Existência Corrompida escrita por Gabriel Alexandre


Capítulo 19
Prólogo para um novo mundo




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–É um prazer encontrar você meu filho. –Alex diz com um sorriso caloroso.

Snap olha para seu pai e hesita em se aproximar.

–Se você estava vivo esse tempo todo por que você não se aproximou? –Snap sente-se estranho, pois sua reação não é como planejava, não agiu com o carinho ao encontrar o pai e sim de um modo desconfiado.

Alex desmancha o sorriso sem graça e então se vira e entra na cabana.

–Podem deixar os cavalos ao lado da cabana e então entrem, quero conversar com os dois...

Ikarus olha sério para Snap e então desce do cavalo e o deixa ir embora.

–Melhor deixarmos que eles voltem, acredito que não os usaremos... Por que você foi tão seco com seu pai? Você não estava ansioso para conhecê-lo?

–Sim eu estava... –Snap abaixa a cabeça. –Mas olhá-lo me fez lembrar do tempo em que ele esteve ausente e ele poderia ter ido nos visitar...

–E você não esta curioso para saber as intenções dele? De qualquer modo vamos entrar, nós descobriremos isso agora não é? –Ikarus aperta uma mão com a outra.

–Você esta com medo? –Snap desse de seu cavalo e o deixa ir embora.

–Claro que estou... Ele matou muitos defectionis da minha raça, é como Eva disse, ele deixou que eu sobrevivesse e agora eu estou indo para a casa dele! –Ikarus coloca a mão na frente do rosto quase perdendo o controle de sua sanidade. –Eu poderia tentar escapar agora, mas o que adiantaria? Ele me caçaria e me mataria!

–Ikarus! Fique calmo, eu não permitirei que ele faça nada, acredito que ele precise de nós para algo e nós temos que nos aproveitar disso. –Snap se aproxima e coloca a mão no ombro de Ikarus. –Fique calmo e vamos entrar okay?

–Muito obrigado... –Com a voz fraca Ikarus agradece e tira a mão de Snap de seu ombro lentamente e então encara a cabana subitamente. –Vamos.

Os dois defectionis entram na cabana com e ao atravessar a porta Snap sente como se já entrasse nesse lugar em outro momento, uma cadeia de memórias disparam na mente dele e então ele se da conta que realmente esteve nessa cabana, mas não fisicamente e sim através de uma viagem astral logo que começou a entrar em contato com Leviathan.

–Ikarus pare, eu acho que esse lugar é uma ilusão, um truque, eu já estive nessa sala quando comecei a fazer viagens astrais, eu conversei com Leviathan sobre meu pai nessa mesma sala, a poltrona a lareira é tudo como daquela vez. –Snap coloca o braço na frente de Ikarus para que ele não entre na sala. –Esse não é Alex!

Ikarus olha para Snap e então sua aparência começa a mudar, seus cabelos ficam mais compridos e avermelhados e seus olhos ficam negros, Ikarus se torna uma representação perfeita de Snap tomado por Leviathan.

–Não pensei que você fosse reparar tão rápido garoto. –Sua voz esta dupla e gutural.

–O que esta acontecendo e onde eu estou? Leviathan o que esta acontecendo? –Snap serra os punhos e fala entre dentes. –Leve-me de volta.

–Não quero te levar de volta agora, meu querido nós precisamos conversar. –Enquanto fala Leviathan gargalha de modo sarcástico.

–Maldito ser do abismo por que faz isso agora? Ordeno que me leve de volta! –Snap enfurecido se aproxima de sua imagem possuída.

–Olha como fala comigo boneco de barro, eu estou fazendo isso apenas para te ajudar e te dar um aviso, do outro lado ninguém nem vai notar que ficou um tempo fora, você esta na minha casa agora, você esta no meu inferno. –Leviathan imita a ação de Snap com o falso Ikarus e coloca a mão em seu ombro. –“Snap! Fique calmo.”

