O outro lado da história escrita por Hamélia


Capítulo 5
Five, cinco, cinq, fünf.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo, eu até pensei em postar dois só hoje só que esse ficou enorme, tem mais de 4.000 palavras. Sei que eu disse que iria postar só domingo só que eu não consegui esperar ><
O próximo será um bônus da Amélia.
(Lembrando que os bônus também contam como capítulos.)



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Uma semana depois

Eu não sei mais o que fazer. Desde a discução na diretória, Amélia não vem mais a escola. O que droga eu posso fazer? Já pensei em ir até a casa dela, eu até fui mas quando ia bater vi Charlie saindo de lá. Ele disse-me que Amélia não estava bem e que deveriamos dar um tempo a ela e que droga de tempo eu estou dando.

Imagino Amélia no seu quarto chorando baixo pra ninguém escutar, sem ninguém para ouvir seus problemas e ainda mais agora que seu pai está viajando a trabalhos. Eu não consigo deixar de pensar nisso, pois a todo momento meus pensamentos se voltam para ela, só para ela.

Daqui a uma semana a sua mãe provavelmente já estará morta. Segundo Charlie, Amélia não foi nenhuma vez visitar a mãe dela. As vezes me pego perguntando o por que de Amélia tratar sua mãe assim. Bem, sempre soube que a relação entre a Amélia e a sua mãe nunca foram boas, sua mãe sempre tentava fazer ela como seu fantoche, queria que Amélia fosse como ela não conseguiu ser. Mas como Amélia não quis, sua mãe passou a trata-lá com mas frieza.

–Pode sair da frente? - escutei alguém reclamar atrás de mim. Charlie.

–Claro - Afastei-me mas logo segurei seu pulso quando lembrei-me de Amélia- Tem alguma noticia dela?

–Não, não tenho. Já tentei várias vezes ir até a casa dela mas ela nunca atende.

–E como sabe se ela está lá dentro ou não? - Perguntei preocupado.

–As vezes escuto música vindo de seu quarto- Ele falava parecendo estar tão confuso quanto eu - E as vezes consigo escutar ela até cantando!

–Ela realmente não está bem...

–Ok, agora sai logo que eu quero passar pra ir pra casa. E você deveria ir, já 'tá ficando tarde- Charlie falou dobrando a esquina.

Claro que eu não iria pra minha casa. Tinha que ir a casa de Amélia.

.

.

.

Já era a terceira vez que eu batia na porta da casa de Amélia. Assim como Charlie disse eu pude ouvir música vindo do quarto dela, escutei também sua voz cantando, a qual parecia embargada. Pergunto-me se é devido ao choro.

Caminhei até a area dos fundos e vi algumas janelas, e acabei supondo que a primeira seria a do quarto de Amélia já que a música vinha de lá. Encaxei meu pé na abertura da madeira que havia na parede e em seguida encaixei o outro, segurando na parede com ambas as mãos. E assim fui subindo até a janela.

Vi Amélia deitada em sua cama de cabeça pra baixo, com as pernas apoiadas na parede e seus cabelos espalhados pelo tecido branco da cama. Dei três batidas mas foi em vão, já que ela não me ouvia. Olhe para tranca no canto inferior a esquerda e vi que a mesma estava aberta, então só fiz empurrar a janela para cima.

Caminhei em passos calmos em direção a Amélia e assim que cheguei pude ver que ela estava com olhos fechados com o fone de ouvido. Imaginei que estivesse dormindo mas logo escutei sua voz a cantar.

"Dollhouse"...

Assim que terminou o refrão ela abriu seus olhos, estavam vermelhos e ao redor deles estavam completamente inchados. Imaginei que ela ficasse assustada, surpresa ou até com medo, mas a única coisa que ela fez foi voltar a chorar.

–Por que você? - Ela exclamou com seus olhos já transbordando lagrímas.

–Como? - Perguntei sem entender.

–Por que tem que ser logo você?! Ele deveria estar aqui, ele e não você - Ela mudou de posição sentando na cama com perna borboleta - Eu estive com ele sempre quando ele precisou. Sou amiga dele há tanto tempo e ele... Simplesmente aje como se isso não fosse nada! Eu tento, eu tento tanto ser melhor, já pensei até em tentar ser que nem a Carinna mas ... Eu não consigo. Não sou boa o bastante, é isso?! Eu... Eu não sei mais o que fazer ...

