A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro escrita por AnnabiaFreitas


Capítulo 31
Uma história impressionante


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Queria me desculpar pela demora em postar e dizer que pretendo postar aos fins de semana de maneira mais religiosa! O capítulo a seguir é bem interessante e quem já leu os livros vai gostar! Gostaria de dizer que se quiserem mandar sugestões ou pedir a participação de alguma personagem fiquem à vontade! Até logo, meus queridos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/659932/chapter/31

—Parece que o clima está pesado por aqui... –disse Gavner se aproximando de mim quando paramos para descansar numa clareira na floresta.

 Vancha e Larten tinham se retirado há algum tempo para caçar e Harkat dormia. Eu estava sentada aos pés de  um carvalho velho e retorcido, com a cara fechada desde o início da noite.

—Sim... –respondi.

—Sabe, Beatrice, Larten pode parecer impossível de lidar e muito turrão, mas como já lhe disse antes não há melhor professor que ele entre nós!

—Eu não o entendo. Pensei que confiasse em mim e ao invés disso ele escondeu de mim que por minha causa pode ser condenado a morte, Gavner!

—Ele devia ter um bom motivo para isso!

—Qual?

—Ah... Eu não sei! Eu não digo que posso entender o Larten!

—Acho que ele se arrependeu de ter me convertido! –falei com certa mágoa.

—Por que acha isso? –perguntou rindo.

—Ora, eu não sou a melhor assistente do mundo e ele tem me ignorado ultimamente. Parece sempre cansado de mim quando estamos conversando e quanto às brigas... São até normais para nós dois, mas até elas estão diferentes... Eu não sei o que pensar, acho que estou com medo!

—Hum... –refletiu por um instante –Larten gosta de você, e isso eu digo com toda certeza do mundo. Ele gosta de você muito mesmo o que é raro para alguém como o Larten!

—E por que ele não demonstra nunca?

—Acredite, eu nunca o vi demonstrar tanto que gosta de alguém quanto já demonstrou para com você!

—Está falando sério?

—Sim, o Larten é assim mesmo... Parece até uma pedra de gelo, mas ele tem um coração nobre e bom.

—Eu sinto falta de... –me detive.

—Do que? –perguntou Gavner.

—Deixa pra lá...

—Acho que deixar pra lá não vai ajudar muito! –colocou a mão no meu ombro e sentou-se ao meu lado. –Que tal se eu prometer não contar para niguém?

—Mas é uma tolice...

—Eu adoro tolices!

Suspirei e dediquei-lhe um sorriso.

—Ok... Eu não cheguei a conhecer meu pai ,e minha mãe e meu padrasto ficaram pouco tempo juntos. Quando conheci Larten eu o odiei por muito tempo por ter me tirado da minha família, mas com o tempo comecei a me acostumar com ele. Acho que sem querer projetei nele a figura paterna da qual eu sentia falta, estou sofrendo com isso! -quase deixei uma lágrima rolar, aquilo me deixou furiosa –Droga!

Gavner me encarava em silêncio.

—Viu só, tolices... –falei.

—E se eu disse que não acho que seja uma tolice? –disse sério.

—Não acha?

—Não! Beatrice, vou te contar uma história, mas não diga que lhe contei.

—Tudo bem! –fiquei curiosa.

—Foi há uns cento e vinte anos atrás. Larten estava doente e embarcou em um navio acompanhado de uma moça chamada Malora.

—Vampiros ficam doentes?

—Sim, é raro, mas acontece e não é bonito! Mas continuemos...

—Claro, desculpe!

—Então, ele inventou que queria ir até a Groelândia e Malora não pôde impedi-lo de embarcar. Ela cuidou dele durante toda a viagem e é claro que ele ficou com sede. Era um barco de imigrantes e quando notaram o que ele e sua jovem acompanhante eram foi um desastre!

—Ela era sua assistente? –perguntei.

—Não e sim... Malora resolveu cuidar dele porque era apaixonada por ele, mas ele a via como uma criança e enfim...

—Entendi!

—Larten atacou uma mulher e as pessoas viram, Malora tentou protegê-lo e se negou a entregá-lo. Quando Larten acordou, já um pouco melhor do que nos dias anteriores foi atacado pela tripulação, ele não iria machucá-los, mas quando viu o que fizeram com Malora ele enlouqueceu!

—Eles a mataram!

—Sim, e penduraram seu corpo ao mastro!

—Que horror! –exclamei. –E o que Larten fez?

—Ele matou todos que estavam a bordo! –respondeu –Ou melhor, quase todos, poupou a vida de alguns para que pudesse se alimentar enquanto estivesse perdido no mar e alguém para conduzir a embarcação. Dentre os salvos havia um bebê!

Ele me encarou e continuou.

—Larten, depois de mais calmo, tentou se lembrar o que havia acontecido ali e o que ele tinha feito com os pais da criança, sem muito sucesso! Ele cuidou da criança até chegar perto de onde iria desembarcar e decidiu deixar o menino com o homem que conduzira o navio para ele, mas um garoto o qual ele manteve vivo enlouqueceu e achou que era também um vampiro. Matou os outros e comeu sua carne, Larten não quis deixar o bebê à mercê daquele canibal enlouquecido e o levou consigo!

