Hello escrita por Cinnamon Gurl


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente,
Bem, resolvi escrever essa nova, porque eu sinceramente adorei essa música nova da adele, Hello, e achei o conteúdo perfeito pra uma one shot, então aqui estou, espero que vocês gostem.
Pra quem não conhece a música, aqui o link https://www.youtube.com/watch?v=YQHsXMglC9A

Eu não quis ficar enchendo a história de flashback on/ flashback off, usei uma vez só, então onde tem negrito e itálico, são lembranças, okay?
Ah, e sim, as falas do inicio, é a tradução da música, mas só o inicio mesmo.
Boa leitura :)



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Ao estacionar o carro em frente aquela casa, Regina não poderia imaginar que sua estrutura ainda estaria tão bem preservada. Mais de 15 anos haviam se passado desde a ultima vez em que estivera ali.

Caminha devagar em direção a entrada e ao parar em frente a porta, dá um giro 360º olhando tudo a sua volta “Ainda tem a mesma paz”, pensa ao lembrar-se de quando morava ali. Retira as chaves da bolsa e destranca a porta que abre com facilidade. Desconfiava que alguém estivera ali nesse meio tempo. Solta a bolsa num canto qualquer e começa a remover os lençóis que cobriam as janelas e os moveis que ali restaram, a maioria deles estava em situação precária, apesar da casa estar muito bem preservada, não podia se dizer o mesmo dos moveis que pareciam intocados desde que fora embora dali.

Vai até a cozinha, abre o armário à procura de algo em que pudesse esquentar água para fazer um chá.

Respira fundo enquanto as lembranças da melhor época de sua vida invadem sua mente, trazendo junto um turbilhão de sensações e sentimentos. Após pegar sua xícara, volta para sala e observa todo aquele espaço a sua frente.

Junta sua bolsa do chão, pega seu celular e sem pensar demais procura o nome dela em sua agenda e pressiona a tecla “Chamar” esperando verdadeiramente que aquele número ainda lhe pertencesse.

Como que em uma resposta imediata a sua angustia, a voz que atende do outro lado ainda parecia à mesma de 15 anos atrás, delicada, suave mas com um toque mais grave, por conta da idade, conclui Regina.

– Olá, sou eu. – Regina diz e ouve nada mais que o silêncio do outro lado. – Estava aqui pensando se mesmo depois de todos esses anos, você gostaria que nos encontrássemos, para superarmos. Sabe, dizem que o tempo cura tudo. – O silêncio continuava absoluto do outro lado da linha. - Olá, você pode me ouvir?

– Estou ouvindo. – Emma finalmente responde.

– Estou na Califórnia, lembrando como as coisas costumavam ser, quando éramos mais jovens e livres. Eu esqueci como era antes do mundo cair aos nossos pés.

– Antes de você derrubar o mundo em nossos pés.

~Flashback on~

“– Hey, duvido que você me alcance. – Diz Emma juntando seus longos cabelos em um rabo de cavalo.

– Está me desafiando Swan? –Regina estava sentada, com as costas apoiadas no tronco de uma arvore.

– Oh sim, eu estou sim. - Emma abre um largo sorriso ao perceber que conseguira provocar a outra.

– Pode começar a correr. – Regina diz levantando-se, enquanto vê o corpo esguio de Emma virar-se em direção a plantação de girassóis e correr.

Emma a cada passo a frente que dava, olhava para trás, para se certificar de que Regina não estava perto o suficiente para alcança-la, mas a outra havia sido mais esperta, ela havia se abaixado em meio aos girassóis de forma que Swan não pudesse vê-la ali, e ao perceber que sua namorada não estava atrás, Emma para de correr e chama por Regina.

