Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 22
Capítulo 15 - ROMPENDO.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66060/chapter/22

Narração: Edward Cullen.

 

Nickelback - Far Away.

http://www.youtube.com/watch?v=j4y-RzVGrHg

 

Era difícil de respirar. Ainda posso sentir a pressão em meu peito. Forte e esmagadora. Ela tinha me expulsado de sua vida e eu estava perdido e sem rumo. Pensei em voltar e lhe implorar perdão por meus erros. Eu ficaria de joelho e choraria mais do que eu já estava chorando. Mas o que adiantaria? Ela tinha desistido de nós. Não suportou meu erro. Ela não merecia alguém como eu… eu menti desde o início. Mesmo a amando tanto eu menti. Não fui homem suficiente para contar sobre as ordens descabidas de seu pai e a perdi. Suas palavras doíam em mim e Bella estava certa. Eu fui desonesto. Enganei-me ao pensar que tudo ficaria bem e essa história morreria. Pois ela não morreu e nada ficou bem. Nada restou. Só a dor dilacerante e a vontade de gritar.

 

Sentado no saguão do aeroporto, as pessoas olhavam para o homem que chorava feito uma criança. Eu nem ligava. Eu andava de um lado para outro esperando a hora do vôo. Não sabia se agüentaria ali. Os seguranças estavam de olho em mim. Esperei por intermináveis três horas, lutando com a minha consciência sobre o que eu tinha feito. Eu estava errado… sempre estive. Bella quem me tirou do tédio que estava minha vida e um pouco da tristeza que sentia pelos problemas que enfrentei com meu ex - melhor amigo. Eu não acreditava em minha burrice.

 

Ao finalmente embarcar eu senti minha vida sendo deixada em New Orleans. Não haveria consolo quando o avião pousasse, não haveria sua mão quente e seu abraço amoroso e principalmente, não haveria Bella. Uma das aeromoças, vendo meu desespero, me ofereceu um calmante e eu pedi por dois. Ela entregou os pequenos comprimidos brancos e amargos e em dez minutos eu deslizei para dentro de minha mente. Acordei apenas para fazer algumas escalas, o que deixou a viagem um pouco mais longa.

 

Ao chegar a Port Angeles não chamei por ninguém de minha família. Paguei um táxi e em uma hora estava adentrando o jardim de Esme. Entrei em casa e a primeira pessoa que vi foi Alice. Ela se assustou com minha expressão. Joguei minha mala no chão, caminhei até o sofá em que a nanica estava fazendo as unhas e sentei-me ao seu lado, apoiando minha cabeça nas mãos.

 

“Maninho, onde está a Bella? Por que você está assim?” Não suportei ouvir seu nome e chorei em frente a minha irmã, mostrando o quão fraco eu era. O quão debilitado eu estava sem ela. “Edward fique calmo… pare… não! Não chora!” Senti os braços magros de minha irmã em minha volta tentando me consolar. Eu chorei por intermináveis minutos até conseguir localizar a minha fala.

 

“Não há mais Bella… Tudo simplesmente… acabou.” Minha irmã petrificou ao meu lado e quando voltou ao seu estado normal me despejou um milhão de perguntas torturantes. Eram porquês, como, quando, onde vindos de todos os lados, disparados com a força de uma arma de fogo, me atingindo na ferida e me fazendo desejar a morte. Eu fora um tolo, era a única coisa que pude justificar para Allie enquanto contava os motivos de nosso rompimento. Ela ao encerrar a conversa me disse apenas uma frase.

 

“Sim Edward, você foi um tolo. Porém um tolo que a ama e ela verá isso.”

 

            E com a amargura incessante em meu peito as horas foram se passando lentamente.  Pedi para Alice que contasse o que tinha acontecido aos demais. Eu não suportaria falar mais uma palavra. Em Forks chovia mais que nunca. Devia ser algum fenômeno ou coisa assim. Ventos fortíssimos e tempestades que não se abrandavam com facilidade. Tranquei-me em meu quarto, vendo o rosto de Bella em todos os cantos. Sua imagem me perseguia e a cada vez que fechava meus olhos, a sentia me abraçando. Eu a amava e não queria esquecê-la. Diferentemente do que a maioria deseja, eu procurava nossas lembranças e as revivia em minha mente, mesmo que isso fosse causa de sofrimento. Eu a queria viva em mim. Não sabia por quanto tempo ficaria sem vê-la.

 

            Me mantive trancafiado e infeliz, recusando a deixar qualquer um entrar. Porém houve uma pessoa que deixei me ver naquela noite: Esme, que em silêncio se pôs ao meu lado na cama e apenas me abraçou cantarolando uma canção triste. Soube que ela não faria críticas, não falaria das minhas atitudes e nem diria que Bella estava errada – o que era mentira, ela estava certa ao extremo. Nos braços de minha mãe eu me aninhei e fiquei como uma criança no escuro: encolhido e com medo. Medo do que seria o amanhã.

 

            E o amanhã veio com dor. Mais do que eu acho que podia suportar. Esme me deixou ficar em casa e não ir à escola. Acordei cedo demais e me senti um completo lixo. Sem ela tudo era tão sem vida. Fiquei algum tempo em meu quarto, mas decidi assinar minha carta de suicídio: fui para o quarto da Monstrenga. Agarrei-me a seu cheiro como um sedento se agarraria em um copo de água. Ela tinha que voltar. Sem pensar peguei meu celular e lhe enviei uma mensagem implorando para que voltasse. Por horas esperei resposta. Ela devia me odiar e não querer ver mais minha cara. Sua réplica nunca chegou.

 

            Me sentia sufocado e preso dentro de casa. Eu estava envolto em um mundo de memórias. Não importava para que lado eu olhasse, eu só enxergava Bella. Eu sentia sua presença ao meu lado em cada passo que dava. Eu estava ligado a ela e a tudo o que dizia respeito à Monstrenga. Antes que as lembranças me enlouquecessem e o sofrimento me devorasse, decidi sair para tentar ficar um pouco mais tranqüilo. Mas aonde eu iria, se todo lugar em Forks tinha algo dela? Talvez um lugar onde eu pudesse preencher minha mente com qualquer coisa. Pensei que a biblioteca da escola seria uma excelente opção, já que o ambiente é quieto e que todos estariam ainda em suas aulas na escola àquela hora.

 

Narração: Bella Swan.

 

Lykke Li - Possibility.

http://www.youtube.com/watch?v=Ix4iq7x2C6Y

 

            Eu não conseguia fazer o ar ir até meus pulmões. Charlie tentava de tudo, mas o choro não atenuava. Desde que ele saíra pela porta de meu quarto me sentia morta. Estava no chão do banheiro e a água do chuveiro batia em mim com jatos fortes e gelados. A roupa colada em minha pele me fazia tremer mais. Eu gritei junto com o pranto. Eu sentia meu coração sendo dilacerado com o passar das horas, meu corpo não tinha forças para se colocar de pé. Eu rastejei pelo chão de meu quarto até chegar ao banheiro frio. Eu queria deixar aquela agonia que me maltratava e que não me deixava esquecê-lo, e se tivesse que congelar embaixo daquele chuveiro eu congelaria, até conseguir pensar em outra coisa a não ser Edward. O desliguei da energia e girei o registro ao máximo. Não sei como Charlie chegou até mim. Mas me lembro de seus gritos pedindo para que eu respirasse. Ele mantinha os meus braços acima da cabeça.

 

            “BELLA RESPIRA! RESPIRA! VAMOS LEVANTE!”

 

            “Não. Eu não… quero… Saia da-qui…” Tentava falar entre os soluços, mas era quase impossível. Por intermináveis minutos Charlie tentou me convencer. Ele desligou a água e me pegou no colo, e eu em vão tentei fazê-lo me largar. Eu estava quebrada por dentro e dessa vez não queria que ninguém me ajudasse a juntar meus cacos. Eu mesma não queria me recompor. Estava cansada de lutar por mim mesma quando todos só querem a minha tristeza.

 

Meu pai me colocou sentada na cama e me fez beber um copo de água com dois calmantes. Ele usou de força para isso. Eu não conseguia manter o ritmo de minha respiração. Não sabia como puxar o ar, algo obstruía minha garganta e a fechava impedindo a sua passagem. Inspirava com tanta força que meus ossos ficavam marcados sob a pele. Eu sabia do que precisava para ficar bem… mas ele estava longe. Lembrei a mim mesma o porquê estava daquele jeito.  E doeu.

 

            Renée, Charlie, Edward. Eu os amava, mas todos me feriam, me apunhalavam, me faziam desejar sumir. Meus punhos estavam cerrados e meus olhos não precisavam estar abertos para as lágrimas rolarem.  

 

            “Deixe-me… só. Vocês estão destruindo com a minha… vida.” Disse com dificuldade assim que encontrei força suficiente para falar com Charlie. Eu não o queria ali. Queria todos longe. Já tinham feito estragos suficientes em mim. Danos que talvez não fossem reparáveis.  Charlie se retirou de meu quarto em silêncio. Não me importava em nada se tinha o magoado. Nenhum deles tinha pedido se eu sofreria com suas atitudes. Nenhum deles se importava com minhas feridas e medos. Escorreguei para o chão. Eu estava no fundo, caída e despedaçada. Coloquei minha cabeça nos joelhos e deixei minha alma sofrer.

 

            Mais uma vez um coração partido. Mais uma vez o amor em meu peito parecia estar sendo corroído. Mais uma vez eu estava solitária. Mais uma vez a razão para eu continuar respirando tinha ido embora, mas com uma sutil diferença. Eu mesma tinha mandado a minha vida partir. O meu Ediota. O meu amor.

