Alice escrita por FranCelli


Capítulo 1
Capitulo Único - Alice




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Capitulo Único

Alice

Era uma vez um pequeno sonho.

Ninguém sabe quem havia sonhado com ele... Ele era realmente pequeno. E isso fez o pequeno sonho pensar...

“Eu não quero desaparecer... Como faço para as pessoas continuarem a me sonhar?".

O pequeno sonho pensou e pensou...

E no fim teve uma ideia...

"Eu farei as pessoas virem até mim, e elas farão meu mundo...".

O Caso Alice permanece, até hoje, como sendo um dos crimes mais estranhos e misteriosos do Japão. De 1999-2005, aconteceu uma série de cinco assassinatos, que não teriam relação nenhuma entre si se não fosse por uma carta à polícia que o assassino deixava na cena do crime. Ele deixava uma carta de baralho (O tipo de carta variava com o crime) em cada local, com o nome “Alice” escrita com o sangue da vítima.

— Poucas pistas foram encontradas, e eventualmente o caso foi trancado. Mas ainda existem detetives insistindo em encontrar o assassino. — Sorrindo. — Aqui é Tsunade Senju, em breve transmitindo mais noticias sobre o caso Alice.

— Mas que chatice! Só se passa isso na TV? — exclamou Ino. — Fala serio, esses assassinatos aconteceram á dois anos e ainda insistem nisso?

— Talvez eles devam ter encontrado mais pistas, Ino. — comentou Sakura.

— Idaí?

— Idai, que uma das vitimas foi nossa amiga.

Ino imobilizou-se.

Hinata.

— ...

— Tudo bem, sei que você não curte isso mais, seria bom saber quem a matou.

— Tem razão.

*Campainha tocando*

Ino e Sakura se viraram pra porta.

— Deve ser Sasuke, vou abrir. — Sakura levantou-se

— Mais não está cedo?

— Hoje ele sai mais cedo do trabalho.

— Hmn.

Enquanto a ruiva abria a porta Ino pegou uma revista de moda encima da mesinha de centro pra folear.

— Oi amor.

— Oi.

Ino revirou os olhos.

Insensível.

— Como foi o trabalho? — perguntou Sakura.

— O de sempre.

— Quer algo em especial pro almoço hoje?

— Não.

Por mais que ela tivesse apoiado o casamento dos dois no inicio, Ino ainda não se conformava o quanto Sasuke era seco e rude com Sakura.

— Oi. — Ino cumprimentou-o.

Sasuke olhou Ino de canto, e depois encarou Sakura.

— O que ela faz aqui?

Sakura suspirou.

— O Sai ta viajando, ela vai ficar aqui por uns três dias.

Ino sorriu.

Sasuke nada contente foi pro quarto.

— Sinto muito.

— De boa eu sei o quanto ele me ama por dentro. — brincou Ino.

— Às vezes ele é muito rude, não entendo.

— Relaxa.

As duas ficaram um tempo sentadas no sofá sem dizer absolutamente nada, até que Sasuke apareceu sem seu terno, agora com uma bermuda e uma camiseta preta.

Sakura se levantou.

— Quer que eu já prepare o almoço?

— Tanto faz.

— Quer ajuda? — perguntou Ino.

— Não... Sasuke vai me ajudar, né?

Ele deu de ombros.

— Tanto faz.

Ele seguiu pra cozinha e Sakura aproveitou pra cochichar.

— Vou ver oque deu nele.

E saiu.

Ino entediada desligou a TV e foi ao banheiro.

E já de frente a porta do banheiro notou uma porta aberta. Só podia ser o escritório de Sasuke. Queria bisbilhotar mais preferiu não.

...

Enquanto se olhava no espelho pra arrumar o cabelo Ino teve uma recordação triste. Ela sua amiga Hinata nesse mesmo lugar se arrumando pra jantar com Sakura no dia de seu aniversario, aonde só as três iriam.

A saudade era tanta que nem suportava o fato de ver aqueles detetives idiotas na TV tentando ganhar fama com a morte de sua amiga.

Ino enxugou a lagrima que escorreu e se retirou do banheiro, se deparando novamente com a porta aberta do escritório de Sasuke. Olhou envolta pra vê se não via ninguém e percebeu que Sasuke e Sakura estavam entretidos na cozinha.

Sem demora, Ino entrou no escritório fechando a porta atrás de si, deparando-se com uma sala escura e fria. Acendeu a luz paralisando-se me segui.

Havia vários livros jogados no chão, folhas de rascunho pregadas nas paredes, jornais espalhados por todos os cantos – o que mais chamou sua atenção – e cartas de baralhos espalhadas sobre uma mesa.

Ino não vazia ideia de que Sasuke gostava de baralho, achou estranho, ele não demonstrava cara de uma pessoa que jogasse baralho. Curiosa se aproximou da mesa notando que faltava algumas cartas do baralho, e que havia alguns jornais por baixo.