Snap range os dentes e da um tapa na mão de Leviathan.

–Diga-me de uma vez qual sua intenção Rei do abismo. –Snap acalma a voz e olha para o fundo dos olhos da serpente.

–Eu vim lhe alertar que seu querido papai não esta de boas intenções, meus informantes me falaram que ele anda mexendo com coisa muito antiga e perigosa, lembra-se de quando te falei sobre “Os Primordiais”? Pois é ele entrou em contato com uma dessas entidades, não sei qual, mas isso não irá prestar, da ultima vez que encontrei seu pai eu quase o matei, ele estava cego por poder e eu precisei dar um jeito nele...

–E o que você espera que eu faça? –Os olhos de Snap escurecem para um tom vinho com o pesar de suas emoções.

Um sorriso malicioso e um tanto fora do normal corta o rosto de Leviathan.

–Deixe-me no controle de seu corpo e eu faço com que ele seja apagado desse mundo.

–Não irei permitir que você faça isso... Mesmo sendo um canalha ele ainda é meu pai, deixe que eu mesmo descubra o que ele quer e eu mesmo resolvo isso... –Snap da às costas para Leviathan e se aproxima da lareira.

–Só mais uma coisa... Fique de olho no portador da luz, ele é o maior mentiroso de todos e com certeza vai tentar corromper você e seu amigo para a causa dele mantenha-se firme em suas convicções, agora pode voltar para seu mundo.

–Obrigado pelas informações e me desculpe pelos meus modos assim que te encontrei, mas você escolheu um péssimo modo de me contatar.

Snap sente seu corpo etéreo ser puxado em um vortex e então ele volta para seu corpo num pulo, o defectionis de olhos avermelhados se encontra descendo de seu cavalo no momento em que Alex entra na cabana e Ikarus começa a agir estranho colocando a mão no rosto.

–Então foi aqui que começou... –Snap sussurra e anda até Ikarus, ele repete o mesmo que fez na ilusão, coloca a mão no ombro de Ikarus e começa a falar antes que Ikarus confesse o medo. –Amigo eu posso sentir sua aflição, eu também não confio em meu pai, mas precisamos descobrir o que esta acontecendo, vamos?

Ikarus olha para Snap e sorri.

–Obrigado, mesmo eu traindo sua amizade você ainda continua sendo uma boa pessoa comigo, vamos.

Snap tira a mão do ombro de Ikarus e toma frente, fecha os olhos e entra na cabana, o ambiente não é como no inferno de Leviathan, apenas moveis simples e uma luz fraca de um lampião esta iluminando o lugar, tirando a luz natural das janelas que iluminam a maior parte, Ikarus entra logo em seguida com a cabeça baixa.

Alex esta ao pé da janela em frente a um balcão coando café e então ele se vira para os dois defectionis.

–Vocês gostam de café? Eu particularmente amo tanto o cheiro quanto o sabor...

–Obrigado... –Snap se senta numa cadeira de madeira perto do balcão no qual Alex esta preparando a bebida.

–Eu aceito. –Ikarus encosta numa mesa ao lado da cadeira onde Snap está sentado e então o olha como quem pede ajuda.

–Então Alex... Pai, qual sua intenção nos chamando até aqui? Snap esfrega a parte de baixo da camisa com as mãos em um ato de nervosismo.

–Bom, eu quero antes de tudo transformar vocês dois em pessoas mais fortes, o resto não importa por hora...

–Claro que importa.

Ikarus protesta e então Alex o olha com o rosto sério e uma expressão repreensiva que chega a fazer Ikarus arrepiar.

–Okay eu irei dizer, eu vou começar uma guerra, ou melhor, eu já comecei, mas você já deve ter notado isso não é anjo? –Alex levanta uma sobrancelha e então assopra o vapor do café fervente em sua xícara e então entrega uma para Ikarus.