 

            Vi o escuro invadir meu quarto. Na noite minha solidão era somente solidão e de nada adiantava eu lutar contra, a desilusão e o desgosto permaneceriam em mim. Mesmo com toda a mentira eu não conseguia deixar de amar Edward nem um pouco que fosse. Mais que minha vida. Mais do que qualquer outra coisa. Era algo maior que eu e que tinha me engolido por inteiro. Eu o amava e sofreria longe dele… mas ele não me amava. Ele mentiu, era tudo uma ordem, uma encenação. Ao lembrar-me de suas palavras com Charlie, eu sentia como se estivessem me rasgando no meio.

 

…“Eu nem queria ficar perto de Isabella! O meu desejo era não ter ela por perto!… Você é idiota ou o que? Foi você quem me obrigou a ficar perto dela para te dar notícias!… Você que se vire com Bella! Eu não me importo!”…

 

            E então era isso. Nunca houve o amor. Nunca houve o carinho. O que havia era Charlie. Se ele não me queria por perto, ele não me teria. Eu sofreria, mas ele não me ama. Mentiu para mim e não se importava. Estava no escuro mais profundo de minha vida. Eu só sentia os cortes sangrarem em mim, mais e mais a cada segundo. Eu estava caindo diretamente para aquele buraco negro que existia em meu peito. Estava sendo sugada. Eu estava… morta.

 

            Na manhã seguinte despertei esparramada no chão. Meu rosto junto do piso gelado, minhas mãos pressionando o peito, o frio me assolando e as feridas ainda latejando. Ao abrir meus olhos, fitei meu quarto buscando por pés brancos e magros esperando para me oferecer ajuda para levantar, mas não havia pés, não havia mãos, não havia seu sorriso, não havia ajuda e não havia… Edward. As primeiras lágrimas transbordaram ao lembrar que ele não estaria ali. Elas se tornaram mais presentes quando as memórias do dia anterior me invadiram e eu decidi que mais uma vez eu me silenciaria.

           

            Me levantei e vi que uma colchinha fina me cobria. Eu pedira a Charlie para me deixar só. Não precisava que ele me cuidasse. Ele não entendia?

 

            Eu estava no fundo do poço. Eu sabia. Era tão vazio e frio ao meu redor. Troquei as roupas que vestia por minhas antigas. Não as que eu comprara em Forks e sim as que eu deixei em minha cidade. Eu sentia falta delas e do que eu era. Naquele tempo, mesmo com a dor, eu não era dependente de ninguém. Conseguia me levantar pela manhã sentindo que estava faltando um pedaço de mim, uma boa parte, mas não metade de mim. Desci as escadas e as janelas estavam abertas. O sol invadia os cômodos, porém não sentia seu calor me atingir.  Renée apenas levantou os olhos quando passei por ela. Imitando um de seus antigos gestos, silenciosamente puxei uma cadeira e a coloquei de frente para a janela. Sentei e fitei a rua esperando o sofrimento desaparecer. Esperando por algum consolo. Esperando pela esperança.

 

            Era domingo e todos estavam em casa. Não sei por quanto tempo permaneci em silêncio apenas analisando as pessoas passarem, seguindo seus caminhos, continuando com suas vidas e secando o choro com a ponta de meus dedos. O cheiro de carne assada no forno despertou meu estômago e ele reclamou. Atentei para o fato de que eu não comia nada desde a manhã anterior. Resolvi que estava na hora de me mover. Não tinha vontade, mas precisava sair dali e ocupar minha mente, para, talvez, não ver os olhos verdes de Edward diante de mim a cada segundo, me fitando intensos e calorosos.

 

Por que Edward? Por quê? Em meus pensamentos essa pergunta ecoava infinitamente. Lembrei de minha primeira noite em Forks e de todos os acontecimentos daquele momento, principalmente o jantar. Será que Edward sempre me odiou? E mais uma vez minha mente voltava à questão: Por que Edward?

 

Passei por Renée que estava sentada no sofá. Me assustei quando ela, com força, segurou em meu pulso, me impedindo de continuar. Olhei para ela desprovida de qualquer emoção.

 

“Se for para me machucar mais, lhe aviso: não há mais nada que possa ser destruído em mim. Não sobrou nada intacto.” Expliquei monotonamente.

 

“Não. Não seja burra. Olhe para os lados. Seu lugar não é aqui e sim ao lado dele. Não fique cega.” Ela tinha uma calma tão ritmada em sua voz, e isso me fez lembrar as conversas que eu, ela e Joshua tínhamos. Me fez lembrar a Renée amorosa e tranqüila que sorria quando sorríamos. Me fez lembrar que ela era mãe.

 

“Eu não tenho um lugar. Não pertenço à parte alguma…”

 

“Você… pertence a alguém…” Ela falava com dificuldade. Como se doesse falar aquelas coisas para mim. “Fi- filha…” Eu segurei o choro em minha garganta quando a ouvi pronunciar a palavra que esperei por tanto tempo. “Aqui… nunca será seu lugar. O coração dele…” Ela suspirou antes de continuar, desistindo de manter aquela barreira que ela tinha erguido entre nós. “É seu lar. Ele pertence a você e você a ele, até cegos veriam. Por que você deixaria de ver?”

 

(***)

 

“Eu não quero falar pai…”

 

“Mas Bella. Eu não gosto de te ver tão quieta. Fale comigo. Eu sou seu pai… eu vou te entender.” Ele insistia para que eu falasse com ele. Eu só estava tentando comer em paz. Já me bastava meus pensamentos de navalha cortando todo espaço ainda inteiro de meu cérebro e o preenchendo com memórias de Edward.

 

“Charlie, por favor?” Pedi sem ânimo nenhum na voz. Estava cansada de olhar para a cara dele. As palavras de Renée perfuravam meu peito e queimavam nas bordas da fenda que eles cavaram em mim. Seria possível ele realmente sentir amor por mim? Edward pertenceria a mim no final das contas, assim como eu ainda me sentia dele? O que realmente foi dito nas conversas entre ele e Charlie? Será que mais uma vez eu estava sendo injusta? Será que ele realmente me amava? Ainda ouvia seu choro e desespero enquanto o mandava embora. Eu ainda o sentia em mim. Meu peito pareceu ser esmagado por uma força dominadora me levando a respiração embora e cobrindo meus ouvidos para o mundo ao redor. Senti todo o peso da possível verdade. O que eu tinha feito conosco, se suas palavras e juras de amor sempre foram sinceras?

 

As palavras alteradas de Charlie começaram a dissipar os pensamentos que me rondavam. Na verdade ele começava a gritar. Porque essa mania irritante de gritar? Eu estava me segurando para não fazer isso. Eu queria era na verdade cuspir umas verdades na cara dele. Fazê-lo ver que seus últimos atos comigo foram, acima de tudo, desleais, e que, mesmo ele sendo meu pai, eu amava ele um pouco menos que antes.

 

“VOCÊ ESTÁ OUVINDO, BELLA? VOCÊ NÃO VAI FICAR PARA O RESTO DA VIDA CHORANDO POR UM GAROTO QUE NÃO TE DÁ O VALOR! VOCÊ FICA MELHOR SOZINHA!” Pronto. Ele conseguira. Minha paciência se evaporou como água fervente: subindo até o topo e formando uma camada densa de vapor. Agora viria a tempestade.

 

“QUER SABER MESMO, CHARLIE? Eu estou ouvindo sim! E você? Está ouvindo? E você, Renée? Me ouve também? Vocês só querem saber de serem ouvidos e compreendidos e blábláblá! Charlie, olhe o que você está fazendo agora! Está xingando Edward de todas as maneiras possíveis! Isso é hipocrisia! Edward não me deu valor? AH GRANDE COISA! COMO SE ELE FOSSE O ÚNICO A FAZER ISSO! Vocês mentem descaradamente para mim e fingem que tudo está perfeito! NÃO! NADA ESTÁ PERFEITO! EU ESTOU ESTILHAÇADA! EU ESTOU AOS CACOS! POR CULPA SUA, CHARLIE! SUA, DE RENÉE E DE EDWARD!” Respirei o mais fundo que pude, tentando colocar minhas idéias em seus devidos lugares.

 

“Por que, Charlie? Por que tanta mentira? Por que nunca li aquelas cartas de Joshua? Por que mentiu que fora você que quis que Joshua fosse para a guerra? Por que nunca me permitiu conhecer o seu lado da história? Já cogitou que nós poderíamos ter superado a morte dele há muito tempo? Por que mentiu pra mim com relação a Edward? Por que fez Edward mentir para mim? Por que você queria que ele lhe contasse tudo que se passava comigo? Eu não lhe falava? Não passei horas com você ao telefone, dizendo exatamente como me sentia em relação às coisas ao meu redor? Por que você está insistindo em detonar ele em minha frente, se a essa altura o que eu sinto por ele não mudará?” Charlie mantinha seu rosto sem demonstrar nenhuma emoção. Ele ouvia impassível. Fiquei o encarando por alguns minutos. Ele não movia um músculo.

 

“O que? Você não vai me responder, pai?” De novo seu silêncio me perturbava e tirava a calma forçada que tinha em mim. “Você é fraco demais para isso. Se um dia você achar que eu sou digna da verdade, por favor, me escreva uma carta. Elas são mais válidas que as palavras que você profere Charlie. Essa é a última vez que eu vou falar sobre isso. Sobre Joshua. Isso me cansa e me tortura. Não há culpados para mim. Gostaria que você soubesse disso, pai. Não quero mais magoas em minha vida. Vocês cometeram erros e eu não sou ninguém para julgá-los.” Me calei subindo para meu quarto. Era início de tarde e eu queria evaporar. Como será que Edward estava? Será que ele pensava em mim? Ah Deus! Era loucura tudo que acontecia em minha vida. Eu precisava dar um basta. Romper com tudo que estava me magoando. Dar uma guinada para um lado completamente diferente do que eu estava seguindo. Eu precisava dar uma chance para mim mesma. Precisava me permitir ser feliz.