Com mais curiosidade ainda pegou um dos jornais e começou a ler.

“A primeira vítima foi Shizune, uma moça de 29 anos, dona de um restaurante.

Aqueles que a conheciam, descreviam Shizune como uma moça de temperamento curto e uma língua afiada quando lidava com os empregados. Ela era bem conhecida pelos seus clientes graças à sua dedicação ao trabalho e excelente comida. Fora do ambiente de trabalho, Shizuneo era muito sociável e ia a muitas festas.

E foi depois de uma destas festas que ela desapareceu. Shizune decidiu voltar para casa a pé, sendo que estava na casa de um amigo que ficava há apenas uma quadra de distância, e ela estava um tanto bêbada para dirigir. Algumas pessoas lhe ofereceram carona, mas ela negou. Ela foi vista saindo da festa à uma da manhã, e foi à última vez que ela foi vista com vida.

Na manhã seguinte, um casal passeando pelo bosque, que ficava há um quilômetro de distância da casa de Shizune, viu uma trilha de sangue em um caminho pouco usado do bosque. Curioso, o casal seguiu a trilha, e encontraram o corpo de Shizune. Ela foi esquartejada, e seus membros foram empalados em galhos de árvores. O casal chamou a polícia.

Os policiais encontraram uma carta de baralho, enfiada na boca de Shizune. Era um Valete de Espadas, com a palavra “Alice” escrita.

Não havia impressões digitais, nem DNA na cena do crime. Havia vômito no local, mas a mulher do casal revelou ser dela”.

Os olhos de Ino se arregalaram. Por que Sasuke teria esse jornal? O que lhe interessava esses assassintos? Será que...

Ino gelada até a alma, pegou os outros jornais e começou a ler.

“Naruto Uzumaki era um vocalista pouco conhecido de uma banda que não tocava em outros lugares além de bares. Seus amigos o descreviam como uma pessoa carinhosa, que nunca levantava a voz para os outros fora dos palcos. Depois de sua morte, a banda acabou, não tendo coragem de encontrar um novo vocalista.

Naruto foi levado de seu apartamento em 11 de Fevereiro de 2001. Seus colegas de banda foram as últimas pessoas a vê-lo com vida, já que ensaiaram com ele mais cedo no mesmo dia.

Naquela noite, sua namorada foi visitá-lo, e ficou surpresa em encontrar a casa vazia. Nos dias que se seguiram, Naruto foi dado como desaparecido, e uma busca por ele começou.

A câmera de segurança do prédio mostrou uma figura encapuzada entrando por uma porta lateral, saíndo algum tempo depois com um grande saco de lixo de formato estranho. Essa misteriosa pessoa nunca foi encontrada, e ninguém a vira pessoalmente no dia do sequestro. Acredita-se que esse homem seja o assassino, mas seu rosto nunca apareceu nas filmagens da câmera, impossibilitando seu reconhecimento.

Na semana seguinte, o dono do bar “Yoshida’s” (Onde a banda constantemente tocava) estava abrindo o local quando se deparou com uma cena horrenda. Jogado sobre uma mesa, estava o corpo de Naruto. Suas cordas vocais foram arrancadas de sua garganta, e ele havia levado um tiro na cabeça. Sua carta de “Alice” era um Rei de Ouros e foi encontrada em suas mãos, juntamente com as cordas vocais arrancadas”.

O ar faltou pra Ino, esse era o melhor amigo de Sasuke. Ino nunca tinha prestado a atenção nos assassinatos que envolviam sua amiga, pois achava muito perturbador.

Tremula folheou outro jornal se deparando com o que mais temia.

“A adolescente Hinata Hyuuga tinha a vida toda pela frente. Ela era uma garota doce, e muito amada pelos seus colegas e parentes. Ela queria ir para a faculdade, se tornar uma designer de moda, e faltava apenas uma semana para sua formatura na Faculdade quando ela foi sequestrada.

A família de Hinata tentou insistivamente encontrá-la, e toda a cidade ajudou na busca pela garota perdida. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, enterrado em uma cova rasa. Não parecia que o assassino queria escondê-la, pelo contrário, ele marcara a cova com a carta “Alice” dela, uma Rainha de Paus. A carta estava presa por um palito no topo da cova.

O corpo de Hinata fora horrivelmente mutilado. Os olhos dela foram arrancados do corpo, a pele esfolada, e a boca cortada. Uma coroa havia sido costurada à sua cabeça, provavelmente enquanto ainda estava viva. Nenhum crime sexual fora cometido, tanto antes quanto depois da morte.

Juntamente com o corpo de Hinata, havia um bilhete, escrito em uma letra inteligível. O bilhete continha frases desconexas, algumas impossíveis de ler. “A morte é um sonho distorcido”, “Ela vai sempre comandar”, e “Ha!Ha! Aqueles que morrem são os sortudos.”, eram algumas das frases que estavam escritas, entre outras. Tentaram reconhecer a letra do assassino, mas sem sucesso”.

