Povs Jheny

Quando eu ouvi o Choi falar aquilo, não acreditei. Não queria acreditar. Eu e o Jin mal tínhamos começado a namorar, como ele pode ir embora tão rápido? Minha visão fica embaçada e engulo em seco desesperadamente para não chorar. O Jin olha para mim com os olhos marejados e me abraça forte, mas não fala nada. Não sabe o que falar e nem eu.
– Está escurecendo. Quer que eu te leve para casa?- Diz por fim, tirando o seu casaco e colocando sobre o meus ombros. Tinha até esquecido do frio. Faço que sim com a cabeça e no caminho ele segura a minha mão mais forte que o habitual.
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Povs Ray
Entramos novamente dentro do Hotel às 18:30, e fomos recebidos por olhares tortos dos funcionários que varrem com raiva o saguão tomado por penas. Principalmente daquele que dei uma travesseirada. Ele está me olhando tão intensamente que eu acho que se eu não andar rápido, minha cabeça vai acabar explodindo. Mas não me arrependo pela briga de travesseiros. Faz tempo que não me divirto assim. Entro no quarto, vou direto tomar um banho quente e tirar as penas prensas no meu cabelo. Enquanto o J-Hope e o V esperam deitados na cama. Não demoro muito, pois sei que o V deve estar morrendo de frio e querendo tomar uma chuveirada também. Saio do banheiro e o vejo na mesma posição encarando o teto, mas nada do Hope.
– Tae, já pode ir tomar um banho, a água está quentinha. Você deve estar com frio, não é? - Digo agachando ao seu lado e acariciando seu cabelo castanho. Ele segura a minha mão, leva aos lábios e me olha.
– Sim, estou. - Diz meio perdido, mas não se mexe. Suspiro e me deito ao seu lado, o abraçando forte. Ele fica surpreso por alguns segundos, mas logo me abraça de volta. E eu me aninho em seu peito.
– Você está tão quente. - Diz beijando o topo da minha cabeça. Levanto o rosto e lhe dou um selinho demorado. Até a sua boca está fria.
– Você que está congelando. Vá tomar um banho, eu te espero aqui.- Ele balança a cabeça e a tomba pro lado para me olhar.
– Só quero ficar assim com você mais um pouquinho. - Diz fechando os olhos. Pego a colcha com a mão livre, cubro nós dois e o abraço ainda mais  para tentar aquece-lo um pouco. Depois de algumas horas sua respiração fica profunda e uniforme. Ele dormiu.
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Ouço o barulho da porta. O J-Hope entra no quarto e quando nós vê, arregala os olhos e dá meia volta.
– J-Hope, está indo aonde? - Pergunto olhando confusa para ele.
– Não quero atrapalhar o casal, desculpa aí. - Reviro os olhos.
– Ele está dormindo seu tapado!
– Me poupe dos detalhes. - Diz se virando de novo.
– Deixa de ser idiota e me dá a colcha da minha cama. - Ele faz que sim com a cabeça e atravessa o quarto.
– Mas hoje está frio, amanhã você vai acordar como um picolé.
– Cala a boca e me dá logo isso. - Ele levanta os braços em sinal de rendição e me entrega o cobertor.
– Agora é legal só com o seu namorado. - Diz fazendo bico e indo para cama.
– Ele não é meu namorado... ainda. - Passo a mão no rosto. - Desculpa, é que eu estou meio...
– Eu sei, só estava brincando. - Diz dando um sorriso de lado.
Me levanto devagar para não acorda o V, e o cubro com a minha colcha por cima da sua.
Ele se mexe, agarrando os lençóis e se encolhendo igual a um gatinho. Sorrio. Ele nunca esteve tão fofo. Mas meu sorriso se desfaz gradativamente ao observa-lo. Meus olhos começam a arder e a minha garganta se apertar. Como vou ficar depois que ele for embora? Me viro respirando fundo e vou em direção a minha cama,  pegando a minha mochila. Deixo de lado um pouco os cadernos que estou estudando desde que eu falei com a diretora, a três dias atrás, e pego as anotações que a Jheny me deu hoje. Jheny... amanhã ligo para ela para ver se está bem, tomara que esteja. Começo a estudar, pois amanhã tem prova e preciso passar.

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Eu estou  no meio de um problema de matemática, que está acabando com o meu cérebro e estourando os meus neurônios, quando ouço o V se virar na cama. Ele levanta, esfregando olhos ainda sonolento, e finalmente olha para mim sem dizer nada.
– Bom dia, Bela Adormecida! Que foi, teve um pesadelo?  - Digo sorrindo. Ele sorri de volta e se espreguiça da forma mais fofa e engraçada que já vi.
– Tive sim... e quero um abraço pra melhorar . - Diz abrindo os braços fazendo beicinho, igual a uma criança. Pego um travesseiro e taco nele.
– Abraça isso, crianção. -  Rio baixinho para não acordar o J-Hope que ronca na cama.
– Humm, quer começar uma nova guerra?  - Diz ele lançando o travesseiro em mim com um sorriso no rosto.
– Tá doido? Quer ir para a Coréia mais cedo? - Digo em um tom de brincadeira, mas o clima de repente fica pesado. Uma dor bate no meu peito e eu abaixo o olhar. Acabei de lembrar o que eu mais queria esquecer. O V solta um suspiro pesado e encara o vazio.
– Não, não quero. - Alguns segundos de silêncio desconfortáveis se passam. Largo os meus cadernos e vou até ele, que me recebe em um abraço forte.
– Que horas são? - Pergunta ainda me abraçando.
– Acho que três horas da manhã.
– E você ficou estudando até a essa hora? - Faço que sim com a cabeça.
– Pois é, as provas são amanhã, se eu não passar... já era.
– Ah, então é por isso. - Diz pousando o queixo na minha cabeça. Suspiro. Não é só por isso.
– V?
– Sim?
– Você vai voltar... não é? - Ele se afasta o suficiente para me olhar nos olhos e dá aquele seu famoso sorriso quadrado.
– Claro! No próximo mês vou estar de volta para te perturbar. - Sorrio sem humor mesmo sabendo que não é verdade. Liguei pro Choi, e o V não vai estar de volta no próximo mês e nem nos meses seguintes.