Quero Matar Meu Chefe escrita por ICLP


Capítulo 7
Let's Be Cops




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Sakura Haruno

Já era pelo menos a quinquagésima vez que revirava os meus olhos. Estava a caminho da casa do Hiashi, iria dar um jeito para que ele confessasse. O plano era fazê-lo confessar enquanto a Ino, minha amiga advogada fora-da-lei, estava na linha. Meu medo era apenas de morrer.

Devem estar se perguntando o porquê de eu revirar tanto os olhos. Bem... Meu dois amigos idiotas vieram comigo. Sasuke e Naruto insistiram em usar um gravador. De qualquer forma, vou deixar a Ino na linha, vai que o gravador dê errado. Não confio na inteligência desses dois.

— Teme... O que você acha? A Hinata vai ter um menino ou uma menina?

— Não sei, não sou vidente. Mas sei que a criança vai ser um rebelde revoltado... Bem, eu seria assim se tivesse um pai idiota como você. – Sasuke respondeu.

— Teme! Teme! Teme! – Naruto gritou e ficou batendo no banco do Sasuke.

— Ei, ei, ei! Não acaba com meu carro, não sou eu quem tem uma noiva rica pra me sustentar! – Esbravejei.

— Droga, Teme... O Hiashi vai me matar... Meu  filho não vai ter pai!

— Sorte a dele. – Sasuke e eu falamos em uníssono.

— Grandes amigos vocês são. – O loiro bufou. – Ei... Eu não posso ter uma menina.

— Por quê? – Sasuke arqueou uma sobrancelha.

— Sei lá... Vai que você, além de galinha, seja pedófilo. – Naruto estremeceu.

— Ele tem razão. – Sorri.

Sabe... Eu odeio o Sasuke com todas as minhas forças. Já devem ter notado que eu tenho uma certa paixão por ele. Não é grande coisa. Mas, porra, ele não dá valor a isso. Eu sou a melhor amiga dele! Ele deveria ter um pouco mais de respeito por mim. Mas não, ele come qualquer uma que vê pela frente. As únicas mulheres de futuro com quem ele namorou foram a Ino e a Karin... Vejam que elas nem são tão de respeito assim. Principalmente a Ino.

Por um breve momento achei que ele tinha começado a me respeitar quando me pediu em casamento dois dias atrás. Mas não, foi só mais uma chatice dele. Idiota!

Estacionei o carro um pouco distante da casa do Hiashi. Estava tudo apagado e silencioso.

— Está bem quieto aí. – Sasuke comentou.

— O gravador está pronto, Teme? – Naruto perguntou.

— Sim. Ele é totalmente novo, não corre risco de dar problema. Eu estarei com ele.

Descemos do carro, estava começando a chover. Que novidade, argh!

— Vamos pegar uma cadeira giratória. Quando ele chegar, nós viramos e confrontamos ele. – Naruto falou.

— Que dramático. – Estreitei os olhos.

— Eu sento na cadeira. – Sasuke comentou.

Peguei a chave escondida no vaso. Lembram da “pedra”? Ela mesma. Abri a porta e...

— Surpresa!

Porra! Que susto! Porra! Porra! Meu coração está acelerado.

Sério, nós três tomamos um susto enorme com o grito. Tipo, muita gente gritando ao mesmo tempo.

Naruto se encolheu e Sasuke ficou na minha frente, não sei para que.

— Oh... Alarme falso, pessoal. – Hanabi falou... Bem acho que essa é ela. – Quem são vo...

— Naruto! Achei que tinha esquecido. – Hinata apareceu também. – Você está atrasado, mas ele também ainda não chegou.

Sasuke e eu estreitamos os olhos e viramos para o Naruto.

— Atrasados para que, Dobe? – Sasuke perguntou entredentes.

— É... Estamos atrasados para... – Naruto começou a falar. Totalmente perdido.

— Festa surpresa. Hoje é aniversário do meu pai. Sou Hanabi Hyuuga, e você? – A moreninha bonitinha foi toda atirada para o Sasuke.

— Sasuke, sou amigo do Dobe, e essa é a Sakura, ela trabalha para seu pai. – Ele sorriu todo galante.

— Bem, vamos entrar. Ele deve estar chegando. – Hinata puxou o Naruto pela mão.

Nós seguimos a Hanabi, que eu mal conheço pessoalmente e já acho que é uma vadia atirada. Por que todas as mulheres têm que agir assim com o Sasuke?

Nos escondemos e apagaram a luz da sala. Pouco tempo depois o senhor Hyuuga surgiu pela porta.

— Surpresa!

Todos gritaram em uníssono.

