei de fazer logo o serviço para poder ficar livre e ir dormir… ou não. Fiquei imaginando cenas que por si só já me tiravam o fôlego.

\t\t  “Oi Bella! Quer ajudar?” Alice me assustou, fazendo-me pular no lugar.

\t\t  “Seria bom você avisar quando está chegando!” Reclamei, com a voz apertada.

\t\t  “Não! Assim não teria a mínima graça! É tão divertido ver esses seus sustinhos.”

\t\t  “Muito engraçadinha.” Ela assumiu a antiga toalha de Edward e começou a secar os pratos. “Alice? Você gosta de Washington? Sabe? Vai ficar aqui para fazer a faculdade? Ou depois vai voltar?”

\t\t  “Eu não sei Bella, tudo está uma confusão! Jasper não fez inscrição em nenhuma universidade que eu fiz. Então é quase certo que eu vá para um lado e ele para outro. Assim, não tenho nem vontade de fazer um curso. Ele gosta do Texas, gosta dos cursos e programas de lá. Eu prefiro a Flórida, existem ótimos cursos de Design lá. Por que vocês não fazem na mesma universidade?” Jasper tinha anunciado que como Carlisle, desejava ser médico. Realmente seria incrível ter alguém conhecido junto no mesmo curso, facilitaria muito a vida de ambos. Porém…

\t\t  “Seria incrível Allie, mas Edward e eu já planejamos tudo! Vamos para New Orleans. Quer dizer… se for aceita em Tullane e ele na escola de Gourmets. Ainda assim vamos ficar separados por lá. Charlie provavelmente vai querer que eu fique na nossa casa, já que Renée está internada.”

\t\t  “Bella! TULLANE? Eu não quero desmerecer a instituição, mas nós duas sabemos que você e Edward têm uma capacidade para universidades maiores. Já pensou na Columbia em Nova York? Ou Yale? Bella! O que levou vocês a decidirem isso?”

\t\t  “Bom… Edward me afirmou que adorou New Orleans! E vamos combinar que aquela cidade é a nossa cara! Claro que nós podemos ir parar até em Harvard, Alice, porém, algo nos levou a esse consenso! Você acha que Edward não quer ir para lá?”

\t\t  “Não! Não é isso! Mas se você quer fazer um curso bom de Medicina, e você tem capacidade para isso, e Edward quer ser grande! Meu bem! Tullane é muito modesta! Vocês podem entrar nas melhores e ficam escolhendo as modestas! Deus! Quanta humildade! Bella acorda! Seu pai é general e agora você é filha única! Aproveite que ele pode pagar uma universidade excelente e vá!”

\t\t  “Ok. Onde você quer chegar?!” Alice estava insistindo muito naquela idéia. Ela suspirou e me olhou com olhos pidões.

\t\t  “Eu recebi uma carta de Columbia essa semana. Meus projetos foram aprovados e ganhei uma bolsa integral. E eu não quero ficar sozinha lá! Pense! Emm e Rose aqui! Você e Ediota em New Orleans e Jasper… Oh Deus! Ele vai para o Texas! Eu vou morrer na solidão! Eu não vou! Já decidi!” Minha amiga disse com olhos cheios de lágrimas. Larguei tudo o que fazia e a abracei.

\t\t  “Primeiro: parabéns! Alice isso é demais! Uma bolsa em Columbia! Segundo: Meu bem! Você é Alice Cullen! Nem que o presidente baixe um decreto dizendo para você ficar sozinha você vai ficar! Allie! Você não pode se apegar a isso!”

\t\t  “Bella! Mas todos vão estar espalhados! Tenho que ficar perto de alguém pelo menos!” Ela falava manhosa.

\t\t  “Meu bem, nós vamos resolver isso. Prometo que vamos dar um jeito!”

\t\t  “Promete por tudo que é mais sagrado?” Ri baixinho.

\t\t  “Prometo! Prometo! Prometo!” Enchi minha amiga de beijos e abraços. Alice sempre foi uma grande companhia e uma amiga, não há uma só vez que suas palavras não te animem. Ela estava carente demais por algum motivo. Se tivesse que ser eu a lhe dar carinho, lhe daria de bom grado.

\t\t  “Não acredito! Eu saio cinco minutos e quando volto minha namorada e minha irmã viram lésbicas! Esse mundo está perdido mesmo! Não, não, não!” Edward rompeu na cozinha zoando com nossas caras pela demonstração de afeto.

\t\t  “EDWARD!” Alice se indignou.

\t\t  “Liga não Allie…” Disse balançando as mãos, esnobando o Ediota. “Esse ai hoje é caso perdido! Está todo saidinho. Depois eu mostro para ele como que o mundo está perdido.” Alice deu uma risadinha envergonhada. “Vamos, deixe esse resto de louça para o Ediotão lavar, vamos conversar!” A puxava de arrasto para fora da cozinha pelas mãos, ela vinha saltitante comigo.

\t\t  “Ahn… Bella?”

\t\t  “O que, amor?” Voltei-me para Edward que chamou quando estávamos na porta.

\t\t  “Eu preciso da sua ajuda!” Novidade. Gesticulei com as mãos para ele continuar. “Er… era Jake, ele está com um pequeno problema e precisa que eu o ajude.”

\t\t  “Está esperando o que para ajudar?! Amigos são para isso mesmo! Alias, estou fazendo isso com Alice nesse momento…”

\t\t  “Ela está mesmo Eddie.” A nanica confirmou.

\t\t  “Então, se não se incomodar, na minha escala de amizade Alice está no topo! Ela tem preferência. Seja o que for você dará um jeito sozinho!” Assim que terminei girei meu corpo e comecei a andar.

\t\t  “Bella não! É Amber!” Ok. Nesse momento eu paralisei e Alice também. Nos viramos para ele.

\t\t  “O que tem Amber?” Perguntamos juntas. Desejava do fundo de minha alma que Black não tivesse feito nada de errado, se não Forks deixaria de ser tão pacata.

\t\t  (***)

\t\t  “Oi Amm! Como você está?”

\t\t  “Ah! Oi Bella. Eu estou… indo!” Ela respondeu desanimada e bocejando.

\t\t  “Te acordei? Não pensei que você dormisse tão cedo.” Eu bem sabia que ela não devia estar conseguindo dormir. Amber suspirou.

\t\t  “Não. Se eu conseguisse dormir seria a glória. Briguei com Jacob faz algumas horas.”

\t\t  “Ah…” Me fingi de desentendida. “E por que brigaram?” Edward começou a gesticular com as mãos para eu apressar a conversa. Lhe enviei um de meus olhares mortais e ele se aquietou.