– Regina? Regina? – Sem obter nenhuma resposta, ela começa a caminhar de volta para perto da arvore onde estavam. Na lateral de seu rosto corria uma gota de suor, seu coração batia acelerado enquanto Regina esperava o momento exato para atacar, seu coração também batendo forte pela adrenalina, e a vontade de fazer xixi começando a incomodar. Engraçado que sempre que expomo-nos a situações de adrenalina, o corpo reage obrigando a gente a segurar a vontade de falar, e entregar nossa posição, e a segurar o xixi.

Quando Regina vê o vulto de Emma próximo o suficiente, ela ataca. Levanta-se e joga seu corpo contra o da outra, fazendo-a cair com as costas no chão, com seu corpo caindo por cima, tendo sua queda amortecida pelo corpo de Emma.

– Peguei. – Regina diz sorrindo.

– Você trapaceou. – Diz Emma emburrada, entrelaçando seus braços pelo corpo da outra.

– Você disse que duvidava que eu te alcançasse. Eu alcancei.

– Mas não era assim. Eu voltei. – Emma parecia realmente querer provar que Regina havia trapaceado, e enquanto ela falava, Regina acompanhava o movimento que sua boca fazia e o bico mais doce do mundo que ela fazia quando estava chateada.

– Não importa quem ganhou, tudo que me interessa está bem aqui a minha frente, ao alcance das minhas mãos. Eu te amo, Em.

– Também te amo, Regi.”

~Flashback Off~

– Havia uma baita diferença entre nós, e um milhão de quilômetros que nos separavam.

– Devo ter te ligado umas mil vezes.

– Devo lhe dizer que sinto muito. Por tudo o que fiz. Pelo menos posso dizer que eu tentei lhe dizer que sinto muito, por partir seu coração. Mas agora não importa isso claramente não lhe deixa mais em pedaços.

– Não, não importa.

– Como você vai? É tão típico de mim, falar sobre eu mesma. Desculpe-me, espero que você esteja bem.

– Eu estou Regina, muito bem. – Regina sente seu corpo estremecer ao ouvi-la pronunciar novamente o seu nome. Sentira falta daquilo.

– Você já conseguiu sair dessa cidade?

– Não.

Enquanto conversava com Emma, Regina caminhava pelos outros cômodos da casa. E ao ver o quarto onde dormiam junto, impecável, limpo e sem nenhuma poeira, decide perguntar, mesmo já sabendo a resposta.

– Você cuida da casa?

– Sim.

– Por quê?

– Gosto de preservar algumas memórias. – Ouvi-la dizer isso, faz o coração de Regina se aquecer e um pequeno sorriso brotar em seus lábios, enquanto a ponta de seus dedos roçava lentamente cada detalhe daquele lugar, onde foram vividas as mais quentes e apaixonadas cenas de amor.

“ - Regina, vão pegar a gente.

– Relaxa Emma, não vão não. – Regina praticamente arrastava uma Emma apavorada para o quarto.

– Regi...

– O que foi, Emma?

– Vão pegar a gente. – O medo era palpável na voz da garota.

– Você confia em mim?

– Sim, confio, mas...

– Então relaxa, ninguém vai pegar a gente.

– Ta bom. – Emma se deixa levar pelas palavras de Regina, enquanto as mãos inexperientes porem ágeis da outra, retiravam peça por peça de suas roupas.

Quando ambas estavam nuas, uma de frente para a outra, não sabiam exatamente como seria, mas sabiam o que fazer, e fizeram.

Havia sido a tarde mais feliz de suas vidas, mesmo sem saber muito sobre o assunto, elas haviam se amado das mais diversas formas, deixaram o amor, o carinho o desejo falar mais alto e fizeram da maneira mais singela e doce do mundo. A inocência de ambas tornou o momento ainda mais especial. Depois daquela tarde, todos os dias elas voltavam ali e faziam a mesma coisa. Até que o tempo passou, o medo se foi e a inocência também.”


– Por que você tinha que estragar tudo? – A voz de Emma indicava uma ponta de dor.