–Sim... E por que exatamente você me deixou escapar? Ikarus começa a tremer.

–Vocês querem que eu seja honesto ou reconfortante? –Alex sorri.

–Pai... Por favor, não nos poupe da verdade, nos poupe de conversa fiada. –Mesmo apavorado pelo que poderia acontecer Snap desafia a pessoa que o colocou no mundo.

–Okay, eu quero que vocês me ajudem na criação de um novo mundo.

–E como você planeja fazer isso exatamente? –Snap diz com a voz tremula, a pressão espiritual de Alex faz com que os dois defectionis sintam-se exaustos.

–Para criar algo novo eu preciso de espaço, ou seja, desejo acabar com a maior parte desse mundo para montar um novo, Lúcifer e eu faremos isso com a ajuda de vocês dois.

Na mesma hora em que Snap e Ikarus ouvem isso seus corpos paralisam.

–Vejo que apenas minha presença é o suficiente para deixar ambos histéricos, não dizendo que estão apavorados, mas vocês dois possuem uma quantidade não muito significativa de energia correndo dentro de vocês, precisamos melhorar isso, vocês podem fazer algum tipo de mudança corporal em fusão com a entidade que protege vocês?

Com dificuldades para falar ambos acenam que não com a cabeça e então os dois garotos perdem a consciência simultaneamente.

***

O grupo de resgate esta atravessando a floresta na qual Snap e Ikarus apostaram a corrida com os cavalos transformados.

–Em algumas horas chegaremos no... –A voz de Izaquiel prende em sua garganta quando ele sente a pressão espiritual de seu pai e então ele para de correr. –Esperem, nós não estamos preparados para enfrentar isso, não na nossa atual situação...

–Mas o que? Você não tinha um plano ou alguma carta na manga para enfrentar esse monstro? –Giovanni fala alto demais e então Izaquiel olha-o de cara fechada.

–Eu tenho um plano, nós iremos lutar entre nós até libertarmos nossas fusões completas ou no mínimo com poder suficiente para uma batalha equilibrada, Levi até aonde você consegue fazer a fusão?

–Eu consigo fazer ela completamente, a armadura é resultado disso, eu concentro a energia do meu guardião em volta do meu corpo assim criando a armadura, em algumas culturas chamam isso de armamento Djinn.

–Entendo... Então o foco seremos nós dois Giovanni, você pode nos ajudar Levi? –Izaquiel pega seu transitus.

–Será um prazer! –Levi responde empolgado.

–Exodus! Os três defectionis gritam ao mesmo tempo e a floresta muda sua coloração cinza esverdeado para um vermelho acinzentado.

–Preparados? Asmodeus habite meu corpo! –Izaquiel diz com certa selvageria em suas palavras e então uma aura roxa aparece em volta de seu corpo e pequenos relâmpagos estralam ao tocar seu corpo e uma transformação começa a acontecer.

Um chifre grande e um pequeno aparecem ao lado esquerdo de sua cabeça, seus cabelos crescem um pouco e seus olhos são preenchidos por um preto apenas deixando a Iris verde vivo em destaque, suas presas aumentam, sua aparência fica um tanto demoníaca, mas não inumana, o selo goético de Asmoday aparece nas costas de Izaquiel como uma tatuagem.

–Valefor habite meu corpo! –Uma aura alaranjada aparece em volta do corpo de Giovanni e um rugido de leão é ouvido, a transformação começa.

As íris dos olhos de Giovanni diminuem e se tornam apenas um fino risco negro, pequenos chifres saem pouco acima de suas orelhas e então uma pelagem ruiva aparece em seu pescoço juntando-se com seus cabelos ruivos como numa juba de leão.

–Então eu farei o mesmo! Astaroth habite meu corpo! Uma aura negra aparece em volta de Levi e uma auréola fica em cima de sua cabeça próximo ao plexo solar e então uma serie de transformações ocorrem em seu corpo.

