Existência Corrompida escrita por Gabriel Alexandre


Capítulo 2
Leviathan, aceitando suas trevas.




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O sol cruza o horizonte e começa a amanhecer, o ritual que Snap aprendeu para proteção e banimento perde o efeito.

"Toda vez que o sol queimar no horizonte os desenhos astrais serão todos apagados"

No momento em que Snap começa a se concentrar a luz de seu quarto liga e desliga, mas não como uma lâmpada que irá queimar, mas como se alguém a desligasse pelo interruptor, nesse momento Snap vai até perto do interruptor e tenta acender a luz sem deixá-la piscar.

–Deveria imaginar que se eu não prestasse atenção você poderia voltar Leviathan o ser do abismo esta aqui agora correto? -Assim disse o garoto de olhos castanho-avermelhados que por um momento os olhos parecem queimar em satisfação.

Sem resposta ele continua com seu ritual.

Traçando o pentagrama com os dedos no ar Snap sente poder fluir em seu corpo e seu sangue ferve, imaginando quatro colunas de luz uma para cada direção ele cria quatro guardiões usando sua vontade como descrevia nos seus estudos, de traz das colunas Snap vê seus guardiões aparecerem.

–Não imaginei que os textos que eu andei lendo poderiam ser reais, mas como estava escrito lá se você acreditar realmente acontece. -Snap para sua respiração por um momento e depois solta devagar. -E eu não poderia ignorar o que vem acontecendo comigo e com os meus pensamentos...

Uma linha vermelho-escura cruza o centro do quarto de baixo para cima, essa linha se torna uma coluna e raios vermelhos e negros começam a sair dela, uma nevoa baixa toma parte do cômodo.

–Ah então finalmente vai aparecer. –Snap diz isso com uma expressão insana e solta uma gargalhada.

–Garoto você ousa me desafiar? -Diz à entidade que mantém sua aparência de outrora, com o corpo e rosto negros e esqueléticos sobre um, sobretudo, a única coisa visível é seu sorriso malicioso por dentro das sombras de sua face reptiliana.

–Não diria te desafiar, mas sim te dominar - A insanidade chega a fazer o corpo de Snap L. A. Dernier tremer com pequenos espasmos no braço direito.

–E por que você acha que isso seria tão fácil? -A entidade se interessa pelo rumo da situação, abrindo os braços a nevoa em sua volta fica mais densa.

–Por que você me permitirá isso!- Snap diz isso enquanto abaixa o rosto e olha para o chão, a energia intensa da entidade já não é mais sentida como antes, como se por pouco Snap fosse se acostumando. -Segundo tudo o que venho estudando em segredo há algum tempo... VOCÊ SOU EU! -Snap levanta seu rosto e seu cabelo liso está jogado em sua face apenas permitindo que a entidade visualize seus olhos que agora estão vermelho sangue.

–Pois bem garoto eu lhe farei companhia em sua jornada por o que quer se seja... Mas não espere que isso seja fácil... -A entidade diz isso aceitando a proposta de Snap.

O quarto parece estar sendo aprofundado na mesma energia do sonho, a energia do mar de sangue, mas dessa vez Snap não se sente afogado por isso tudo, ele sente como se toda energia estivesse abraçando-o, que todo esse Caos fosse parte dele.

Acabando de absorver toda a névoa vermelha Snap se senta na cadeira em frente ao computador, exausto, mas excitado pelo poder, tudo volta ao normal.

–Agora que criei meus demônios devo conviver com eles... E claro aceita-los e usá-los... -Snap diz quase pegando num sono na cadeira em que estava.

O celular que estava em cima da cama toca, mas Snap não quis atender, não era conveniente atender essa ligação no momento, era hora de ir começar o dia para enfrentar provas na escola, afinal Snap é um adolescente "normal" com estudos como todos ou outros.

Com o peso de suas ações durante o ritual Snap decide tomar um banho antes que durma no lugar onde esta, depois de tomar um belo banho quente ele coloca suas lentes de contado, coloca a camiseta da escola e vai até seu quarto arrumar suas coisas para o dia das provas na escola.

***

No ponto de ônibus Snap nota que existem uma espécie de insetos voando e rodopiando em cima da cabeça de uma mulher, coisa que apenas é vista em desenhos quando algo esta podre, julgando ser algo fútil para se prestar atenção Snap coloca os fones de ouvido e faz sinal para que o ônibus que o levará a escola pare.

O mundo agora se apresenta diferente, as cores, o cheiro, as pessoas, tudo parece mais vivo ou mais fácil de se entender, por um momento isso faz com que a confusão e insanidade aumente um pouco mais, dando asas a sua imaginação, mas logo ele se isola em seu mundo novamente e esquece-se de tudo isso por um instante.

O ônibus se aproxima do ponto em que Snap deve descer para ir à escola depois de 30 minutos de viagem e Snap desce do ônibus e anda rapidamente até o portão da escola para não perder a primeira aula.

Chegando à escola Snap cumprimenta seus amigos, parando para pensar ele nota na fisionomia de seus amigos como nunca havia parado para notar, o Liar aquele cara que costuma falar demais e ficar em seu pé possui um corpo magro e é quase do mesmo tamanho de Snap, tem os olhos castanhos e um corte falso de moicano; a garota alta de cabelos coloridos com a pele pálida que sempre esta sorrindo e falando alto é a Lady e ele costuma irritar ela por seu bel prazer; a Lika uma garota baixinha com os olhos grandes que consegue fazer com que ele se junte mais ao grupo, ela parece fazer com que o garoto obcecado por respostas de um mundo onde seus amigos nem notam se sinta num ambiente amigável, e o Leonard um garoto alto com o cabelo arrumado que sempre estar se importando com coisas como sua própria aparência.

Depois de falar com todos eles Snap se senta ao lado da janela e fica observando o céu e os pássaros como se o professor ainda não estivesse na sala de aula, e então assim começa a prova.

Depois de 40 minutos a primeira prova do dia acaba e o silencio é violado por um aluno.

–Como estava a prova? -Pergunta Leonard ao grupo.

–Eu fui bem nesta prova estava fácil. -Diz a Lady e Liar concorda com ela.

–Bom por mim não importa as notas, afinal a escola é publica e para passar de ano basta vim às aulas. -Afirma Snap com uma expressão de indiferença.

–Se você esta falando... -Diz Lika sorrindo

–Vocês pegaram ônibus aonde? -Pergunta Liar com um interesse forçado.

O grupo ignora... E acabam mudando de assunto e Snap se esquece de seus atuais problemas em relação aquele sonho e aquela entidade.

O dia de provas acaba e os alunos vão para casa, Snap ainda não consegue tirar tudo isso da cabeça, como ele pode agir daquele modo no ritual, de onde ele tirou essa coragem.

O cemitério onde Alex o pai de Snap esta enterrado fica no caminho do ônibus, mas ele decide que o melhor a fazer é ir para casa, por sua própria estabilidade mental não pretende ir visitar seu pai tão cedo, afinal ele não sabe o que realmente aconteceu com Alex, às respostas que seus parentes lhe dão são sempre muito vagas.


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