— Droga! Odeio isso! – Hiashi esbravejou, chutando a porta.

— Está surpreso, pai? Todos estão aqui! – Hanabi foi toda saltitante para perto do pai.

Hinata também foi abraçá-lo.

Ótimo, como vamos fazê-lo confessar um crime em uma festa?

Naruto chegou perto de mim. Quando notei sua presença, dei um pisão no pé dele.

— Porra, Saky! O que foi? – Ele sussurrou.

— O que foi? – Ironizei. – Por que não nos disse que tinha uma festa hoje?

Sasuke se aproximou e deu uma tapa na cabeça do loiro.

— Idiota! Por que não nos avisou? – Ele também esbravejou entredentes.

— Eu não lembrava! Droga! Parem de me usar como saco de pancadas.

— Você mereceu! – O moreno e eu falamos.

— Eu vou guardar minhas coisas. – Ouvi Hiashi falar.

Vimos ele passar para outra sala.

— Vamos nessa, é nossa chance! – Naruto falou.

...

Naruto Uzumaki

— Vou colocar a Ino na linha... – Sakura falou.

— O gravador já está ligado, vamos nessa! – Sasuke falou.

Os dois me seguiram para a sala onde o Hiashi estava, o escritório dele. Melhor plano de todos! Me sinto como um detetive!

— Hiashi! – Falei assim que entrei.

Ele me olhou com desdém.

— Naruto... Soube que os policiais estão te investigando sobre a morte do Uchiha. Você e aquela vadiazinha com cabelo de algodão doce.

— Sabemos que foi você! – Falei.

Que estranho a Sakura não ter dito nada, nem o Sasuke ter socado ele por falar da Sakura.

Acreditem... Uma vez o Neji, primo da Hinata, falou que a Sakura era inútil e foi parar no pronto-socorro. O Sasuke quebrou o nariz e um dente do Rapunzel. Até hoje acho que o Sasuke não sabe que socou Neji Hyuuga, acho que ele pensa que era um qualquer.

Outra vez eu mesmo falei que a Sakura era estranha e recebi um soco na barriga. Porra, aquele soco me deixou sem ar. O Sasuke é forte.

Voltando ao presente... Hiashi olhou feio para mim.

— Como assim?

— Estávamos lá e vimos você matá-lo.

— Jura?

Não estávamos sendo bons em intimidá-lo.

— Então, o que é isso? Extorsão? – Hiashi começou a caminhar para perto da gente. – Acha que pode me chantagear porque me viu matar o amante da minha filhinha?

— Diga o nome dele! – Gritei... Afinal ele tem que falar o nome.

— O que? – Ele estreitou os olhos.

— O homem que matou... Diga o nome dele. – Engoli em seco.

O Sasuke e a Sakura não estão colaborando, droga! A Sakura já deveria tê-lo prensado contra a mesa e dado um chute no saco. Sasuke já deveria tê-lo socado na cara.

— Tobi Uchiha? O nome dele não significa mais nada.

— Uh! Aí está... Vamos nessa, galera!

Me virei para sair e... Só pode ser brincadeira... Onde diabos estão o Sasuke e a Sakura?

— Eu matei Tobi Uchiha. – Hiashi falou novamente.

Me virei para ele novamente.

— Certo, sogrão... Segure sua confissão só um segundo... Meus amigos devem ter se perdido no caminho pra essa sala. Eu já volto.

— Eu fui até a casa dele e dei um tiro no peito dele. E sabe o que fiz depois? – Ele colocou o dedo na minha testa. – Eu atirei de novo. E eu gostei. – Ele sorriu todo sádico.

Segura, Naruto... Segura... Não quer mijar na frente do seu sogro que tem uma arma.

— Portanto, se você acha que sou um covarde que não vai fazer a mesma coisa com o idiota que comeu a minha filha mais velha, está enganado.

— Quer saber quem te acha um covarde? Meu amigo Sasuke. Vou lá buscar ele... Ah, e a Sakura, ela te acha um idiota também. – Falei me dirigindo à porta.

— Você é um idiota, Uzumaki! Você frequenta a minha casa, come a minha filha, eu te trato como um filho. – O que? Ele não me trata assim de forma alguma. – E você vem para a minha casa, no dia do meu aniversário, me acusar. – Ele se aproximou mais de mim. – Fique sabendo de uma coisa: Você está morto!

— E-e-eu não lembrava que era seu aniversário. – Ele voltou para perto da mesa e abriu uma gaveta. – Só por curiosidade, o que tem aí?

— Estou pegando minha arma, só um minuto.