 

Deitei em minha cama jogando meus chinelos para longe, cobrindo meu corpo e inconsciente, agarrei-me ao travesseiro. O cheiro do Ediota entrou em mim com tamanha força que ardeu em minha garganta. Eu pude sentir sua presença ao meu lado. Por um instante pensei em jogar o travesseiro longe, porém seu aroma me prendia. Já que era para sofrer, eu sofreria lembrando que ele tinha algo de bom em si e que mesmo tendo mentido para mim, ele era importante para mim. Por mais que eu negasse, deixei minha mente se perder em nossas memórias.

 

Uma batalha era travada dentro de mim. Minha mente me dizia que o que Edward tinha feito era totalmente errado e que mais errada estava eu de estar pensando em esquecer toda essa história e voltar correndo para Forks. Meu coração implorava para dar uma chance, ouvi-lo e deixar de ser teimosa e que assim, eu seria feliz.  Eu não sabia para que lado cair. Naquele momento eu fiquei no meio. Pensando na mentira e no amor. Adormeci com as memórias e a angústia.

 

(***)

 

Olhei para fora e o sol já tinha desaparecido. Eu começava a detestar as noites. Principalmente que elas seriam frias. Ah como eu me detestava! Eu estava deixando um pouco de lado a mágoa e estava voltando para a raiva. Raiva por tudo ruir a minha volta e eu estar apática presa no mesmo lugar, sem saber para que lado correr. Resolvi por bem tomar um banho, comer, e voltar a dormir. Tinha que por minha cabeça e sentimentos no lugar antes que eu enlouquecesse. Demorei uns quinze minutos no banho. Lavei meus cabelos com calma e deixei a água quente me relaxar por completo. Em meu peito, meu coração se apertava. No dia seguinte seria segunda feira e o que eu faria?

 

            Chegando perto de minha cama desenrolei a toalha do cabelo e joguei sobre os lençóis bagunçados. Me vesti por completo e fui para a cozinha. Eu estava calma, mas meu coração estava inquieto. Comi um sanduíche que Luzia me preparou antes de se retirar. Sozinha. Não vi Renée nem meu pai. Tudo muito monótono, muito automático. Voltei para minha cama e desisti de lutar contra a dor e me deixei levar por todos seus caminhos tortuosos até começar a sonhar. Sonhei comigo e Edward na cabana. Isso não era algo bom para quem está com o coração partido.

 

Pela manhã acordei com dificuldade. O sol já estava a pino e junto de meus olhos identifiquei um pedaço de papel branco bem em minha frente. Sentei-me na cama esfregando meus dedos pelos olhos para clarear a visão. O abri ao meio. Era a letra de Charlie. Não acreditei que ele tinha feito o que eu lhe tinha pedido! Já me senti um pouco mais feliz.

 

Isabella.

 

Sei que tudo tem sido muito mais difícil para você do que para todos nós. Joshua sempre foi seu melhor amigo e sua companhia. Eu não desejo que você sinta raiva, nem tristeza. Só quero a sua felicidade. Você sabe que sem você aqui minha vida é triste, eu não tenho com quem ter conversas normais sem ouvir lamúrias. E por Deus! Como eu gostaria de te ter aqui… mas acho que fui longe demais com minhas atitudes “protetoras” de pai. E sinto por isso.

Eu tenho respostas para todas as suas perguntas, mas não sei se elas seriam cabíveis em poucas páginas. Se eu te dissesse que a palavra amor justificaria boa parte de meus erros, você acreditaria em mim, Bells?

Primeiro: nunca lhe falei sobre a vontade de Renée de ver Joshua seguindo carreira militar porque a amo. Sim, por amor a sua mãe eu me calei e ouvi durante todo esse tempo você e outras pessoas lembrando que fora eu que o mandei para a Guerra. Mesmo que não tenha sido. Foi por amor que o alistei e o coloquei no pelotão que iria ao Iraque. Por ela, e não por ele. Isso a faria feliz, e eu me calei, esquecendo de meu filho. E com uma fé dissimulada acreditei que ele voltaria. Como eu me arrependo. Não queria ver você odiando Renée. Já conhecia as preferências dela e achei que aconteceria bem o que aconteceu. Se você soubesse que tinha sido ela, você não a odiaria assim como me odiou? Eu sei que sim. Enquanto você não amadurecesse, você odiaria qualquer um de nós. E sinceramente minha filha? Eu não me arrependo disso. Foi bom você ter descoberto isso agora… Você está com sua mente mais forte e encontrou forças para continuar. Tenho orgulho de quem você é.

Segundo: Edward. Bom, essa parte é delicada, tanto para você quanto para mim. Eu estava desesperado de te ver partir. Eu precisava de alguém que não se importaria o suficiente com você para me contar direitinho como você estava. Eu tinha medo, muito medo de que você tentasse se matar de novo. PORQUE EU TE AMO. Alice sem dúvida se negaria e acabaria contando tudo para você… bem, sim, eu pedi que ele te vigiasse, porém não pedi para que ele se aproximasse tanto de você. E quando fiquei tanto tempo sem conseguir falar com você, fiquei louco com aquele moleque atrevido! Como se fosse culpa dele… Hoje eu vejo o quão idiota eu fui. Por dois motivos: ele se aproximou demais de você e eu não tinha o direito de fazer isso contigo.

Bella, eu te peço perdão. Por meus erros freqüentes e por te fazer sofrer.

Antes de encerrar, eu tenho que te contar uma pequena verdade antes que isso se torne mais uma mentira em minha pequena e vergonhosa lista: ontem você provavelmente não ouviu toda a minha conversa com seu namorado, e isso está te cortando aos pedaços, e eu não quero que você caia mais uma vez. Você não deve ter ouvido, mas ele jurou que a amava e que isso não mudaria. Foi a primeira coisa que ele declarou. Ele queria dar um basta, ele não queria mais contar nada sobre você para mim, ele estava ali naquela sala lutando pelo amor de vocês. Hãm… eu não acreditei em suas palavras, mas você deve conhecê-lo melhor que eu. Então, se você o ama você sabe o que fazer!

Se você quer minha permissão e minha aceitação: VOCÊS a tem.

Seja feliz minha Bells. Minha Vida.

 

Do seu pai que lhe ama.

Charlie Swan.

 

            Certo. E agora? Fiquei analisando o papel com minha mente totalmente vazia. Charlie tinha me dado as respostas e eu acreditava nelas. Mesmo que não respondessem todas as questões, elas esclareciam as de maior importância. E sem dúvida respondia a uma pergunta que era minha: Eu tinha errado com Edward? Sim, e feio. Muito feio. Eu não agüentava mais chorar, mas não neguei as lágrimas calmas que deslizavam por minha pele. Essas eram de esperança. Esperança que Edward poderia ter sempre estado ao meu lado por livre e espontânea vontade. Como se fosse para confirmar algo que já não precisava de confirmação, meu celular apitou que tinha recebido uma nova mensagem.

 

 

[De: Ediotinha]

 

Bella, por favor… Volta para casa?

Ou me deixa voltar…

Você não vê o quanto eu te amo?

Volta pra mim.

E.

[Para: Monstrenga às 09h26min]

 

            “Ok Edward Cullen. Os meus sentimentos por você vencem qualquer mágoa.” Falei pra mim mesma. Eu teria que escutá-lo, saber o que ele tinha para me dizer e se ele ainda me quisesse… voltar. Olhei para o celular em minhas mãos. Vi o brilho leve do dourado na argola em meu dedo com o pequeno sol pendurado balançando suavemente. Eu ainda era comprometida com ele, não tinha como negar que eu era dele e que nunca nessa vida seria de outro, além do Ediota.

 

            De pijamas, desci as escadas como um jato para pegar o telefone e ligar para a companhia aérea. Me espantei quando vi Charlie na sala. Ele somente sorriu para mim e eu congelei. Seu sorriso era sincero e não pude deixar de lhe dizer o que precisava ser dito.

 

            “Obrigada pai.”

 

            “Obrigada por me perdoar minha filha.” Sorri para ele. “Tem o telefone da companhia aérea na cozinha… Claro, se é isso que você está procurando.” Sem pensar em nada, atravessei a sala e o abracei sendo retribuída.

 

            “Eu te amo, Charlie…”

 

            “Eu também filha… agora vá, acho que tem um vôo para Seattle às 13h00min!”

 

            Corri para a cozinha e peguei o número no bloco de notas. Disquei apressada e descobri que o vôo não saia às 13 horas e sim às onze da manhã. Eu não teria tempo nem para respirar. Reservei a passagem e avisei a Charlie. Ele disse que ficaria para me levar ao aeroporto. Subi para o meu quarto e joguei tudo na mala. Pedi a Charlie se podia levar a carta que Joshua tinha me enviado, ele somente assentiu. Pelo visto aquilo o magoava. Com pressa, escolhi minha roupa para a viagem e deixei um casaco pesado para fora das bolsas.

 

            Antes de sair de casa, dei uma boa olhada ao redor. Meu quarto, quarto de Joshua, sala, cozinha, jardim. Eu tenho que admitir: amava New Orleans e sentiria muita falta de minha casa. Eu me sentia muito melhor, mesmo tendo incertezas sobre Edward. Para mim, naquele instante, bastava a certeza do meu amor por ele. Eu e Charlie estávamos entrando no carro quando Renée apareceu na nossa frente. Ela tinha se escondido durante a manhã. Eu sabia que ela não se importava por eu estar ali ou não.

 

Leona Lewis - Alive.

http://www.youtube.com/watch?v=uq4H28gYpNc

 

            “Esperem.” Ela pediu olhando para Charlie. Eu e meu pai nos olhamos segurando as portas do carro abertas. “Isabella, eu não posso deixar você partir sem antes lhe falar uma coisa.” Ela fazia uma força descomunal. Podia ver isso. Ainda me perguntava se ela iria me desejar mais coisas ruins. “Eu… não gostaria de te ver mais aqui, mas, por favor, entenda… é para o seu bem.” Ok. Essa era nova para mim.

