In The Love Wings escrita por FireboltVioleta


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo


Olá, pessoas!
Espero que gostem de minha mais nova oneshot!
Essa é a minha primeira fic sobre o universo de Percy Jackson ou d'Os Heróis do Olimpo... :P
Fiz ela por que não me conformo por não existir uma única fic Tyella (Tyson e Ella) no Nyah.
Pois é.. kkk
Faltava?
AGORA NÃO FALTA MAIS! kkkk
Boa leitura! ♥



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O Acampamento parecia estranhamente aconchegante para Tyson.

O ciclope se debruçou na cerca adiante, pensativo.

Apesar da aparente serenidade, ainda estava irritado pelos comentários e cochichos que o acompanhavam desde que chegara.

Mas não era por se aborrecer pelo que diziam dele.

Pelo menos, não mais.

Era por que andavam falando dela.

Por Poseidon, ele grunhiu mentalmente para si mesmo. O que eles vêem de ruim?

Simplesmente se remoera de ódio ao ouvir apelidos pejorativos como “galinha” e “passarinho”.Tinha pedido aos deuses para se controlar o suficiente para não esmagar a cabeça dos campistas desbocados, como se fossem ovos mexidos no café da manhã.

Esperava que pudesse vê-la, assim que voltasse do prometido tratamento que uma das campistas gentilmente oferecera para ela.

Lembrou-se, com um nó na garganta, de quando a havia resgatado. Magra, puída e maltratada> E, ainda assim, encantadora.

Agora que a harpia estava livre da maldição, talvez pudesse se recuperar.

E Tyson queria garantir que isso acontecesse.

Doía-lhe imaginar o que Ella havia passado até então.

Nem acreditava que algum ser pudesse sofrer tanto, até pôr o olho no pequeno corpo encolhido pela primeira vez.

Por algum motivo, Tyson a achara linda... fascinante. Mesmo suja, arisca e agitada, tinha uma beleza que não podia ser explicada.

Olhou para a flor que colhera minutos atrás, pensando em mil maneiras de entregá-la á Ella sem parecer um completo idiota.
Afinal, por que cães infernais a harpia o notaria?

Ouviu alguém pigarrear atrás de suas costas.

- Prontinho, rapaz – virou-se, dando de cara com a campista que levara Ella – ela parece bem melhor agora. Está do outro lado do Acampamento... – viu a menina revirar os olhos, rindo – com certeza não é o tipo de garota que pode se domar.

Tyson assentiu, simplesmente ansioso demais até para agradecê-la.

Com um aceno final, se despediu da campista, indo correndo em direção ao lado leste do Acampamento Júpiter.

Não foi difícil encontrá-la,

Ele diminuiu a corrida, assim que se deparou com a silhueta equilibrada na pequena mureta, alguns passos adiante.

A limpeza da campista havia realçado ainda mais os atributos da pequena harpia.

Sem toda a poeira que costumava cobri-la, podia-se ver o quanto a pele dela era clara - um contraste visível, quando comparada aos cabelos e ás asas, de penas rubras como sangue. O rosto bonito, antes sujo de fuligem, agora exibia feições dóceis e adoráveis.

O ciclope sorriu, deslumbrado.

Os campistas que dissessem o que quisessem.

Para Tyson, ali estava uma figura tão bela e inspiradora quanto qualquer dríade da floresta.

Os olhos prata tremiam, inquietos, na expressão contemplativa de Ella, que ainda não havia se apercebido da presença de Tyson.

Ela abraçou as pernas, ainda dependurada na mureta, fazendo suas asas circundarem seu corpo recolhido.

A harpia suspirou, baixando o olhar e sorrindo para si mesma.

Tinha sentido um alívio e uma paz impressionantes quando o conhecera, enquanto ele a resgatava.

Alguém havia vindo até ali para salva-la. Alguém se importara com ela, uma harpia que ninguém conhecia.

A gratidão que inundava seu peito ainda pulsava. Com a ajuda de Percy e dele, havia se livrado da maldição, e agora poderia voltar a viver de uma forma realmente livre.

