Antes de dizer adeus escrita por Beija Flor


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oioioi,
É a segunda vez que posto essa One, desta vez na minha segunda conta...
Estou um pouco nervosa? Sim, estou!
Bom, é isso!
Espero que gostem!
Beijos ♥



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Um homem de postura imponente caminhava rapidamente pelos corredores de um dos maiores aeroportos do Rio de Janeiro, atrás de si, uma fileira de no máximo 10 homens, todos com um semblante fechado, algumas olheiras, e aparentando mais idade do que tinham, seguiam a sombra daquele homem. As pessoas paravam o que estavam fazendo, e seguiam com os olhos aqueles homens. A maior parte dos presentes ali, mal sabia o que aqueles homens haviam feito, mas mesmo assim, sentiam orgulho. Aquelas fardas jamais poderiam ser ignoradas, e todos sabiam o peso, e o respeito que deveriam ter por elas.

Daqueles homens, o segundo mais alto, e segundo na fila atrás do capitão, se encontrava extremamente agitado. O homem transpirava demais, sentia todos os músculos do seu corpo querendo correr, e seu coração extremamente acelerado. De longe ele conseguia ver seu filho, o menino que ele não via desde que nasceu. O gigante de 1.86 queria correr até ele, porém, depois de anos de exercito, sabia que não poderia ser levado pelas emoções. A ordem era clara; seguir o capitão até a saída do aeroporto, só depois o abandonar.

– Aguiar, você esta dispensado! – O capitão, um homem negro, de 1.90 bradou.

– Senhor, as ordens são de o acompanhar até a saída do aeroporto! – O soldado respondeu, enquanto engolia em seco.

– Isso não é um pedido, é uma ordem! – Sem poder contestar, o homem de 1.92 saiu de trás do capitão, e foi apertar sua mão. – Cuide bem do garotão, e não esqueça que no final do mês têm que se apresentar no batalhão! – Comentou mais baixo.

O capitão RochaSampaio era um mistério para o resto dos soldados, todos eles o temiam, e sabiam que aquele homem era osso duro de roer. Não faziam brincadeirinhas de mal gosto, ou insinuavam nada na frente dele, pois sabiam o quanto o mal humor dele era grave. Porém, o homem ali na frente dele, soldado Aguiar, sabia que por trás daquela máscara, o capitão era extremamente prestativo, e tinha um imenso senso humanístico.

– Capitão boa estadia no Rio! Te espero no fim do mês! – Comentou no mesmo tom, e foi embora.

O capitão RochaSampaio respirou fundo, e aos poucos foi liberando seus homens. Saiu do aeroporto sozinho, e respirou fundo ao imaginar a surpresa de seus familiares com a sua volta.

“Não esqueça aquela época da escola

Que você matava aula

Pra me ver jogando bola

E passava seu caderno

E as vezes dava cola”

Enquanto Gabriel esperava um táxi, passou a pensar na sua vida, e em tudo que já havia passado nestes 10 anos. Com certeza a experiência nas forças armadas havia o tornado um homem diferente, totalmente diferente do cara de 18 anos, que levava o ensino médio nas coxas, e que por pouco não repetiu. Tanto no sentido físico, quanto emocional. Não havia ganho rancor, e sim um sentimento de preservar tudo que já tinha ganho da vida. Seu peito se comprimia ao pensar nos pais, em alguns amigos, seus animais e até mesmo num velho amor. Amor este que nunca foi esquecido. Recordar do ex o fazia lembrar do seu antigo eu, o quão moleque ele era, das suas irresponsabilidades, e sua coragem desenfreada de encarar o desconhecido.

Isso tinha um contraste tão grande com Arthur... Oh Arthur... Menino disciplinado, estudioso, e até mesmo mandão. Foi com ele que se descobriu, se perdeu, e aprendeu a amar.

“ – Meu Deus, a sua letra é horrível, não sei se conseguirei traduzir isso! Aqui esta escrito átomo? – Gabriel indagava, enquanto se esparramava ainda mais na cama de Arthur. O menos apenas rolou os olhos.

– Quem manda não ir as aulas? Se fosse nelas não precisaria das minhas anotações! – Disse enquanto comia um bolo, comer algo na cama não era uma boa ideia e já sabia que sua mãe reclamaria, porém, o bolo da mãe de Gabriel era delicioso.

– Não reclama! Você sabe que futebol é a melhor coisa da minha vida! – Comentou enquanto ainda decifrava a letra do outro. Não teve tempo de processar a frase, já que um travesseiro rompeu o espaço, e foi em cheio no seu rosto.