 

            “Uhm… meu bem?!” Hesitei na pergunta. Parece que foi a chave que liberou seus pensamentos.

 

            “Sim, para o seu bem. Se todos esses anos eu desejei que você estivesse longe, foi pensando que seria melhor para você… e achei que assim eu estaria fazendo uma vontade de seu irmão. Quando li em uma daquelas cartas que ele voltaria e te levaria junto, eu entendi que ele não queria ninguém influenciando a pequena dele… Posso não ter feito isso da maneira mais correta, mas estou fazendo por você e por ele. Ver você aqui, sendo feliz com aquele rapaz, me fez pensar em como eu te prendia. Você não merece isso. Ele tinha razão, você é diferente e faz muita falta por aqui… mas você não é a Isabella feliz aqui. Eu só gostaria que você soubesse que eu me importo. Importei-me sempre, só não consigo me livrar da culpa de ter matado meu filho… e quase consegui fazer o mesmo com você. Eu sei que nunca fui uma boa… mãe e não quero continuar sendo. Tomei algumas decisões e uma delas é dizer que eu sempre te amei e isso nunca mudou… só que eu corrompi algo em mim e nunca mais vou conseguir amar alguém de uma maneira correta. Tenho medo de acabar mais com a sua vida… Por isso vá. Todos vemos o quanto você fica melhor com ele e longe de mim.”

 

            Eu não acreditava naquilo. O que tinha mudado?  O que tinha se quebrado? Depois de tanto sofrimento em longo e curto prazo, parecia que minha Renée era minha mãe novamente. Até mesmo que seja com palavras meio duras, ela abriu seus pensamentos e estava – de certa forma – me libertando de uma porção de amarras. Me soltando de alguns grilhões que me mantinham presa na dor. Rompendo com todas as afrontas, medos, desejos e sofrimentos que tínhamos com relação de uma a outra. Mãe. Era minha mãe. Será que agora eu seria feliz, sem medo do que viria a seguir? Só tinha um jeito de descobrir.

 

            “Renée, um dia vou poder chamar você de mãe novamente?” Disse fechando a porta e me aproximando dela, que estava a nossa frente.

 

            “Sempre que quiser.” Eu não resisti e a abracei com força. Como eu queria fazer aquilo! Há muito tempo esperei para poder abraçá-la. Acho que ela não estava preparada para isso, demorou alguns instantes para reagir e por seus braços de uma forma automática em minha volta. Para mim estava mais que bom, já era um começo para as coisas ficarem melhores.

           

            “Eu te amo, mãe.” Declarei ainda abraçada nela. Não esperava que tivesse retorno isso, como não teve. Não do jeito normal.

 

            “Eu vou tentar me curar disso, eu prometo.” Isso para mim já era algo muito maior do que um eu te amo. Era uma declaração de que algo estava errado e que ela estava cansada de sofrer.

 

            Minha mãe não quis ir até o aeroporto conosco. Aquilo já seria demais para ela. Cheguei em cima da hora e não teve muitas chances para despedidas. Fiquei feliz por isso. Charlie pediu para que eu ligasse assim que chegasse a Seattle, e depois em Port Angeles e por fim em Forks. Eu só iria ligar quando estivesse em Forks. Ele mais uma vez pediu perdão pelos erros e eu lhe disse que isso já era passado e que uma nova vida começava para os Swan. Ele sorriu sincero com minhas palavras. Fiquei inquieta o vôo inteiro. Tinha conseguido uma viagem sem escalas e por isso demoraria ao todo 6 horas para estar em Forks. Charlie me deu dinheiro suficiente para pegar um taxi em Seattle e ir direto para casa.

 

            No instante em que entrava nos limites da nebulosa Forks, vi que algo tinha acontecido. A cidade estava mais parada que o normal e havia muitos galhos pelas ruas. Provavelmente uma tempestade forte. O vento também era fortíssimo, as árvores se mexiam incessantemente ao longo da estrada. Eu precisava averiguar com alguém como Edward estava antes de ir direto para a mansão dos Cullen. De primeira pensei na docinha. Amber.

 

            Narração: Amber Moore.

 

            AH! Esse garoto começava a me estressar. Tudo bem que eu estava cada vez mais perdidinha por ele, mas Jake não tomava uma decisão logo. Ele dizia que Jane não prestava, mas nem por isso se afastava dela. Queria falar com Edward, ir ver o “ex-amigo”, e saber como ele estava, mas não dava o braço a torcer. Ele era um teimoso, isso sim.

 

            Quanto a Bella e Edward eu estava triplamente preocupada. Muito mesmo. Primeiro: pelo que Alice tinha me contado pela manhã, Bella devia estar aos cacos em New Orleans… Os pais e Edward haviam errado, mas os sentimentos dele por ela eram tão claros como água. Quanto aos seus pais, só rezava para que eles se entendessem. Segundo: Edward estava detonado. Jasper adora enfatizar as emoções das pessoas, e não deixou um único detalhe ao descrever como o irmão estava. E sem dúvida Edward se culpava por ter feito qualquer coisa que o levasse para longe de Bella. Terceiro: O casal em si. Depois daquela situação toda à tarde, eu realmente esperava que ele ficasse bem e que ela… que ela voltasse para poder estar ao lado dele. Eu tinha tentado falar com ela durante toda a tarde.

 

            “E então? O que você acha que eu devo fazer Amber?” Jacob conseguiu me puxar inteiramente de meus devaneios.

 

            “O que? Você está brincando, não é? Virei tua conselheira agora, Black?” Eu não cedia em nada à simpatia pra ele. Se ele quisesse pessoas queridinhas com ele, ele que fosse um pouco mais civilizado e menos imbecil.

 

            “Não, eu estou falando sério. Quero saber o que você acha!” Ele sorria e batia os cílios para mim, todo debochado.

 

            “O que eu acho? Bom, eu acho que você devia deixar de ser tão frouxo, Jacob. Vai deixar que aquela louca te segure para o resto da vida?” Falei olhando para o livro aberto em minhas mãos. Sempre ficava com vergonha de falar sobre Jane com ele. Tinha medo, na verdade, de demonstrar um pouco da inveja que eu tinha dela por estar com aquele moreno todo para si e eu ali, me satisfazendo com as poucas horas de estudo que eu tinha com ele.

 

            “Ahm… Amber?!”

 

            “O que Black? Não gostou da resposta? Se acostume.”

 

            “Na verdade eu não estava falando de Jane…” Ele disse hesitante. “Era sobre Edward.” Ah meu Deus! Ok. Respire Amber e jogue esse vermelho que está na sua cara para seus pés. AGORA! Ordenei a mim mesma. Eu estava tão distraída em meus pensamentos que nem ouvira o que ele disse.

 

            “Digo o mesmo então… Só retiro a parte a parte de ela estar te segurando, já que se trata de Edward. Mas mesmo assim… acho que devia ir vê-lo assim que possível.”

 

            “Você não ouviu o que eu dizia, não é?” Ele sorria para mim. Isso estava acontecendo com muita freqüência ultimamente. Estranho.

 

            “Não… me desculpe por isso. Você já acabou o exercício?” Desviei meus olhos de seus dentes brancos reluzentes e seu sorriso brincalhão, pegando o livro dele.

 

            “Aham… acabei sim.” Ele hesitou, soltou um suspiro leve e pronunciou. “Você está muito tensa garota.”

 

            “É. Eu sei.” Não tive como negar isso. Eu estava uma pilha de nervos pensando no meu casal de amigos. Eles não podiam se separar, era tão bonito de vê-los juntos. “Só estou muito preocupada.” Falei jogando minhas mãos sobre os livros e olhando para ele. Surpreendentemente Jacob fez algo que eu não esperava: depositou sua mão grande e quente sobre a minha direita e a puxou, prendendo-a entre as suas duas palmas e acariciou minha pele com… carinho. Eu senti meu corpo todo esquentar. Parecia que era um porto seguro. Mesmo ele não sendo nada seguro.

 

            “Não se preocupe Amber… vai ficar tudo bem… mesmo!” Eu estava perdida olhando para ele. Ele estava me consolando e sendo gentil? Ele era uma caixa de surpresas. Quando encontrei a linha de raciocínio novamente, a campainha de minha casa soou. Eu saltei na frente de Jacob, deixando nossas mãos se separarem. Estávamos na sala, sentados no chão com os livros sobre a mesa de centro. Corri para a porta com vergonha. Tive a impressão de que Jacob resmungou algo como “merda”. Que idiota!

           

            Saquei as chaves da casinha, pensando quem poderia ser. Eu já estava segurando o Black mais do que o necessário dentro de minha casa, depois do acidente na escola e porque o vento não cessava do lado de fora. Podia vir uma tempestade ainda pior durante a noite, era o que todas as emissoras anunciavam. Olhei pelo olho mágico. AH MEU DEUS! Girei rápido a chave e escancarei a porta para ela. Teressa surgiu do nada se colocando entre nós e se roçando em suas pernas, logo voltando para dentro de casa. Lhe abracei sentindo sua pele gelada pelo vento.

 

            “Vai me chamar para entrar ou não, Amber?”

 

            “Vem Bella. Entra.” A puxei pela mão e fechei a porta.

 

            “Aqui está bem mais quentinho!”

 

            “Bella amor! O que você está fazendo aqui? Como você está? Me diz! Me conta! Ah eu fiquei tão preocupada com você! Você é louca de vir pra cá com um tempo desses?!” Lhe enchia de perguntas enquanto a guiava para dentro da sala. Ela parecia tão triste.

 

            “Ah Amber… você não sabe a metade, aposto. Foi tão difícil, tantas mentiras e tantas verdades. Tantos erros… mas enfim, a maior parte deles serão esquecidos. Não sou ninguém para julgar meus pais ou Edward. Só sei que não agüento longe dele. Eu fui a Ediota da história…”

 

            “Não foi não, Bella! Você devia estar confusa. Tenho certeza que assim que possível as coisas entre vocês vão se resolver.”

