*Todas as partes em itálico é a Bella falando para o Edward como tudo aconteceu. As partes normais é quando ela para de contar e comenta alguma coisa. *

"Isabella contando pro Edward"

Seu nome é Michel, nós estudamos na mesma escola, porém em classes separadas, eu sempre o conheci só de cara mesmo, mas em certo dia nos esbarramos em um corredor e a partir daquele dia passamos a ter algum contato. Ele foi super gentil comigo, muito educado. Um exemplo de cara pra mim. Eu tinha uma melhor amiga a época, ela era meio que cismada com ele, mas eu nem liguei sabe? Eu só queria ser feliz, eu me sentia feliz sendo amiga dele e andando pra lá e pra cá ao seu lado. Lindo, gentil e via algo em mim, eu me sentia. Todas as meninas queriam um pouco dele, eu tinha isso, era estranho? Era, mas eu não liguei, burra demais. Então nós passávamos muito tempo juntos, ele me levava para vários lugares incríveis, fazia tudo que eu pedia. Meus pais me perguntavam se eu estava saindo com alguém pois ouviam comentários, eu dizia "É só meu amigo mãe". Meninas podem ter amigos meninos não? Sim! Mas as coisas foram mudando, eu passei a querer algo mais dele, e ele queria isso também pois eu sentia suas investidas sempre ali. De repente erámos amigos com benefícios, eu ria atoa e meus pais insistiam em saber quem era esse amigo e se namorávamos, eu mais uma vez disse que só erámos amigos. Até que um dia ele disse que queria namorar comigo e então de amigos com benefícios, passamos a namorados. Eu disse aos meus pais que tinha alguém pra apresentar e eles me olharam como quem diz "Sabia que isso ia acontecer". Sempre que eu tentava marcar um dia ele se esquivava, era estranho? Sim! Mas eu ligava? Não! Cara eu estava apaixonada pelo primeiro cara na vida e pra mim essas coisas passavam batido, alguns poucos meses se passaram e nada de ir na minha casa, um dia depois da aula nós fomos na casa dele, não tinha ninguém lá. Começamos um amasso no sofá, bebemos um pouco de vinho e acabamos no seu quarto, dormimos juntos, eu estava feliz, tinha tido minha primeira vez com um cara que eu amava e era incrível. No fim da tarde me despedi e fui pra casa sorrindo.

Mandei mensagem dizendo que ele tinha que ir nos meus pais, porque eles não me deixavam em paz. Dessa vez ele disse que seus pais fariam uma viagem e ele teria que ir, algo assim. E mais uma vez o encontro foi adiado. E assim se passaram algumas semanas, eu comecei a me sentir mal, minha amiga insistia que eu podia estar grávida e eu negava, mas era uma possibilidade não? Nós transamos e eu estava meio alta nem lembro se usamos proteção, burra mais uma vez. Então ela chegou com um exame na minha casa e fizemos e deu positivo. Eu fiquei em choque, depois lembrei que ela tinha me ligado e dito que queria contar algo. Perguntei oque era e ela disse que o Michel tinha chegado de viagem e não tinha me avisado. Mais uma vez ela falou coisas sobre ele e eu teimava em dizer que era essa implicância que ela tinha com ele, mesmo no fundo eu achando que ela poderia sim ter razão.

Senti o telefone de Edward vibrar e eu parei de falar de imediato. Ele falou que ligava depois e guardou o celular no bolso de volta. Eu já chorava fazia tempo, mas continuava contando enquanto ele estava ali abraçado comigo apenas ouvindo e fazendo um breve afago em minhas costas. Nós estávamos meio que abraçados, então eu continuei.

Então eu fui atrás dele, eu estava com saudades, e tinha a gravidez, ele precisava saber. Meus pais, eu só pensava que eles iriam arrancar minha cabeça e pendurar no varal quando soubessem. Eu negava que namorava um cara e do nada apareço grávida, eu estava muito ferrada. Era assim que eu me sentia. Quando cheguei na casa do Michel ele não estava só, tinha alguns amigos lá e eles riam dando breves goles em um copo com uma bebida escura e alguns fumavam algo que parecia baseado.

