Bella Pov

 

Eu não sei porque Edward estava agindo daquele jeito comigo hoje, primeiro no carro, ele tentou me acalmar; e agora aqui no meu quarto também. Tomara que ele não esteja aprontando nada contra mim, mas eu acho que às vezes é bom dar uma trégua, e é isso que eu vou fazer.

 

Depois que o Edward foi embora e fui me deitar, aliás, tenho um dia cansativo amanhã. Vou ter uma conversa muito séria com uma pessoa. Não sei porque eu não falei pro Ed que eu já sabia quem era, mas eu só quero ter plena certeza. E também vou ter que explicar bastante coisa para as meninas, aliás, toda a escola já deve estar sabendo, pelo menos a parte em que eu e o Ed saímos às pressas da escola. E nessa correria, eu deixei o meu precioso Note, meu fone e meu MP11 em algum lugar da escola, e nem que eu tenha que colocar a polícia trás do ladrão eu os consigo de volta.

...

...

5:30 AM

Acordei bem cedo hoje, não estou afim de me atrasar, hoje o bicho vai pegar.

Vesti uma calça jeans escura, justa, deixando bem a mostra meu ‘corpo’ que quase não existe (pelo menos pra mim), uma regata branca simples, um bolero básico, uma sapatilha vermelho sangue, maquiagem bem forte no rosto, deixei meu cabelo bem liso e nas pontas alguns cachos. Peguei meu Ray Ban Wayfarer com a armação branca e a minha mochila e desci para tomar café da manhã.

Mas o Carlisle já esta aqui uma hora dessas?

“Mas já Carlisle? Uma hora dessas?”

“Já, não quero me atrasar hoje, tenho compromissos e reuniões com médicos importantes querida, sente e tome café, daqui a pouco Edward desce.”

“Tudo bem.” Assenti com a cabeça e comecei a comer, a mesa estava farta, tinha bastante coisa lá, então comi cereais com leite. Quando eu estava quase terminando Edward chega na cozinha. Qual foi a minha não surpresa? Ele estava lindo como sempre, os cabelos cor de bronze milimetricamente bagunçados, com uma camiseta branca, uma calça jeans escura apertada (Deus me abana), e uma jaqueta preta, parecendo um paletó, sem bolsos nem nada; um tênis preto e um óculos Ray Ban Wayfarer. Lindo. Mas nunca que eu ia admitir isso, lógico.

“Oi gente.” Ele nos cumprimentou.

“Ora ora, olha só quem acordou de bom humor hoje.” Disse meu pai, quer dizer, Carlisle.

“Bom dia.” Eu disse pra ele.

“Vamos Bella?” Ele me perguntou. Olhei pra ele surpresa.

“Vamos... Ed.” Falei com um pouco de receio.

“Então vamos, a limusine está nos esperando lá fora. Tchau pai, até mais.”

“Tchau filho, e se cuidem.” Disse Carlisle.

Seguimos até a limusine, que como ele disse, já estava à nossa espera, acho que ela veio mais cedo hoje, pois ainda são 5:58.

“Por que você acordou tão cedo Edward?” Indaguei-o.

         “Não sei.” Ele disse dando ombros.

 

Demorou pouco tempo até nós chegarmos até a escola, ao sair eu falei:

“Só porque eu te salvei...” Fiz aspas com os dedos. “Você não tem obrigação de andar perto de mim, vai ser vergonhoso pra você e também porque...”

“Shhhhh...” Ele disse saindo também e fechando a porta. “Não se preocupe com isso, eu já sei de cor e salteado.” Por que eu me surpreendi? Se eu já sabia que uma coisa dessas iria sempre sair da boca dele.

Ele saiu na frente, andando rapidamente, acho que era pra ninguém nos ver juntos, tuuuuuudo bem, vamos lá, enfrentar mais um dia na selva de pedra. Hoje a minha primeira aula era de sociologia. Saco. Fui em direção a sala, entrei, um silêncio tomou conta dela. Saco. Sentei no meu lugar, no fundo como sempre, e esperei que o professor chegasse, queria acabar logo pra chegar a hora do intervalo, tinha que tirar satisfações com certo alguém. O professor chegou e um minuto depois mais ou menos, o David chegou também, cabisbaixo. Ele sentou longe de mim, parecia que estava me ignorando, tinha motivos para isso.