 

            “Assim que possível? Não! Vão se resolver hoje. Me diz: como Edward está?” Ela estava decidida, mas pelo visto eu teria que dar um banho de água fria em minha amiga.

 

            “Eu duvido muito que você consiga resolver essa situação hoje, Isabella!” Merda. A voz de Jacob a fez saltar de espanto.

 

            “AH meu Deus! De onde você saiu assombração?” Quase ri com a cara de Jacob.

 

            “Estava aqui desde sempre.”

 

            “JACOB FICA QUIETO, POR FAVOR?”

 

            “Amm, o que ele faz aqui?!” Ela perguntou um pouco alterada. “E por que eu não vou conseguir resolver isso hoje?”

 

            “Uhm… Jacob está aqui por que houve um acidente na escola devido ao mal tempo… a biblioteca está interditada, e viemos estudar aqui.”

 

            “Ah tá. E o que houve na escola?”

 

            “O vento e a chuva levantaram uma parte do telhado da biblioteca e uma parte do gesso desabou, por assim dizer… e Bella… ahm…”

 

            “Nossa que coisa!” Ela disse me interrompendo. “Alguém se machucou? Espero que não.” Bella se sentou no sofá.

 

            “É… bem… eu já iria chegar nessa parte.” Ela me olhou séria, como se pedisse para eu parar de enrolar. “Houve um ferido. Ele estava lá Bella.” Um breve momento de silêncio se fez.

 

            “Ah não… não! Você não está me falando que…” Ela se levantou já com os olhos cheios de lágrimas, pondo a mão sobre o peito. Eu sofria em vê-la tão frágil, mas o que eu podia fazer? Não podia mentir para ela.

 

            “Edward está no hospital agora.”

 

            Narração: Bella Swan.

 

            Ele tinha que estar bem. Vivo e bem. Assim que Amber me falou que ele estava no hospital, disparei para fora correndo contra o vento frio e a chuva que cortavam em minha pele. Eu juro que não queria mais chorar, mas é difícil quando a pessoa que você mais ama está em um hospital e você não tem a mínima noção de como ela está. Ouvi Amber correr atrás de mim e pedir para que eu esperasse, mas para que esperar? Eu tinha que chegar lá o mais rápido possível. Tentei forçar minhas pernas no mesmo instante em que meu braço foi puxado para trás e eu quase cai.

 

            Jacob Black agarrou meu pulso com força e gritou comigo no mesmo instante em que um trovão rompeu no céu de Forks.

 

            “VOCÊ ESTÁ LOUCA, ISABELLA? É PEDIR PARA LEVAR UM RAIO NA CABEÇA SAINDO NESSE TEMPO!”

 

            “EU TENHO QUE IR VER O EDWARD! ME LARGA BLACK!”

 

            “EU TE LEVO GAROTA! AGORA POR FAVOR, PENSE UM POUCO NA SUA VIDA! SE VOCÊ QUER CHEGAR VIVA AO HOSPITAL, VEM COMIGO!” A tempestade só se agravava acima de nós. Ambos já estávamos molhados. Eu hesitei perante sua intimação. Não era racional para mim receber favores de Jacob Black. Eu não tinha para onde fugir e ele era a minha melhor opção. “E então Isabella?”

 

            Voltamos correndo para a casa de Amber, que já estava em baixo de um guarda-chuva e segurava diversas toalhas. Entregou a Black duas ou três e ele as colocou nos bancos e as demais ela nos fez nos enrolar para nos secarmos um pouco. Ela tinha um forte instinto protetor. Era uma boa amiga. Sentei-me atrás, porque ainda me lembrava da paixonite de minha amiga pelo Black. Talvez ele não fosse alguém tão ruim quanto parecia, mas ainda tinha minhas desconfianças. O caminho para o hospital levou cerca de dez minutos porque Jacob dirigia cauteloso sob a chuva. A visibilidade era mínima. Amber foi durante todo o caminho segurando minha mão pelo banco da frente. Quando não existem palavras para demonstrar conforto, pequenos gestos gritam nossas intenções. Minha amiga sabia bem como fazer isso.

 

            Saltei do carro assim que Black estacionou. Não esperei por nenhum deles. Como uma louca desesperada eu invadi pelas portas automáticas quase batendo minha cara no vidro quando ela não quis abrir a tempo. O sentimento que tinha era o de que estava buscando algo necessário para minha sobrevivência, assim como ar ou água. Eu precisava vê-lo, tocá-lo, senti-lo respirando.

 

            Na recepção do hospital a enfermeira deu um pulo quando eu cheguei ao balcão pedindo por Edward Cullen. Eu gritava. Estava fora de mim. Por que um cara tão sortudo como Edward tinha que estar naquele lugar bem na hora em que a merda do gesso desabou? Ele nem gostava de ir à biblioteca!

 

            “O senhor Edward Cullen não pode receber visitas, mocinha!” Mocinha? Mas que merda! Eu estava em meu momento mais revoltado. Cheguei cheia de fé que abraçaria ele e o beijaria e começaríamos de novo, e quando me vejo estou no hospital desesperada por informações sobre o Ediota e ainda por cima sou chamada de mocinha. Eu sei que aquilo era um hospital, mas minha paciência não andava em um nível muito elevado.

 

            “Olha querida, ele pode sim. Chame o doutor Cullen. AGORA.” Arrisquei a sorte. Carlisle normalmente fazia plantão as segundas e hoje não deveria ser diferente, ainda mais com o filho dele internado. Ela me lançou um olhar de morte. “Você vai me ver muito por aqui.” Falei estreitando os olhos para ela no mesmo tipo de olhar. Não tinha tempo para ser simpática. Ela apertou um botão no microfone e a frase ecoou pelos corredores.

 

            “DOUTOR CULLEN, FAVOR COMPARECER A RECEPÇÃO COM URGÊNCIA. DOUTOR CULLEN, RECEPÇÃO COM URGÊNCIA.” Ela desligou o microfone e ordenou. “Agora espere. Longe de mim garota.”

 

            “Com prazer.” Olhei seu nome no crachá prateado abotoado na lapela de seu uniforme. Irina. Nome estranho, pessoa estranha.   Esperei o mais longe que pude. Amber logo apareceu com Black. Ela apenas me abraçou. Eu podia ver pelo meu reflexo nos vidros da porta que meu olhar era desesperado. Meu coração batia acelerado e Amm apenas me passava palavras me pedindo calma.

 

            “Bells?!” Me virei e fitei Carlisle por meio segundo, e caí chorando em seus braços. “Fique calma filha, fique tranqüila, ele vai ficar bem.”

 

            “Co-como ele está? Eu preciso ver ele Carlisle… posso?”

 

            “Bom, ele está em coma induzido Bella. Ele sofreu algumas contusões significativas na cabeça. Mas te garanto que não é nada de muito grave. Está sedado para podermos fazer todos os procedimentos de uma forma segura. Ele não pode se agitar. Você me entende?”

 

            “Claro que sim, mas eu posso vê-lo, Carlisle? Por favor?” Ele olhou em meus olhos como se decidisse algo.

 

            “Venha.” Muda, eu segui pelo corredor com ele até o elevador e fomos para o 2º andar do hospital de Forks, no quarto 23. Carlisle me indicou que era aquele o lugar em que ele estava. “Bella entre, vou te dar mais umas explicações.” Concordei com a cabeça e me adentrei no quarto. Lá estavam Esme e Emmet. Assim que o Abelhudo me viu, me abraçou tampando minha visão do leito. Esme também se levantou e beijou meus cabelos. Retribuí seus carinhos, mas eu queria Edward. Eles ficaram em minha frente enquanto Carlisle me explicava mais alguns aspectos.

 

“Bells, ele está bem. Ele chegou aqui consciente e tivemos que sedá-lo. Ele já estava bastante agitado pelo que tinha acontecido… bom, com vocês. Então a melhor opção foi fazê-lo dormir para que ele se recuperasse melhor. Acho que vamos mantê-lo assim por uma semana, dependendo de suas reações neurais. As lesões, a princípio, não causaram nenhum dano à coluna e não há danos cerebrais. Mas teremos mais certezas durante a madrugada… Eu vou pedir para enfermeira lhe trazer um calmante. Você não está muito bem…” Ele me deu um beijo na testa. “Tudo vai ficar bem querida… Esme e Emmet vão, antes que a chuva piore. Não quero que vocês passem a noite aqui. Não há necessidade.”

 

“Você está toda molhada… Vou deixar minha valise, têm algumas roupas quentinhas Bella, vão te servir. Fique bem querida. Fique de olho nele por mim.” Minha sogra – sim, para mim ela ainda era minha sogra – me deu mais um abraço e saiu de mãos dadas com o esposo. Emmet se colocou na minha frente e por incrível que pareça algo sensato saiu de sua boca.

 

“Cunhadinha… não se preocupe. Ed é um cara forte e sempre se recuperou muito bem de qualquer coisa. Ele estava sofrendo muito. Sei que não é a hora pra te falar isso Bebelildis, mas não fique braba com ele. Edward é diferente contigo. Uma pessoa melhor e ele realmente é doido por você… então cuide dele. Eu te amo, tá?” Passei a mão por seu braço forte e sorri para ele. Emmet tinha aquele jeito infantil que conquista a todos. Suas palavras são sempre sinceras e é o tipo de pessoa que você pode confiar cegamente, pelo simples fato de que ele sente em matar até mesmo uma formiga.

