Povs Ray
– Vocês vão fazer um show na semana que vem. Então, comecem a praticar. - Diz o manager do BTS. Ele é um homem bonito, usa óculos e parece não ter mais que vinte e cinco anos. Todos soltam um grito de comemoração.
– Até quem fim! Achei que a gente não ia se apresentar mais. - Diz o Suga.
– Eu também, e onde vai ser o show, Choi? - Pergunta o Rapmonster. Choi? Choi é o manager do BTS?! Pensei que ele fosse o pai do V!
– No City Bank Hall - Ele parece notar a minha presença e sorri para mim.
– Olá, Ray como você está? Espero que tenha se recuperado do acidente. E sinto muito pela sua casa, eu fiquei sabendo. - Diz com um olhar triste.
– Eu estou ótima, obrigada pela preocupação. E desculpe o incômodo. - Respondo.
– Que isso, não é incômodo algum. As roupas deram em você? - Coro. O J-Hope disse que ele havia comprado algumas roupas para mim, inclusive o biquíni que usei na sexta, já que todas as minhas foram queimadas no incêndio.
– Sim, são lindas. O senhor não precisava se preocupar.
– Não foi nada, se precisar de algo mais não exite em me ligar. - Diz me entregando seu cartão.
– M-muito obrigada senhor. - Digo dando um sorriso envergonhado.
– Não precisa me chamar de senhor, me chame de Choi. - Diz sorrindo.
– E o Taehyung, está cuidando bem de você? - Coro ainda mais. O V me encara e eu desvio o olhar.
– Sim, sim ele... ele está.
– Muito bom. Bem pessoal, nos vemos daqui a uma semana. Vou estar um pouco ocupado resolvendo alguns problemas, mas podem me ligar se houver algo. O estúdio de dança é aqui perto dá até para ir a pé. Eu aluguei uma sala de prática só para vocês. Então se esforcem, temos um grande show a fazer.