— Não precisa não, já estou de saída, sogrão! Tchauzinho! Feliz aniversário!

Saí quase correndo. Preciso achar aqueles dois, me foderam completamente!

...

Sasuke Uchiha

Bem na hora que estávamos indo conseguir a confissão do Hiashi, a Hanabi puxou meu braço. Vi de canto de olho que Sakura também foi interceptada por alguém.

— Olá, Sasuke... Você quer alguma bebida? – Achei que ela era uma vadia, mas me parece um pouco tímida.

— Ah, eu estou ocupado agora...

— Ocupado? Estamos em uma festa. – Ela riu.

Porra, ela é linda. Mas eu preciso da confissão pra salvar a pele da Sakura. Afinal ela tá mais ferrada que o Dobe e eu.

— Eu tenho uns assuntos para falar com seu pai... Sobre a Tsukuyomi.

— Ah... Não dá pra ser depois? Vamos curtir a festa.

— Eu tenho namorada. – Falei.

Juro que falei isso e pensei na Sakura. O meu pedido desesperado de casamento mexeu comigo. Não consigo mais vê-la só como amiga.

— Oh... Desculpa por isso. – Ela sorriu sem graça. – Sua namorada não seria a Haruno, seria?

— Ah... É... É ela sim. – Sorri com a ideia.

Seria interessante ter um relacionamento sério com a Sakura. Ela é a garota mais perfeita da face da Terra.

— Aquela Sakura? – Hanabi apontou para algum canto.

Me virei e... Agora sei como a Sakura se sente quando vou atrás de outra mulher. Droga, não acredito que fiz isso com ela por todo esse tempo. Eu sou mesmo um imbecil e mereci todos os socos, tapas e chutes que ela me deu.

Vi tudo em câmera lenta enquanto me aproximava da Sakura e do... Seja lá quem for o ruivo que está com ela.

Pigarrei quando cheguei perto e os dois se soltaram.

— Preciso falar com você. – Falei.

Nem olhei para o ruivo imbecil. Sim, eu já sei que ele é um imbecil.

A Sakura estava completamente corada.

— O-oi, Sasuke... L-lembra do Sasori? – Ela apontou para o ruivo.

Ah, então é o Sasori? Sabia que era um idiota. O ex da Sakura... O pior cara com quem ela poderia sair.

— E aí, Uchiha? Meus pêsames pelo seu primo. – Ele falou e estendeu a mão.

— Humpf!

Essa foi minha digníssima resposta para ele.

— C-com licença, Sasori. – Ela baixou a cabeça e saiu.

Ótimo, nem tive que encompridar a conversa com ele.

Sabe quando seus amigos namoram com pessoas que você simplesmente não gosta? Essa é a situação entre mim, a Sakura e o Sasori. Ele é quase um pedófilo... Quero dizer, o cara é uns dez anos mais velho que eu. Ele se acha a última Coca-Cola do deserto. Ele não era bom o suficiente para a Sakura. Ela é perfeita, merece alguém muito melhor.

— ...Eu nem dei permissão. – Ouvi a Saky resmungar quando tínhamos nos afastado do idiota ruivo.

Estávamos dentro de um banheiro. Ela estava ajeitando o cabelo.

— O que? – Olhei nos olhos dela, através do espelho.

— Ele me puxou para conversar e, do nada, me beijou. Eu nem dei permissão para isso.

Viram? Ele é um vagabundo, cafajeste, dominador. Sakura merece alguém melhor.

— Não vou deixar ele fazer isso de novo. – Falei.

— Obrigada. – Ela se virou para mim. – Se o Naruto foi sozinho falar com o Hiashi, estamos ferrados.

— Muito. – Sorri.

— Achei que você iria transar com a Hanabi.

— Ela não faz meu tipo.

— Não sabia que tinha um tipo... Achei que bastava ter seios e vagina. – Ela gargalhou.

Como amo essa risada.

É, estou mesmo apaixonado por ela.

— É claro que tenho um tipo... Só namorei com garotas loucas, do tipo que ameaçam me depilar com cera quente.

— Ainda preciso te depilar. – Ela me abraçou e eu a abracei de volta.

Dei um beijo no topo da cabeça dela.

— Vamos esquecer isso. – Ri.

— Eu te amo, Sasuke.

“Comprei tomates para você”. (mãe, minha)

“Comprei alguns carrinhos para sua coleção”. (mãe, minha)

“Vou te dar meu Max Steel”. (Uchiha, Itachi)

“Não vou dar aula”. (professor, qualquer)

“Vou viajar, você não vai me ver por um tempo”. (Dobe)

“Vou te dar um carro”. (pai, meu)

“Pode deixar que eu pago”. (pessoa, qualquer)

“Você tem um futuro brilhante aqui”. (Madara, tio)

“Eu sempre vou estar ao seu lado”. (Haruno, Sakura)

Esta é uma lista de frases, ditas a mim, que me proporcionaram uma felicidade extrema ao longo da minha vida.

