A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro escrita por AnnabiaFreitas


Capítulo 18
Não deveria ter tocado na minha criança!


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, mas aqui está mais um capítulo! Sintam-se à vontade para comentar se desejarem!



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LARTEN, GAVNER E VANCHA SEGUINDO A TRILHA DE SANGUE.

–Essa gruta é enorme! –disse Gavner.

–Sim! –disse Vancha. –E aonde será que ela vai dar?

–É uma subida... –disse Larten que até então estava submerso em seu silêncio. –Vai dar no topo da queda de cristal!

Nesse instante Gavner, que ia mais atrás que os outros, ouviu um barulho bem longe.

–Ouviram isso? –perguntou olhando para trás.

–Não ouvi nada! –disse Larten e Vancha também disse que não ouvira nada.

–Pensei ter escutado algo bater na água! –disse sério, e prestando atenção. –Não parecia o som da queda somente.

–Talvez tenha sido dentro da gruta! –disse Vancha. –Tem água por todos os lugares aqui...

–Tem razão! –disse Gavner abandonando qualquer pensamento sobre o barulho. –Continuemos.

–Lá está! –disse Larten, apontando uma saída. –É hora de me entregarem minha assistente! –disse ele acariciando sua adaga.

–Perfeito, vamos colocar o plano em ação! –disse Vancha.

MINUTOS ANTES NO TOPO DA QUEDA DE CRISTAL.

Disse adeus a Lua amarelada e me joguei do topo daquela cachoeira! Eu estava com medo, mas era como que me libertar de tudo aquilo. Não era de se orgulhar o que eu estava fazendo, um suicídio nunca é motivo de orgulho, mas se não o fizesse poderia provocar a morte de Larten, se é que ele estava atrás de mim. Ele me disse uma vez algo sobre um vampiro viver e morrer com honra, não terminamos a conversa, pois brigamos por alguma coisa, mas eu me lembrava desse detalhe e com certeza eu não estava morrendo com honra. Porém se eu deixasse esse pensamento atingir-me eu jamais faria o que fiz, então apenas disse adeus e pulei. O vento no meu rosto por um momento fez com que eu me sentisse mais viva do que nunca e eu esperei bater na água, mas isso não aconteceu!

–Onde você achou que iria, garota? –disse Lerry no meu ouvido.

Ele me alcançou e me agarrou no ar quando eu pulei, quase me perdeu e várias pedras rolaram queda abaixo quando ele me puxou de volta.

–Não! –gritei, ou tentei, minha voz já quase não saía mais.

–Estava acordada esse tempo todo esperando para nos fazer de tolos? –perguntou, puxando o meu cabelo e olhando nos meus olhos. –Não, não, não! Você é uma parte importante do nosso plano e eu não vou perdê-la!

Arrastou-me até perto de onde eu estava antes, e sentando-me no chão, encostou-me a uma pequena árvore que crescera mais distante das outras, como uma planta curiosa que se afastou das irmãs para ver melhor a paisagem. Então ele e outro rapaz, que parecia ter origem asiática, me acorrentaram a essa árvore com umas correntes bem fortes e um enorme cadeado enferrujado. Victor jogou a chave na correnteza e olhou para mim com um enorme sorriso, enquanto isso os outros três rapazes arrumavam suas armas perto da camionete. Eu falhei! Eu era um desastre!

Foi nesse instante que o rapaz asiático, que tinha se ausentado, voltou com um galão na mão. Eu reconheci o cheiro de gasolina e sabia o que eles iam fazer. Eu não consegui suportar aquela ideia, eu não queria morrer daquela maneira! Não queimada!

Olhei para o garoto, como que implorasse sem palavras para que não fizesse àquilo. Foi então que notei que ele não era um vampixiita, pois olhei para a sua mão direita, com a qual ele segurava o galão e vi um pequeno curativo no dedão. Aquele garoto não era vampixiita, fora que não vi marcas em seus dedos, daí vem o nome ‘’vampicotes’’ ‘’vampiros mascotes’’? Eu poderia rir se fosse em outra situação, mas nada naquele instante tinha graça. Eles iriam me queimar!

–Faça do jeito que disse antes! –disse Lerry que ainda não tinha saído do meu lado e o garoto começou a derramar a gasolina em volta de nós, fazendo um círculo. Encarei Lerry com ódio e repulsa. –Não olhe para mim assim! Eu te trouxe para um lugar lindo para morrer e vai conseguir ver a Lua antes que a fumaça cubra toda a sua visão!

