Solidão

Estava lá... Lá estava eu...

Sentada na beira da minha cama, em plena manhã... Sozinha.

Você se foi, e me deixou apenas com a solidão como companhia,

apenas com o eco do meu suspiro e com o som da minha respiração...

Essa solidão, que nenhuma pessoa agüentaria.

Em segundos vejo uma faísca do raio do sol vindo em minha direção, atravessando o vidro da minha janela...

Pobre faísca, tão pequena, tão inútil, tão incapaz de aquecer, tão inexistente, assim como eu... Assim como eu fui incapaz de aquecer seu coração, incapaz de te fazer feliz e incapaz de te confortar.

Mais essa faísca, tão pequena, tem uma grande diferença de mim ela é resistente, mesmo com as nuvens nubladas no céu, ela ainda continua lá!

Firme e forte como uma pedra. Diferente de mim, que continua minúscula...

Você se foi e não vai mais voltar, mais eu, ainda te espero. Mesmo sabendo que não sou boa o bastante para você.

E então me levanto da cama, me ajoelho ao chão frio, sujo e duro exatamente da maneira em que está meu coração e choro para as quatro paredes ao meu redor e no meu choro, contém lágrimas de desespero, de agônia, ódio, dor e arrependimento.

Olho para o lado e vejo uma pílula, uma pílula que me levará a dor eterna. Levanto-me e em um último entusiasmo, apanho na palma da minha mão a pequena pílula, olho incondicionalmente para ela, imaginando exatamente aonde ela me levaria se a engolisse...

Eu não agüento mais...

Meu coração dói de tanto sentir sua falta.

E é em lágrimas de desespero que escrevo essa carta,

pois eu sei que você um dia vai voltar pra buscar o que lhe pertence,

E me verá caída no chão, com o corpo sólido e gelado segurando essa carta entre as mãos...

Não me arrependendo de ter te conhecido,

De ter te amado

E de ter feito o que fiz agora...

Engulo a pílula, e com minhas últimas forças termino.

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“Nos veremos no inferno...”

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                                 Adeus!

Keiko-Chan