Antes dela continuar sentei-me ao seu lado na cama e estiquei meus braços e abracei-a fortemente, mas ao contrário do que pensei ela não recuou. Afaguei seus cabelos com minha mão direita e fiquei dando-lhe leves beijos em sua bochecha enquanto ela chorava em meu pescoço murmurando coisas sem sentido.

–E ainda tem minha mãe - Voltou a falar já em prantos - Ela sempre fez todas essas coisas comigo e nunca me perguntou se eu estava feliz com isso. Sempre fez as coisas sem pensar em mim, só pensando nela e no que ela queria. E quando tentei falar ela simplesmente disse que a partir daquele dia eu não deveria a considerar como mãe. E agora que ela está morrendo quer meu perdão, fora que todos da escola acham que sou a errada na história. Aposto que até você pensou que eu era uma ingrata por abandona-lá assim.

–Claro que não - Falei um tanto indignado - Fiquei preocupado contigo já que fazia tempo que você não vinha à escola. Bem, claro que fiquei me perguntando o porquê de você não querer ir visita-lá, mas não te acusei disso.

–Desculpa - Ela passou os braços ao redor do meu abdomen e me abraçou tão forte quanto eu a abraçava - Eu não queria te acusar, só não sei mais o que pensar, o que fazer... Meu pai também foi embora. Ele ligou para o diretor querendo dar uma de pai presente mas ele nunca ligou para o que ela fazia comigo... Álias, ele tem uma amante.

–Você não precisa me contar isso tudo. Já lhe disse que não lhe acusei de nada, e sei que você tem bons motivos para isso tudo - Sussurrei ao seu ouvio, sentindo seu corpo arrepiar-se por inteiro.

–Mas eu quero te contar. Ele deve estar agora com ela lá no outro lado do mundo. E minha irmã? Minha irmã é tão ruim quanto minha mãe. Minha mãe queria fazer dela sua bonequinha, por isso sempre me deixava de lado. Ai um belo dia minha mãe descobriu que ela perdeu a virgindade com treze anos, então minha mãe logo desistiu do seu "plano" e passou a tentar me moldar. Todo dia minha irmã saia escondido de noite e quando ela voltava e meus pais escutavam o barulho, ela me obrigava a encobrir ela, caso contrário ela dizia que tocaria fogo no meu cabelo. Eu amava meu cabelo, ele era enorme. Ai um belo dia eu resolvi dedurar ela, mamãe a colocou de castigo por uma semana e pro meu azar, ela cortou meu cabelo na altura dos ombros. Fiquei com muita raiva dela por causa disso, mas acabei pegando uma paixão pelo meu cabelo curto, que foi a única coisa boa da história.

Amélia estava se abrindo para mim e isso era uma sensação ótima. Poder sentir que ela confiava em mim era como se eu estivesse tendo uma chance de ficar com ela. Agora eu entendia aquela vontade de pegar uma pessoa e guarda-lá em um potinha, só pra mim. Pena que eu não podia fazer isso.

A afastei um pouco ouvindo seu gemido de frustração, e coloquei minhas mãos em cada lado de seu rosto. Amélia já havia parado de chorar, mas ainda fungava.

–Escuta só uma coisa, eu estou aqui - Falei olhando diretamente para seus olhos. Eles tinham um certo brilho impressionante e me perguntei se seria devido as lagrímas - Eu estou aqui, e vou cuidar de você, independente do que aconteça. Sei que você não confia em mim, que não me conhece mas eu conheço você, sei tudo sobre você.. Eu me importo muito com você e não sei o que faria se algo acontecesse com você, então vou estar aqui pra te protejer. Fiquei muito preocupado quando você começou a faltar, era horrivel ir a escola e não te ver lá, principalmente depois disso tudo. Me prometa que não vai fazer isto novamente...

–Henry...

–Só me prometa. - Insisti e logo ela assentiu - Eu teria vindo antes mas Charlie me disse que eu deveria deixar você sozinha, que seria melhor pra você e...