O ambiente foi invadido pela risada deles e eu fiquei observando Lerry se afastar de costas olhando para mim e sair de dentro do círculo mortal. Parou ao lado de Victor e perguntou se ele gostaria de esquentar um pouco a brincadeira. Ele sorriu e mostrou-me um isqueiro.

–Adeus, pequena! –disse Victor e ateou fogo na grama coberta de gasolina, acendendo o pequeno círculo mortal comigo no centro.

Eles riam e eu encolhi as pernas, tentei me soltar, mas estava ficando muito quente e claro fora que eu não tinha forças para me desamarrar. A chama crescera muito rapidamente e eu tentei não emitir som algum, para não dar-lhes a satisfação de me ver gritar, não mais! Eu notei que sou orgulhosa, muito orgulhosa, nos últimos instantes da minha vida! Ridículo...

Eu ainda conseguia vê-los e eles me assistiam como quem assiste à uma peça de teatro. A fumaça que eu estava inalando começou a provocar tosses e ela me queimava a garganta, tudo começou a ficar embaçado e eu ouvi Lerry dizer:

–-Beatrice, querida, papai chegou para te buscar!

Olhei para o rosto de Lerry que ainda estava visível para mim e ele acenou com a cabeça para que eu olhasse para o lado e foi quando eu vi, ainda longe, Larten, com seus cabelos alaranjados e sua capa vermelho sangue, olhei em seus olhos que estavam enfurecidos, de uma maneira que eu conhecia bem, só que tinha algo diferente, tinha mais fúria naquele olhar.

–Lar...ten! –tentei pronunciar e então tudo ficou escuro com a fumaça e ela começou a invadir os meus pulmões. Eu queria ter pedido desculpas, mas não consegui!

POUCO ANTES NA SAÍDA DA GRUTA

–Então estamos combinados! –disse Vancha –Pegamos os safados de surpresa quando não estiverem esperando.

–Vamos! –disse Gavner.

E então Gavner e o príncipe seguiram um caminho diferente de Larten, que seguiu a trilha como se estivesse só. Segundos após Gavner e Vancha terem saído, Larten sentiu cheiro de fumaça e risadas e flitando chegou em poucos segundos ao local em que os vampixiitas estavam com Beatrice. Era gramado e com árvores em volta, o rio seguia seu curso até a queda cristalina. Era um lugar bonito, mas o que Larten via era terrível demais para notar o paraíso a sua volta.

–Beatrice, querida, papai chegou para te buscar! –disse um vampixiita careca de barba ruiva sorrindo malignamente junto com outro vampixiita e quatro garotos humanos, ou melhor, quatro vampicotes. E ao lado deles um círculo de fogo em volta de uma pequena árvore onde estava sua assistente acorrentada.

Larten olhou Beatrice nos olhos e a viu desfalecer e a fumaça e o fogo bloquearam sua imagem. E então o velho general se encheu de um ódio que há tempos não sentia, um ódio aliado a um calma e frieza que ele conhecera bem. Aconteceu quando era um garoto e quando conhecera Gavner. Ele sentia agora apenas o desejo de matar!

Gavner e Vancha estavam se acercando pelas árvores, eles cuidariam dos ratos mascotes, pensou Larten. Mas os dois vampixiitas eram dele e Vancha e Gavner sabiam disso. Ele olhou em volta, procurando uma forma de tirar Beatrice do meio do fogo, ela não podia esperar!

–Como demorou, Crepsley! –disse Victor. –Mas não se preocupe! Beatrice nos fez companhia enquanto você não chegava!

–Então como vai ser, general? –perguntou Lerry. –Tem que escolher entre salvar a garota e morrer ou lutar primeiro e morrer! –todos sorriram e Larten também dera um sorriso de lado. –Se que uma ajuda, eu lutaria logo, a menina vai morrer de qualquer forma!

Larten já havia passado mentalmente sua intenção para Gavner e Vancha e deu a deixa para que eles agissem:

–Costumavam me chamar de Mercúrio... –disse Larten com voz calma e abrindo os braços como quem fosse apresentar um show e, de fato, ia! –As mãos mais rápidas do mudo!