– Não é segredo, que nós duas estávamos correndo contra o tempo.

– Poderia ter sido mágico, Regina.

– E foi enquanto durou.

– Você nunca me amou, não é?

– Jamais duvide disso Emma.

– Então por quê? – A voz de Swan era quase um sussurro, indicando que ela tentava segurar as lágrimas.

– É complicado.

– O que poderia ser tão complicado com 20 anos de idade, Regina? O que pode ter mudado tanto o pensamento de uma garota que dizia que jamais me abandonaria, uma garota que me fazia juras de amor eternas todos os dias? - A voz de Emma agora era engasgada, expressava toda a raiva e a mágoa que sentia.

– Eu não sei amar muito bem.

– Não, você não sabe.

– Eu... - Regina também tinha a voz engasgada.

– Porque me ligou?

– Pensei que pudéssemos nos ver, conversar e esquecer tudo isso. - Emma ri ironicamente.

– Eu tenho uma família agora Regina, e você não faz parte dela. - Por essa Regina não esperava. Já haviam se passado muitos anos, mas assim como ela, esperava que Emma nunca tivesse se casado.

– Oh, eu... - Havia perdido completamente o rumo. Tinha demorado demais a tomar essa decisão, apesar da vontade de voltar para Califórnia sempre ter sido muito grande, e quando finalmente o faz, era tarde demais.

Do outro lado da linha, Emma da janela de sua casa podia ver a silhueta de Regina na casa onde elas viveram a melhor e mais intensa história de amor que qualquer pessoa poderia ter vivido. Tinha coragem de ir até la e falar tudo aquilo pessoalmente? Não, não tinha. Sabia muito bem o que poderia acontecer se olhasse mais uma vez sequer para aquelas íris castanhas de Regina. Seus cabelos negros que antes passavam da cintura, agora estavam mais curtos, mas ainda da mesma cor da escuridão, na altura nos ombros, sua postura era exatamente a mesma, parecia estar ainda mais bonita.

Aquela Regina havia sido levada com o decorrer do tempo, e essa mulher que agora Emma observava, era apenas uma sósia daquela que um dia Emma amou louca e incondicionalmente.

Regina por outro lado sabia que estaria arriscando demais indo ate ali, e ligando para Emma. Mas precisava fazê-lo, sabia dos seus erros do passado, e no fundo sabia também que era impossível consertar. Haviam se passado muitos anos e ela sequer deu noticias de vida.

Ainda segurando o celular próximo ao ouvido, senta-se no parapeito da janela, dando as costas para Emma que a observava em segredo. Deitado sobre a mesa que um dia, fora brilhante e lustrosa, Regina vê seu porta retrato preferido, inclina seu corpo e o pega, sorrindo imensamente ao olhar para a foto que ali continha.

Emma e ela no baile do colegial, como eram um casal, apesar de quase ninguém saber disso, elas foram à companhia uma da outra para a festa, não levantando suspeita nenhuma, já que não era segredo para ninguém que elas eram melhores “amigas”.

Lembrava-se perfeitamente da alegria de Emma, nesse dia. Ela estava linda com um vestido vermelho bufante, que demarcava perfeitamente seus seios que estavam volumosos, porem discretamente expostos, seu corpo até sua cintura, e dali pra baixo, via-se apenas o mover gracioso de suas pernas que estavam completamente escondidas pelo volume do vestido. Seus longos cabelos loiros, presos em um coque bem elaborado, e no topo da cabeça uma tiara discreta de brilhantes.

...- Ah meu Deus, como você está linda.

– Obrigada amor, você também está maravilhosa. – Emma diz, observando Regina que usava um vestido lilás com detalhes de perolas, as mangas caídas nos ombros, e com um leve decote. Seu vestido também demarcava suas curvas até a cintura, e depois se abria num volume grande nas pernas. Seus longos cabelos negros presos de lado, deixando seu look completamente igual o de uma princesa, assim como o de Emma.