–Aquela idiota - Ela exclamou interrompendo-me - Por que ele faz isso?! Ele não se importa comigo, não é?

–Ele pode não se importar com você, mas eu me importo. Vamos enfrentar isso juntos e aja o que houver eu vou estar ao teu lado, te ajudando e te acolhendo. Quero cuidar de você, quero poder te abraçar, poder ficar te olhando vendo cada detalhe do teu rosto sem ser de longe. Quero poder conversar contigo assim como conversamos nos meus sonhos. Quero deixar de ser um idiota e pelo menos tentar ficar com você. E mesmo que você não queira, eu vou continuar ao teu lado, vou te ajudar com a sua mãe e se quiser continuar-mos amigos após isso, vai ser ótimo. Quero te provar que não sou o idiota que você acha que eu sou, quero poder te beijar e sussurrar no teu ouvido que te amo e que esse amor é tão grande que as vezes ele acaba me machucando - Fiz uma pausa e sorri fraco. Amélia mantinha seus olhos focados em mim, parecendo não saber o que dizer - Amélia?

–O que?- Ela peguntou em um tom baixo. Nossos rostos estavam bastante próximos, eu já podia sentir seu hálito.

–Acho que vou te beijar agora... - Falei colocando ambas as mãos em cada lado de seu rosto, e colocando seus cabelos atrás da orelha, voltando a por minhas mãos em seu rosto.

–Estou esperando..- Amélia falou lançando-me um sorriso fraco.

Passei meu polegor pelo seu lábio inferior e pude vêr-la fechar os olhos apressiando o meu toque. Sem poder mais aguentar, em questão de segundos eu já havia colado meus lábios ao dela. E como em todas as fanfics clichês para garotas, senti que os lábios de Amélia eram mácios, tão mácios que faziam-me querer ficar beijando-a o dia todo.

O beijo não estava sendo um beijo rápido, mas fiz questão dele ser um beijo lento para eu poder apressiar cada momento. Senti Amélia passar uma de suas mão pelo meu ombro e lava-lá até minha nuca, tomei isso como um sinal positivo e puxei-a mais para perto de mim, colando-a ao meu abdomen.

Paramos o beijo por falta de ar, mesmo sem parecer era realmente difícil respirar pelo nariz enquanto nos beijavamos.

–Desculpa... - Falei ofegante.

–Pelo que? - Amélia respondeu com o mesmo jeito de respirar. Era engraçado ver ela desse jeito, toda vermelha e ofegante.

–Te beijei em um momento em que você estava frágil, dá até a entender que eu estou me aproveitando de você.. - Respondi virando o rosto para o lado oposto. Amélia colocou suas mãos em meu rosto virou me puxando para si, beijando-me novamente.

–Acha mesmo isso? - Ela respondeu após pararmos o beijo.

Não respondi, apenas sorri. Era o que eu poderia fazer no momento.

–Henry... - Amélia chamou-me com a voz um pouco baixa, ela parecia um pouco nervosa.

–O que houve? - Perguntei começando a ficar preocupado.

–Você... Poderia ficar aqui essa noite? - Ela falava enquanto brincava com os dedos, seu rosto voltou a ganhar aquele tom vermelho- E também, já esta tarde, seria perigoso você voltar pra casa sozinho... Mas você não precisa ficar se quiser, eu posso ficar aqui e... Bem, eu apenas pensei que você pudesse ficar aqui. Só um pouco.

–Claro - Respondi sorrindo mas estava um tanto surpreso com o pedido.

Amélia deitou-se e eu a acompanhei. Ela puxou seu lençol e cobriu-nos, aproveitei e coloquei meu braco por cima do seu corpo em direção a suas costas, puxando-a mais para perto fazendo ela ficar grudada ao meu peito.

–Boa noite - Fiquei observando seu rosto, só iria dormir quando me certificasse que ela já havia dormido, mas após um tempo Amélia ainda continuava acordada - Não consegue dormir?

–Não quero dormir. Tenho medo - Ela respondeu sem me olhar.

–Medo de quê?

–De acordar e você não estar mais aqui, e eu acabar sozinha denovo...

