A Seleção do Herdeiro escrita por Anninha


Capítulo 25
24- A invasão- Final




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Surpresa, não senti a dor de imediato. Começou com um pequeno formigamento no meu peito, então começou a latejar e enfim queimou como o inferno.

Desci os olhos para o centro de meu peito, concluindo o inevitável: Eu tomei um tiro e iria morrer aqui e agora.

Agonizando, porque eu não sabia como manter a calma, me levantei e segurei na mesa, o revolver em minhas mãos. Meu olhar foi atraído para o notebook, e eu não iria deixa-lo a mercê dele.

— Você...- tossi e não liguei tanto quanto eu queria para o sangue que se espalhou de minha boca. Só conseguia pensar em Mel, Toby, Connor e o quanto eles teriam de ser fortes agora. Em um movimento ousado, levantei o revolver e o descarreguei no peito de Amberleen. Três tiros certeiros.

Caí no chão, levando o rádio junto a mim. Precisava me despedir. Precisava ouvir a voz deles uma última vez.

— Ei...Connor.- sussurrei apertando o botão, meus olhos fechados e a respiração extremamente dolorida.

— Helena?- ele chamou temeroso e eu chorei.

— Me desculpe, garoto.- disse com dor.- Me desculpe por quebrar a promessa. Eu não vou conseguir voltar.- soltei um soluço seguido por um gemido de dor.

— Lena! NÃO! Pare de brincar!- ele gritou e eu tentei parar de chorar.

— Connor, eu amo você. Mesmo quando brigamos...- ouvi o choro dele e de mais pessoas e tentei eu mesma parar de soluçar enquanto sentia essa bala arrancar cada poro de vida que eu sei que tinha.- mesmo quando discutimos, mesmo quando você bate a porta irritado e faz greve de duas horas de fome.- tossi e encharquei o rádio com meu sangue.- Sem você, Toby e Mel, eu não seria ninguém. Sem vocês três eu não teria me reerguido quando papai e mamãe se foram. Uma semana depois deles irem, eu só queria morrer, mas vocês me mostraram que ainda tinha como continuar.- sussurrei e pisquei os olhos, lutando para não morrer enquanto ele escuta.

— Lena, por favor.- Connor murmurou chorando.- Eu não sei o que fazer. Eu não sei dar banho neles, não sei dar de comida aos gêmeos. Não sei nem como fazer para eles pararem de chorar. Você não pode fazer isso comigo!- ele gritou e eu, bem. Eu não tive forças para apertar o botão.

No relento, eu apaguei. Sem promessa de retorno.

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Carter Woodwork

Passei pela porta correndo e louco, não acreditei que vi o corpo inerte de Amberleen no chão. Toquei seu pescoço apenas para garantir que ele estava morto e a poça de sangue ao redor dele sujou meus sapatos.

Então, dei a volta na mesa e meu corpo paralisou com a cena.

Helena estava de olhos fechados, agarrada a um rádio. Seu cabelo estava para trás, bem arrumado. Eu não sei como me senti quando vi o sangue em seu peito, ou mesmo quando ouvi Connor a chamando desesperado pelo rádio.

Deus, eu não poderia deixar essa garota morrer. Não com três irmãos pequenos e mais um que acabou de aparecer do nada.

Toquei seu pescoço e quase soltei um suspiro de alívio quando vi que ela ainda estava viva e que ainda tinha chances de salva-lá. Agarrei o rádio e o apertei.

— Preciso de uma equipe de médicos urgentemente no sexto andar, no escritório do rei.- disse sério e larguei o rádio no chão, focando na garota.

Eu teria que ter cuidado. A movi levemente para o lado, e antes que ela virasse violentamente e mexesse a bala de lugar, a deitei. Morrendo de vergonha, subi a camisa que usava até o início de seios sem sutiã. Prendi a camisa debaixo deles e observei o tanto de sangue sair de seu peito. Fiz pressão com a mão para evitar que saísse mais sangue, ouvindo o chiado em sua respiração.

— Ei, atualização Carter.- pediu o médico real ofegante do rádio. O peguei do chão ainda fazendo pressão e apertei o botão.

— Ela ainda respira, mas tem sangue em suas vias aéreas. A bala está alojada bem entre seus seios, mas um pouco abaixo.- avisei sério, não sabendo como proceder.