 

“Obrigada Emm. Agora… me dá um abraço de urso?” Ele fez um sim com a cabeça todo alegre e me pegou em seus braços, me abraçando forte. “Obrigada mesmo.” Assim que ele saiu de minha frente, fechei meus olhos até ouvir a porta se fechando atrás de mim. O baque abafado me fez acordar para a realidade: eu, Edward, um quarto de hospital e muitas palavras que não foram ditas. Porém o principal era: eu ficaria ao seu lado por todos os momentos, até ele acordar. Abri meus olhos. Eu estava a quatro passos do meu Ediota.

 

Fiquei olhando para ele aos pés de sua maca. Branco, barba por fazer, sereno e calmo. O aparelho ao lado da cama apitava seus sinais vitais. O coração batia lento, mas nada fora do normal. O apito fazia eu me lembrar o motivo pelo qual tinha conhecido Edward. Meu suicídio falho. Olhando para ele deixei de pensar que aquele fora o pior erro de minha vida e passei a acreditar que fora meu maior acerto. Se não fosse por aquela noite em que tomei a decisão mais tortuosa de minha modesta e ainda curta vida, eu não teria conhecido Edward. Não teria ele para me puxar para cima e ali, naquele quarto de hospital de luminosidade baixa, eu via o quanto ele era importante para mim e eu não tinha dado valor para suas atitudes e desrespeitado seus sentimentos. Eu tive medo de me iludir e estava correndo certo risco de perder ele, para vida ou para minha idiotice.

 

Se me perguntarem, algum dia, qual é o melhor e o pior sentimento que o ser humano carrega, não hesitaria em dizer: amor. O amor é algo perturbador.

 

Dizer que ama alguém é fácil, você abre a boca e fala. Porém o amor é mais difícil. É corrosivo. Devia até ser ilícito. É tão intenso e ambíguo, que ele te machuca fundo na alma e ao mesmo tempo te faz a pessoa mais completa e feliz. Te faz queimar em chamas de ódio e desejo. Te tira o ar e te faz respirar. Com Edward era exatamente assim. Esperava que ele acordasse logo.

 

            Uma batidinha leve na porta me despertou. Era a enfermeira. Ela me trazia o calmante que Carlisle me oferecera. Tomei de boa vontade, eu precisava deles mesmo, meu coração estava inquieto demais. 

 

            “Doutor Carlisle pediu para lhe avisar que pode passar a noite aqui se quiser. E meu bem, troque essas roupas molhadas…” Ela pegou o controle do ar condicionado e ajustou a temperatura em um clima mais agradável. “Você vai ter uma gripe se continuar assim nesse frio.” Ela me parecia muito mais amigável que a enfermeira da recepção. Era um consolo achar pessoas dispostas a entender um momento difícil de alguém. Era reconfortante.

 

            Assim que a enfermeira simpática saiu, peguei as roupas de Esme. Dei um jeito de prender meu cabelo para não molhar as roupas secas. Ela tinha levado roupas confortáveis e quentes. Eu estava com minha pele vermelha do frio que sentia. As vesti sem me dar o trabalho de sair da frente de Edward, ele dormia. Sua mente devia estar vagando por todos os lados ou apenas estava no vazio, assim como eu fiquei no tempo em que estive de coma. Talvez. A vida é incerteza: o que é certo para mim, não é o mesmo para o próximo. Arrastei a cadeira mais para perto de Edward.

 

Robbie Willians - Angels

http://www.youtube.com/watch?v=73KIIOBCfK0  

         

Meu amor tinha alguns ferimentos no rosto. Seus lábios um pouco inchados, e um corte no supercílio, uma pequena elevação na testa que estava arroxeado e alguns arranhados nas têmporas. Eu sabia que tinha sido eu a causadora de seus machucados. Não somente os externos… ele devia carregar machucados em seu peito, assim como eu.

 

Ah Deus! Faça ele ficar bem! Era tudo o que eu pedia. Tudo o que eu desejava.

           

            Beijei um dos pontos que não estava machucado em seu rosto. Mesmo sedado, não queria lhe causar mais nenhuma dor. Na verdade eu olhava para ele e o via tão frágil, tão quebrável, que até tinha medo de tocá-lo. Em seu olho, a pele era quente e suave. Suspirei e me sentei assistindo ele dormir. Enrolei a manta quente que tinha por ali em cima de meus ombros, apoiei minha cabeça no colchão o fitando de baixo. Suas palmas estavam viradas para cima. Sem poder mais resistir, pousei minha mão sobre a sua e a segurei. Saltei levemente na cadeira quando os batimentos dele se aceleraram naquele mesmo instante. Foram a um pico e depois se estabilizaram novamente. Ele não usava mais o anel que fazia par com o meu. Aquilo me incomodou, mas o que significava um anel comparando ao sentimento que carregava? Nada. Apenas um símbolo.

 

            “Sol… brilha para mim?” Perguntei baixinho e me silenciando. Se fosse possível ele me ouvir, eu tenho certeza que ficaria feliz – nem um pouco que fosse – em saber que estou ali. Os minutos foram passando até o calmante fazer efeito e me relaxar por completo. Não se escutava nada dentro do quarto, apenas a respiração lenta de Edward, a minha irregular e o apito da máquina reforçando as palavras de Carlisle: ele vai ficar bem.

 

            “Bella? Bella, amor?” A voz sussurrava para mim. Sentia as mãos delicadas em meus ombros. “Carlisle, ajeite o sofá para ela…” Era Esme que tentava me acordar. Eu fui despertando aos poucos e me lembrando de onde estava. Senti meu corpo e percebi que ainda tinha minha mão junto com a de Edward. O toque era mais quente do que qualquer outra vez.

 

            “Ahm… oi, que horas são Esme?” Disse ficando um pouco mais atenta.

 

            “Ah querida… não se importe com isso. É cedo, muito cedo… venha Bella, venha para o sofá, vai ficar mais confortável ali.”

 

            “Não quero ficar longe dele Esme, nunca mais.”

 

            “Bells, meu bem, você está a dois passos dele. Isso não é longe, não é?”

 

            “Não, não é.” Carlisle me guinchou até o sofá e sem dúvida estava muito mais confortável. Era bom eu me acostumar com ele, eu passaria quantos dias fossem necessários ali. Quando ele abrisse os olhos, eu queria estar ali e ele saberia que eu estava de volta. Quando acordei novamente era meio dia. Me postei ao lado de Esme que estava sentada ao lado do filho. Apenas trocamos olhares. Na mão de Edward o anel reluzia suas pequenas partes douradas sob a luz branca do quarto. Esme viu que eu olhava para o anel e brincava com o meu no mesmo instante.

 

            “Não se pode fazer tomografias com metais… Eu não o deixaria sem esse anel. E querida, tem café na térmica.” Esme sempre entendia o que precisávamos sem lhe contarmos uma palavra que seja.

           

            Os dias foram passando e o hospital se tornou meu novo lar. Minhas coisas estavam na casa de Amber e lá ficariam até eu conversar com Edward. Ver ele debilitado daquele jeito acabava comigo. Meu padrinho o levava todos os dias para mais e mais exames. Ele estava preocupado que ele estava tendo acelerações cardíacas. Eu notava isso também, sempre à noite, sempre que eu o tocava. Preferi me manter quieta sobre isso. Eu dormia sempre a seu lado na cadeira, até pela manhã Esme chegar e me levar para o sofá. Eu adquiri uma dor na coluna por isso. Já fazia quatro dias que estava lá. Alice passava as tardes comigo. Ela acreditava que ele ouvia tudo, e interagia com Edward como se ele conversasse conosco. O mais engraçado era que ela imitava sua voz de uma maneira hilária e eu podia ver exatamente como ele falaria se estivesse conversando conosco efetivamente.

 

            Carlisle me obrigou a voltar para escola quando ela foi reaberta. Alice, Amber e Jasper eram minhas companhias para todo o momento em que eu começava a ficar desesperada por meu padrinho não querer acordar Edward logo. Eu me obriguei a agradecer Jacob pela gentileza que tinha me feito na noite em que chegara a Forks. Ele foi até muito receptivo e educado. Isso era algo realmente surpreendente. Jane ainda me olhava com cara de louca. Parecia uma eternidade que aquela humilhação toda tinha acontecido, mas não passara muito mais que uma semana.

 

            Tinham acontecido tantas coisas para mim desde a semana anterior que o tempo girava desconexo. Não me importava se era noite ou dia, que horas eram ou deixavam de ser. Para mim não fazia diferença. De qualquer forma eu teria que esperar. Esperar um homem acordar, esperar pelo seu perdão, esperar para ver se meu pai realmente continuaria se importando, esperar que Renée tomasse uma decisão. Esperar pelo dia de amanhã. Esperar, esperar e esperar. Mas ainda assim, eu tinha um sentimento novo em meu peito, um que há muito não sentia, e que nos faz esperar com paciência e certezas. Fé. Agora eu tinha fé em mim, acima de tudo.

 

            Alice estava mais tagarela do que nunca. Eu sentia que era porque queria fazer todos um pouco menos tensos. Era de conhecimento geral que quando uma pessoa é induzida ao coma, o caso não é dos melhores. Ela só tentava disfarçar. Eu indaguei no caminho do hospital o porquê ele tinha ido para a biblioteca. Ela primeiramente se dedicou a respostas vagas, porém comigo não existiriam mais meias verdades. Eu insisti.

 

            “Alice, você não acha que eu deva saber a verdade? Não acha que eu já tive uma parcela bem grande de mentiras até hoje?”

 

            “Você está certa Bells, mas eu não quero te magoar… vocês dois já sofrem demais um pelo outro… se eu contar será como, sei lá, te fazer sofrer e isso será passado para ele…”

 

            “Ah ok. Eu estou bem Alice. Se for para me magoar, me magoe com a pior verdade! MAS NÃO MINTA!”

 

            “BELLA, NÃO É UMA MENTIRA. Ele realmente estava se sentindo preso.”

 

            “Certo e por que a biblioteca ao invés da cabana? Ou sei lá… a primeira praia em La Push… biblioteca?”