– Que você falasse que sua mãe é a melhor coisa da sua vida, eu entenderia, embora sabia que sou a segunda melhor... Agora, falar que o futebol é o melhor? Você tá fudido, seu filho da mãe! – De repente sentiu mãos grudentas indo de encontro ao seu rosto, tentando o dar tapas. Segurou firme os pulsos do menor, se colocou melhor entre os travesseiros, e o puxou para cima de si.

– Calma! Eu fiz de proposito, sabia que reagiria assim! – Os olhos de Arthur se arregalaram, e internamente se bateu por ser tão previsível. Enquanto Gabriel, já sabendo do surto do menor, puxou seu rosto, e lhe deu um beijo. – Hum... Beijo com gosto de chocolate.

– Cala boca seu idiota! – E o menor continuou o beijando.”

Gabriel pensava melancólico nos momentos que precisava pegar o caderno do namorado todos os dias, e estudar com o mesmo. Fazia questão de jogar bola, ou se exercitar em todos os momentos livres, e levava o pequeno Arthur com ele, fazendo o menino se envolver em várias enrascadas. Arthur com certeza era sua melhor lembrança da vida!

Arthur tinha feições infantis, era um pouco gordinho, pele clarinha – por odiar sol– , tinha por volta de 1.75, os cabelos eram escuros, e os olhos claros, olhos estes que viviam escondidos atrás dos óculos. Sempre foi tão despachado e sonhador, o maior incentivador que Gabriel poderia ter.

– O senhor esta livre? – Percebendo que um senhor de meia idade se aproximava do táxi, Gabriel rapidamente o seguiu, querendo sair daquele aeroporto o mais rápido possível. Já puxou a mala do carrinho, e a pôs do lado.

– Não... Procure outro, acabou meu turno! – O velho respondeu sem nem o olhar.

Gabriel pigarreou, já perdendo a paciência. Aquele velho não iria querer o ver irritado! O velho quando levantou os olhos, ganhou até uma coloração nas bochechas. Não iria negar uma corrida a um militar fardado!

– Érr...Posso abrir uma exceção para o senhor! – Disse um tanto sem graça.

– Obrigado pela gentileza. – Arqueou uma sobrancelha ironicamente.

“E a gente namorava no escuro do cinema
Eu chorei quando você saiu de cena

Pra fazer curso normal em outra cidade
Eu fui pras Forças Armadas
Completei maioridade
E você na minha história, me matando de saudade

E depois cai no mundo, nessa minha trajetória”

Gabriel além de burro, era muito tapado. Demorou 15 anos para perceber que Arthur gostava dele, e quando descobriu, se afastou. Fazia questão de se afastar ao máximo do amigo, como se ele tivesse uma doença contagiosa. Não sabia conviver com o que passou a sentir, e achou que a única saída era fingir que o outro nem mesmo existência.

Contudo, Arthur nunca foi uma donzela inofensiva, partiu para o ataque, e num surto de coragem agarrou Gabriel, se não fosse por aquele surto, o namoro nunca teria acontecido. Passaram a namorar, a família de ambos sabia, todavia, ninguém surtou, ou expulsou– os de casa. Quem via aquela amizade, sabia que no fim algo dali nasceria.

“– Você disse que assistiríamos a um filme, e não que ficaríamos nos comendo no escuro do cinema! Escolhi meu filme favorito, mantenha suas mãos para si! – Arthur mantinha os olhos na telão do cinema, e tentava ignorar as mãos de Gabriel que não saiam de cima dele.

– Ah... ‘Qualé’, a gente volta outro dia e vê! Essa semana você se manteve longe de mim, estou morrendo de saudades! – O maior dizia ao pé da orelha do outro, tentando jogar todo seu charme nele.

– Poxa, eu estou esperando a continuação deste filme a dois anos! Fica quieto! Prometeram que o Hugh Jackman apareceria sem camisa! – Gabriel que comia sua pipoca, já um tanto conformado, se engasgou.

– Não acredito que você vai trocar o meu tanquinho, ao vivo e a cores, pela porra de um tanquinho do outro lado de uma tela! – Gabriel sussurrou puto. Estavam nas fileiras do fundo da sala, e num dia pouco movimentado, sendo assim, as poucas pessoas que estavam ali, os ignoravam.

– Vamos fazer assim... Se você conseguir tirar minha concentração do filme, eu ignoro o Hugh, e as atenções serão só para você! – Arthur disse malicioso, pois já sabia o que o outro faria. Gabriel caiu no jogo, e já começou a usar suas táticas.

– Você terá algo muito melhor que esse filme... Muito mesmo....’’

