O choque me atingiu como um raio. Não. Não, não, não. Isso não está acontecendo!
– Ray, você está me ouvindo? Ray? - começo a ouvir sirenes de bombeiro ao fundo cada vez mais alto.- Os bombeiros acabaram de chegar! Ray! - Diz ela desesperada quase aos gritos, mas eu não estou ouvindo. O celular escorrega da minha mão e bate no chão com um baque oco, se abrindo e se espalhando para todo lado.
– Ray, o que houve?- Diz a Jheny me olhando com o olhar alarmado. Não respondi, não consigo falar. Minha casa. A casa que minha mãe construiu com tanto suor, com tanto esforço, em cinzas consumida pelo fogo. Ah Deus, não, minha casa não!
– Ray, fala o que houve! - Olho para ela, para os meninos que estão me encarando preocupados, olho pro V que me implora com os olhos para que eu fale alguma coisa. Minha cabeça entra em colapso. Sinto uma lágrima rolar pelo meu rosto, seguida por outra e outra. Todos me olham ainda mais preocupados, mas não dizem nada, não sabem o que dizer. Lágrimas rolam sem parar pelo meu rosto, soluços escapam. Tento me controlar, tento limpar as lágrimas, mas elas teimam em cair. Mas eu não quero que se preocupem, eu posso resolver tudo sozinha.
– Calma gente, eu estou bem. -Tento sorri para acalmar minha melhor amiga, mas tudo que consigo é chorar. - Está tudo bem. Eu estou bem. Eu só... só quero ficar um pouco sozinha.- Os meninos concordam com a cabeça e vão embora do quarto, menos a Jheny e o V que meio que não sabia se deveria sair também.
– Por favor gente, por favor, me dêem só um minuto. - Concordam com a cabeça.

✴...ஜ 웃 ஜ...✴

Povs V
Assim que ela atendeu o celular percebi que tinha alguma coisa errada. Eu estava certo. Agora ela não para de chorar. Dá para ver que ela está tentando parar, tentando disfarçar, mas o que ela ouviu deve ter sido forte demais. Ninguém sabe o que fazer, nem mesmo sua melhor amiga que a encara desnorteada. E ela insiste que está bem, que é pra gente se acalmar. A tensão no ar está sufocante, daria para ouvir um fio de cabelo caindo. Eu preciso pensar em alguma coisa para acalmar esse momento, qualquer coisa. Ela pede para ficar sozinha, mas não sei se deveria. Talvez eu devesse ficar para tentar ajuda-lá de algum jeito, a gente pode até não ter começado bem, mas odeio ver alguém triste.
– Por favor gente, por favor, me dêem só um minuto. - Diz com o olhar suplicante, concordamos com a cabeça e saimos.

✴...ஜ 웃 ஜ...✴

Povs Jheny
Estou arrasada. Ver minha melhor amiga chorar foi um choque. Eu conheço ela desde quando tínhamos 5 anos e eu nuca vi ela chorar. Ela nunca chora na frente de ninguém. Estou muito preocupada com ela e decepcionada comigo mesma. Decepcionada por que não sei como consola-lá, não faço a mínima ideia do que falar, de como agir. Se devo abraça- lá e dizer que eu entendo ou tentar faze- lá rir. Dou um suspiro longo e pesado. Estou no corredor faz dez minutos encostada na parede esperando. Brincando com a baínha do meu vestido, perdida em pensamento. Pensado o que será que aconteceu.
– Oi. - Levanto os olhos. O Jin está na minha frente com as mãos nos bolsos e com um sorriso tímido.
– O-oi. - Eu digo envergonhada. O meu membro do BTS preferido está bem na minha frente. Não posso respirar. Acho que preciso de uma maca.
– Você está bem? - Diz encostando na parede ao meu lado. Meu Deus só agora que eu reparei como ele está lindo! Seu cabelo está meio arrepiado. Está usando uma calça jeans e seu casaco tá amarrado na cintura por conta do calor do Rio de Janeiro e com uma camiseta preta que deixa seus braços a mostra. Me lembrou dele em Boy in Luv.
– E-eu acho... acho que sim. E Você?
– Melhor agora. - Coro. Ele da um pequeno sorriso, mas logo fica sério.
– Sinto muito pela sua amiga. Eu conheço ela a pouco tempo, mas já vi que ela é uma garota legal.
– É, eu sei. Obrigada por se preocupar.

✴...ஜ 웃 ஜ...✴

Povs V
Depois de um tempo ela finalmente fala o que aconteceu. Quase ninguém acreditou, parece tão surreal. Hoje não está sendo seu dia de sorte.
– E agora não faço a mínima ideia do que fazer.- Diz ela encostando os joelhos no queixo.
– Ah, Ray não se preocupe, você pode morar comigo por algum tempo! - Diz sua melhor amiga lhe enviando um meio sorriso.
– Você sabe que não dá. Você mora com seus pais, e vocês estão passando por tantos problemas, não quero incomodar.
– Mas você não vai...
– Por que você não mora com a gente?- Interrompe o Kookie. Todos olham para ele surpresos. - Vamos passar pelo menos um mês aqui, já que o Brasil é o nosso último destino. Acho que até lá você já vai ter se organizado... um pouco. - Dá de ombros envergonhado pelo olhares em cima dele.
– Olha, obrigada pelo convite foi muito fofo da sua parte, mas não precisa se preocupar. Eu dou um jeito. E...
– Não, nada disso.- Eu digo. - Você está sobre minha responsabilidade, e eu digo que você vai morar com a gente.
– Sobe sua responsabilidade? Desde quando? - Diz levantando uma sobrancelha.
– Desde a hora que o Choi brigou com ele. - Diz o Jimin passando o braço em volta do meu pescoço.
– Desgruda largatixa que eu não sou parede. - Digo tirando o braço dele. Ele murmura alguma coisa, mas não dou atenção. Olho para Ray que está com um sorriso contido no rosto. E bom ver que ela se recuperou um pouco, mas seu olhar ainda é triste. Seus olhos ainda estão um pouco vermelhos.
– Tá, mas o que isso tem haver comigo?
– Ele mandou o V cuidar de você até a gente ir embora. - Se intromete o Jimin novamente, dou uma cotovelada nele que se curva para frente colocando a mão na barriga. - Você está muito intrometido hoje seu baleia. Abaixa sua bola.. Mas é isso mesmo, agora você é responsabilidade minha.
– Não, muito obrigado pela a oferta, mas não obrigado.
– Raissa Oliveira da Silva, você vai sim! Se não for você, vou eu! - Grita a amiga dela em outra língua.
– Então vai sabichona!
– Eles não convidaram a mim, mas à você!
– Mas eu não quero!
– Não dou a mínima para o que você quer! Estou dizendo que você vai e ponto.
– Não vou não!
– Mas que diabos de idioma elas estão falando? - Perguntou o Suga baixinho.
– Para mim parece Árabe. - Disse o J-Hope.
– Que mané Arabe, não estamos em Dubai. Estamos no Brasil, elas estão falando em português. - Disse o Rapmon. As duas continuavam discutindo em português, não estamos entendendo nada.
– Você vai sim!
– Me obrigue. - Cruza os braços.