— É um risco, mas a sente. Com delicadeza mortal, em. O sangue vai começar a inundar seu pulmão, mas pelo menos teremos tempo de ajudá-la enquanto ela respirar sozinha.- ele mandou com uma voz concentrada e ofegante.

Larguei o rádio e fiz o que ele mandou. Sentei Helena com calma, a puxando pelas axilas até a parede para ficar encostada. Percebi que sua respiração ficou melhor quase que imediatamente e avisei isso ao médico, voltando quase que imediatamente a fazer pressão sobre o ferimento.

— Ótimo, estou quase aí.- ele respondeu e eu arrumei a camisola de Helena mais uma vez.- Cheque seus batimentos.- ele mandou e eu imediatamente agarrei seu pulso e olhei em meu relógio, contando as batidas. 63 em 1 minuto. 78 no minuto 2. 90 no minuto 3. 45 no minuto 4. Contei a ele.

— Choque, talvez. - ele respondeu ofegante. Então, ele surgiu pela porta com uma ajudante loira e um ajudante moreno. O médico e a loira correram até nós e o homem ligou as luzes e começou a arrastar a mesa de Maxon para o lado.

— Vamos, me ajude.- mandou ele e colocamos a mesa sobre a luz forte da sala. Não sei como a consertaram, mas me sinto aliviado. Ela veio muito bem a calhar.

Pitt mandou nós colocarmos Helena sobre a mesa. Tivemos que estabiliza-la antes, mas não demoramos tanto tempo para fazê-lo. Assim que suas costas atingiram a superfície fria da mesa de madeira de Maxon, o ajudante de Pitt, Donald, voltou com um aparelho de medir batimentos do armário hospitalar. Toda sala tinha um armário hospitalar com tudo que precisávamos.

Ele os conectou rapidamente a Helena e logo ligou o aparelho. O mesmo mostrava que Helena tinha os batimentos fracos mas estava viva. Ótimo.

Virei o rosto quando Pitt levantou a camisa dela totalmente, deixando seus seios a mostra para todos verem. Eu não queria ver isso, mas Pitt não tinha escolha. Ele precisava ver o ferimento com precisão.

— Preciso de gaze. Carter, qual seu tipo sanguíneo?- perguntou ele sério.

— AB, senhor.- respondi e a loira veio preparar meu pulso.

— Vai ter que ajudar na transferência.- ele disse sério. Assenti e ela conectou a agulha na minha veia tão rápido e tão delicadamente que nem percebi. Ela também tinha uma no pulso. Isso sognificava que ela era AB também. - Não vamos prolongar isso, vamos salvar essa garota para não deixar mais três crianças sem família.- ordenou Pitt seriamente, começando a cirurgia.

Agora é com ele e Helena.

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Maxon Schreave

Eu conheci Helena Lork enquanto sua mãe estava ainda  grávida dela. Eu tinha 22 anos e sua mãe 15. Eu não aprovei em nenhum momento que Jonny, seu pai, tenha engravidado Stela.

Eu e ele nos conhecemos na faculdade e ele era um calouro e eu um veterano já. Ficamos bons amigos. Ele conheceu Stela no enterro de Celeste, eles se apaixonaram, ficaram e ela engravidou. Ele imediatamente assumiu o filho.

Quando Helena tinha 5 anos, ela passou uma semana no Palácio. George tinha sete, os gêmeos seis e Kedan tinha três. Foi uma algazarra aquela semana. Helena era uma criança gentil e doce, mas aprontava poucas e boas junto a Ahren e Kile. Eadlyn e ela eram melhores amigas e passavam bons momentos juntas. Agora Goerge e Helena?

Eu sempre soube que eles se gostaram. Ele ficava todo bobo perto dela e gaguejava quando ela sorria para ele quando se encontravam. Ela sempre soube esconder bem o nervosismo e quando eu fui dar boa noite para ela e Eadlyn, escutei as duas aos risinhos enquanto Helena declarava amor eterno a George.

Stela e John abriram a empresa nessa mesma semana. Ela com 20 e ele com 23. Era uma empresa boa, com uma margem de lucro enorme. John já era rico, bem rico. Ele tinha toda a herança dos pais para fazer o que bem entendesse. Comprou uma casa simples e viveram nela até Helena fazer 11 e Stela engravidar de novo.