Foi uma relação de extrema troca, troca de confidencias, troca de sonhos, troca de carinho, troca de aprendizado, troca de; beijos ,amassos, toques, brigas... Para no fim, Arthur precisar ir para São Paulo! Mesmo sendo maravilhoso nos estudos, Arthur não passou para nenhuma universidade pública do Rio, passou para uma particular de São Paulo, uma que ele fez mais por experiência.

Gabriel nunca se sentiu tão perdido. Foi a pior época de sua vida, fez tudo o que nunca pensou que faria. Não suportava que mesmo São Paulo sendo logo ali, Arthur o esquecia. Milhares de provas, milhares de cobranças pela bolsa... E nenhum tempo para o maior!

Foi quando precisou se alistar, que finalmente encontrou uma válvula de escape que não o fazia mal. Dali para cá, parece que sua vida deu um salto. Se não podia ter ele, não iria ficar todos os dias remoendo lembranças, iria ocupar a mente!

Passou 6 anos no Haiti, conviveu com todo tipo de coisa; doenças, miséria, desastres... Mas até hoje nada foi pior do que aquela perda!

– Vai para onde moço? – O velho perguntou, e Gabriel que desde que entrara estava sentado reto, continuou na mesma posição, apenas sussurrando o endereço. – Ahh.. é aqui pertinho! Vai ver os filhos e a mulher?

– Não tenho filhos, nem esposa. – Respondeu secamente.

O velhinho até tentou puxar mais assunto, todavia, a mente do capitão continuava longe.

OoO

Gabriel RochaSampaio

Cheguei no portão cinza, da casa amarela, e toquei a campainha. Consegui ouvir ao fundo o som de alguns cachorros latindo. Na rua algumas crianças andavam de bicicleta, umas senhoras sentadas no portão... Só de ver isso meu coração se aperta de emoção. Que saudades que eu senti disso! Cocei minha barba, que estava por fazer, e mordi o lábio, totalmente entediado de ter que esperar. O sol batia na minha cara, e o mínimo que pude fazer foi por um óculos.

– ENTRA! O PORTÃO ESTA ABERTO! – Minha mãe e sua mania de deixar o portão encostado, passavam– se anos, e ela não perdia este costume. Empurrei o portão, e adentrei no quintal. Vi Mel presa no cercadinho, toda alegrinha, e não resisti, fui lhe fazer um carinho. Como eu sentia saudades da minha cadelinha!

– Quanta saudades eu senti de você! – Disse enquanto esfregava seu pelo, logo recebendo latidos animados. Continuei por mais alguns momentos, até que tive que me afastar, porém, a cadelinha continuava latindo. Era tão bom ser bem recepcionado.

Subi os degraus da entrada de casa, e abri devagar a porta. Minha mãe passava correndo para cozinha, meu pai colocava os talheres na mesa, e minha irmã mexia no celular. Céus, minha irmã estava bem crescida! Cadê aquela menininha de 10 anos que tinha a cabeça cheias de trancinhas?

– Familia cheg... – Nem consegui terminar, minha mãe já veio correndo na minha direção.

– MEU DEUS, MEU FILHO! QUANTA SAUDADE! GAROTO COMO VOCÊ TÁ FORTE! QUE BARBA ENORME É ESSA? QUANTO CABELO! AI JESUS COMO VOCÊ ESTA DIFERENTE! POR QUE NÃO AVISOU QUE CHEGARIA HOJE? EU ESTOU QUASE INFARTANDO! – Minha mãe gritava tudo isso no meu ouvido, enquanto me abraçava, tinha tanto tempo que eu não recebia um abraço fraterno, que nem queria a soltar. Nos últimos 6 anos as únicas pessoas que me abraçavam eram as crianças!

– Mãe, calma! Eu estou bem! Er... Não deu tempo de avisar! Se eu mandasse uma correspondência, só chegaria na semana que vêm! – Respondi calmamente.

– Garoto, que desnaturado você vêm sendo! Essa mulher enche meus ouvidos todos os dias! Já estava a ponto de ir para o Haiti e te dar uns socos! – Meu pai comentou assim que minha mãe me soltou, também me dando um abraço. – Senti sua falta!

– Sai pai, também quero abraça–lo! Espinhento você tá muito diferente! Que barba é essa? Aposto que ganhei vários sobrinhos lá no Haiti! – Letícia, minha irmã, disse enquanto me abraçava.

– Vocês não estão me deixando falar! – Falei um tanto ríspido, me condenando mentalmente. – O importante é que estou bem! Não Letícia, você não tem sobrinhos perdidos! Céus você esta muito diferente garota!