\t\t  “Bella! Aquilo tudo né?! Você sabe… resolvi abrir o jogo com ele. Que não queria esperar mais nada e não entendia essa relutância dele em ceder. Saiu daqui sem me dizer uma palavra. Nem que sim, nem que não.” Eu ouvia seu desabafo em silêncio e ela não estava bem, sua voz saia apertada e eu podia até ver as lágrimas solitárias e desnecessárias rolando. “Bella? Será que nós acabamos?”

\t\t  “Oh! Não Amber! Nem pense nisso! Escute, Jake precisa de um tempo pra pensar depois de tudo isso! Sabe como são os homens… inseguros por natureza!” Edward cerrou os olhos em uma fenda me fitando de canto. “Assim como você precisa pensar, se vale a pena ficar se torturando assim.”

\t\t  “É eu sei! Mas ele me deixou no vácuo Bells! No vácuo. Odeio ele por isso!”

\t\t  “Haha! Amm, não seja tão dramática, vocês vão se acertar. Tenho certeza!” Disse confiante.

“Como você pode ter tanta certeza?!” Resolvi desviar a conversa.

“Escute, você está muito… triste para ficar sozinha. Quer vir aqui para casa? Nós podemos assistir filmes, comer pipocas! Emmet até faz aquela com calda de chocolate que você tanto gosta!” Edward pareceu desesperado apontando para si. Murmurei apenas com os lábios o chamando de egoísta.

“Ai… não sei Bella! E se Jacob ligar? Ou vir aqui?”

“Ah tá bom Amber! Vai ficar esperando por ele? Cadê aquela garota decidida e bem resolvida que eu conheço?” Ela riu baixinho.

“Está aqui, agarrada com uma barra de chocolates tendo de companhia a televisão e Teressa.”

“Que coisa mais depressiva para uma garota de 17 anos… Edward e eu estaremos ai em quinze minutos para te pegar.” Ela bufou impaciente.

“Ok. Preciso mesmo me distrair.” Sorri vitoriosa.

(***)

“Rosalie! Custa muito fazer isso com a gente amanhã?” Alice pedia toda manhosa.

“Qual é seu problema? Os carros vão continuar no mesmo lugar!”

“É suas antinhas? Eu tenho prazos a cumprir! E isso se chama responsabilidade! Um dia vocês vão ter também!” Ela delicada como sempre, deu um tapa em nossas testas.

“Miss delicadeza! Eu consigo ajuda extra depois! Te prometo! Mas vamos Rosalie? Precisamos de Amber o dia inteiro ocupada! E além do mais…”

“Além do mais você nunca mais fez NADA com suas meninas… Não era assim que você nos chamava Rose?” Alice meteu um dedo na cara dela a desafiando.

“É isso mesmo! Nós não éramos as Suas Meninas?” Ela mudou o peso para a perna esquerda e cruzou os braços. Edward buzinou três vezes me chamando. “Rose… vamos! Vai ser legal!” Implorei juntando as mãos.

“Que se dane! Emmet pode se virar um dia sozinho!” Ela sorriu cedendo. “Mas só a tarde… de manhã tenho trabalho a fazer!” Alice e eu saltamos nela como duas crianças impacientes. Não demorou muito para ela começar a reclamar e eu a correr para encontrar Edward.

\t\t  Narração: Edward Cullen.

\t\t  Elas conseguiam fazer um belo trabalho com Amber. Em nenhum momento tocaram no nome de Jacob e muito menos a deixaram sozinha. Emmet ajudou muito mais que qualquer outra. Os dois brigavam como cães e gatos e mesmo assim explodiam em risadas.

\t\t  “Diga ai doce de abóbora, quanto tu vai parar de usar esse abrigo do Mickey de pijama?” Ele a desafiou. Doce de abóbora era o mais novo apelido que ele tinha inventado para Amber.

\t\t  “No dia em que você parar de ouvir Britney Spears e Boy George durante o banho, Emmetidinho!”

“Ixe! Entao, vai demorar!” Jazz zoou com a cara do nosso irmão. “Diz ai Emm?! Você dança também?!”

“Aposto que é mais bonito de ver do que você dançando Macarena!” O Abelhudo respondeu todo brabinho.

“Isso está um tédio!” Rosalie disse, achando o contrário de todos. Para ela nunca estava bom apenas estar perto.

“Oh! Eu tive uma idéia!” Alice saltou no sofá. Olhou para todos diabólica. “Vamos rir um pouco!”

(***)

A cara de Bella não era de muitos amigos, mas ela sempre deixava um risinho escapar. Eu não parava de sorrir um minuto sequer. Alice tinha desenterrado todos aqueles vídeos da infância deles que tinha assistido apenas uma vez ou outra. Antes nenhum deles parecia divertido, agora que sabia quem era Bella neles, tudo era muito mais encantador. Ela tinha aquele cabelo de cor indefinida de tom castanho escuro avermelhado e suas sardas, hoje não tão aparentes, pipocavam no rosto em contraste com os lábios rosados. Me diverti vendo que a sua mania de morder o dedinho era de longa data. Quando seus olhos eram confusos lá estava a ponta de seu último dedo entre os dentes.

Lembro-me dos sonhos quando era um garoto daquela idade, eu só desejava ter uma família descente. Por Deus Carlisle e Esme tinham aparecido em nossas vidas. Vendo Bella, Allie e Emm naqueles vídeos, me senti com eles em cada momento. Era um sentimento engraçado, como se esse fosse meu lugar desde sempre. Enquanto novas imagens de Bella e Alice correndo no nosso jardim dos fundos preenchiam a tela, eu ouvia Rose e Jasper cochichando sobre as mudanças de Emmet. Amber, Allie e o abelhudo disputavam dispersos quem conseguia pegar no ar mais pipocas com a boca. Assistindo estávamos apenas eu e Bella. Presos em um mundo que fora dela desde sempre e que me foi dado de presente.

Por um instante a fitei, e seus olhos de escuros e profundos denunciavam o quão feliz ela estava em relembrar uma época feliz. Apoiava-se com os cotovelos em seus joelhos e o rosto pesando sobre as mãos. Seu sorriso era amplo tornando sua expressão era calma e contente. Ela me pegou a fitando e sorriu mais ao ver meus olhos fixos nela. Pude ver aquele rubor assanhado preenchendo seu rosto, revelando que aquele sol era o perfeito misto de menina-mulher que sempre imaginei para mim. Ela não se apegou a mim como meus olhos se apegaram a ela. Bella voltou novamente sua atenção a televisão, saboreando suas memórias alegres.

Por mais que aquilo que a fazia contente fosse passado, ainda é nosso tempo de ser feliz. É nosso tempo de viver. Mesmo que para isso precisemos recordar, assim como ela fazia. Recordava e se alegrava, e podia ver aquela chama queimando em seus olhos. A chama que não via quando ela chegou aqui, mas que foi crescendo e crescendo. Bella só queria estar viva. E eu viveria por isso.