–Não se preocupe - Beijei o topo da sua cabeça - Prometo que vou estar aqui. Pode dormir tranquila.

.

Uma semana depois

Eu não sei mais o que fazer. Desde a discução na diretória, Amélia não vem mais a escola. O que droga eu posso fazer? Já pensei em ir até a casa dela, eu até fui mas quando ia bater vi Charlie saindo de lá. Ele disse-me que Amélia não estava bem e que deveriamos dar um tempo a ela e que droga de tempo eu estou dando.

Imagino Amélia no seu quarto chorando baixo pra ninguém escutar, sem ninguém para ouvir seus problemas e ainda mais agora que seu pai está viajando a trabalhos. Eu não consigo deixar de pensar nisso, pois a todo momento meus pensamentos se voltam para ela, só para ela.

Daqui a uma semana a sua mãe provavelmente já estará morta. Segundo Charlie, Amélia não foi nenhuma vez visitar a mãe dela. As vezes me pego perguntando o por que de Amélia tratar sua mãe assim. Bem, sempre soube que a relação entre a Amélia e a sua mãe nunca foram boas, sua mãe sempre tentava fazer ela como seu fantoche, queria que Amélia fosse como ela não conseguiu ser. Mas como Amélia não quis, sua mãe passou a trata-lá com mas frieza.

–Pode sair da frente? - escutei alguém reclamar atrás de mim. Charlie.

–Claro - Afastei-me mas logo segurei seu pulso quando lembrei-me de Amélia- Tem alguma noticia dela?

–Não, não tenho. Já tentei várias vezes ir até a casa dela mas ela nunca atende.

–E como sabe se ela está lá dentro ou não? - Perguntei preocupado.

–As vezes escuto música vindo de seu quarto- Ele falava parecendo estar tão confuso quanto eu - E as vezes consigo escutar ela até cantando!

–Ela realmente não está bem...

–Ok, agora sai logo que eu quero passar pra ir pra casa. E você deveria ir, já 'tá ficando tarde- Charlie falou dobrando a esquina.

Claro que eu não iria pra minha casa. Tinha que ir a casa de Amélia.

.

.

.

Já era a terceira vez que eu batia na porta da casa de Amélia. Assim como Charlie disse eu pude ouvir música vindo do quarto dela, escutei também sua voz cantando, a qual parecia embargada. Pergunto-me se é devido ao choro.

Caminhei até a area dos fundos e vi algumas janelas, e acabei supondo que a primeira seria a do quarto de Amélia já que a música vinha de lá. Encaxei meu pé na abertura da madeira que havia na parede e em seguida encaixei o outro, segurando na parede com ambas as mãos. E assim fui subindo até a janela.

Vi Amélia deitada em sua cama de cabeça pra baixo, com as pernas apoiadas na parede e seus cabelos espalhados pelo tecido branco da cama. Dei três batidas mas foi em vão, já que ela não me ouvia. Olhe para tranca no canto inferior a esquerda e vi que a mesma estava aberta, então só fiz empurrar a janela para cima.

Caminhei em passos calmos em direção a Amélia e assim que cheguei pude ver que ela estava com olhos fechados com o fone de ouvido. Imaginei que estivesse dormindo mas logo escutei sua voz a cantar.

"Dreaming, I was only dreaming

I wake and I find you asleep

In the deep of my heart here

Darling I hope

That my dream never haunted you

My heart is tellin' you

How much I wanted you

Gloomy Sunday"

Assim que terminou o refrão ela abriu seus olhos, estavam vermelhos e ao redor deles estavam completamente inchados. Imaginei que ela ficasse assustada, surpresa ou até com medo, mas a única coisa que ela fez foi voltar a chorar.

–Por que você? - Ela exclamou com seus olhos já transbordando lágrimas.

–Como? - Perguntei sem entender.

–Por que tem que ser logo você?! Ele deveria estar aqui, ele e não você - Ela mudou de posição sentando na cama com perna borboleta - Eu estive com ele sempre quando ele precisou. Sou amiga dele há tanto tempo e ele... Simplesmente age como se isso não fosse nada! Eu tento, eu tento tanto ser melhor, já pensei até em tentar ser que nem a Carinna mas ... Eu não consigo. Não sou boa o bastante, é isso?! Eu... Eu não sei mais o que fazer ...