– Diferente? Ganhei uma dezena de espinhas, três furos na orelha, e um no nariz, de resto estou com cara de criança! – Respondeu rapidamente.

– O que? Pai você deixou essa menina fazer tudo isso de piercing? – Perguntei um tanto irritado.

– Filho... Hoje em dia não se da para proibir nada! Principalmente quando sua mãe já deixou! – O senhor negro, já com alguns fios brancos, lhe respondeu.

– Deixo mesmo! Ela só quer ficar mais bonita! Seus ciumentos! – Minha mãe estava parecendo bem mais nova que meu pai. Com os cabelos volumosos, batendo nos ombros, cheios de cachos, e com a pele ainda mais bonita.

“É um milagre te reencontrar agora
E o pior é que agora, você já tem compromisso
Tem aliança no dedo e eu também”

– Gente, que gritaria é essa? Cláudia já trouxe o empadão pronto! Semana passada demorou tanto pra ficar pronto! Embora, acredite se quiser, meu gás acabou! Quase bati na casa da Fabyana, ela teria que assar para mim! Se bem que o marid.. – Soltei– me da minha irmã, e virei, não acreditando que ouvia aquela voz.

Arthur alheio a tudo, tagarelava enquanto fechava a porta. Segurava uma bolsa de plástico, provavelmente contendo alguma guloseima. Se virou com um sorriso de ponta a ponta, que logo foi se fechando. Os olhos dele se esbugalharam, e a boca se abriu num perfeito “O”.

– Gabriel? – Perguntou perplexo. Enquanto eu apenas assenti. Ele estava ali, parado na minha frente. Estava mais magro, os cabelos um pouco mais longos, – presos num rabo de cavalo– , a pele havia ganho uma certa cor, e seus olhos continuavam intensos.

Enquanto eu me distraia o reparando, pude apenas ouvir o som de algo abafado caindo no chão. Quando fui dar atenção ao que era, senti um par de braços em volta de mim. O impacto foi tão forte, que se eu não fizesse exercícios físicos todos os dias, teria feito nos dois cairmos. Seus braços estavam na minha cintura, e seu rosto enterrado na minha farda. Apertei-o ainda mais forte em meus braços, sentindo todo aquele sentimento que eu abafei, voltando com força. Soltei um dos meus braços, e levantei seu queixo, o olhando nos olhos. Aqueles pequenos olhos, estavam cheios de lágrimas, e me doía lembrar todo o tempo que estive longe deles.

– É...Meninos...Que tal conversarem no quarto do Gabriel? – Minha mãe perguntou. Olhando em volta, estava apenas ela ali na sala. – Arthur você deixou esse empadão maravilhoso cair no chão? Se ficar ruim, nunca mais te dou aulas de culinária! – Claudia tentou brincar, embora ninguém ao menos notasse sua presença.

Dei apenas um olhar para Arthur, e ele entendeu, começando a seguir– me. Subimos rapidamente as escadas, e entramos no meu quarto. Nada tinha mudado ali, minhas cortinas azuis ainda estavam ali, meus livros na estante, uma colcha azul na cama, e o resto das coisas no mesmo lugar. Incluindo as milhões de fotos nossas.

– Eu mal posso acreditar que você esta aqui! É tão irreal isso! – Arthur disse alegre.

– Nem eu acredito que estou aqui! A previsão para minha volta era só ano que vem... – Disse um tanto sem graça, não sabendo por onde começar.

– Ano que vem? Nossa! Achei que demoraria mais! Ainda bem que você esta aqui! – Sentei– me ao lado dele, que havia se acomodado na minha cama. – Nossa, você esta com uma barba enorme, finalmente ganhou aqueles traços que tanto queria! – Passou as mãos sobre meu rosto, e com olhares de águia observei algo.

– O que é isso no seu dedo? – Perguntei confuso, e ele engoliu em seco.

– Um anel de compromisso... – Sussurrou baixinho.

– Compromisso? Compromisso com quem? Você não se lembra da promessa?

Estávamos num parque aproveitando aquele nosso último dia. Arthur estava sentado em meu colo, e eu apoiado numa arvore, fazendo cafuné nele. Ele tremia devido ao choro.

– Arthur, você vai acabar desidratado! Não chora... Isso não é um último adeus! – Disse tentando ser firme.

– Claro que é! Eu vou embora e só devo voltar daqui a uns 4 anos! Não posso cobrar que seja fiel a mim, afinal, o que eu tenho para te oferecer? – Fungou ainda mais alto, e escondeu sua cabeça em meu peito.

– Para de falar assim! Eu nunca vou te esquecer, e a gente ainda vai se ver muito!

– Promete que não vai me esquecer? – Disse se ajeitando no meu colo, e fixando os olhos nos meus.