O professor começou a explicar alguma coisa que eu nunca entendi, me perdi em pensamentos, em como chegar nessa pessoa e dizer o que eu tenho vontade e por tudo em pratos limpos. O sinal tocou e eu fui pra minha segunda aula e depois a terceira, David parecia estar do mesmo jeito que eu, pensativo.

 

Quando eu vi que já ia dar a hora do intervalo comecei a juntar as minhas coisas para sair, até esse momento não tinha encontrado nenhuma das meninas. Na hora em que eu terminei de arrumar as coisas, o sinal tocou e eu fui para minha mesa habitual, deixei minha mochila lá em cima e fui na cantina, pedi uma coxinha de frango e um refrigerante. Quando meu pedido chegou eu fui pra minha mesa, onde já se encontravam as meninas.

“Olá meninas.” Cumprimentei-as.

“Oi Bella.” Todas falaram. Então resolvi perguntar.

“Gente, cadê o David?”

“Ali.” Raquel apontou, David estava de costas para mim, lanchando na cantina. Então disse para as meninas:

“Garotas, talvez eu só veja vocês na penúltima aula tudo bem? Tenho que resolver algumas coisas.”

“Ah, ta bom Bella, mas depois teremos muita coisa pra conversar, tudo bem?”

“Tá.” Já até sabia do que se tratava. Saí em direção à cantina.

“David, precisamos conversar.” Quando eu disse isso, ele me olhou surpreso.

“P-p-p-orquê?”

“David, vamos lá pra fora.”

“T-t-tá.” O ataque de nervosismo dele só me fez confirmar mais o fato.

Ele pagou o lanche, e nós saímos. Chegando lá fora, perto de um banco eu disse:

“Senta aí.”

“Tá.” Agora ele estava mais calmo.

“Por que você fez aquilo David, como você pôde?” Ele abaixou a cabeça, e disse:

“Desculpa Bella. É que eu queria me vingar, só isso, e também ele te xinga, te chama de um jeito que você  não gosta, eu pensei que você  não ia ficar brava.”

“Como não ficar David? Eram três contra um, entendeu? TRÊS! Ele estava desacordado, se eu não estivesse lá, ele poderia estar até agora agonizando! Como você pôde?”

“Desculpa Bella. Me desculpa. Eu juro que eu fiz na hora da fúria, eu fiz sem pensar.”

“É, eu desculpo...” Eu falei e ele me olhou surpreso. “Mas eu não posso mais confiar em você, você terá que me fazer confiar em você novamente, me desculpe, mas você me chateou muito com isso, você não sabe o quanto.”

“Tá, eu, eu, eu... Eu vou fazer de tudo eu te prometo, nunca mais eu vou fazer o que vier na mente, você vai ver, a partir de agora, vou ser um novo... Um novo David!” Ele disse todo alegre e decidido. Na verdade eu que pensei que essa conversa ia demorar todo o intervalo só demorou 3 minutos. Que bom, pelo menos assim, eu adianto a conversa com as meninas. Fomos andando até o refeitório conversando banalidades até chegar a nossa mesa habitual. Então falei:

“David, eu vou conversar com as meninas um pouco, será que você pode nos dar licença?”

“Claro, nos vemos na próxima aula.” Ele foi andando até a cantina novamente. Então começou a maratona de perguntas e respostas. Que foi iniciada por Raquel:

“Bella, por que você saiu mais cedo ontem?”

“Olha só eu vou contar tudo de uma vez e vai responder a pergunta de todas, tudo bem?”

“Certo.” Todas elas concordaram. Então contei tudo, desde a hora em que o David estava no corredor até a nossa conversa agora a pouco do lado de fora. Jade, Cloe, Suzan e Raquel estavam boquiabertas, em silêncio.

“Helooooo, garotas, acordem! Estão bem?”

“Mas o Ed está muito machucado?”

“Não. Acho que deve estar em algum banheiro com alguma puta qualquer.”

“Tá com ciúmes do gostosão Bella?” Provocou Cloe. Olhei para ela, incrédula.

“Faça-me rir Cloe. Tudo bem pessoal, já que nós terminamos eu vou chamar David ok?”

“Tá.” Concordaram.