Dito isso Larten sumiu surgindo junto ao fogo e Gavner e Vancha, desviando das balas dominaram os três vampicotes que estavam a frente. Vancha quebrou os braços do primeiro e Gavner desacordou os outros dois. O quarto, que estava mais perto de Larten, tentou atirar nele, mas Larten rapidamente dobrou sua pistola com a mão como se fosse uma arma de plástico e o empurrou longe. Os vampixiitas correram para cima dele, mas Vancha lançou seu shurikens na direção dos dois atingindo-os e dando tempo para Larten fazer o que queria.

Crepsley pulou para dentro do círculo de fogo e viu sua assistente desacordada e muito ferida. Estava sem a blusa e acorrentada. Ele rapidamente abriu o cadeado enferrujado, era uma espécie de dom que Larten possuía : abrir fechaduras. Pegou-a no colo e saltou para fora do círculo que chegava às outras árvores do bosque.

Ele caiu no cão perto do rio com Beatrice nos braços e a menina ainda respirava, embora muito fraca. Larten pressionou seu peito tentando reanimá-la, mas foi empurrado por Lerry, que abandou Vancha e Gavner junto com Victor para atacar Crepsley.

–Ela não vai viver! –disse Lerry enquanto Larten se levantava. –Nem você, mas foi bom tê-la tirado do fogo, pois assim ela tem a chance de ver seu mentor morrer assim como você fez conosco.

–Não sei do que está falando, mas quem morre hoje é você! –disse Larten furioso.

Então Lerry investiu contra Larten, tentando feri-lo com uma adaga, mas Larten segurou seu braço e o virou de maneira com que a adaga de Lerry apontasse para sua garganta. O vampixiita largou a arma no chão e chutou Crepsley para se libertar.

–Não sabe do que eu estou falando? –perguntou o vampixiita. –Estou falando de quando você matou meu mestre há cinco anos na Ásia!

Nesse momento Larten entendeu com quem estava lidando. Esse era o assistente de um vampixiita com quem o general duelou por vingança pelo assassinato de Arra Sails, com quem Larten tinha sido “casado”, por um tempo.

–Oh sim! –disse Larten olhando nos olhos de Lerry. –Foi um duelo muito justo e tínhamos assuntos para tratar eu e seu mestre... Ou ele nunca mencionou nada sobre invadir a montanha dos vampiros?

–Cale a boca! –gritou Lerry e investiu novamente contra Larten, este desviou facilmente.

–Ora vamos! Achou mesmo que seria sábio tomar vingança? –Larten queria irritar seu oponente a fim de deixá-lo vulnerável.

–Você o assassinou! –gritou Lerry. –Ele não tinha feito nada e você...

–Eu venci uma luta e ele era um assassino!

–Não! –Lerry estava enfurecido e olhou para Victor, mas esse estava cercado por Vancha e Gavner.

–Sim! Era um assassino assim como você tornou-se um agora! –disse Larten testando os limites de Lerry. –E o que seu outro amigo tem a ver com a história? Ele também era assistente do...

–Você matou o mestre e o irmão dele em San Rodrigo durante a guerra!

–Oh sim! Mais um órfão... –disse Larten em tom de zombaria.

Vancha e Gavner não queriam matar Victor e sim deixá-lo para Larten, mas não dava mais para esperar. Vancha investiu contra o vampixiita que nesse momento fez a única coisa que todos achavam que não faria, ele desapareceu. Fugiu da batalha!

–Você zomba? –perguntou Lerry. –Eu ainda não me tornei um assassino, ainda não... –ele direcionou seu olhar para beatrice, que tossia e parecia quase consciente e para a adaga que ele deixou cair no chão perto dela. Então flitando pegou a adaga e aprontou-se pra enfiá-la no peito de Beatrice, mas Larten, astuto, antecipou sua intenção, pegou a adaga que trazia consigo empurrou Lerry caindo no chão por cima dele e, colocando devagar a adaga em seu peito disse-lhe:

–Como eu disse quem morre hoje é você! –seus olhos faiscavam enquanto matava lentamente o vampixiita. –Entendo querer vingar a morte de seu mentor, mas não deveria ter tocado na minha criança!

Larten então ficou ali até que a luz deixasse os olhos vermelhos de Lerry e nesse instante olhou para o lado e viu Beatrice lutando para respirar.


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