“JOSH! JOSHUA! MANO! OLHE O QUE ALLIE E EU FIZEMOS! VAMOS JOSHUA!” O som das palavras na voz fina e infantil de Bella ecoou na sala, silenciando a todos que estavam distraídos. Na tela ela corria ao encontro do irmão que chegava com Charlie em um carro de modelo antigo. Ela o pegou na mão. Ouvi Esme ao fundo da câmera cumprimentando ao amigo. Atrás de todos apareceu Renée.

“Eu me lembro deste almoço! Era o…” Alice disse baixinho, deixando suas palavras morrerem. Bella tinha seus olhos pregados mais firmes ainda as imagens. As pequenas poças de água se acumulavam em seus olhos e logo começaram a transbordar. Emmet sugeriu desligar o vídeo com gestos, eu apenas neguei. O sorriso dela ainda permanecia.

Era a primeira vez que eu o via daquele jeito. Como uma pessoa viva e não apenas uma foto antiga. O garoto era sorridente e brincalhão com a irmã. Era um amor mutuo e intenso. Ela ria contente e corria de suas graças. Era um almoço em família ao que tudo indicava em um dia claro e limpo em Forks. Parecia um bom verão. Era estranho vê-los assim. Nunca o conheci e para mim Joshua era uma memória linda e dolorosa no peito de Bella. Meu peito se apertou em dor vendo o que aquele vídeo trazia. Um amor incondicional e fraternal explodia em cada riso cúmplice ou cócega feita em uma Bella pequena e saltitante.

O vídeo foi cortado diversas vezes. Conversas de Esme com Alice. Emmet e Josh correndo pelo jardim jogando futebol. Minha mãe conversando amenamente com Renée. Charlie e Carlisle preparando a mesa, Bella caindo um belo tombo… coisas aleatórias que faziam um vídeo simples se tornar incrível. O silêncio na sala só era interrompido pelos sons que vinham do vídeo. Um Parabéns ecoou pela sala, na imagem Esme depositava na mesa um pequeno bolo branco e uma vela com o número 7.

“Era meu aniversário…” Bella sussurrou e pegou o controle de cima da mesa. Achei que ela ia parar, mas não, ela avançou a imagem até a cena de um abraço forte e apertado que Charlie lhe dava.

“Você ama o papai?” Ele a perguntava.

“Muito mesmo! Do tamanhão do universo!” Ele com sua pequena no colo.

“Feliz aniversário meu anjo! Papai te ama! E sua bicicleta está em casa!”

“Bicicleta papai? Ela tem rodinhas?!”

“Sim! E são cor de rosas! Tem algumas fitas também!”

“Eca! Eu detesto rosa!” Todos na sala riram, a mesma Bella de sempre. “Mas gosto das fitas!”

“Ei mana! Ei mana! Vamos pintar as rodinhas! Vamos pinta-las de azul!” Joshua apareceu na imagem saltando nas costas do General. “E vamos deixar ela radical!”

“Azul é legal! Josh! Josh! O que você me trouxe de presente?!” Ela pediu na cara dura.

“Eu te trouxe… te trouxe… Ah!” Ele deslizou das costas do pai e se colocou em um joelho pondo a mão no peito. “Te trouxe meu coração pequena! Ele está sempre com você!” Ao fundo do vídeo Esme manifestou o quanto achou bonita a ação do menino em um singelo “que fofo.”

“Ai Josh cabeção! Dããã! Eu não quero seu coração! Papai disse que sem ele ninguém existe! Bobinho! Uhm… já sei! Você pode me deixar ganhar no xadrez por quatros partidas!”

“Hahaha. Isso não é demais não Bells?” Charlie brincou com a criança.

“Feito, pequena!”

“Ei! eu não sou pequena!” Então a imagem se apagou. Fitei Bella, em pé, lágrimas correndo em seu rosto, as mãos no peito junto do coração. Não sabia se ela iria desabar ou não. Abracei-a.

“Ele não me deixou ganhar as quatro partidas…” Ela disse em um fio de voz escondida em meu peito. “Foram todas.”

\t\t  Narração: Bella Swan.

Estava bem. Não tinha nada de errado comigo. Muito pelo contrário, apenas me emocionei vendo Joshua. Não sentia dor, nem que estava caindo em um buraco sem fim. Sentia-me feliz, por ter quem estivesse comigo nesses momentos. Agradeci por Edward e meus amigos. O coração de Joshua sempre estaria comigo… e agora eu entendia bem o que isso significava.

“Você está legal?” Ele me perguntou antes de entrar para meu quarto.

“Estou bem amor. Pode ficar tranqüilo.” Respondi com sinceridade.

“E Amm, será que ela está bem? Nós a trouxemos aqui para ela ter alguma diversão, mas sei lá… hoje ninguém estava cem por cento.”

“Ela vai ficar bem. Vou conversar com ela sobre o que vai ser… eu devo contar sobre Black?”

“Ahn…” Ele pensou. “Deixe ela sem saber, será muito mais divertido para eles.”

“Me sinto estranha fazendo isso.” Edward questionou-me com os olhos. “Qual é Edward?! Nós dois sabemos onde isso vai dar! Jantares de reconciliação quando não há brigas acabam no mesmo lugar… ainda mais quando o motivo é o que vai acontecer depois! Nós deveríamos não nos meter, isso sim.” 

“Bella! Nós não estamos nos metendo! Qual é a dificuldade em ajudar os dois? Nenhuma! Se acontecer algo depois não cabe a nós ficarmos ou não nos preocupando!”

“Eu não estou enganando Amber?” Ainda estava hesitante em continuar com aquilo.

“Nenhum pouco.”

“Vou tentar acreditar.” Ele rolou os olhos.

“Amber já deve estar subindo. Acho melhor eu ir para meu quarto.”

“Vou ver se mais tarde apareço!”

“Você não vive sem mim Monstrenga!”

“Rá… quem falando! Como se fosse possível você viver sem mim!” Ele sorriu safado me puxando em um beijo confortável e apaixonado. Ele deslizou suas mãos por minha coluna, as encaixando na volta de minha cintura. Naquele carinho gostoso que nossas línguas trocavam me deixei ir por alguns momentos e liberei-me de qualquer preocupação. Em seus braços, era toda dele; não havia os amigos, não havia família, havia apenas eu e ele envoltos no nosso sentimento. Deixei o beijo morrer aos poucos, sentindo se hálito de menta rodar em minha boca, me refrescando a garganta e incendiando meu corpo. Amava seus pequenos beijos que vinham um seguido ao outro. Era divertido e uma forma de dizer: sempre, sempre, sempre.

“Amo você hoje, amanhã e depois…” Ele disse ainda com seus selinhos.

“É bom mesmo.” Suspirei. “Mas o que vem depois do depois?” Cerrei os olhos o desafiando.

