— Expectro Patronum!

Nada. Nem um brilho sequer.

— Expectro Patronum! – acenou com força a varinha.

Ainda nada, era como se aquele feitiço não existisse, como se fosse um “criado” por ele e Fred para irritar Rony, como o tal de transformar um rato em amarelo.

Jogou a varinha de qualquer jeito no sofá e se encolheu com as mãos na cabeça. Fred.... não conseguia passar um dia sem lembrar dele. Era com se ainda pudesse ouvir sua risada no corredor, os dois planejando mais alguma brincadeira com o distintivo de monitor de Percy.

A Gemialidades Weasley andava de ventos a popa, os negócios nunca foram tão bons. Agora, com a guerra terminada, as pessoas só queriam se divertir sem se preocupar com o amanhã, e a Gemialidades atendia bem esse propósito.

Fred ficaria tão feliz em ver que os negócios que tinham planejado desde os treze anos tinha dado certo...

Fred.... por que tinha que lembrar dele a todo instante? Anos tinham se passado mas toda vez que fechava os olhos ainda podia ver o corpo inerte do irmão.

Pegou a varinha novamente e gritou com força:

— Expectro Patronum! Expectro Patronum!! Expectro Patronum!!!

Nada. Ainda nenhum filete branco sequer.

Socou a parede com raiva, sua mão certamente iria doer no dia seguinte.

— Fred seu idiota! Retardado! Quem te deu esse direito!? Quem falou que você podia morrer?

— Fred... – murmurou antes de se sentar no chão segurando as lágrimas.

Uma leve batida na porta o despertou de seu estupor.

— Jorge, posso entrar? – Angelina perguntou abrindo a porta.

Jorge olhou a esposa e acenou com a cabeça concordando. Angelina continuava tão bonita quanto fora na época de Hogwarts. Naquela época ela era namorada de Fred.... Fred o odiaria por ter roubado sua namorada? Se ele tivesse vivo seria ele quem teria casado com ela?

Angelina sentou-se ao seu lado e pôs sua cabeça em seu colo, iniciando um cafuné que o acalmou um pouco.

— Feliz aniversário Jorge – ela murmurou mesmo sabendo que o marido nunca mais tinha querido comemorar a data.

— Eu não consigo – Jorge murmurou depois de alguns minutos de silêncio – Acho que nunca mais conseguirei.

— O que querido?

— Um Patronus. Nunca mais depois de.... você sabe.... nunca mais consegui fazer.

— Entendo....

Ficaram em silêncio, cada um preso em seu próprio pensamento.

— Eu... eu tenho algo para te dizer – Angelina falou levantando-lhe a cabeça e olhando-o nos olhos.

— O quê?

Angelina pegou-lhe as mãos e colocou-as em seu ventre liso.

— Teremos um filho. – disse por fim.

Jorge olhou-a como se não tivesse entendido.

— Um filho... – murmurou.

Ele tinha esse direito? Fred nunca teria filhos. O irmão o perdoaria por seguir a vida?

— Podemos... – engoliu seco antes de continuar – podemos chamar se for menino de Fred?

Angelina soltou um pequeno sorriso.

— Eu não poderia querer de outro jeito.

Jorge deu um pequeno sorriso tímido, parece que Fred voltaria para ele afinal.