Quando ele notou minha presença eu perguntei se podia falar com ele, perguntou oque eu estava fazendo ali, sua pergunta foi seca, ríspida e eu só pensava que aquele não era o cara que viveu ao meu lado belos meses. Eu disse que queria saber o porque de ele ter voltado e não ter me comunicado, e que eu tinha algo importante pra dizer. Michel saiu do lado dos seus amigos mas ainda estávamos bem perto deles, eu literalmente cai quando ele gritou que não tinha mais nada comigo, eu disse que ele não podia terminar comigo assim sem mais nem menos, ainda mais agora que eu estava esperando um filho dele. A menção da gravidez pareceu deixa-lo possesso, eu até dei um passo pra trás na defensiva. Então eu ouvi as piores palavras da minha vida.

Ele disse que nosso namoro nunca foi real, que tudo não passou de uma brincadeira dos seus amigos, eles me achavam bonita, porém por não ter muito contato com a turma da escola eles duvidavam que o M conseguiria algo comigo e então eles apostaram. Eu não sentia minhas pernas, eles riam de mim, todos eles. Tudo não havia passado de uma aposta pra me levar pra cama, por isso ele estava me evitando, e eu acabei carregando uma parte dele em mim, parte essa que ele exigiu que eu desse um fim, mas eu jamais faria isso com um inocente. Então ele me ameaçou, disse que se eu contasse pra alguém que ele teve algo comigo e que era o pai do meu bebê ele mataria meus pais, ou amigo, qualquer um que eu amasse.

Eu sentia o abraço apertado de Edward ao meu redor, era algo forte, perigoso, mais uma vez eu coloquei a vida de um pessoa em perigo. Mas eu sei que nele eu posso confiar. A sensação se contar isso pra outra pessoa é como tirar o mundo de suas costas, eu me sentia melhor, mesmo que todas essas lembranças me deixassem desolada.

—Por que seus pais te colocaram pra fora logo que a Mary nasceu?

—Eu dizia que o M tinha viajado pra fazer um curso fora e que quando ele voltasse iria falar com eles. Eu tinha medo sabe? Ao menos eu consegui ficar em casa até ela nascer.

Eles perguntavam constantemente quando Michel voltaria, que eles não iam sustentar filho de ninguém. Que não teriam uma filha mãe solteira, que os vizinhos falavam de mim porque eu estava em casa grávida e minha filha não tinha um pai. Então quando eles perceberam que o pai nunca apareceria eles mandaram eu ir, e eu fui. Nunca esperei que eles fossem levar isso a sério, mas principalmente meu pai, ele jamais voltaria atrás com a palavra e então você me achou naquela noite fria.

Quando eu terminei de falar e me apertei nele, ele olhou nos meus olhos e sussurrou. "Você é uma garota incrível Bella".

—Eu fui tão idiota. Quando paro pra pensar que tudo estava bem na minha frente e eu decidi ignorar. No fim, estava eu sem namorado, sem amiga e sem meus pais. Erámos só eu e meu bebê na rua.

—Você foi ingênua Bella, não vê maldade nas pessoas, isso não faz de você uma pessoa burra, você é boa demais. Isso que eu acho de mais lindo em você. —eu voltei a chorar silenciosamente e ele passou seus dedos por baixo dos meus olhos onde lágrimas caiam.

—Eu tenho tanto medo Edward, hoje ele me mandou uma mensagem perguntando se eu tinha contado pra alguém, porque meus pais foram até ele perguntar se ele havia sido meu namorado. Mas eu não contei pra ninguém. Só pra você agora. Isso não pode sair daqui, você sabe, seria assinar a morte de alguém que eu ame. —minhas mãos estavam fechadas em sua camisa enquanto eu me apertava nele, meu salvador.

—Calma pequena, olhe pra mim — pediu.

Levantei o rosto e olhei nos seus olhos.

—Nós vamos resolver isso juntos, você sabe que pode confiar em mim não sabe? —suas mãos estavam em cada lado do meu rosto mais uma vez.

—Sei, e foi por isso que eu contei tudo a você. Obrigada por tudo Edward, você é muito importante pra mim. —e as lágrimas apontam de novo.

—Você também minha linda, é muito, não faz ideia do quanto. —nossos olhos se encaravam, minha respiração acelerou quando percebi Edward próximo demais. Abri a boca e fechei.

—Não, não fala nada. — sussurrou. E então senti sua boca na minha.

CONTINUAAAAAA...