Seus olhos ficam completamente brancos e asas negras saem de suas costas ao som de uma voz feminina cantarolando musica erudita ao fundo, as asas abraçam seu corpo e então viram uma espécie de armadura negra brilhante, uma luz negra aparece em sua frente e então se materializa se transformando numa espada negra tão brilhante quando a armadura.

–Que comece o treino meus caros. -Levi diz com a voz doce e tranqüila e então levanta vôo graciosamente porem mortalmente mesmo sem as asas.

Izaquiel ganha uma velocidade surpreendente e círculos mágicos aparecem em volta de sua cabeça e então ele desaparece da vista dos outros dois defectionis, nessa mesma hora Giovanni ativa seus sentidos aprimorados e vê a silhueta de Izaquiel se aproximando de Levi.

Um estrondo causado pelo choque do punho revestido de energia bruta contra espada faz com que as arvores balancem derrubando folhas para todo lado.

Num piscar de olhos ambos desaparecem e aparecem a 15 metros de distancia com outro golpe estrondoso fazendo as arvores balançarem novamente, uma batalha supersônica começa entre dois grandes defectionis do lado negro do panteão.

Giovanni olha para Izaquiel, Zack está parado encarando algo atrás de Giovanni e então ele aponta para ele e o metal negro corta o ar na frente de seu rosto, se não tivesse percebido e desviado teria sido um golpe letal.

As mãos de Giovanni se transformam em garras leoninas e então um rápido golpe joga Levi para longe na direção de Izaquiel, Com um chute certeiro Zack acerta o peito da armadura fazendo Levi cuspir sangue.

–Astaroth fase dois! –Levi grita e então as asas aparecem independentemente da armadura e sua pele fica pálida como a lua.

Numa velocidade surpreendente Levi se aproxima de Giovanni com o punho fechado e infringi um golpe na face do Leão jogando-o ao chão.

–Um já está fora da batalha, agora é sua vez Izaquiel! Levi levanta vôo mais uma vez e aponta a espada para o garoto de cabelos brancos.

–Tente a sorte. –Izaquiel responde suavemente e seus olhos ficam ainda mais brilhantes com a cor de verde vivo penetrante.

As nuvens ganham peso e uma tempestade castiga a floresta, raios violentos rasgam os céus e acertam Levi como golpes de espada e então Izaquiel sorri olhando Levi de baixo.

–Ataque-me pupilo de Mephisto!

Levi desce em espiral com sua espada, mas antes de atacar Izaquiel um símbolo mágico aparece entre eles e uma explosão elétrica não só impede que Levi se aproxime como também o fere jogando-o contra uma arvore que cai na hora do impacto.

–Acho que esta na hora de pararmos, estou ficando sem energia... –Izaquiel fecha os olhos e na hora que ele abre Levi esta a sua frente sem um arranhão se quer o encarando com a espada travada em seu pescoço. –Okay salvo pelo gongo.

O véu sobe e a floresta volta ao normal, todo o dano causado á paisagem desaparece como se nunca houvessem acontecido e então Giovanni acorda.

–Foi um belo golpe Levi você me pegou desprevenido. –Giovanni diz enquanto estrala o pescoço.

–Eu teria te derrubado de qualquer modo garoto. –Levi aponta o polegar para baixo. –Sua especialidade é rastreamento não batalhas, já Izaquiel é mais trabalhoso, pois ele sabe controlar bem magia e isso se torna um problema para mim que ataco diretamente, nós temos um time bem equilibrado aqui.

–E teremos que entrar em sincronia e aprender os poderes uns dos outros antes de atacar Alex, isso esta longe de ser o suficiente para derrotá-lo... –Izaquiel diz com a cabeça baixa e então a levanta sorrindo com um ar otimista. –Vamos encerrar o dia por aqui, vamos acender uma fogueira e recuperar as nossas energias espirituais e amanhã continuamos...


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