O outro lado da história escrita por Hamélia


Capítulo 2
Two, dois, deux, zwei.


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora, quase que não postava x.x
Vim enrolando com esse capítulo desde terça-feira. Enfim, sim ele ficou curto mas ando bastante ocupada com coisas que realmente seriam desnecessárias de se falar, mas com certeza isso não vem ao caso.
Bye ^-^



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Cheguei as 17h25min na casa da Amélia. Esperei 2 minutos e logo depois bati na porta. Eu estava decidido a fazer Amélia mudar sua opinião sobre mim. Provavelmente eu teria que parar com algumas brincadeiras ou alguns outros costumes, mas tudo isso vai ser recompensado quando Amélia não me ver mais como um babaca.
Segundos depois, vejo Amélia abrir a porta. Ela usava uma calça folgada e um moletom enorme que, provavelmente, ia até o joelho dela.
–Está atrasado - Ela reclamou enquanto tentava parecer seria.
–Não estou não. São 17h27min em ponto.
–Não de acordo com meu relógio - Ela puxou um pouco a manga do seu moletom para cima e checou as horas em seu relógio de pulso. Ponderou um pouco e logo continuou - São 17h31min. Está atrasado.
Em seguida, deu meia volta e caminhou até um cômodo de sua casa. Fiquei esperando na porta, talvez ela tivesse ido buscar algo ou simplesmente desistido de fazer o trabalho comigo. Talvez eu deva apenas esperar.
Após uns 10 minutos passados, desisti de esperar ela voltar. Fechei a porta da sua casa, que até 1 minuto atrás se encontrava aberta, e puxei o gorro do meu casaco para cima, fazendo ele cobrir minha cabeça.
Não dei nem 3 passos e já escutei Amélia me chamar.
–Pra onde você pensa que está indo?! - Ela exclamou me olhando com uma certa indignação.
–Você entrou, eu pensei que tivesse desistido de fazer o trabalho ou... - Resolvi encerrar a frase por ai, provavelmente ela entenderia o que eu queria dizer.
–Eu estava esperando você entrar, era para ter me seguido - Ela me olhou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - Por isso deixei a porta aberta.
–Oh... - O que eu poderia dizer a mais? Se falasse mais alguma frase idiota correria o risco de nunca conseguir fazer Amélia me olhar como alguém normal, ou até um amigo.
–Vai continuar parado ai? Está chovendo, não quero você resfriado - Reclamou, mas logo parou ao perceber em qual sentido aquela frase dele se encaixou. Ela se importava comigo? -Não que eu ligue muito para isso, apenas falei porque talvez você pegue um resfriado e passe para mim enquanto estamos fazendo o trabalho.
Já podia sentir um sorriso em meu rosto. Caminhei até a varanda da casa, mas parei logo em seguida quando escutei a voz da Amélia.
–Tire logo esse sorriso idiota da cara. Eu só falei aquilo por falar - Ele comentou enquanto cruzava os braços.
–Claro, Amélia. Claro.. - Respondi aumentando ainda mais o sorriso.
.
.
.
Amélia e eu já estávamos na metade do trabalho. Graças aos quesitos que a Sr.Burton colocou no quadro, ficou muito mais fácil preparar o seminário.
Amélia, de fato, não era tão arrogante assim como demonstrava ser. Bem, só era assim quando eu errava em algumas frases, coisa que as vezes eu fazia de propósito só para irrita-la.
–Repita comigo - Ela 'mandou' enquanto ficava de frente para mim- A literatura também é considerado uma arte, assim como a música, a pintura e a dança. A Literatura é um instrumento de comunicação, pois transmite os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. O texto literário nos permite identificar as marcas do momento em que foi escrito e...
–Calma, calma. Não vou conseguir repetir isso tudo - Exclamei surpreso com tudo que iria ter que decorar. Minha fala era de mais ou menos uma folha. Já a de Amélia, iam em umas 3 folhas e meia - Como você faz pra conseguir decorar isso tudo?
–Bem, primeiramente você deve gravar a si mesmo falando e escutar todas as noites no fone de ouvido. Em seguida, deve ler a folha pelo menos umas 3 vezes ao dia. Também deve...