As lagrimas já escorriam do rosto de Ino, por finalmente saber o que realmente tinha lhe acontecido, pois nunca quisera saber como ela havia morrido.

Com medo e dor pela sua amiga pegou o ultimo jornal e o leu.

“Estes dois foram às últimas vítimas. Tayuya e Juugo eram irmãos, e muito próximos.

Tayuya era a irmã mais velha, e era muito teimosa. Seu irmão mais novo, Juugo, era muito esperto, até pulara uma série na escola, ficando na mesma sala que sua irmã. Os dois raramente brigavam, ao contrário de outros irmãos na mesma idade que eles.

Os dois foram encontrados mortos em suas camas, em 4 de Abril de 2005. A causa da morte foi uma injeção letal. A janela do quarto estava aberta, e deduziu-se que o assassino invadira a casa em silêncio o suficiente para cometer o crime sem acordar os dois, saíndo da casa logo em seguida. Cada criança segurava uma carta de Ás de Copas, que, ao serem colocadas lado a lado, formavam a palavra “Alice”.

Uma pegada lamacenta foi encontrada no carpete, mas estava tão danificada que foi impossível identificá-la. Essa foi à única pista, fora à carta, encontrada no local do crime.

Um ano mais tarde, a mãe de Tayuya e Juugo cometera suicídio por causa da depressão. O pai deles, que ainda está vivo, faz terapia extensiva para tentar superar a morte de toda sua família. Até este momento, ele se encontra em depressão profunda, sendo fortemente medicado”.

Ino parou de ler e sentou se no chão, abatida.

Pobres pessoas. Quem faria isso?

Foi então que sua fixa caiu.

As cartas!

Levantou-se depressa e juntou todas as cartas da mesa de Sasuke e examinou uma por uma. Espantando-se no final.

Faltava um Valete de Espadas, um Rei de Ouros, uma Rainha de Paus e um Ás de Copas.

Ino reprimiu um grito e caiu de bunda no chão ao andar pra trás. Ficou assim sentada por alguns minutos refletindo, até que uma sombra lhe cobriu. Assustada levantou a cabeça devagar se deparando com Sakura.

Em questão de segundos abraçou a miga desesperada.

— Sakura... Temos que sair daqui! O Sasuke é... Foi ele... — Ino não conseguia contar.

— O que foi? — perguntou Sakura calma.

— Foi ele... Temos que sair daqui... Foi ele quem matou a Hinata e as outras pessoas. — Ino começou a chorar. — Temos que sair daqui...

Sakura com a mesma expressão calma, puxou a amiga pra um abraço e sussurrou em seu ouvido:

— Diga um “oi” a Hinata por mim.

Ino espantou-se, e antes que pudesse se sapara da amiga, sentiu algo afiado ficando em suas costas.

— Saku.. ra... — Ino não acreditava, foi ela.

— Isso é para aprender a nunca mais bisbilhotar a casa dos outros. — disse Sakura com a voz calma.

Antes que Ino formulasse algo pra dizer, a apunhalou no coração torcendo a faca em seu peito. Como ultimo suspiro Ino chamou o nome da amiga, não o de Sakura, mas o de Hinata.

...

Enquanto Sasuke arrumava uma cadeira branca com flores e amarrava o corpo de Ino a ela, Sakura a alguns metros de distância, segurava em suas mãos uma carta era um Sete De Copas. Nele havia escrito “Alice” com o sangue de Ino.

— Finalmente acabou. — disse pra si mesma.

É difícil entender, mas, Sakura fez o que fez, por causa de Alice. A filha que ficou no seu ventre por 5 meses até sentir dores e descobrir que tinha abortado.

Nunca se recuperou disso. Nunca tinha contado a ninguém sobre a filha, só para Sasuke que era o pai. Que juntos chegaram à conclusão de que seus amigos e seus parentes tinha jogado pragas sobre seu casamento, assim afetando Alice. Nome escolhido por Sakura para homenagear a personagem de seu conto favorito.

— Já acabei. — disse Sasuke a sua esposa.

Sakura com uma mão no ventre e outra segurando a carta, ela sorriu.

— Aqui está mais uma querida, ela vai cuidar bem de você, além de uma cozinheira, um cantor, uma estilista e crianças pra brincar agora tem uma mãezona temporária. — disse colocando a carta no buraco do peito de Ino.

Em seguida Sakura tirou no bolso um papel e uma caneta escrevendo uma mensagem. Pois o papel na mão direita de Ino e segui para o Carro mais seu marido.

No papel lia-se:

“Procurando a primeira Alice, até encontrar...

Deste lindo sonho eles não vão acordar...

Presos para sempre no País das Maravilhas”.


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