“Vem o para sempre.”

Narração: Amber Moore.

“Nunca que eu vestiria um vestido desse Alice! É curto demais!” Neguei irritada. Nós já estávamos em Port Angeles desde o almoço, estava sendo divertido. Bella estava agindo como uma tarada, louca e doente por sexo. Isso só me frustrava mais. A cada palavra que as três trocavam e a cada conselho que Rosalie dizia parecia que eu morreria com meus desejos. Me sentia uma freira sem vocação com um voto de castidade a cumprir.

Ela e Rosalie nos arrastaram para um Sexshop. Bella estava muito confortável ali dentro. E ficava a todo momento vendo e admirando alguns chicotes e algemas. Nada que eu já não soubesse… Bella tinha uma tendência a coisas… rudes. Aquilo era no mínimo constrangedor. Rose ficava explicando o que tudo servia para o que. Bella me oferecendo as coisas e Allie se divertindo como uma criança no play. Eu? Só pensava que aquilo não tinha a mínima graça.

Qual era a de Bella afinal? Rosalie podia não saber de mim e Jacob, Alice estava ciente um pouco, mas não sobre os novos fatos, porém Bella… Bella sabia de tudo e insistia no mesmo assunto o dia inteiro! Ela estava tentando me provocar? Instigar algo que certamente seria mais uma vez deixado de lado… Deixaria essas vontades massacrantes e esses sonhos para um canto. E talvez nosso momento chegaria quando tivesse que ser… Não o forçaria, por mais que eu o desejasse, não faria as coisas assim. Se ele não queria agora por respeito a mim ou por se sentir inseguro, o que eu realmente duvidava, então não seria. Já estava até acostumando-me com a idéia. No entanto, as três me lembravam de tudo, todo o tempo.

Estávamos todas prontas para sair quando Alice conseguiu estourar as bolinhas de gel lubrificante apenas brincando com elas em suas mãos. Ela ria como uma boba.

“Elas esfriam! Oh, não! Agora estão esquentando!” Ela esfregava as mãos melecadas.

“É essas tem esses efeitos, a mudança de temperatura pode causar loucuras na gente!” Rose dizia enquanto cheirava algumas velas aromáticas.

“Prefiro óleos… quentes.” Disse Bella, arqueando aquela sobrancelha direita dela e perdendo o foco do olhar. “Bem quentes.” Nós rimos pela cara de pau que ela teve de ficar corada com qualquer imagem que passou em sua mente.

“Ei Amm, porque você não leva umas dessas?” Rose me apontou as velas quadradas. “Elas tem cheiro de amora! Quando ficam quentes o cheiro deve ser ótimo!” Olhei para as velas, não tive vontade de dizer não.

“Ah sim… pegue umas para mim Rose.” Ela pegou meia dúzia e não me deixou pagar.

\t\t  Não nos demoramos ali, Alice queria lingeries novos e Bella estava indignada porque Edward tinha acabado com mais algumas rendas. Elas foram até a melhor loja da cidade, aquilo era o paraíso feminino! Bella sempre pegava alguns modelos para si e os colocava em minha frente.

\t\t  “Por que você não prova essas coisas e para de me fazer de cobaia?” Disse empurrando o décimo conjunto.

\t\t 

\t\t  “Tenho preguiça de provar Amm… e seu corpo é parecido com o meu! Fica melhor para eu ver!” Ela respondeu na cara dura.

\t\t  “Engula sua preguiça Bella, não sou seu capacho!” Estava irritada demais para ser simpática, aquela tarde tinha sido um tiro na minha consciência e palha na fogueira dos meus desejos. Ela abriu a boca perplexa por mim resposta e fico muda me encarando com seus olhos fora de foco. “O que? Qual é Bella? Vai ficar me encarando com essa cara de maluca agora?”

\t\t  “Amm você precisa relaxar se não, nada vai dar certo!” Ela disse sorrindo. “Você está muito irritada!”

\t\t  “Irritada? Por que será? Ah sim! É porque minha melhor amiga ao invés de facilitar a minha vida só fica falando do mesmo assunto… assunto esse que eu quero deixar enterrado por hora!” Desabafei irada.

\t\t  “Que assunto? Sexo?” Ela deu uma pausa. “Qual é Amm?! Você vai fazer isso… um dia!”

\t\t  “É por isso que eu quero esquecer esse assunto… um dia é muito indefinido!” Ela revirou os olhos impaciente, então olhou para algo atrás de mim.

\t\t  “Veja que lindo!” Mostrou a lingerie lilás e rosa claro. Babados e fitas adornavam a linha do bojo, trazendo uma renda com fios brancos brilhantes em sua trama e flores entalhadas no tecido delicado. Era muito mais que lindo. Era perfeito.

\t\t  Narração: Jacob Black.

\t\t  “Conseguiu falar com Bella, Edward?” Perguntei impaciente ao vê-lo entrando no quarto.

\t\t  “Sim. Elas já estão em Forks.”

\t\t  “Bom.” Olhei ao redor. “Acho que está faltando algo…”

\t\t  “É dia ainda. Quando a noite cair vai ficar tudo legal.” Ele me tranqüilizou.

\t\t  “Sim. Estive pensando… Amber disse que gosta de luzes de Natal.” Edward pensou por um momento apoiando seu peso na base da porta. Olhou ao redor minuciosamente.

\t\t  “Aqui não tem regulagem de iluminação, não é?” Ele ainda olhava para as paredes do quarto.

\t\t  “Edward?” Esperei ele me olhar. “Aqui não é a mansão que tu mora Mané!”

\t\t  “Ah! Fala sério! Achei que era animal!” Ele passou a mão no rosto. “Cara eu preciso da Bella. Vou ter que fazer algo assim na cabana pra ela, sei lá.”

“Meu! Tu é viciado nela agora?”

“Sempre fui Jake! Tratar Bella bem e com romantismo pra mim nunca vai ser demais. Ela passou por muita coisa péssima… e precisa de alguém que a ame de todas as formas com tudo que o sentimento tem a oferecer. Eu dou isso a ela. E é bom que você dê a Amber também!” Eu ri baixo. Certamente que eu faria, ou tentaria ao menos, fazer tudo certo e dar tudo de mim a ela. “Agora… as luzes de natal, onde achamos nessa época?”

\t\t  “Fácil!” Respondi me levantando. “Temos que ir a La Push.”