–Argh! Não consigo fazer isso tudo! - Reclamei colocando as duas mãos na cabeça- Não tem um jeito mais fácil?
–Hm ... -Amélia pareceu pensar um pouco, logo em seguida voltou a falar - Me diga uma coisa: por que aceitou fazer esse trabalho?
Era meu fim. Claro que eu não iria falar a ela a verdade sobre o por quê de ter aceitado. Imagina só "Aceitei pra ficar um pouco mais com a garota que estou apaixonado há anos". Que coisa mais idiota de se falar!
–P-por motivos... - Gaguejei.
–Tudo bem, não quer falar. Mas, me diga, o motivo é importante para você?
–Muito - Falei e logo após, lancei um sorriso discreto - Mais do que deveria.
–Então! Ai está - Exclamou com um sorriso no rosto - Se esse motivo é realmente tão importante quanto você diz, você vai se esforçar para conseguir.
–É ... Faz sentido - Respondi um tanto impressionado - E você... ?
–Eu o que? -Ela perguntou sem entender muito.
–Por que você sempre se esforça em seus trabalhos? O que é de tão importante para você a ponto de fazer você quase se matar de tanto estudar?- Qual seria os motivos que Amélia teria para se esforçar tanto? A verdade é que Amélia sempre era a primeira da classe. Aquela garota que sempre tira boas notas e consegue aprender tudo sem muito esforço e isso sempre me intrigou.
–Não sei ao certo. Eu apenas ...Me esforço para conseguir reconhecimento, talvez - Ela respondeu de cabeça baixa. Pensei que talvez ela pudesse estar apenas tentando disfarçar algo, mas pude ver que o que ela falava era a mais pura verdade. Assim que levantou seu rosto, vi o mais lindo sorriso que já havia visto em toda minha vida. Meu Deus, como um garoto pode estar tão apaixonado assim? Sofrer desse jeito deveria ser pecado! Mas o que eu poderia fazer? Tentar ignorá-la? Simplesmente esquecer que ela existe? Eu não conseguiria. Céus, como eu gostaria de não ser esse bobalhão apaixonado. Não é como se eu fosse desistir de Amélia, pelo contrário, estou mais confiante do que nunca. E, se preciso, irei lutar por ela.
Aproximei-me devagar dela. Conforme eu me aproximava podia ver seus olhos me olhando com uma expressão confusa. Mas ao mesmo tempo seus olhos brilhavam, brilhavam como se ela realmente quisesse o mesmo que eu.
Coloquei minha mão direita perto de seus lábios e com o polegar acariciei-os. Não vou dizer que os lábios dela são tão macios quanto imaginei por que nunca imaginei como seria toca-los ou beija-la. Nunca achei que isso fosse possível.
Diferente do que eu temia, Amélia não se afastou ao sentir meu toque, muito pelo contrário, pude vê-la arrepiar-se dos pés até o últimos fio de cabelo da sua cabeça. Eu queria Amélia, ou melhor, eu desejava-a. Nunca havia desejado alguém como eu desejo Amélia nesse momento. E a prova do quão idiota que eu sou é que apenas um beijo seu me deixaria feliz. Diferente das outras garotas com quem já estive, Amélia me fazia sentir paixão por ela. Eu me sentia bem ao lado dela, eu gostava de vê-la sorrir, e gostava principalmente de ser o motivo do seu sorriso. Não me sentia excitado ou algo do tipo, apenas sentia que queria beija-la.
Antes mesmo de raciocinar, colei meus lábios ao dela. Os lábios de Amélia estavam quentes, uma quentura que confortava os meus lábios frios. Enrolei meus braços ao redor de seu corpo frágil e ai, só ai pude ver aquela barreira de dureza e raiva que Amélia que Amélia havia construido para me manter longe sendo quebrada. A sensação se sentir seus corpo em meus braços era maravilhosa, mas nada se comparava a sensação de saber que ela estava gostando do beijo.
Talvez eu ainda esteja na cama. Talvez eu ainda nem tenha levantado de seis e meia para ficar preparando o que iria falar e estudando mais sobre literatura só para me amostrar para ela. Talvez isso seja apenas um sonho, mas se for eu realmente não quero acordar.


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Notas finais do capítulo

Talvez eu também demora a postar de novo já que essa próxima semana é de provas x.x
Até semana que vem sz