Fui até a cantina e disse:

“Vem David.”

“Estavam falando de mim?” Indagou-me.

“Em partes.” Respondi-o.

“Elas já sabem?”

“Já.” Afirmei.

“Daqui a pouco todos vão saber então.”

“David!” Repreendi-o.

“Tudo bem, tudo bem, me perdoe.”

“Perdoado.”

Sentamos na mesa.  E tudo ocorreu muito bem, as meninas perguntando algumas coisas para ele, ele ficando encabulado e respondendo relutantemente. E nem sinal do Edward, como eu disse ele deve ter ido a qualquer lugar.

Bateu o sinal e eu e o David fomos para a nossa aula, as meninas teriam outra aula agora. Era aula de geografia. A aula se passou rápido, bem rápido, nós saímos da sala, e fomos para a próxima, onde eu não ficava perto do David por causa das meninas que me cercavam pra saber fofocas do Ed. Eu fui contando discretamente, pro professor não chamar a nossa atenção. E assim foi até o fim das aulas. Aleluia, um dia normal (quer dizer, quase) de aula. Fui em direção à esquina da escola, aonde a limusine vinha nos buscar. Entrei e o Ed já estava lá. Quando eu entrei ele me secou com os olhos, às vezes é bom se sentir desejada. O interfone tocou e ele atendeu.

“Sim, já podemos ir.” Fiquei em silêncio por mais uns 3 segundos e depois disse:

“Ér, eu já sei quem foi, que fez aquilo com você.”

“Quem foi?” Ele disse já se equivocando. Pelo jeito a notícia não se espalhou por toda a escola ainda.

“Eu só falo, se você me jurar que não vai partir para briga.”

“Tá. Quem foi?”

“David.”

Ele ficou parado por um tempo, ficou pensativo depois disse:

“Eu esperava alguma forma de vingança dele, mas não algo tão baixo como aquilo.”

“Eu sei. Mas eu não esperava que ele fizesse algo. Me desculpe por ele.” Ele me olhou e disse:

“Tudo bem, mas pelo menos você nunca mais vai falar com ele, certo?”

“Claro que não, ele é um baita de um amigo. Eu não vou perdê-lo só por causa de uma briga, que, aliás, foi você quem começou.” Ele pareceu pensar e depois assentiu.

“Justo, eu acho.”

Depois disso o silêncio reinou, mas eu me lembrei de algo.

“Onde você estava na hora do intervalo?”

Ele me olhou alarmado, como se tivesse me devendo alguma coisa, e disse:

“Porque você quer saber hein?”

“Porque eu estava te procurando, só isso.”

“Eu...eu...Eu estava com uma garota.”

Ah é?Se ele tava com uma garota, porque ele gaguejou?

Alguns minutos depois da nossa conversa, o motorista avisa que chegamos.

Sai sem ao menos me despedir, não vai fazer falta mesmo...

 

Desci do carro e entrei em casa. Como sempre, Carlisle não estava em casa. Fui pro meu quarto, tomei um banho e vesti um biquíni preto com detalhes em dourado, coloquei um short jeans curto, deixando a parte de cima do biquíni a mostra; coloquei um óculos escuro e desci para a piscina, mas antes fui na cozinha tomar um copo de água.Quando fechei a geladeira, vi um recado que dizia o seguinte:

 

“Bella, me faça um favor, a lavadeira vai passar hoje às 14:30, pegue as roupas dos banheiros, tanto do seu quanto o de Edward e coloque dentro de um saco, pois o mordomo teve que cuidar de assuntos pessoais importantes e eu tive que sair pois já estava atrasado. Deixe ele do lado da máquina de lavar, por favor. Obrigado,

Carlisle.”

 

Fui fazer o que ele me pediu. Peguei um saco preto na cozinha e fui até o meu banheiro, peguei as minhas roupas sujas e coloquei lá dentro, e fui até o quarto do Edward, que era do lado do meu, com a sacada de frente para a piscina também. A porta estava aberta, não devia ter ninguém lá. Fui até a porta do banheiro, onde eu vi...

 

OMG!

 

“Ai meu Deus!” Gritei. E me virei, ficando de costas para ele. “Mil perdões.” Eu disse. Eu fui saindo do quarto quando ele me segura, ele estava molhado.