\t\t  (***)

\t\t  O cheiro de alguma comida apetitosa subia pelas escadas da pequena casa, me fazendo pensar nela e em tudo o que aquilo significava para nós. Enquanto Eddie terminava o jantar que ele mesmo tinha se proposto a fazer, eu terminava com o quarto. Coloquei a última tachinha para segurar o fio a parede. Pronto. Agora não faltava nada. Apenas Amber. Fitei ao redor e com as luzes normais acesas não tinha nada de muito especial. Era o mesmo quarto de sempre. Apenas com alguns lençóis diferentes e umas flores há mais espalhadas pelos cantos e chão. Apaguei a luz do quarto e o escuro invadiu imediatamente o quarto. Procurei o interruptor com entrada para o plug… aquilo teria que ser mágico. Inesquecível. Liguei a pequena flecha das luzes na tomada. Meus olhos se encheram com a beleza do ambiente. Sim… aquilo seria incrível.

\t\t  “Cara! Se ela estiver irritada contigo meu irmão… é só trazer para cá. Vai passar no ato.” Cruzei os braços olhando para as luzes brilhantes.

\t\t  “Falou com Bella?”

\t\t  “Sim, temos uns quarenta minutos. Alice deu alguma desculpa e está ajeitando tudo lá. Rose disse que está vindo trazer algumas velas que Amber escolheu.”

\t\t  “AMBER?” Me desesperei. “Meu! Será que elas contaram?”

\t\t  “Não! Bella ouviu alguns desaforos, mas não contaram nada a ela.”

\t\t  “Ah bom.” Respirei fundo. “Eu tenho que tomar um banho. Se o telefone tocar não atenda.”

\t\t  “Combinado chefe.” Ele bateu continência, tirando onda com a minha cara.

\t\t  Narração: Amber Moore.

\t\t  Estava tão deprimida que não tinha coragem nem para pedir para Alice parar. Ela me fez colocar um vestido leve que havia comprado para si, mas que por algum motivo tinha caído perfeitamente em mim. Sentou-me em uma cadeira em seu banheiro e disse que começaria por mim os testes de maquiagem para a formatura já que eu estava doida para ir para casa, junto com isso ela arrumou meus cabelos. Nesse tempo desliguei minha mente das suas conversas pensando que não havia nem ao menos uma mensagem de texto de Jacob desde a noite anterior.

\t\t  Desejava chegar em casa e ligar para ele. Esclarecer que estava tudo bem e que mesmo ele tendo me deixado no silêncio, já não estava mais braba. E também diria que esquecesse tudo o que eu havia dito. Afinal, eu poderia esperar mais, mesmo sentindo que estava preparada e que minha relação com ele estava forte o suficiente. Não era uma pessoa que tinha vocação para santa. Era uma merda na verdade, você estar doida por seu namorado rebelde que não liga para nenhuma regra e é completamente desviado de boas condutas e ele ter uma crise de consciência a respeito de sua virtude e arrependimentos. Mas ok! Eu iria superar, só queria que Jake não pensasse que estava irritada com ele.

\t\t  Antes de eu sair pedi por minhas roupas, e Bella me deixou a parte que enquanto eu tomava banho ela tinha derrubado refrigerante nelas e que as tinha posto para lavar. Então, teria que ir de vestido para casa. Me sentia uma tola estando tão bonita e sem ter para quem mostrar. Se Jake não tinha me ligado até aquele momento ele certamente não iria ao meu encontro. No caminho para casa liguei para seu celular que tocou infinitas vezes, nunca houve resposta. Em sua casa, o nada simpático Billy Black, disse que não via Jacob desde a noite anterior.

\t\t  O caminho foi silencioso para mim. Emmet e Rosalie me levaram para casa e ao vê-los partir na rua de minha casa puxei imediatamente as presilhas que seguravam meus cabelos altos na lateral. Tirei os brincos pesados e arranquei aqueles saltos idiotas que havia esquecido de trocar por meus tênis. O chão era molhado por uma fina chuva que caia em Forks e era um dia que podia classificar como melancólico. Caminhei rápido para dentro de casa vendo o quão escuro estava. Entrei e tranquei a porta. Olhei para o espelho no corredor me analisando e larguei os sapatos no chão.

\t\t  “Que bela idiota você é Amber. Suas amigas brincam de boneca com você e tu nem sequer se importa.” Suspirei. “Pelo menos hoje eu vou dormir com uma diva do cinema… Linda e bem vestida. Rá! Que animador.” Revirei meus olhos e entrei de uma vez para minha casa. Paralisei naquele mesmo instante.

\t\t  “Oi Amm.” Ele me disse parado aos pés do sofá.

\t\t  “Ja-jake, o que é… isso?” A minha sala era decorada com almofadas diferentes e com tecido acetinado, a única luz que tinha ali era a que vinha de meia dúzia velas baixas e quadradas em minha mesa de centro, que estava decorada com um pequeno arranjo de flores coloridas de tons pastéis.

\t\t  “É meu pedido de desculpas.” Lhe fitei não entendendo qual era o ponto. “É um jantar, para nós nos entendermos e chegarmos a um acordo sobre qualquer coisa que esteja nos distanciando. Por que é assim que eu me sinto, Amm. Distante de você nesse momento.” Veio caminhando até onde eu estava, parou em minha frente e deslizou seus polegares em meu rosto.

\t\t  “Eu não quero estar distante.” Disse fitando o chão. “Só quero… você.”

\t\t  “Estou aqui por que eu quero você também. Não quero mais lutar contra tudo isso.” Aquilo me surpreendeu. Lhe encarei por debaixo dos cílios.

\t\t  “Jake, quem teria que pensar em tudo isso que você sente é eu… quer saber como me sinto nesse momento?” Ele concordou com um aceno. “Sinto como se isso que temos fosse para sempre. E eu não tenho medo, nem receio sobre o que será amanhã. Por que esse é o nosso momento. Nosso tempo de viver! Só temos o hoje meu amor… só hoje podemos viver.” Jacob prendeu-me em seus olhos negros brilhantes por dois segundos. Segundos de fogo e calor. Seus lábios foram delicados ao tocar os meus.

\t\t  Busquei em sua boca o ar que precisava para respirar. Em seus lábios movia-me com paixão e entrega. Seu hálito quentinho abrigava-me com amor e ternura, nós nos beijamos como da primeira vez. Sua língua rodopiando junto a minha e seus lábios carnudos acariciando os meus de um lado a outro, tendo-me por inteiro. Em meu peito, os batimentos se multiplicavam intensos, fortes e suplicantes. Ele era como adrenalina correndo em minhas veias. A sensação era intensa e constante. Seus dedos entraram por meus cabelos, me causando arrepios de calor. Envolvida em seus braços, era presa por minha cintura com sua mão espalmada em minha lombar. Nosso beijo nos fez ofegantes e necessitados de ar. Encostei minha cabeça em seu peito sugando o ar até estar estável. Jake deslizou seus dedos por meus cabelos.

\t\t  “Você é incrível.” Ele disse baixinho em meu ouvido, fazendo-me sorrir. Levantei minha cabeça para vê-lo.

\t\t  “Por que você fez tudo isso?”

\t\t  “Acho que você merece algo especial.”

