O outro lado da história escrita por Hamélia


Capítulo 7
Seven, sete, sept, sieben.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo programado ~~
O capítulo não ia sair hoje, mas prometi a uma amiga que ia postar, então.. Aqui está >
Desculpem os erros..



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Ouvi passos vindo em direção ao quarto e tratei logo de guardar o papel onde estava, e corri em direção a cama sentando nela novamente.
–Desculpe a demora, minha mãe é a replica exata de um detetive - Henry falou sorrindo enquanto trancava a porta atrás de si - Eu vou pegar algumas roupas e tomar um banho logo para podermos voltar rápido.
–Sua mãe não disse nada quando você falou que iria ficar o dia fora? - Perguntei o seguindo com meu olhar enquanto ele ia pegar suas roupas no armário.
–Não. Bem, ela disse que contanto que eu não estivesse roubando, matando, fumando ou usando drogas, tudo bem - Respondeu com um sorriso de lado. Esse era meu sorriso preferido.
–Ah.. - Falei e voltei meu olhar para meu colo onde descansei minhas mãos. Escutei os passos do Henry vindo em minha direção e elevei o olhar, mas abaixei-o novamente quando ele se agachou para ficar do meu tamanho.
–Tudo bem? - Henry perguntou me olhando fixamente. Talvez ele buscasse algum vestígio de medo, raiva ou tristeza em meus olhos, mas nem eu sabia o que eu estava sentindo no momento.
–Claro - Perguntei monótona.
–Sabe, eu tenho alguns filmes ali dentro, na terceira gaveta - Levou seu olhar e apontou para o cômodo onde estava os papeis que eu havia olhado a pouco tempo atrás -Por que não vai até lá ver se acha alguns filmes legais pra gente ver hoje a tarde?
–Ok, pode deixar - Respondi inclinado minha cabeça um pouco para o lado e sorri fraco.
Henry entortou a boca e deixou seus ombros caírem. Juntou minhas mãos as suas e brincou um pouco com meus dedos, deixando seu sorriso aumentar ainda mais.
–O que há de errado? - Perguntou enquanto olhava para nossas mãos juntas - Estou te pressionando de mais? Estou te sufocando de algum jeito ou você não está gostando d...
–Henry - Falei tentando fazer ele parar de falar - Não é nada disso. Você não imagina o quão bom é isso tudo que você está fazendo por mim, e eu sou muito agradecida a você por isso. Eu... Apenas tenho um pouco de medo em relação a tudo isso.
–Como assim? -Henry perguntou sem entender.
–Não sei.. Comecei a te conhecer e falar com você há mais ou menos três semanas. É estranho você, a pessoa que eu considerava um idiota e que detestava, estar aqui agora a me dar reconforto. Seria tão estranho eu começar a gostar de você... Não acha que isso está sendo tudo tão rápido?
Henry pareceu um tanto decepcionado, mas tentou disfarçar abaixando seu rosto.
–Henry, não estou dizendo que não quero ficar com você - Levantei seu rosto com minhas mãos e fixei meus olhos nos seus - Eu gosto de você, e acho que nunca gostei tão rápido de alguém. Mas você mais do que eu sabe que ainda é muito cedo para eu dizer que o que estou sentindo por você é amor. Mas eu quero ficar com você e quero que você fique ao meu lado, não só pra me ajudar mas também porquê eu preciso de você do meu lado.
Seria egoísta da minha parte dizer isso? Talvez eu só precisasse de alguém ao meu lado. Ou talvez eu precisasse do Henry ao meu lado. Eu me sentia protegida ao lado dele, como se dependesse dele, e isso era o que mais me assustava. Ele não iria ficar comigo pra sempre, não iria estar sempre ao meu lado. Eu realmente não queria Henry ao meu lado apenas para me proteger, queria para algo mais, e por mais que eu tentasse negar eu não conseguia esconder isso. Mas talvez esse não seja um bom momento para pensar nisso, tenho outras coisas para me preocupar, como minha mãe, por exemplo.
Henry passou os braços ao redor da minha cintura e me abraçou, enquanto eu pousava minha cabeça na curva do seu pescoço. Sempre gostei de sentir o perfume das pessoas, sempre que passava por alguém eu fazia de tudo para sentir o perfume delas, e posso dizer que o do Henry era um perfume que me prendia a ele. Era um cheiro doce e ao mesmo tempo masculino, o mesmo cheiro que senti quando entrei no quarto do Henry.
–Vai ficar tudo bem, ok? - Henry falou tentando me confortar - Já falei que eu vou estar sempre aqui, independente da minha posição, eu vou estar sempre aqui. E não tem problema em você sentir isso, pra falar a verdade eu estou muito contente em você se sentir assim.