 

            “Bella você está sendo burra demais… não te passa um único motivo pelo qual ele não queira ter ido à cabana ou a qualquer outro lugar a não ser a biblioteca?”

 

            “Burra?! Por favor, Alice! Não! Claro que não me passa na cabeça! Existem tanto lugares melhores para ficar mais relaxado e ele foi escolher a biblioteca da escola? Bem no dia em que o teto desabou? Dirige devagar Alice!” Ela pisava cada vez mais fundo no acelerador do Volvo.

 

            “FOI POR SUA CAUSA!” Calei minha boca imediatamente com o grito que Alice deu. “ELE ESTAVA SUFOCADO DENTRO DE CASA COM SUAS LEMBRANÇAS! VOCÊ ACHA QUE ELE IRIA MESMO PARA O LUGAR QUE VOCÊS TIVERAM A PRIMEIRA NOITE OU PARA QUALQUER OUTRO LUGAR EM QUE TIVERAM BONS MOMENTOS? ELE NÃO ESTAVA BEM SEM VOCÊ! ELE AINDA NÃO ESTÁ!” Ela respirou fundo se acalmando. Eu nunca tinha visto Alice daquele jeito. Toda palavra que ela disse me cravou um punhal em meu coração. Por minha culpa ele estava naquele quarto de hospital. Desde o primeiro momento era minha culpa.

 

            “Desculpa.” Eu não tinha o que falar. Fiquei muda diante da verdade. Poderia até ficar feliz com suas palavras, claro se eu fosse alguém egoísta e sem coração. Eu tinha partido o coração dele em vão e acreditei que era a única a sofrer.

 

            “Bella, não é para mim que você tem que pedir desculpas. Acho que nem a Edward… tenho certeza que ele não aceitaria. Do jeito que ele te venera, vai se culpar para o resto da vida!”

 

            “Eu não quero que ele se culpe… na verdade, tentar achar culpados para qualquer coisa é em vão… Todos erramos, só não quero ficar longe dele. Será que ele vai me perdoar?”

 

            “MAS GAROTA! EU TENHO CERTEZA QUE SIM! GO EDIOTA GO!” Ela era confiante. Eu ri alto, coisa que não fazia há dias. “O que?! Não ria! Eu torço por vocês!”

 

            “Obrigada Allie, é bom contar com você.”

 

            “Sempre as ordens…” Ela manobrava o carro no estacionamento. “Bella você tem que tirar sua habilitação logo… não nasci para dirigir! Eu não vou conseguir colocar nessa vaga! Ai papai… tô morrendo!”

 

            “Ah deixa no meio das vagas!”

 

            “BELLA! Eu não posso! Meu pai é o médico chefe do hospital!” Depois de cinco minutos ela conseguiu deixar o carro mais ou menos dentro da vaga. Mais para menos, do que para mais, por assim dizer. Quando entrávamos na recepção Amber chegou correndo até nós.

 

            “Ei docinha! O que você está fazendo aqui?” A cumprimentei lhe abraçando rapidamente.

 

            “Oi Amber! Está nos seguindo não é, malandrinha?” Alice ainda me surpreendia com suas expressões.

 

            “Malandrinha?! Bom, tudo bem então…” Disse Amber mexendo com os ombros. “Ah, eu vim porque é horário de visita daqui um pouco. Lembram que Carlisle me deixou visitar ele hoje, não é?”

 

            “Ah sim! É verdade! Ele já vai poder receber visitas! Isso é muito bom, bom mesmo…” Falava em voz alta, mas era mais como uma afirmação para eu ficar bem. Carlisle me dizia que não sabia quando ele pararia de sedar Edward, mas acreditava que não seria ainda naquela semana. E eu estava contando as horas.

 

            Fiquei decepcionada por Carlisle me fazer esperar mais naquela tarde. Ele tinha levado Edward para mais exames. Todo dia ele fazia novos testes neurológicos para ter certeza que ele não teria nenhum dano. Meu padrinho não nos deixou nem subir ao quarto. Eu, Amber e Allie fomos até a cafeteria do hospital. Eu estava com um pouco de fome, não comia muito ultimamente, não tinha vontade.

 

            “Amber, você não tinha que dar aulas pro burrinho Black?” Alice perguntou mudando de um assunto para outro bruscamente. Antes falávamos sobre o meu novo medo de dirigir.

 

            “Ah que maldade Alice!” Lhe repreendi sendo um pouco irônica. Mas no fundo, só pelo fato de ele ter me ajudado quando cheguei novamente aqui, ele já tinha um ponto positivo comigo.

 

            “Eu dei um bolo nele… Ah, às vezes ele fica olhando pra mim do nada! Parece que nem presta atenção no que eu digo… e além do mais sempre fica pedindo conselhos! É Jane pra cá, Jane pra lá. Eu não aguento mais a Jane louca aqui, não aguento mais a Jane surtada ali… e blábláblá! Isso estressa!” Eu olhava sério para Amber. Só ela mesma pra dar o bolo no cara que ela gostava. E devo frisar que estava de boca aberta também. Ela tinha uma grande coisa a que se agarrar no seu futuro-incerto-desastroso romance.

 

            “Amm?”

 

            “Sim Alice?”

 

            “Você já pensou, que talvez, assim TALVEZ mesmo, ele esteja querendo não ser só seu ALUNO… sabe, ser seu amigo, ou até mesmo…”

           

            “NÃO ME FAÇA TER ESPERANÇAS, ALICE! É tudo que eu menos quero!” Alice fez aquela carinha de despontada dela que deixaria qualquer um com o coração molenga.

 

            “É melhor mesmo Alice, com o Black nada nunca é certo.”

 

            “Ok. Meninas! Lembrei! Vocês já pensaram no que vão usar no Baile da Primavera?” Baile? Oh meu Deus! Me engasguei com o café. Eu nem sabia disso!

 

            “Ah pare… você sabe que eu não vou Alice!” Amber reclamou.

 

            “Baile? Ah não mesmo! Eu não… não! Não mesmo!” Eu não iria. Bailes sempre me deixavam tensa. Dei uma mordida no pão de queijo bufando só de imaginar.

 

            “HAHAHA vocês são duas frouxas! Por que não querem ir?”

 

            “Eu tenho pavor. E até o presente momento não tenho um par.” Declarei de imediato. As duas reviraram os olhos.

 

            “Ah eu não sei… eu não tenho com quem ir. E sinceramente ir para ver o Black com a louca… acho que não é para mim. Já os vejo juntos na escola sempre, isso me basta.”

 

            “Ah, mas Amber… ele não demonstra que está cansado de Jane?”

 

            “É… mas Bella…”

 

            “Mas nada. Continue do jeito que você está indo. Não deixa ele perceber que você gosta dele… talvez dê certo. Não sei, é uma opção. E afinal, quando é esse Baile?”

 

            “Final de semana que vem.” Alice disse sem ânimo. Sem dúvida ela queria todas juntas e aproveitando todos os bailes possíveis antes do ano acabar. Nunca vi uma pessoa para gostar tanto de uma festa que nem Allie.

 

            “Agora que eu não vou mesmo! Tempo de menos para conseguir qualquer roupa… E se, eu disse E SE, Edward, por um acaso, me aceitar de volta depois disso tudo… não sei se ele estará bem o suficiente.”

 

            “Eu te garanto que ele vai estar bem Bella!” Amber comentou com um entusiasmo estranho, cheio de confiança. Mais estranho ainda foi o olhar que Alice mandou para Amber. Minha amiga chegou a ficar vermelha de tanta vergonha. Bom, eu acho que era vergonha. Iria questioná-las sobre essa sutil conversa de olhares, mas fui interrompida por Carlisle. E aí minha atenção era toda dele.

 

            “Meninas, até que enfim encontrei vocês… É o seguinte Amber, as visitas estão abertas, mas só pode entrar uma pessoa de cada vez no quarto. Na verdade, Esme está lá com ele o tempo todo.” Ainda bem mesmo que Esme estava lá, mesmo que fosse Amber, eu sentia ciúmes. Isso era inegável. “Vamos meninas, vamos subir?”

 

            Todas nos levantamos e eu dei meu último gole no café preto. Peguei tudo o que eu tinha. Era pouco, mas era o que importava: o amor por Edward. Eu ficava cada vez mais irritada com essa demora. Sempre os exames davam as mesmas coisas: sinais vitais excelentes, nenhuma lesão na coluna, nenhum dano cerebral, nenhum nada… ao que tudo indicava Edward estava bem, porém eu sabia que tinha que controlar minha ansiedade. Se Carlisle dizia que ele tinha que estar sedado, eu tentaria aceitar e esperar até o momento em que ele estivesse pronto.

 

            Seguimos pelos corredores brancos cobertos de azulejos. Ele tinha sido transferido para outro leito, no quarto andar do hospital. As meninas conversavam animadas, eu não prestava mais atenção em nada. Só queria chegar ao quarto e vê-lo. E se fosse possível lhe beijaria os lábios bem suavemente, como sempre fazia ao primeiro instante em que ficava sozinha com ele. Cruzei meus braços tentando disfarçar a ansiedade que se multiplicava em mim. Isso não era normal. Eu sentia algo ao meu redor, como uma energia que fazia ficar elétrica. Mesmo de braços cruzados, comecei a bater a ponta de meus dedos nos braços pelo caminho.

 

            O elevador parecia mais lento e barulhento a cada segundo. Eu estava ficando estressada e com vontade de chorar. Quase soltei um gritinho de alegria quando a luz que indicava o quarto andar acendeu no painel. Ótimo, apenas dez metros, eu calculei.

 

            Sai do elevador saltitando. Alice me olhou estranho, não sei nem como dizer, mas era algo como: Por que você está tão feliz? Mesmo que eu estivesse em um hospital, tendo noites praticamente insones e com o homem que eu amava sob estado de sedação, eu ainda estava feliz por poder estar perto dele e ajudando a cuidar do Ediota.