\t\t  “Nós merecemos.” Lhe afaguei o rosto e fitei ao redor mais uma vez. “Jake… está incrível! Você é maravilhoso.” Ele soltou-me de seus braços enlaçando seus dedos aos meus puxando-me para o centro da sala.

\t\t  “Tive uma pequena ajuda de um amigo.” Sorriu com o canto da boca.

\t\t  “Posso apostar que foi Edward.”

\t\t  “Vejo que Bella conseguiu me ajudar também!” Ele rodou-me ao meu redor. Eu ri feliz.

\t\t  “Sabia que ela estava aprontando algo.”

\t\t  “Só queremos te fazer feliz! Agora… aceita jantar comigo?” Apenas pude rir enquanto ele acenava para uma almofada grande e macia no chão.

\t\t  (***)

\t\t  Ele murmurava coisas em meu ouvido com sua voz rouca me deixando constrangida. O vinho já fazia um bom trabalho mantendo as minhas bochechas vermelhas. Jacob me fazia rir, e ele ao ouvir o som ria também. Estava sendo agradável. Aos poucos nos aproximamos e naquele momento eu estava sentada entre suas pernas, com seus braços ao meu redor e com as costas sentindo sua respiração um pouco pesada. Me distanciei ficando em meus joelhos para depositar a taça na mesa, assim que a deixei tocar o vidro ele puxou-me de volta para seu corpo com um toque a mais de força.

\t\t  “Jake!” Disse surpreendida.

\t\t  “Eu vou fazer isso inesquecível.” Ele sussurrou um pouco mais rouco que o normal em meu ouvido descendo com beijos por meu pescoço e rodando minha nuca. Minhas mãos deslizaram de seus joelhos para suas coxas grossas as apalpando. Uma mão percorreu suave pela pele de meu braço, subindo e descendo, outra se apossou de meu pescoço. Essa era ousada e intuitiva. Derrapou por minhas voltas nos ossos e com um caminho de tortura passou entre meus seios, correndo para baixo em minha barriga e parando impiedosamente com o polegar em meu umbigo. Sobre o tecido fino de meu vestido as pontas dos dedos de Jacob afagavam o fundo de meu ventre. Seus lábios insistiam em minha nuca.

\t\t  Minhas mãos mexiam-se no mesmo ritmo lento que as dele, em suas pernas sob o jeans, eu brincava as rodando nas partes internas cada vez mais para baixo. Ele me torturava com a ponta de seus dedos em minha barriga. Apertava-me ali como se relutasse com algo. Ajudei um pouquinho mexendo-me contra ele e achando e sua virilha com as mãos. Um gemido muito baixo saiu por entre seus lábios. Jacob de imediato buscou minhas coxas, me fazendo querer queimar naquelas chamas que se acendiam. Ele apertou ambas e mal se encostando a minha pele, derrapava seus dedos por elas indo à volta de meus joelhos. Queria poder ver seu rosto, olhar em seus olhos e dizer sem qualquer som o quanto eu estava amando aquilo. Com mais vontade ele espremeu seus dedos em minha carne. Chegando mais perto.

\t\t  Assim como eu ele encontrou em minha pele nua a minha virilha, e sobre o tecido fino de minha calcinha, eu tive seu primeiro toque. Apenas um roçar de dedos que me despertou arrepios nas pernas e espinha. Jake subiu um pouco seus dedos e com sutileza colocou-os por dentro de minha pequena peça intima. E foi o paraíso quando ele me tocou.

\t\t  “Ah.” Sussurramos baixo juntos em prazer. Na penumbra das velas, os únicos sons que ouvíamos era nossa própria respiração pesando e a chuva batendo nos vidros. Ele fazia movimentos em curtos e lentos círculos em meu ponto de prazer. Aquilo despertava-me mais vontade e paixão. Em minhas costas podia senti-lo crescer. Apenas sua respiração em minha nuca já me trazia mais desejo. Jacob me tinha em suas mãos e fazia isso com perfeição. Gradativamente ele aumentava a força e movimentos de seus dedos, levando-os até minha entrada e voltando. Eu podia agarrar-me a todas aquelas sensações, mas me agarrei a ele quando ele me beliscou. Enfiei minhas mãos em seus cabelos e não neguei os sussurros que vieram a seguir.

\t\t  Curvei minha coluna sentindo-me arder. Eu queria que nunca parasse. Ele ia mais rápido, mas não forçava em nada. Estava sendo paciencioso e delicado. Enquanto ele me levava com suas mãos procurei sua boca e o beijo cortado foi com olhos bem abertos e sorrisos sacanas de satisfação. Eu já não agüentava e senti queimar por dentro e contrair-me. Ele vendo que tremi por um momento apenas intensificou os movimentos os ritmando de uma maneira diferente.

\t\t  “Te quero tanto Amm.” Ele disse quando meus olhos fecharam. Aos poucos seus movimentos foram cessando, mas em mim tudo latejava. Quando abri meus olhos sentia-me meio dormente. Ele me fitava sério. “A visão mais divina que eu posso ter é essa… seu olhos se abrindo para mim e mostrando o quanto você se sente bem em minhas mãos.” Ele me beijou gostoso. Agarrei-me em seus cabelos.

\t\t  “Jake… você vai até o fim?” Não sei por que perguntei aquilo, mas tinha a necessidade de saber. Levantou-se ficando a minha frente.

“Eu disse que seria inesquecível. Vem…” Estendeu-me sua mão. Eu a peguei. “Vem comigo, hoje nós nos conduziremos até o fim.”

(***)

Não havia nada que podia se comparar com aquilo. As poucas luzes, iluminando em meia fase meu quarto davam aquele tom dourado e marrom. Tudo era maravilhoso. Não tinha palavras para poder falar o quão lindo tudo era. Jacob tinah preparado tudo pensando em mim. Pensando o que me faria feliz e o que me deixaria relaxada. Mesmo amando cada detalhe das luzes, flores, cheiros e velas, tendo ele já bastava. Jacob pegou em minhas mãos e mirou-me nos olhos. Sorri para ele afirmando que estava tudo bem… que seguiríamos juntos.

Lhe beijei e fui abraçada por seus braços fortes. Jake parecia nos fazer dançar no mesmo ritmo de nossas bocas, nos girando pelo quarto, embalando meu corpo para os lados. Aos poucos fomos crescendo em nosso carinho e as línguas se faziam mais ousadas e agitadas. E quando o ar se tornava mais escasso nos entregamos de vez a todos os sentimentos e desejos. Eu o conduzi para a cama, me sentando e o puxando para mim. Jake deslizou sua mão em minhas pernas, debaixo a cima enquanto eu as enrolava em seu corpo. Rolando com beijos sugados ele percorreu a linha de minha mandíbula descendo para meu pescoço e brincando na beirada do decote de meu vestido. Só conseguia explorar suas costas com minhas mãos despreparadas e afoitas. Lentamente ele subiu meu vestido, o passando por minha cabeça, me deixando apenas no lingerie que Alice exigiu que eu comprasse. Agora eu entendia a razão.