✴...ஜ 웃 ஜ...✴

– E então Ray, vai vir com a gente? - Pergunta o Jimin calçando os tênis sentado na minha cama. Esse garoto e bem abusado.
– Não, eu vou ficar. E por falar nisso, o que você está fazendo aqui?
– Vim te chamar ué. - Diz se jogando na cama com seus tênis sujos.
– Calçando os tênis no meu quarto, e deitando na minha cama com eles? É sério isso?
– O que que tem? - Diz levantando, dando de ombros.
– Você é muito abusado! - Digo bagunçado seu cabelo. O J-Hope tinha razão, ele é um bom amigo quando se conhece, mas não deixa de ser folgado.
– Aii, para! - Eu o solto.
– Chata. - Diz arrumando o cabelo.
– Folgado.
– Vamos Ray, já estamos saindo. - Diz o Kookie aparecendo na porta.
– Ela não vai. - Diz o Jimin ainda arrumando o cabelo.
– Quem não vai? - Diz o J-Hope aparecendo na porta também.
– Eu não quero atrapalhar vocês.
– Quem disse que eu estou te dando escolha? Você vai e pronto. - Diz entrando e me puxando pelo braço.
– Aii, me soltaa! Tá eu vou, mas deixa eu pelo menos trocar de roupa! - Ele me larga.
– Você tem dois minutos.
– Dois minutos é o tempo que falta para eu te dar um soco nessa tua cara, seu palhaço. - Digo entrando no banheiro.
Já arrumada com uma calça de moletom preta e um blusa com manga, começamos a andar em direção ao estúdio. O Choi estava certo, não é tão longe. Se passam cinco minutos e já estamos lá. A sala é enorme, tem duas paredes brancas e uma vermelha e a outra é tomada por espelhos. E tem um aparelho de som daqueles que se pluga no celular encostado na parede. Sento no canto da sala os observando se aquecer.
– O que você está fazendo aí? - Diz o J-Hope com as mãos na cintura.
– Estou olhando ué.
– Não, não, eu prometi que ia te ensinar algumas coreografias, e é isso que eu vou fazer. Anda, levanta.
– Ah, cara vai treinar vai. Você tem um grande show para fazer, não precisa ficar perdendo tempo comigo.
– Nossa, como você está chata.
– É a realidade batendo na minha porta, querido.
– Então manda ela se catar e bate com a porta na cara dela, vamos levanta. Deixa de ser anti-social. - Me levanto.
– Eu não sou anti-social. - Digo na defensiva.
– É sim! - Diz todo mundo em unissolo.
– Valeu gente, também amo vocês. - Todos riem e voltam a se aquecer.
– Vem, primeiro vamos te ensinar I Need you. - Diz pegando a minha mão.
A coreografia é ótima! E tão fácil e divertida de fazer que aprendi rapidinho.
– Uau, você pegou a coreografia rápido. - Diz o Kookie.
– E dança bem também. Já fez aula de dança? - Pergunta o Jin.
– Sim, eu fazia quase todo dia uma aula particular em um dos melhores estúdios de dança que eu conheço. - Digo dando de ombros. Todos me olham surpresos.
– Sério?! Onde? - Pergunta o Rapmon.
– Na sala da minha casa, não tem estúdio melhor. - Digo rindo das caras de trouxa que eles fazem.
– Sem graça. - Diz J-Hope me empurrando de leve. - Mas é sério, já fez aula em que estúdio?
– Em nenhum, nunca fiz aulas. Só ficava aprendendo coreografias na sala da minha casa.
– Uau, garota você tem talento. - Coro.
– Que nada, não sirvo para dançar.
– Bobeira sua, agora vamos te ensinar Beautiful. - Essa coreografia é ainda mais fácil que a outra, e também muito fofa. Eu adorei. Ainda mais aquela parte que gira, parece que eles estão dançando valsa. Isso me fez pensar um pouco.
– Em gente, vocês não acham que nessa parte que gira daria para dançar com uma garota? - Todos param e olham para mim pensativos.
– Ela tem razão, dá mesmo! - Diz o Jimin.
– Isso nunca me passou pela cabeça. - Diz o Kookie.
– Por que vocês não começam a dançar com garotas?
– Nós somos Boygroup, não acho que pegaria bem fazer isso, nossas fãns ficariam com ciúmes. - Diz o Rapmon.
– Verdade, eu sei como é. Também fico morrendo de ciúmes quando vejo meu bias com outra.
– Alguém aí tá com fome? - Pergunta o Jin de repente. Esse garoto só pensa em comer, nem sei como ele não é gordo.
– Eu tô morrendo de fome! Vamos comer alguma coisa na lanchonete do estúdio? - Sugere o Suga.
– Você vem Ray? - Diz o J-Hope.
– Não, vou esperar, mas pega um suco natural para mim? - Digo sentado no chão e limpando o suor na blusa.
– Deixa comigo. - Ele pisca pra mim e sai junto com os outros me deixando sozinha na sala.
– Bem sacado, nunca tinha pensado nisso. - Pulo pelo susto. O V está sentado no outro canto do salão. Eu nem tinha visto ele ali. Limpo a garganta.
– É, mas não sei se funciona. Talvez nem dê certo. - É estranho como a gente não briga mais, na verdade quase nem nos falamos depois daquele dia. Eu tento evita-lo, mas não dá muito certo já que ele dorme no mesmo quarto que eu. Ele levanta e caminha até mim.
– Quer tentar? - Diz estendendo a mão.
– Sério? - Digo pegando sua mão e me levantando.
– Claro, por que não? - Ele dá aquele sorriso quadrado que tanto mexe comigo, ele tem que parar de fazer isso.
– E- então tá. - Ele vai até o aparelho de som e da play na música.
O Rap começa e o V fica fazendo palhaçada na frente do espelho não me fazendo parar de rir. Em poucos segundos eu me junto a ele e nós dois estamos fazendo caretas acompanhado o Rap.
O refrão chega e começamos a dançar. Tento prestar atenção no tempo da música.

You're beautiful
Cham gwenchanji anhni uri dul
Maennal ireokke ddo sangsangeul hae

Ele passa o braço ao redor da minha cintura, segura minha mão no alto e me gira pelo salão.
You be with me with me.
Começamos a rir não acreditando que deu certo. Ele me solta e voltamos a posição inicial.

O Rap recomeça e começamos a fazer um teatrinho de acordo com a letra da música.

Agora estamos dançando um de frente para o outro. E isso foi um erro, pôs ele me encara de uma maneira diferente e eu estou perdida em seu olhar. Quando chega a parte de girar, ele segura minha cintura e me aperta com mais força contra o seu corpo. Seus lábios roçam no meu pescoço me fazendo arrepiar. Mordo o lábio enferior tentando manter o controle, mas não consigo. Meu coração está batendo tão forte que não consigo ouvir nem mais meus pensamentos. Paramos de girar, a música ainda toca ao fundo, mas não consigo mais ouvi- lá, só consigo ouvir sua respiração acelerada no meu ouvido. Ele se afasta o suficiente para me olhar nos olhos e pousa sua mão no meu rosto, me puxando para ele. Agora não tem mais voz, nem o J-Hope para nos impedir. Sinto seus lábios tocarem os meu de maneira terna e eu me derreto em seus braços. O beijo foi se intensificando e eu o puxo ainda mais perto para de mim, passo os braços em volta do seu pescoço e ele responde apertando ainda mais minha cintura. Começamos a ouvir vozes e nos separamos em um pulo. Quando os garotos entraram eu estava sentada no mesmo lugar com o rosto pegando fogo e com a mão na boca. Eu não acredito que beijei o V!
– Aqui Ray, o seu suco. Só tinha de maracujá.
– O- obrigada, estou precisando.

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