Antes dela continuar sentei-me ao seu lado na cama e estiquei meus braços e abracei-a fortemente, mas ao contrário do que pensei ela não recuou. Afaguei seus cabelos com minha mão direita e fiquei dando-lhe leves beijos em sua bochecha enquanto ela chorava em meu pescoço murmurando coisas sem sentido.

–E ainda tem minha mãe - Voltou a falar já em prantos - Ela sempre fez todas essas coisas comigo e nunca me perguntou se eu estava feliz com isso. Sempre fez as coisas sem pensar em mim, só pensando nela e no que ela queria. E quando tentei falar ela simplesmente disse que a partir daquele dia eu não deveria a considerar como mãe. E agora que ela está morrendo quer meu perdão, fora que todos da escola acham que sou a errada na história. Aposto que até você pensou que eu era uma ingrata por abandona-la assim.

–Claro que não - Falei um tanto indignado - Fiquei preocupado contigo já que fazia tempo que você não vinha à escola. Bem, claro que fiquei me perguntando o porquê de você não querer ir visita-la, mas não te acusei disso.

–Desculpa - Ela passou os braços ao redor do meu abdomen e me abraçou tão forte quanto eu a abraçava - Eu não queria te acusar, só não sei mais o que pensar, o que fazer... Meu pai também foi embora. Ele ligou para o diretor querendo dar uma de pai presente mas ele nunca ligou para o que ela fazia comigo... Alias, ele tem uma amante.

–Você não precisa me contar isso tudo. Já lhe disse que não lhe acusei de nada, e sei que você tem bons motivos para isso tudo - Sussurrei ao seu ouviu, sentindo seu corpo arrepiar-se por inteiro.

–Mas eu quero te contar. Ele deve estar agora com ela lá no outro lado do mundo. E minha irmã? Minha irmã é tão ruim quanto minha mãe. Minha mãe queria fazer dela sua bonequinha, por isso sempre me deixava de lado. Ai um belo dia minha mãe descobriu que ela perdeu a virgindade com treze anos, então minha mãe logo desistiu do seu "plano" e passou a tentar me moldar. Todo dia minha irmã saia escondido de noite e quando ela voltava e meus pais escutavam o barulho, ela me obrigava a encobrir ela, caso contrário ela dizia que tocaria fogo no meu cabelo. Eu amava meu cabelo, ele era enorme. Ai um belo dia eu resolvi dedurar ela, mamãe a colocou de castigo por uma semana e pro meu azar, ela cortou meu cabelo na altura dos ombros. Fiquei com muita raiva dela por causa disso, mas acabei pegando uma paixão pelo meu cabelo curto, que foi a única coisa boa da história.

Amélia estava se abrindo para mim e isso era uma sensação ótima. Poder sentir que ela confiava em mim era como se eu estivesse tendo uma chance de ficar com ela. Agora eu entendia aquela vontade de pegar uma pessoa e à guardar em um potinho, só pra mim. Pena que eu não podia fazer isso.

A afastei um pouco ouvindo seu gemido de frustração, e coloquei minhas mãos em cada lado de seu rosto. Amélia já havia parado de chorar, mas ainda fungava.

–Escuta só uma coisa, eu estou aqui - Falei olhando diretamente para seus olhos. Eles tinham um certo brilho impressionante e me perguntei se seria devido as lágrimas - Eu estou aqui, e vou cuidar de você, independente do que aconteça. Sei que você não confia em mim, que não me conhece mas eu conheço você, sei tudo sobre você.. Eu me importo muito com você e não sei o que faria se algo acontecesse com você, então vou estar aqui pra te proteger. Fiquei muito preocupado quando você começou a faltar, era horrível ir a escola e não te ver lá, principalmente depois disso tudo. Me prometa que não vai fazer isto novamente...

–Henry...

–Só me prometa. - Insisti e logo ela assentiu - Eu teria vindo antes mas Charlie me disse que eu deveria deixar você sozinha, que seria melhor pra você e...

–Aquela idiota - Ela exclamou interrompendo-me - Por que ele faz isso?! Ele não se importa comigo, não é?