Ele deixou que eu tirasse sua camiseta, a primeira visão de seu peito, tirou-me o ar. Não que não tivesse visto outras vezes, mas por algum motivo aquele momento foi diferente. Passei minha mão por seu abdômen, acompanhando o relevo de seus músculos definidos e acariciando a pele macia. Ele sorriu com meu toque. Mais uma vez fui envolvida por ele e o caminho de seus dedos em minhas costas trazia-me arrepios. Com habilidade Jake tirou meu sutiã e trouxe sua boca até meus seios. Ele os beijou e deu leves mordidas. Tudo muito sutil e delicado. Brinquei com seu cinto abri-lo, mas ele não deixou que eu o despi-se assim como ele fazia comigo. Jake ficou em seus joelhos e com tranqüilidade e desejo beijou-me desde os pés até minhas coxas. Por vezes me mordia e lambia a pele. Sempre que abria meus olhos para vê-lo, o seu olhar estava pregado a meu rosto. Os beijos continuavam a subir por meu corpo, explorando cada cantinho.

“Você é, definitivamente, deliciosa.” Ele disse olhando firme em meus olhos. Eu ri alto. Por um momento ele me deixou sozinha sentando-se na ponta do colchão e de costas para mim. Imediatamente sentei-me pensando que ele tinha desistido. Ele me olhou por cima do ombro e esticou o braço até abrir a gaveta de meu criado mudo. Dali eu vi o que ele queria. Sentei-me atrás deles com minhas pernas ao lado de seu corpo. Ele se moveu um pouco e mandou a boxer preta embora, estiquei-me para ver por cima de seu ombro. E ai ai… aquilo seria interessante. Enquanto ele colocava o preservativo arranhei suas costas levemente desde sua base até a nuca enfiando meus dedos em seus cabelos. “Isso… me leva a loucura agora.” Ele disse rindo.

“Você faz isso comigo também.” Imediatamente ele virou seu corpo para mim, jogando-me na cama. Ele me olhou de cima um momento e sorriu. Em meus quadris ele brincou com o elástico da calcinha por um segundo ou dois. Minha visão era da perfeição. Ele era perfeitamente desenhado em cada parte de seu corpo. Jake a trouxe até meus pés me fazendo tão nua quanto ele. Deslizou suas mãos por minhas pernas e com elas trouxe seu corpo junto ao meu. Beijou-me com uma paixão que nunca havia sentido antes.

Ele explorou meu corpo, envolvendo-me em seus dedos e carícias. Jake brincava comigo de uma maneira que me levava a loucura e que ficava pior sempre que o sentia firme roçando em meu centro. O procurei em um beijo acalorado empurrando-me contra ele. Estava cansada de joguinhos e meu instinto queimava. Com os lábios junto aos meus e de olhos bem abertos via a paixão e desejo que ele carregava e a realização tomando conta de cada ponta de brilho ali, assim, nos fitando em meio a beijos falhados o senti em mim. Fazendo-me sua. Tendo-me por completo.

Ele ia calmo e da mesma forma senti um pouco de dor. No entanto a cada novo segundo a sensação incomoda era deixada para trás e ia dando espaço a mais desejo e prazer. Nossos corpos se moviam em sincronia perfeita. Jacob ia e vinha em mim, aumentando o ritmo por algumas vezes, por outras ia lento. Devolvia-lhe suas investidas com meus quadris, e quando eu os empurrava ele gemia um pouco mais alto sorrindo.

Parecia que eu flutuava em uma nuvem de fogo. Se pudesse pensar em algo racional, diria o quanto aquilo estava bom. Jacob me levava com movimentos curtos e cada vez mais fundos. Era incrível! Encaixando-se a mim, me fazendo querer céu e me colocando direto no inferno toda vez que ia mais devagar. Era uma dança deliciosamente boa. Seus lábios procuravam a minha boca e meus dentes seu pescoço. Em uma investida firme e profunda ele me arrancou um grito entre nosso beijo. O agarrei, cravando as unhas em suas costas, sentindo a força que ele investia em mim. Perfeito… se não mais. Meu corpo o reconhecia e o aceitava com deleite e fome. Jake era meu ar, era tudo que eu tinha e precisava… e mesmo assim era difícil respirar. Entrando em mim com menos cautela e muito mais desejo, eu reagi a ele em tremores e leves espasmos. Parecia que meu corpo já não existia mais. Ele apertava meus seios com suas mãos sem nenhuma gentileza, e minha língua fazia o caminho de sua mandíbula até as orelhas, sentindo o gosto salgado de seu suor.

\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t    

\t\t  Contrai-me ao seu redor quando os tremores se intensificaram. Jacob seguia em mim no mesmo ritmo, seu nariz preso a curva de meu pescoço, uma mão segurando minha perna envolta de sua cintura, e muito desejo. Era o que ele tinha para mim. Os sons que fazíamos mostravam o quanto era gostoso estarmos juntos daquela maneira. Meu corpo vestia perfeitamente o seu, e ele me levava direto ao ponto onde deveríamos estar. Em mim um sussurro de prazer ao pé de meu ouvido trouxe o auge de nosso momento. Veio forte como uma onda jogando seu corpo nas rochas. Algo em mim rompeu… ou talvez fosse eu que tivesse me desfeito em pedaços. Não lembrava quem eu era ou como se respirava. Em meu ouvido o gemido rouco e grosso trouxe-me um pingo de realidade. Relaxei sentindo Jake puxar-me em seus braços.

\t\t  Tudo parecia irreal. E mesmo o sentindo abraçado a mim não conseguia assimilar que era realmente verdade. A chuva era mais forte e os lusco-fuscos brilhavam nas paredes, distorcidos em meus olhos. Sua pele morena, cheirosa e quente era meu abrigo. Não nos dizíamos nada, afina, não era como “ei como foi para você gostosa?”, em silêncio, estávamos bem. Delineava seus músculos dos braços e ele acariciava meus cabelos. Minha pele eriçava-se a cada momento que ele ia com seus dedos à minha nuca. Eu poderia até dizer que estava em um estado sublime.

\t\t  “Amm…” Ele chamou baixinho.

\t\t  “Sim?”

\t\t  “Amo você.” Sorri e o beijei.

\t\t  “Eu amo você.”

\t\t  Narração: Edward Cullen.

\t\t  O domingo seguia entediante. As mesmas coisas de sempre para se fazer em Forks… nada! Bella e Alice estavam impacientes por qualquer coisa. Eu não entendia a frustração delas pro Amber ainda não ter ligado. Mas ok! Conseguia suportar aquele falatório delas. Sempre fui acostumado com Alice nos meus pés quando cheguei aqui, Bella era um acréscimo que adorava que existisse.