Helena nunca mais pisou no Palácio e com o tempo, as crianças se esqueceram. Não lembravam que já brincaram juntos antes. Jonny e eu ainda nos falávamos, sim, mas não era como antes.

Connor nasceu e foi uma festa para os Lork. Na época as crianças estavam em Veneza com a mãe de América e apenas nos dois conhecemos o garoto. Helena ficou grudada em nós os 3 dias inteiros que ficamos na casa dos Lork.

Ela era bem inteligente e tinha a personalidade bem parecida com a de seus pais. Nunca entendemos porque ela nunca veio nas festas de aniversário e feriados que fazíamos no palácio. 

Os gêmeos nasceram e foram mais uma enxurrada de presentes que mandamos por correio. Não pudemos vê-los pessoalmente, mas tínhamos fotos deles.

Então, a dez meses, no meio da noite recebemos uma ligação de Melinda Milton, uma das melhores amigas de Stela.

Eu lembro de ouvir os gritos de Helena no telefone. Melinda disse que ela quebrou a sala inteira da casa quando descobriu que seus pais foram mortos enquanto iam comprar um remédio de dor de cabeça para ela e mais um novo frasco de seu anti-psicótico.

Helena era bipolar desde os 9, quando começou a ver o fantasma de Celeste Newsome, sua tia morta. Depois que começou com o anti-psicótico, sua vida melhorou e ela parou de ver Celeste, mas os ataques continuavam.

Ela tinha três estados e o que mais predominava era a fase maníaca. Ela sempre ficava eufórica por coisas pequenas e era sempre alegre. Ela nunca percebeu que era bipolar, nunca teve nem ideia disso porque esquecia todos os ataques dela depois.

A fase depressiva dela era horrível para todos nós. Eu sempre ficava preocupado com as explicações cansadas de Jonny enquanto ele bocejava por ficar acordado até mais tarde cuidando de Helena e de sua falta de sono.

Ela geralmente não conseguia comer, não tinha vontade de brincar ou de ver TV e a dificuldade em fazer suas lições era maiores e mais problemáticas. Felizmente, durava cerca de dois meses essa fase.

A terceira fase era a mais simples, mas que sempre avançava para a maníaca e a maníaca durava 7 meses na Helena.

Quando seus pais morreram, Helena ficou pressa na fase depressiva por três meses. Melinda sempre cuidava dela e dos gêmeos nesse tempo. E então, Helena saiu dessa fase e avançou pra maníaca sem parar na hipomania. Faz sete meses que ela está assim.

Todos os funcionários do Palácio sabem de sua doença. Deixamos isso explicito em uma reunião com todos depois de Melinda ligar e perguntar como faríamos para Helena tomar seus remédios enquanto ela estivesse conosco.

A comida de Helena era preparada em uma panela a parte e nela continha todos os seus quatro remédios misturados. Helena é uma boa menina, mas ela não pode saber dessas coisas.

Connor sabe que ela tem bipolaridade. Ele já percebeu os sinais antes e me perguntou a alguns dias se eu sabia disso. Eu nunca o respondi.

Era manhã quando eu e América desfazemos o trabalho de Kile de trancar o Palácio. A polícia invadiu logo depois e trouxe com eles agentes do FBI para prender a todos os invasores.

As selecionadas foram levadas para o Salão das Mulheres que, felizmente, estava intocado e lá permanecerão até a segunda ordem junto com as crianças, América, Lucy e Marlee.

Os funcionários começaram a trabalhar depois de avisarem seus familiares que tudo estava bem. Conversei com Aspen sobre as baixas e fiquei aliviado por termos perdido apenas três homens. Irei ser eternamente grato a eles por terem defendido as vidas dentro deste local. Sem eles ninguém de nós estariam vivos.

Pisquei meus olhos exausto e observei Aspen olhar para trás de mim com uma faceta séria. Me virei e observei com alívio Carter vir até nós, uma careta dolorida no rosto com as mãos cheias de sangue.

— O que houve?- perguntei sentindo um aperto no coração. Ele cobriu a boca, virando o rosto.

— A Helena... Ela...

Oiiiiiiii, ent, eu criei um grupo de Whatsapp de A Seleção do Herdeiro. Entrem lá para amigarmos e tals.

Quem quiser entrar,  é só me chamar.

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