– Eu prometo que não irei te esquecer! E você, promete não me esquecer? – Perguntei já puxando seu rosto para perto do meu.

– Eu prometo não te esquecer, se você Gabriel RochaSampaio prometer não arrumar compromisso por aí! – Disse me olhando com total determinação.

– Eu prometo!

– Então eu também prometo! – E selou nossos lábios, enquanto silenciosamente selávamos nosso acordo.”

– Sim...Eu lembro da promessa... Mas, eu precisei firmar um compromisso! – Continuou sem me olhar.

– Precisou? Nossa promessa era que você não se envolveria com ninguém, eu não me envolveria com ninguém, e estaríamos juntos quando você voltasse! – Agradeço neste momento por ir ao exercito, se não, já teria me descontrolado, tamanha a raiva que sentia.

– E eu voltei! Mas, você não estava aqui! – Finalmente me olhou, seus olhos faiscavam de raiva.

–Você sabia que eu voltaria! – Respondi já puto.

– Sabia? Sabia como? – Perguntou irônico.

– Não é possível que tenha me esquecido! – Gritei já perdendo a paciência.

– Eu não esqueci! – Sussurrou baixo.

– Esqueceu sim! – Comecei a levantar, já não aguentando de raiva, e de vontade de atacar aqueles lábios.

– Espera aí! Meu compromisso é com uma pessoa, porém, não esqueça que você você também firmou um compromisso! Mesmo que seja com o país! Rio e São Paulo é uma coisa! Agora Rio e Haiti... – Disse levantando a voz.

“O melhor é ir embora
Que é pra evitar o risco
De partir ao meio o coração de alguém”

– Eu precisava ir embora, tudo aqui me lembrava você! Fiz tanta merda quando você se foi! – Comentei, enquanto puxava alguns fios do meu cabelo. – Parece que tudo deu errado conosco! Talvez não fosse para dar certo!

Puta merda, quando eu poderia ser feliz? Do que adianta amar um cara por muito tempo, ama– ló mais do que a si próprio, e depois o perder?

– Sua mãe me contou todas as merdas que você fez! Sabe o que é uma merda? Eu prometi que não contaria isso para ninguém... Mas, eu também já prometi que nunca mentiria para você! – Pareceu indeciso, tomando uma decisão importante, antes de me encarar com uma expressão angustiada. – Eu não estou ficando com essa pessoa! Esse anel é um contrato com uma amiga minha! Ela não pode contar aos pais sobre a verdadeira orientação sexual, e pediu minha ajuda...Você não voltaria por agora....Não daria nenhum problema! – Colocou as duas mãos no rosto, bufando.

– Isso é verdade? – Perguntei esperançoso.

“Desejo pra você paz e saúde
Que o bom Deus lhe ajude
Pra você cuidar dos seus, pra eu cuidar dos meus”

– Você sabe o quanto eu sou sincero! Eu sempre disse que seria seu, e eu sou só seu! – Arthur se levantou, logo se pondo na frente de Gabriel. – Porra Gabriel, eu te amo! Estou a 6 anos esperando a sua volta. Todo maldito dia orando para Deus te dar paz na alma, e saúde para não adoecer por lá... 6 anos vindo todo domingo na sua casa, segurando nas mãos dos seus pais, e tentando os dar segurança que tudo esta bem, e todo fudida noite me remoendo de saudades suas... Você está tão diferente! Ainda mais lindo do que a última vez!

– Eu tô aqui, Arthur, tô aqui! Eu te amo pequeno! Você não sabe o quanto eu sonhei em te ver de novo! Poder tocar em você, te beijar, céus, eu sou tão louco por você. – Arthur nem esperou mais nada, se tacou nos braços de Gabriel, assim como na primeira vez.

“Mas deixe os nossos sentimentos
Se entregar nesse momento
antes de dizer adeus”

– Eu preciso de você! – Arthur, de novo teve atitude, tirando aquela farda do amado, e puxando a própria blusa.

– Amor, calma! Eu não vou fug... – Nem teve tempo de terminar, pois o outro parecia deverás animado em tirar a sua roupa.

– Vai sim! Daqui a pouco você some, e eu perco você! Vêm Gabriel, me faça seu! – Disse se jogando na cama, e puxou– me junto. Sorri de lado, ajeitei– me sobre ele, e o beijei em seguida.

– Eu te amo, e prometo não me afastar de você, nem por um decreto! – Arthur sorriu, retirou sua aliança, e a jogou em qualquer lugar.

– Eu te amo! – Sussurrou sorrindo alegre.


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Notas finais do capítulo

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