“O que veio fazer no meu quarto?” Eu ainda estava de costas, e ele me pressionando no seu peitoral, ele estava de toalha só na parte de baixo. Levantei o saco de roupas sujas e disse:

“Seu pai pediu pra eu recolher as minhas e suas roupas sujas, me perdoe, eu não sabia que você estava aqui.”

“Fica calma, está tudo bem, como você mesmo disse: ‘Não há nada aqui que você  já não tenha visto’, não é mesmo?” Ele disse imitando a minha voz, o que mais parecia uma taquara rachada.

“É, mas não é por isso que eu peço perdão e sim porque eu entrei no seu quarto sem permissão.”

“Fica tranquila. Pode ir pegar as roupas, estão no cesto.” Fui até lá, virei as roupas no saco preto, pedi desculpas novamente e me retirei, deixando as roupas do lado da máquina.

 

Me recuperei, por que MEUDEUS... o que era aquilo?

Sério, já vi uns grandes e tal, mas o que era aquilo?

Mas deixa eu ficar quieta na minha né, se não já viu.

 

Fui no meu quarto novamente pra pegar meu MP11 (o qual eu tinha recuperado junto com o note e o fone na diretoria) e desci.

Chegando na piscina... Não pode ser, só pode ser perseguição, é ele estava lá, fingi que nem vi e continuei andando até um divã. Chegando lá percebi seu olhar queimando sobre mim. Pra me aproveitar dele, comecei a tirar o meu short lentamente, e percebi que ele desviou o olhar nervoso, então quer dizer que eu mexia com ele? Legal isso. Terminei de tirar o short, arrumei o biquíni no meu corpo e pulei na piscina, mas não foi qualquer pulo, foi um pulão, o que fez bastante água ser jogada na cara do Edzinho. Tá, depois desse momento ele desapareceu. Ok, medo on. Fui agarrada pelas costas sem possibilidade de me soltar (possibilidade eu tinha, mas na verdade eu é que não queria). Então perguntei inocente:

“O que foi?”

“Por que você fica me provocando? Eu também sei provocar!”

“Eu te provocando?”

“Sim, não se faça de inocente.”

Ele me virou de frente para ele, apoiou-se na minha cintura e começou a se aproximar, a distância estava curta. O que me fez começar a arfar pesadamente. Ele estava com os olhos vidrados nos meus lábios, e a cada momento ele estava mais perto, e eu mais entregue, mas não, eu não me deixaria levar então disse:

“Está me provocando?”

“Entenda como quiser.” Ele disse sem tirar os olhos de meus lábios.

“Se você continuar, vai ter troco.” Revidei.

“Espero.” Tudo bem, se é isso que ele quer, é isso que terá.

Ele veio mais pra perto, mais perto, até que seus lábios tocaram os meus, não sei porque tudo ao meu redor virou borrões desconexos, ele me deu um selinho, e depois pediu passagem para mim, e eu concedi (depois terá vingança). Seu beijo, que hora era calmo, fora se tornando mais urgente, com muita sofreguidão e pressa, mais parecia que a qualquer minuto eu poderia desaparecer, e eu também correspondia ao beijo. Suas mãos saíram de minha cintura e foram para as minhas costas, me acariciando, e às vezes até meio intrusa, alisando minha bunda, apertando-a. Ele começou a me empurrar até a beirada da piscina, chegando lá, me ergueu e me sentou, abrindo minhas pernas e se colocando entre elas, e nem em um minuto sequer ele ou eu ousamos parar o nosso beijo. Ele começou a me apertar forte contra si, e quando eu vi que se eu ficasse ali por mais um minuto, iríamos muito além de um mero beijo, resolvi me afastar dele, estávamos sem fôlego algum já, ele me olhava com uma ponta de irritação pelo fato de eu ter parado o beijo. Então para deixar bem avisado eu desci da beirada da piscina, rodeei ele, e quando já estava nas suas costas, dei impulso e enlacei ele com minhas pernas em volta de sua cintura e sussurrei o mais sexy possível:

“Terá troco.” Ele já estava alisando minhas pernas, mas eu as tirei de sua cintura e continuei a nadar como se nada tivesse acontecido. Mas a minha cabeça estava a mil. Mas é claro que eu não ia demonstrar isso a ele.

 ...