–Acho que eu também estou - Admiti escutando uma leve risada vinda do Henry. Com muito esforço afastei-me dele - Acho melhor você ir tomar banho logo, ainda temos uma tarde toda de filmes pra assistir.
–Exato - Concordou ainda sorrindo - Espera aqui, ok? Consegui fazer minha mãe acreditar que vou passar a tarde na casa do Mike.Se minha mãe te ver vai me encher de perguntas que vão tomar a tarde toda se depender dela..
–Tudo bem, pode deixar - Responde sorrindo também. Adoraria conhecer a mãe dele.
Henry entrou no banheiro do seu quarto junto com algumas roupas que ele havia pego. Alguns minutos depois escutei o som do chuveiro sendo ligado, e aproveitei para ir conhecer a mãe dele. Sei que ele havia me pedido pra ficar no quarto mas isso não quer dizer que eu realmente tenha que ficar.
Assim que cheguei no fim da escada vi uma garota entrar pela porta da frente segurando três caixas que davam a impressão que iam cair em cima dela a qualquer momento.
–Quer ajuda? - Perguntei em tom baixo. Logo que ela me olhou já foi colocando duas caixas nos meus braços, me fazendo cambalear para trás.
–Vem - Ela chamou e foi em direção a cozinha. Assim que chegamos lá, ela colocou a caixa em cima do balcão e eu fiz o mesmo com um pouco de cuidado já que não estava enxergando nada. Assim que as caixas pararam de tapar minha visão, vi uma mulher mais velha a me encarar, mas logo sua atenção voltou para menina assim que ela bateu as mãos no balcão - Mãe, você não acredita o que eu achei dessa vez!
Eu estava na cozinha com a mãe e a irmã do Henry.
–O que achou dessa vez, Emy? - A mulher, que acreditava ser a mãe deles, perguntou com a curiosidade estampada em seu rosto. Emy abriu a caixa tirando de lá vários telas em branco. O boca da mãe dela se transformou em um perfeito "O" - Onde achou isso?!
–Lembra que te liguei hoje de manhã para avisar que iria demorar por quê estava ajudando uma mulher com as compras? - A mãe dela assentiu - Então, assim que chegamos na casa dela, conversamos um pouco e eu falei a ela que eu gostava de pintar quadros, então ela me disse que tinha várias caixas no porão com quadros em brancos e alguns pintados...
–Pintados? - A mulher questionou.
–Sim, pintados! Licença? - Me afastei um pouco dela para ela abrir uma segunda caixa e retirar de lá uns três quadros, um com a paisagem de uma montanha, outro com a imagens de várias árvores dando a impressão de ser uma floresta e o último com um rosto. Era incrível a forma em que os quadros pareciam ter vida própria. A forma em que eles haviam sido caprichados e o jeito de cada pincelada que deixavam detalhes reais, deixam eu e sua mãe impressionadas - Está vendo? São perfeitos! Eles com certeza iriam ajudar na venda para a arrecadação!
–Arrecadação? - Perguntei fazendo elas notarem minha existência naquele local.
–Quem é você? - Emy perguntou olhando para mim e em seguida para sua mãe.
–Não sei, ela veio aqui com você - A mulher respondeu.
–O que? Claro que não, eu não vim com ela para aqui e...
–Eu vim com o Henry - Respondi já um pouco impaciente com aquela discussão - Ele subiu para tomar banho e pediu para eu o esperar no quarto.
–E por quê você não esta lá? - Emy perguntou.
–Por que eu... - Abaixei um pouco a cabeça - Quis conhecer vocês...
–Você é o que dele? - Sua mãe me perguntou com um sorriso carinhoso.
–Ahn... - O que eu era dele? Amiga? Namorada? Nem eu mesmo sabia!
–Claro que ela é a namorada, mãe - Emy falou antes que eu pudesse responder - Sabe que Henry não trás meninas pra casa, então essa deve ser a namorada dele.
–Ainda não entendi o que é essa 'arrecadação' .. - Falei mudando de assunto.
–Aah, sim. A Emy precisa juntar dinheiro para contribuir com o baile da escola, já que ela é mais velha que o Henry, ela já esta terminando os estudos - Sua mãe respondeu.
–Oh, sim...
Antes de qualquer uma de nós continuarmos a conversa, ouvimos passos pesados vindo do andar de cima, e em seguida da escada. Henry apareceu na porta da cozinha com uma toalha ao redor de sua cintura e seus cabelos ainda molhados pingando no chão.
–O que está fazendo aqui em baixo? - Henry perguntou ignorando as outras pessoas na cozinha, me fazendo congelar no lugar.


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Notas finais do capítulo

Talvez eu poste o próximo na segunda ou terça, vou deixar o fim de semana para deixar mais capítulos prontos.
Até a próxima ^-^