—Minha nossa! –foi a única coisa que consegui dizer.

—Mas eles estavam no meio do nada, só havia gelo  ali e após vagar e vagar, querendo se entregar a morte ele encontrou uma coisa que muitos vampiros antes dele morreram tentando encontrar: a tumba de Perta Vin-Grahl.

—Nunca ouvi falar!

—Quando os vampixiitas se separaram dos vampiros Perta lutou contra eles bravamente se opondo ao seu estilo de vida e quando os príncipes selaram uma trégua, Perta foi contra e , para não causar problema com seus líderes, liderou um grupo de vampiros que pensavam como ele para um lugar longínquo e congelado para morrer longe de tudo. Anos mais tarde um dos vampiros que estava com ele retornou falando desse palácio de gelo onde jaziam seus companheiros em caixões congelados. Muitos se aventuraram para encontrar esse lugar, mas foi Larten quem o achou!

—Uau! Que loucura!

—Sim, e ele estava decidido a morrer ali junto com o bebê, mas Tino impediu!

—Heim? Está dizendo que Tino impediu a morte de alguém? –perguntei incrédula.

—Sim, logicamente com algum interesse, mas sim. E foi Tino quem deu um nome ao garoto. Larten acabou por criar a criança, mesmo tentando se livrar dele sempre...

—Você diz criar como um filho?

—Ah... Quase! Digamos que Larten não queria que o menino gostasse dele e não se achava digno de ser seu pai depois de ter matado seus pais verdadeiros. Então ele era ríspido com o garoto e até um pouco cruel, mas o menino gostava dele mesmo assim, apesar de sofrer com seu comportamento.

—O menino sabia o que Larten tinha feito?

—Sim, Larten queria que ele crescesse e se vigasse dele, achava que merecia! Mas então Larten se casou com Alicia, uma humana francesa que amou o menino desde que o conheceu e achava que Larten deveria cuidar dele como um pai. Logicamente ela não sabia a verdade sobre ele, mas um vampiro traidor do clã Tanish Eul o traiu e Alicia descobriu quem Larten era de verdade, ele usava o nome Vur...

—Ele sempre usa...

—Então Larten teve de ir embora de Paris e deixou o menino com Alicia que o criou cheio de afeto e amor. Mas o menino cresceu magoado e em entender o motivo pelo qual Larten tinha ido embora e Tanish também, esse fez parte de sua vida sendo quase um pai para ele. Tanish realmente gostava do menino... Um dia Tanish apareceu e convenceu o menino que já era um rapaz a partir com ele, o garoto foi e se transformou em seu assistente.  Tudo ia ‘’bem’’ aos olhos do rapaz até que uma noite Larten voltou e desafiou Tanish, o rapaz quis protegê-lo, mas Tanish, numa das poucas demonstrações de coragem verdadeira, não deixou que o menino entrasse numa briga contra Larten Crepsley que o mataria se necessário.

—Larten mataria o menino que ele criou!? –infaguei.

—Se fosse preciso sim, Tanish tinha sido condenado a morte pelos príncipes por trair um dos seus.

—Oh sim!

—Ele disse que Tanish poderia fugir e foi o que ele fez, mas o fez somente para encontrar com Vancha mais a frente que o estava esperando!

—Vancha?

—Sim, Vancha já era príncipe  e o executou. O rapaz ficou desconsolado, mas depois ficou sabendo de toda a verdade. Então se juntou a Larten para aprender seus costumes, sempre na sombra, sempre querendo ser amado como o amava, coisa que ele nunca conseguiu, não por Larten ser ruim, mas por não se permitir àquilo!

—Que tristeza! E onde ele está agora?

—O rapaz?

—Sim, o que houve com ele?

—Ele se tornou um general e tem lutado bravamente.

—E eles se falam normalmente, Larten e ele?

—Sim, tornaram-se grandes amigos!

—Sério? E qual o nome dele?

Ele me encarou por um longo momento e disse finalmente :

—O garoto se chamava Gavner Purl! –meu queixo caiu –É a minha história, Beatrice!

Fiquei um tempo sem dizer nada, eu estava surpresa demais.

—Mas eu pensei que você tivesse sido assistente de Vancha! –eu disse.

—E fui mesmo! E foi terrível... –sussurrou.

—Então, você é ou foi quase que filho de Larten...

—Sim... –ponderou- Mas não diga que eu lhe contei isso, não conversamos sobre essa história!

—Pode deixar, mas como se tornou assistente de Vancha?

—É uma história complicada, depois eu lhe conto, mas é importante que saiba que eu melhor do que ninguém sei quando Larten gosta de alguém e acredite, você é muito especial para aquele velho vampiro turrão e reclamão!

Fiquei maravilhada com Gavner, foi por mais louco que pareça, como falar com um irmão. Selamos nossa amizade ali e quando Vancha e Larten voltaram nos encontraram conversando e rindo bastante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.