Mas nenhuma se compara ao que a Sakura acabou de falar.

Mas a triste verdade é que eu sou um galinha, que realmente não pode ver uma garota bonita. Sou um vagabundo, cafajeste, dominador. Me acho a última Coca-Cola do deserto. Não sou bom o suficiente para a Sakura. Ela é perfeita e merece alguém muito melhor. Alguém que dê a ela o valor que eu nunca dei.

Alguém que viva por ela. Alguém que a ame como o Tim Burton ama o Johnny Depp. Alguém que dê uma felicidade tão grande quanto a dos fãs do DiCaprio quando ele ganhou o Oscar.

E isso, isso eu sei que nunca poderei fazer, por mais que eu... Bem, posso dizer que a amo, certo? Afinal eu olho para ela como se ela fosse uma das maravilhas do mundo. E ela é a única maravilha do meu mundo, certamente.

— Por que tá me olhando como se fosse ser a última vez? Não me diga que você tem câncer, porque seria um puta clichê... E você sabe que eu odeio clichês. – Ela franziu as sobrancelhas.

Ah, foda-se! Eu a amo e, se ela merece alguém melhor, eu me torno alguém melhor, porra! Não quero ela com outro!

— O que é bonito é para ser admirado. – Arqueei uma sobrancelha.

— Idiota!

— Eu te amo. – Sorri.

Eu sorri não por finalmente estarmos nos acertando, sorri por causa do semblante dela quando eu disse essas três palavrinhas.

Abracei ela pela cintura e dei um beijo nela. Tem algo de diferente nesse beijo... Acho que é porque finalmente resolvemos nos declarar um para o outro.

O beijo começou a esquentar. Ergui a rosada, deixando-a sobre a bancada.

Comecei a descer os beijos, indo até o colo exposto devido ao decote da blusa. Ela agarrou em meus cabelos. Comecei a subir a saia dela, enquanto as mãos delas desceram para o botão da minha calça.

Ouvi a porta ser aberta e um gritinho agudo.

— D-d-desculpa. N-n-não s-sabia que t-tinha g-gente.

Era a Hinata, noiva do Naruto... Por falar em Naruto:

— Porra!

— Sasuke! Ela pediu desculpas! – Sakura bateu em mim.

A rosada desceu da bancada e começou a ajeitar a roupa. Eu fiz o mesmo.

— Eu não disse “porra” para ela... foi... – Me aproximei do ouvido da Sakura e passei a sussurrar. – A confissão.

— Porra! – Ela exclamou também e correu para a porta. – Você viu o Naruto?

A noiva do Dobe já estava saindo, mas parou para responder.

— E-ele já f-foi embora, e-eu a-acho.

Ela nem olhava para a gente. Tão tímida, nem parece que transa.

— Obrigada... Não fizemos nada de mais aí, pode usar o banheiro tranquilamente. – Sakura falou e me puxou pelo corredor. – Porra! Além de idiota, o Sasori ainda estragou nossos planos.

Nós saímos da casa do Hyuuga e nos dirigimos ao carro da Sakura.

— Ei! – Ouvimos o grito do Naruto.

O loiro saiu de entre as plantas do jardim.

— Onde diabos vocês estavam?

— Eu tive uma dor de barriga e a Sakura foi cuidar de mim.

— Vocês se amam mesmo, já até cheiram merda um do outro.... Foda-se! Ele confessou tudo e foi pegar a arma... Temos que nos esconder. Nos refugiar! – Ele estava tremendo. – Argh! Vocês são tão idiotas!

— Relaxa, Dobe... É só você ficar perto da Hinata o tempo todo, ela é seu álibi. E ele não sabe que nós dois estamos envolvidos.

— É claro que ele sabe, eu falei pra ele que acham ele um covarde.

— Você o que? – Sakura puxou a orelha dele.

— Ai, ai, ai! O que eu fiz de errado? – Ele ousou perguntar.

— Você é um imbecil! – Ela falou entredentes.

— Certo... Vamos sair logo daqui. – Falei.

Sakura me entregou a chave do carro.

Senti um alívio enorme quando o carro entrou em movimento. Alívio maior foi quando fiz a curva na esquina... Estava finalmente chegando em casa. Mas nem tudo são flores na vida.

Porra! Merda! Inferno!


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