– Parece uma princesa.

– Nós parecemos. Acho que vamos arrasar nesse baile.

– Terei problemas hoje. – Regina diz insinuando ciúmes. Emma sorri.

– Nós teremos. – Swan afirma, beija lentamente os lábios de Regina para então finalmente irem para o baile.”

– Onde foi que nós erramos? – Regina retoma a conversa.

– Você errou, Regina, eu fui apenas o objeto utilizado.

– Nunca te vi como um objeto, Emma. Não diga bobagens.

– Não sei se consigo acreditar. Regina, você me abandonou de uma hora pra outra. – Novamente um longo silêncio toma conta, poder ouvir a respiração de Emma, era mais do que Regina poderia esperar, e para Emma, ver mesmo que fosse só a sombra de Regina através daquela janela coberta por uma fina e transparente cortina branca, era muito mais do que ela poderia acreditar que um dia fosse acontecer novamente.

– O que vamos fazer? – Regina questiona, realmente sem saber a resposta.

– Você eu não sei, eu preciso ir buscar meu filho na escola.

– Filho... – Regina sente o gosto amargo que aquela palavra lhe trouxe a boca. Não que uma criança fosse sinal de algo ruim, mas saber que a mulher que ela amou, e ainda amava, tinha um filho com outra pessoa, trazia um gosto de fel e um revirar em seu estomago.

– Vou desligar. Adeus Regina.

– Emma... – Regina diz, e Emma por um instante sente os olhos queimarem, e as lagrimas embaçarem sua visão.

– Não diga. – Emma pede, já sabendo o que Regina pretendia dizer. – Boa sorte para você, Regina. Adeus.

Custou muito para Emma, o simples fato de ouvir Regina. Tinham se passado vários anos, mas a dor ainda estava lá, e talvez o sentimento também, mas do que importava agora? Sua família era perfeita, ela amava Ruby, e seu filho, Henry. Não trocaria sua família por absolutamente nada no mundo. Nem por um instante que fosse, ao lado daquela que lhe marcou a vida para sempre.

Após se recompor, Emma pega as chaves de seu fusca amarelo, dá uma ultima olhada para a janela daquela casa, vira as costas de uma vez por todas e sai para buscar Henry na escola.

Regina, que após Emma ter desligado o telefone, ficara encarando a tela por alguns instantes. Deveria ter imaginado. Ela não poderia espera-la a vida toda. Levanta-se do parapeito, vai até a cozinha, desliga o gás, mas não cobre os moveis novamente. Caminha até a mesa e pega o porta retratos dá uma ultima olhada, abre sua bolsa e o põe dentro, ela precisava leva-lo com ela. Era como se fosse uma ultima memória de Emma. No lugar, ela tira o colar que trazia no pescoço e o deixa ali, em cima daquela mesa. O colar era o mesmo que ela usava no dia daquele baile. Emma com certeza lembraria. Caminha até a porta e antes de sair, olha novamente cada canto daquela casa, tentando memorizar o máximo possível, pois essa definitivamente era uma despedida definitiva daqueles bons tempos. Ao sair da casa, tranca a porta e olha para as chaves, não fazia mais sentido tê-las em sua posse. Ela então levanta o capacho da porta e joga o molho de chaves embaixo. O volume provavelmente chamaria atenção de Emma. O vento espalha seus cabelos enquanto a brisa parecia carregar para longe todas aquelas lembranças e esperanças. Coloca seus óculos escuros, entra em seu carro e dirige para longe dali, antes que pensasse demais, não queria atrapalhar a vida de Emma, queria apenas poder vê-la mais uma vez que fosse. Despedir-se. Dizer adeus.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim, escrevi com muito gosto isso aqui. Porque eu realmente via passar um filme Swan Queen na minha cabeça quando ouvia essa musica, ou seja, sempre, hahaha.Beijos gente, até mais.