Mas não era apenas isso que havia levado a harpia a admirar o ser surpreendente que a resgatara.

Num dos livros que Ella tanto lera durante aquele tempo, a jovem havia assimilado uma frase que os humanos comuns costumavam dizer.

Alguns diziam que os olhos são as janelas da alma. E, para Ella, ao fitar por dentro do olhar do ciclope, podia dizer que Tyson tinha a mais pura e fantástica alma que poderia conhecer.

Como alguém poderia achá-los estranhos? Só por que não se assemelhavam com os humanos, com seus dois olhos encolhidos e seus braços pelados? Só por que não tinham os poderes surpreendentes que os semideuses possuíam?

Ella discordava completamente daquelas pessoas.

Havia um encanto em suas diferenças. Ela jamais trocaria suas delicadas penas e seus olhos prateados por um corpo humano comum. Gostava de ser do modo que surgira naquele mundo.

E tampouco achava que Tyson deveria mudar alguma coisa, mesmo se tivesse a chance. A harpia o achava perfeito do jeito que era.

Suspirou, erguendo o olhar para o céu e fazendo um pequeno agradecimento aos deuses por ter tido a chance de conhecer uma pessoa tão especial quanto Tyson.

Alguns metros dali, Tyson engoliu sem eco, tentando tomar coragem de se aproximar da harpia. A flor em sua mão tremia, já com algumas pétalas caídas, tamanho o nervosismo do ciclope.

A tremedeira não o ajudou; faltando alguns passos para ficar ao lado de Ella, Tyson tropeçou em seus próprios pés, por pouco não caindo na grama.

O som, porém, despertou a atenção da harpia, que, num instinto básico de defesa, eriçou as asas, com o corpo arqueado planando levemente no ar.

No entanto, ficou imediatamente imóvel, voltando a se equilibrar no muro, ao reconhecer a figura troncuda do seu salvador.

- Tyson! – Ella sorriu, um tanto tímida, descendo de sua base e pousando as pequenas patas no gramado.

Sem o fator surpresa que planejara, Tyson vacilou, tentando se reerguer.

- Oi, Ella – ele gaguejou, se pondo de pé – não quis te assustar.

A harpia voltou a sorrir, desarmando ainda mais o jovem ciclope. Como uma criatura como ela podia ter um sorriso tão bonito?

- Ella não se assustou – a harpia gracejou, ligeiramente envergonhada – Ella estava esperando ver Tyson de novo.

O rosto de Ella enrubesceu levemente. Pronto... Tyson simplesmente a levara a desabafar um pouquinho do que queria ter escondido.

_ o que é isso? – ela sussurrou, tentando mudar de assunto, inclinando uma longa unha para a flor na mão do ciclope,

Tyson estendeu a pequena planta para Ella, baixando a cabeça acanhadamente.

A harpia arfou, ainda mais corada, recolhendo a flor da mão de Tyson.

Levou-a ao rosto, sentindo o perfume delicioso da planta,

- Obrigada.

O ciclope mordeu o lábio, acabrunhado. Ella o deixava atordoado, de um modo que ninguém nunca conseguira deixar antes.

- Não foi nada – ele deu de ombros nervosamente – era bonita... lembrei de você.

Ele se deu um tapa mental pela frase impensada.

Por que dissera aquilo? Não queria parecer um completo maluco, e estava agindo exatamente como um.

Para sua surpresa, sua interpretação não pareceu ser a mesma para Ella. A harpia arquejou baixinho, ficando ainda mais sem jeito quando o fitou no olho de cor mogno.

- Ella não sabe o que dizer... – a garota confessou, afagando o braço plumado – Ella gostou da flor. É linda mesmo.

- Tudo bem – o ciclope guinchou, olhando ao redor como se procurasse por algum buraco em que pudesse cair e se enterrar.

Para sua sorte – ou azar – Ella não aparentou querer saber de suas próximas intenções, já que a mão da harpia se fechou em seu ombro, suave, mas firme como uma corda, impedindo-o de recuar.

