Reino Esquecido escrita por Beato


Capítulo 5
Capítulo 5 – Ilusão




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O dia estava quase anoitecendo, e a lua marcava o segundo dia das valentes jovens na floresta desafiadora. As duas se sentiam cansadas, mas ao mesmo tempo confiantes, sentiam que estavam cada vez mais perto do destino final. Minerva se sentia cansada, precisava muito sentar, suas pernas não aguentariam mais do que 10 minutos caminhando. Porém se andar sem parar poderiam levá-las aos descuido, parar em um lugar aleatório poderia levá-las a morte. Katrina avistou uma grande pedra, e embaixo dela uma pequena passagem, talvez não fosse seguro, mas os lobos uivavam clamando por desafios e comida, ficar ali fora não era uma opção. A ruiva puxou a outra para dentro da caverna, e pegou uma lanterna que estava em sua bolsa, estava tudo bem, o lugar estava vazio. Agora o segundo problema das meninas aparecia, o estoque de comida estava acabando.

– Minerva, eu preciso que me ouça com atenção. – Katrina dizia ao deixar Minerva sentada em una pequena pedra. – A comida ta acabando, eu não sei quanto tempo mais vamos demorar pra chegar ao fim disso, mas eu não posso arriscar que morramos de fome. Eu vou procurar por frutas, água ou o que der.

– Não! Você não pode me deixar sozinha aqui. – Os olhos de Minerva estavam molhados, mas ela seguraria o choro.

– Esta tudo bem, minha querida. – Katrina passava a mão pelos cabelos de Minerva. – Você está cansada, precisa ficar. Eu juro que ficarei vem e voltarei. – Katrina dizia confiante, levantava–se e ia em direção da passagem que a levaria para a floresta, passava por a mesma. Agora Minerva estava sozinha, mas pôde ouvir a voz de sua amada de fora do local. – Minerva... se eu não voltar até o sol nascer, pegue tudo e vá embora seguindo o sol. Eu não acho que vá morrer nem nada, mas a floresta é traiçoeira, e talvez ela arrume um jeito de me impedir de voltar, mas tudo bem. Se isso acontecer, é so ir,eu vou te achar.

Katrina partiu em sua busca enquanto Minerva encarava o nada com a lanterna em mãos. Logo ela, que sempre adorou a solidão e se sentia sempre mais forte, dessa vez se sentia fraca e solitária. Ela fez um pedido baixinho para que não demorasse muito, e entre seus pedidos acabou adormecendo.

Quando despertou o sol podia ser visto pela brecha, e não havia sinal de que Katrina tivesse retornado. Minerva sentiu uma lágrima escorrer e a limpou, não iria fraquejar agora, iria seguir viagem, pois acreditava que Katrina a alcançaria. Minerva guardou a lanterna dentro da bolsa e a pôs em suas costas.

––X––

Katrina acordava inconsciente perto de um rio, pegava as garrafas que havia trazido e as enchia com a água pura do rio. Sabia que não adiantaria voltar para aonde estava pois Minerva já teria partido, teria que pegar outro caminho para encontrá-la, resolveu pegar uma subida que levava até onde o sol passava, passando por muitas árvores com frutas, mas as ignorou e passou correndo.

––X––

Minerva caminhava pelo trilha que o raio de sol deixava, mas ao anoitecer se sentiu um pouco perdida e resolveu parar. Agora na bolsa só havia 1 garrafa de água, 3 pacotes de bolacha e um salgadinho. Ela pegou a água e um pacote de bolacha para comer. A lua subia marcando mais um dia na floresta, que assumia novamente seu tom obscuro. Quase sem notar, deixou uma lágrima escorrer, o sentimento de solidão queria a dominar de novo, mas ela não deixaria, embora não tenha conseguido se impedir de pensar que Katrina poderia nunca mais voltar, ou até a ter deixado pra morrer com frio, medo e sozinha. Minerva parou de delirar quando ouviu as folhas balançarem, algo ou alguém se aproximava, ela já estava aflita de tanta tensão quando um vulto saiu da escuridão, fazendo com que ela gritasse de susto.

– Hey, calma. – os cabelos vermelhos tinham um tom escuro na luz da lua. – Sou eu.

Minerva ouvia a voz de Katrina e se tranquilizava, finalmente ela havia voltado.

– Você me deu um baita susto! – Minerva ainda sentia seu coração acelerado. – Mas que bom que me achou. Por que demorou? O que aconteceu?

– Ah, longa história.

– Ah, claro, como se eu estivesse muito ocupada pra ouvir.

As duas riram e procuraram um lugar para dormir, não havia caverna, mas sentaram encostas em uma parede de pedra.

– Bom, eu achei um monte de árvores frutíferas guiada pelo som de um rio, mas elas eram soníferas e talvez até alucinógenas. Ou.. talvez até envenenadas. – Ela falou aquilo calmamente. – Em todo caso, eu comi uma maçã e apaguei. Acordei pela manhã e enchi as garrafas com água. Aparentemente a água não tem nenhuma reação.

Katrina terminava de contar de sua pequena aventura solo e se perdeu em seus pensamentos lembrando de algo que não queria.

– Tudo bem? – Minerva a interrompia ao ver seu olhar aflito.

– Tudo ótimo. – Katrina trocava o olhar aflito por um sorriso. – É só... nada.

Minerva achou estranho o comportamento de Katrina, mas deixou de lado, pois estavam juntas depois de um longo dia afastadas. Agora Minerva notava que Katrina estava com o vestido aos pedaços, ela podia ver o short que Katrina usava, algumas partes do vestido no busto também estavam rasgadas, dava para ver o top preto.

As duas logo adormeceram, e da mesma forma logo amanheceu. Katrina despertou com a lembrança do efeito da maçã que havia comido, um flashback logo invadiu sua mente.

Katrina encontrava as árvores frutíferas e se sentia esperançosa dava uma bela mordida em uma maçã que havia pego de uma das árvores e caminhava até o rio, logo um nevoeiro apareceu, e com ele muitas vozes puderam ser ouvidas: "Cuidado", Katrina ouvia a voz de uma mulher, e depois a de um homem, "seu coração", e novamente uma voz feminina, mas agora de uma criança " está tomado", agora a de um garoto, talvez de um rapaz "pela maldade", Katrina sentia sua cabeça girar, uma incrível tontura a fez cair, e a última coisa que ouviu foi a voz de uma mulher, uma voz doce e gentil, parecia estar incrivelmente próxima, como se falasse em seus ouvidos, "A garota de mexas prateadas vai te trair".

Aquelas palavras ressoavam dentro de sua alma, "A garota com mexas prateadas", ela pensava, "estavam falando de Minerva?". Katrina mal pensou, e Minerva despertou de seu sono lhe dando um belo sorriso. "Minerva... vai me trair?", Katrina se sentia mal por não falar a verdade para Minerva, mas algo dentro dela dizia que ela não deveria baixar a guarda.


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