\t\t  Vendo as duas falando como duas matracas atacadas e rindo como palhaças de Emmet que tinha tirado o dia para contar as piadas mais escrotas do universo, foi que me dei conta que todos aqueles domingos entediantes estavam prestes a acabar. Bella e eu iríamos para New Orleans ou talvez Nova York como ela havia sugerido depois de uma conversa – que não tinha sido muito esclarecida para mim – com Allie.

Sentiria falta da nanica tagarelando coisas sobre como eu poderia cuidar mais da minha pele e fazer mais a barba. Ou de Jasper vindo me torrar o saco para dar os CD’s que eu mais adorava para ele, sentiria falta até mesmo de Rosalie com seus ataques de perua mimada limpando as unhas sujas de graxa de carro – uma imagem bastante contraditória. Pensaria em Emmet e em seus conselhos furados sobre como ser um bom homem para sua mulher. E meus pais… sentiria pela solidão e quietude que ficaria esta casa. Todos de apenas uma vez partiriam, e eles ficariam. Teria saudade dos beijos de bom dia de Esme e dos discursos autoritários e conservadores de meu pai. Mas era a vida, e por mais clichê que pareça, a vida segue. De todas as maneiras.

(***)

Quarta-feira. Três dias antes do baile. Jamais esqueceria aquele dia. Por um único motivo. Razão que me irritou e que despertou em mim um forte instinto destrutivo. Sempre fui pacifico e calmo, mas tudo havia um limite. E o limite se atingira. Amber estava em desespero. Jacob com vontade de matar. Bella queria matar junto com Jacob. Eu? Estava no meio do furacão tentando amenizar tudo a minha volta… bem, isso até o final da tarde.

(***)

“Edward! Não adianta isso não vai me acalmar! Não tem nada que faça eu me acalmar! Isso não vai ficar assim! Será a última vez! Não tem desculpa ou qualquer outra coisa que me fale que vai me fazer ficar quieta!” Ela dizia com palavras alteradas e batendo os braços dentro do Volvo.

“BELLA! Fica calma! Eu não vou dizer nada que faça você ficar quieta! Eu também estou revoltado! MAS QUE DIABOS PODEMOS FAZER AGORA?”

“EDWARD! Não! Não mesmo! Não vai ficar assim!”

“EU NÃO VOU DEIXAR QUE FIQUE BELLA!”

“Então porque você está tentando me acalmar? Me tirar de lá?! Quando Amber precisa de nós?! Você sabe o que aquilo significa para ela? Para nós pode parecer bobo! Mas pense em todos aqueles anos dela!”

“Amor! Eu sei! Sem duvida é algo importante! Nós não vamos engolir… vamos fazer algo para dar um fim nisso!” Estacionava em frente a cabana quando ela se calou, mas ficou chorosa. Ela já tinha passado por aquele tipo de coisa. E Bella não era passiva em nada. Ela gostava de ação, ela não ficaria de boca fechada e muito menos deixaria barato. Mas ela precisava pensar com calma. Estar com a mente limpa. E nada como estar em um lugar de paz para isso acontecer.

Nós descemos do carro e já era escuro. Não havia nem sequer luz da lua iluminando o caminho de pedras que levavam a casa. Segurei em suas mãos lhe dando firmeza caso perdesse o equilíbrio. Mais perto da casa estranhei uma das janelas da frente abertas. Demos mais um passo em sua direção e se via que algo estava errado. O vidro não existia. Estava estilhaçado no chão. Na madeira escura algo parecia ter a deixado mais escura do que era e opaca… Não me agradou, não gostei daquilo. Eu precisaria de uma luz externa, forte e que me desse muita margem de visão.

“Fique aqui Bella.” Pedi voltando correndo para o carro. Manobrei rápido com e liguei os faróis em luz alta. Em minha frente, a silhueta perfeita de Bella arqueou-se no mesmo instante em que nossa cabana foi iluminada. Meu coração pareceu ser desfeito em pedaços. Fui até ela tão rápido quanto pude e a segurei nos ombros para não cair.

“Edward… Edwaard… NÃO! Mais isso não!” Ela chorava com raiva. Estava petrificado vendo as paredes de madeira grossa e pura queimadas por diversos pontos, uma tentativa apenas de incêndio, era superficial, mas não superficial o bastante para não deixar marcas. Os vidros de ambas as janelas frontais estilhaçados e suas estruturas quebradas. A porta estava arrombada e se via os golpes de machado feitos nela lascando e tirando enumeras de suas partes. Bella antes de mim se mexeu e foi para dentro a passos furiosos de uma felina atrás de sua presa. Houve dois segundos de silêncio completo quando cheguei lá dentro. Ali já vi a destruição. Não havia nada que não estivesse quebrado. Absolutamente tudo no nosso pequeno espaço de paz estava em ruínas e escombros.

Bella saiu de trás da cortina rasgada que “dividia” o resto do local e o quarto. Com uma expressão fria e dura ela me encarou tentando me manter firme. Por cima de seu ombro vi a cama que tinha sido queimada, quebrada, estourada… arruinada. As paredes tinham as marcas de fogo que fora contido. Uma brisa rodopiou a cabana e levantou consigo o cheiro de mogno e pinho carbonizados. Meus olhos se focaram em Bella que me apontava um papel dobrado meticulosamente. Cinco passos e estava com ela que me entregou a pequena folha.

“Tenham bons sonhos.”

J.

Continua…

N/a: Oi minhas coisas lindas e divas! Seguinte! Hoje eu não tenho muito o que falar, só espero que tenham gostado. Primeiro desculpem a demora, mas sabem como é… final de ano é sempre corrido para todo mundo, foi complicado escrever esse capítulo :T Peço que, por favor, não reparem nos erros de português. Eu terminei ele na quarta às 3 da matina, não consegui passar para a Mari (beta), postei ontem a noite no Orkut, e só não postei aqui antes porque queria que ele estivesse betado para vocês, mas… eis que surge mais 300 coisas para eu resolver hoje, então infelizmente não está betado.

Quero pedir um favor à vocês. Duas amigas abriram uma nova comunidade de Fanfictions, para você que gosta de conteúdo e sentimento é lugar ideal: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=108781911

Só tenho a pedir agora que COMENTEM MUITO E ME ANIMEM! Pq estou em um ponto que até Waking Up não me dá vontade de escrever. Entao um review a mais, me incentiva muito! Tem muitas leitoras que são notificadas e não comentam. Sim isso acontece em todos os lugares, but… eu escrevo tantas paginas pensando em vocês... então deixar um comentário não machuca ninguém! :D

Beijos a todas e muitooo obrigada a todos!

Grasi