 

            “É ali no final do corredor garotas… AH BELLA! Devíamos ter passado no outro quarto em que Edward estava para pegar suas coisas… esqueci de avisar. Por favor desça lá, porque daqui alguns minutos um novo paciente irá ocupar lá.” Legal Carlisle!

 

            “Tem que ser agora? Agora, agora?”

 

            “Sim Bella… em dez minutos o quarto precisa estar vazio. Já está tudo preparado para ele… você tem que ir buscar suas coisas agora.”

 

            “Está certo então.” Assim que virei de costas rumo ao elevador lento novamente, eu bufei de raiva. Poxa se tinham tirado o Edward e tudo mais de lá, por que deixaram as minhas coisas? Afinal, era só uma pequena bolsa com algumas peças de roupa e materiais de higiene.

 

            Lá se foram mais alguns minutos até chegar ao quarto, e seriam mais alguns minutos para voltar ao andar que estava. Caminhei pelo local estreito e gelado, pensando em como eu odiava hospitais e o cheiro de remédios. Mas passar tanto tempo ali, vendo Carlisle correr atrás de pacientes e melhores tratamentos, me fazia pensar em quão bonita era a profissão. Se dedicar a salvar vidas ou a mantê-las bem devia ser algo recompensador. E pela primeira vez passou por minha cabeça uma profissão que gostaria de seguir. Medicina.

 

            A porta do quarto estava fechada. Só me faltava estar trancada. Forcei o trinco e ouvi o estalo, não estava. Ótimo. Abri devagar, já com minha mente fazendo planos para dali alguns anos… Imaginava-me vestida de médica, andando pelos corredores de algum hospital.

 

A luminosidade do quarto era exatamente a mesma de quando Edward estava ali, e estranhei que estava ligada. Era de um tom branco e iluminava em uma luz baixa, para não cansar o paciente. Olhei ao redor e vi que a cortina estava fechada até a metade e havia dois pés sob o leito. Ok. Eu tinha chegado tarde, o novo paciente já estava ali. Desejei que ele estivesse dormindo, pois as minhas coisas estavam do outro lado da cama, onde tinha obrigado Emmet e Jasper pôr o sofá em que passava as noites, somente para ficar mais próxima de Edward. Podia ver por cima da maca minha mochila vermelha descansando a minha espera. Pé por pé caminhei no local devagar e resmungando.

 

Lifehouse - Everything.

http://www.youtube.com/watch?v=fjDojEOiMcE

 

“Oi para você seja lá quem for… não vou demorar nadinha. Só vou pegar minhas coisinhas.” Falava em um tom de cochicho só para investigar se a pessoa estava dormindo ou não. Ele não se mexeu. Parecia ser um homem porque tinha pés grandes. Passei reto e rápido pela frente da cama sem olhar para o lado. Agarrei a mochila preparada para sair dali voando. Eu estava com medo que algum parente do enfermo me pegasse por ali. Mas algo dispersou minha atenção e me fez congelar onde estava quando girei meu corpo para a saída.

 

O homem tinha lábios bem definidos, cerca de um metro e oitenta de altura, seu peito subia e descia calmamente, cabelos castanhos acobreados. Enfeitando sua face havia íris da cor de esmeraldas e nos lábios um leve sorriso torto. Meu Edward.

 

Deixei minha mochila escorregar por entre meus dedos. Ele me olhava tão fixo, e em seu olhar não via a raiva que esperava encontrar quando ele me visse. Eu dei um pequeno passo em sua direção. Ele não estava mais ligado a aparelhos e nem a tubos. Tinha suas mãos livres e as mantinha em cima de seu peito. Me aproximei mais, juntando meu corpo a maca. Eu não sei se ele queria que eu o tocasse, mas eu tinha vontade de tocar em cada parte para ver se ele era real e que eu não estava sonhando com aquele instante. Seu sorriso se ampliou quando uma lágrima deslizou por meu rosto e a ouvimos cair nos lençóis beges.

 

“Você voltou.” Ele tinha a voz rouca e fraca, mas ainda assim era a mesma, nunca perderia seu tom suave de veludo. Sua mão correu para minha face para secar meu choro. Ele afagou-me com carinho e seus olhos se umedeceram tanto quanto os meus. Instintivamente segurei sua mão em meu rosto a trazendo pra minha boca e lhe beijando a palma. Por noites sua mão foi o que me aqueceu.

 

“Voltei para você, por você… Eu não… não consigo viver sem você.” Disse chorando em um fio de voz.

 

“Você entende agora que eu te amo?” E como eu o amava. Sua voz me tranqüilizava e levava todos os meus medos embora.

 

“Mais do que nunca… Você ainda acredita em meu amor?”

 

“Nunca duvidei. Sempre confiarei.”

 

“Me aceita de volta?”

 

“Não há porque eu aceitar você de volta se eu nunca deixei você sair de mim.”

 

“Isso é um sim?”

 

“Para sempre sim, minha Bella.” Sem esperar e com calma, aproximei meu rosto do seu. Ele suspirou fechando os olhos. Seu hálito de canela bateu em mim e me fez reviver todas as emoções sentidas com ele. Desde o nosso primeiro beijo até o momento em que o mandei embora de minha vida. Segurei seu rosto com minhas mãos e passei a ponta de meu nariz por sua pele sentindo seu cheiro inconfundível.

 

Você também quer?” Lhe perguntei, e no mesmo instante passava por minha cabeça essa mesma frase em sua voz, alguns meses atrás. A manhã em que eu caí de amores por ele de vez, a manhã que mudou a minha vida e me fez viver novamente. Usei as mesmas palavras antes de nos beijarmos pela primeira vez.

 

“Você lembra?” Ele sorriu ainda mais feliz.

 

“Para sempre sim, meu Edward.” E assim lhe selei os lábios com um beijo calmo de amor. Sentindo meu corpo ser invadido por todas as reações que ele me causava de uma forma muito mais intensa, muito mais pulsante. Eu o amava. Não havia mais o que pensar. Apenas me deixei ser guiada por seus lábios calmos, chorando enquanto o beijava.

 

Enfim, estávamos juntos. O sofrimento tinha acabado.

 

Continua...

(***)

 

N/a: O que falar desse capitulo? Para mim ele foi algo estupidamente intrigante… as coisas simplesmente fluíram, e saíram do jeito que tinham que sair. Claro, eu editei muitas partes, eliminando da história algumas partes que queria abordar agora… Mas nada que depois não possa ser falado. Como eu disse estava encerrando uma fase na fic, isto é, pouco vai se ouvir falar de Joshua, Renée e Charlie; Bella vai superar isso! Mesmo que algumas coisas ainda não tenham sido 100% esclarecidas, mas isso tudo que ficou para trás vai ter seu momento de aparecer na história.

Agora vocês estão felizes? Os dois juntos de novo! Eu mais do que vocês eu acho estava ansiosa por isso… vocês não sabem como dói fazer coisas assim… mas o amor supera. SEMPRE SUPERA.

Jacob Black é um cara maneiro, Renée está se libertando, Charlie está mais flexível as coisas estão se encaixando… Mas temos muita história pela frente.

Foi muito gostoso escrever esse capítulo, coloquei sentimentos verdadeiros nele… Se eu sinto enquanto escrevo sei que vocês irão sentir também.

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO *-* Logo terá mais, mas não tenho uma data prevista! Duas semanas quem sabe! ;P

Lembrem-se: O sol sempre brilha para quem quer vê-lo!

ESPERO SEUS COMENTÁRIOS LINDOS! *-*

BEIJOS A TODAS! E BOM ECLIPSE!

 

MINHA NOVA FIC "KANSAS REVENGE", PASSA LÁ!

http://fanfiction.nyah.com.br/historia/77845/Kansas_Revenge

---

N/b (Mari Hot): Ah Deus! Que capítulo mais lindo! Extremamente emocionante e esperançoso! Nunca imaginei que diria isso...mas eu amei a Renée! No fundo, no fundo ela sempre teve uma certa “motivação” para agir da forma como agia! Ela não é de tudo tão má! E o Charlie...ahh Charlie! Finalmente voltou a ser o bom e velho Charlie! Me surpreendi demais com as palavras dele!Também nunca me imaginei dizendo isso, mas estou surpresa com Jacob Black! Num é que o rapaz tá mudando mesmo?! Isso sem falar que eu estou sentindo um cheiro de romance no ar! Hahaha O que me lembra da Amber! *-*

“Docinha”. Realmente, não teria apelido melhor! Toda doce e fofa, sempre ajudando e se preocupando! Tenho pra mim que sem se dar conta, ela está conquistando o Jacob! E possivelmente está transformando o ogro que existe nele! Haha

Mas bem... Falando do nosso casal delicinha.. Eu chorei e senti tanto o desespero deles! Achei lindo o sofrer da Bella. Tá que isso parece estranho, mas é verdade. Foi através desse sofrimento que ela deixou super claro (transparente mesmo!) o amor dela pelo Edward! Enfim...lindo demais! Isso sem falar que eu quase surtei quando “soube” do acidente dele! Senhor! Mas felizmente deu tudo certo! Ele se recuperou...aceitou a Bella de volta..e eles estão felizes e juntos novamente! Minha mente tá a mil, pensando no que vai acontecer nos próximos capítulos!

E eu sei que já passou da hora de eu calar a boca, mas eu preciso dizer: EU AMO O EMMET! Ele teve uma participação curtinha nesse capítulo, mas que serviu pra reforçar o que todo mundo já sabe: Ele é fofo demais e sempre está lá quando precisam dele! Com um parágrafo e um delicioso abraço de urso, ele acolheu e ajudou tanto a Bella! Ahhh! Team Emmet sempre!

 

Ps. da Autora: AMO A MINHA BETTA!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ENCHAM MEU TANQUINHO! :*