Estremeceu, abismado, quando os lábios de Ella pousaram em seu rosto.

Num impulso leve, o braço de Tyson segurou a cintura assustadoramente fina da harpia, num esforço para tentar voltar a raciocinar – ou talvez para não deixá-la para sair do lugar. Já não sabia mais o que queria, exceto que Ella não saísse dali.

Apesar disso, Tyson achou que poderia estar forçando a barra, e finalmente soltou-a, ainda espantado.

Mas seu meneio não passou de um leve tique. Ella voltou a se enganchar nos ombros de Tyson, abraçando-o.

- Tyson salvou Ella – a harpia choramingou – Ella nunca vai poder agradecer por isso. Ella não tem como retribuir.

- Não precisa – com o choque percorrendo-lhe o corpo, Tyson cingiu a harpia em seus braços, mal acreditando naquele contato tão inusitado e maravilhoso. Tiver medo de que ela o rejeitasse, como todos faziam. E lá estava Ella, agradecendo-o... mostrando que gostava dele.

As mãos de Ella acolheram o rosto do ciclope, e, antes que Tyson pudesse se dar conta, a harpia levou o próprio rosto para perto do dele.

E Tyson pensou que iria desmaiar, quando Ella o beijou na boca.

As mãos dele, num espasmo de surpresa, seguraram as asas da harpia.

Enquanto ainda sentia uma vertigem absurda, Tyson afagou as penas macias, num reflexo inesperado de carinho. A sensação do primeiro beijo era indescritível.

Ella não estava menos aturdida. O toque do garoto em suas asas a arrepiou, fazendo-a arquear levemente o corpo. Embora aquele gesto impulsivo estivesse lhe retirando gradativamente o ar, pensava que poderia morrer tranquilamente, absurdamente feliz, contanto que continuasse com os lábios colados nos do ciclope que a abraçava.

Tyson decidiu que poderia ficar ali pelo resto de sua vida, desfrutando daquela sensação única do pequeno corpo alado em seus braços.

Mas uma risadinha próxima os forçou a recuar, alarmados.

- Ok, por essa eu não esperava – gargalhou um dos campistas que apontavam para Tyson e Ella, com a expressão pasma.

A garota ao lado dele riu, segurando-o pelo braço e arrastando-o para fora da campina.

Ah, que ótimo.

Tyson sentiu o rosto esquentar e as mãos se fecharem de tensão.

Ella cruzou os braços, ainda arfante, sem ter coragem de olhar outra vez para Tyson. O que a levou a fazer aquilo? E agora, o que faria?

E Tyson também não conseguia encará-la. Era como se todo seu corpo tivesse sofrido um curto circuito.

Ella finalmente se pôs diante dele, recuando um pouco. Numa espécie de extravasamento, riu baixinho, sentindo o rosto quente de vergonha.

Tyson fez uma tentativa de sorrir, mas seu rosto ainda estava completamente dopado.

Ella estreitou os olhos, e mastigou uma palavra que sabia definir aquele momento surpreendente.

- Impasse... mas um impasse bom – murmurou, de um jeito tão evasivo quanto alegre.

Lançando um último olhar para o ciclope congelado á sua frente, Ella sorriu, e impulsionou o corpo no ar, alçando vôo e se afastando ligeiramente em direção á floresta.

O ciclope suspirou, tentando reencontrar o coração que quase lhe escapara pelo peito. Sentia a boca agradavelmente formigante, e as mãos ligeiramente estranhas.

E agora? E agora, e agora?

Tyson não sabia o que Ella quisera dizer com aquele beijo.

Nem o que quisera dizer quando o retribuiu, no fim das contas.

Mas quando assistiu a flor que lhe dera se afastar ao longe, elegantemente entrelaçada nos cabelos rubros da harpia, concluiu que tinha uma idéia muito boa do que era.

Afinal, não era preciso ter dois olhos para perceber certas coisas...


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Notas finais do capítulo


E aí? O que acharam?
Espero que tenham gostado! :3
Beijinhos e até a próxima!



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