–Ele pode não se importar com você, mas eu me importo. Vamos enfrentar isso juntos e aja o que houver eu vou estar ao teu lado, te ajudando e te acolhendo. Quero cuidar de você, quero poder te abraçar, poder ficar te olhando vendo cada detalhe do teu rosto sem ser de longe. Quero poder conversar contigo assim como conversamos nos meus sonhos. Quero deixar de ser um idiota e pelo menos tentar ficar com você. E mesmo que você não queira, eu vou continuar ao teu lado, vou te ajudar com a sua mãe e se quiser que continuemos amigos após isso,iria ser ótimo. Quero te provar que não sou o idiota que você acha que eu sou, quero poder te beijar e sussurrar no teu ouvido que te amo e que esse amor é tão grande que as vezes ele acaba me machucando - Fiz uma pausa e sorri fraco. Amélia mantinha seus olhos focados em mim, parecendo não saber o que dizer - Amélia?

–O que?- Ela perguntou em um tom baixo. Nossos rostos estavam bastante próximos, eu já podia sentir seu hálito.

–Acho que vou te beijar agora... - Falei colocando ambas as mãos em cada lado de seu rosto, e colocando seus cabelos atrás da orelha, voltando a por minhas mãos em seu rosto.

–Estou esperando..- Amélia falou lançando-me um sorriso fraco.

Passei meu polegar pelo seu lábio inferior e pude vê-la fechar os olhos apreciando o meu toque. Sem poder mais aguentar, em questão de segundos eu já havia colado meus lábios ao dela. E como em todas as fanfics clichês para garotas, senti que os lábios de Amélia eram macios, tão macios que faziam-me querer ficar beijando-a o dia todo.

O beijo não estava sendo um beijo rápido, mas fiz questão dele ser um beijo lento para eu poder apreciar cada momento. Senti Amélia passar uma de suas mão pelo meu ombro e leva-la até minha nuca, tomei isso como um sinal positivo e puxei-a mais para perto de mim, colando-a ao meu abdomen.

Paramos o beijo por falta de ar, mesmo sem parecer era realmente difícil respirar pelo nariz enquanto nos beijávamos.

–Desculpa... - Falei ofegante.

–Pelo que? - Amélia respondeu com o mesmo jeito de respirar. Era engraçado ver ela desse jeito, toda vermelha e ofegante.

–Te beijei em um momento em que você estava frágil, dá até a entender que eu estou me aproveitando de você.. - Respondi virando o rosto para o lado oposto. Amélia colocou suas mãos em meu rosto virou me puxando para si, beijando-me novamente.

–Acha mesmo isso? - Ela respondeu após pararmos o beijo.

Não respondi, apenas sorri. Era o que eu poderia fazer no momento.

–Henry... - Amélia chamou-me com a voz um pouco baixa, ela parecia um pouco nervosa.

–O que houve? - Perguntei começando a ficar preocupado.

–Você... Poderia ficar aqui essa noite? - Ela falava enquanto brincava com os dedos, seu rosto voltou a ganhar aquele tom vermelho- E também, já esta tarde, seria perigoso você voltar pra casa sozinho... Mas você não precisa ficar se quiser, eu posso ficar aqui e... Bem, eu apenas pensei que você pudesse ficar aqui. Só um pouco.

–Claro - Respondi sorrindo mas estava um tanto surpreso com o pedido.

Amélia deitou-se e eu a acompanhei. Ela puxou seu lençol e cobriu-nos, aproveitei e coloquei meu braço por cima do seu corpo em direção a suas costas, puxando-a mais para perto fazendo ela ficar grudada ao meu peito.

–Boa noite - Fiquei observando seu rosto, só iria dormir quando me certificasse que ela já havia dormido, mas após um tempo Amélia ainda continuava acordada - Não consegue dormir?

–Não quero dormir. Tenho medo - Ela respondeu sem me olhar.

–Medo de quê?

–De acordar e você não estar mais aqui, e eu acabar sozinha de novo...

–Não se preocupe - Beijei o topo da sua cabeça - Prometo que vou estar aqui. Pode dormir tranquila.

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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo ^-^
(Trecho da música Gloomy Sunday).