Pedro caminhava entre as moitas de rosas vermelhas que o pai de Lívia, o Bernardo havia plantado para o casal após o casamento ; o vento soprava levemente , fazendo com que algumas pétalas voassem sobre o seu corpo enquanto atravessava até chegar na entrada da casa de seu irmão.

A casa foi arquitetada pelo casal e era muito simples e bonita . Ela era toda talhada em madeira e envernizada . E no lado de dentro podia se notar que era ainda mais simples, principalmente na decoração .

Aquilo sim poderia ser chamado de lar.

Porque simplesmente eles não seguiam um padrão de moda, eles decoravam com coisas que eles viam e gostariam de ver servindo a casa.

Pedro adorava visitar o seu irmão e o seu sobrinho Alex. Se sentia muito... feliz , na verdade, enlouquecido pelo menino. Mas hoje uma sensação desconhecida estava no ar como se um intruso estivesse ali. Não ele , lógico que não.

Seus braços estavam segurando o prato embrulhado em um pano de prato e um ramalhete de rosas brancas , mas sempre se dá um jeito de tocar a campainha com um dedinho.

Ao se aproximar da porta, relutante toca a campainha da casa de Felipe e logo escutou os passos de Alex pelo chão, seguidos pela voz da Lívia.

–Mamãe! Papai! É o tio Pedro , é o tio Pedro!

Era seu sobrinho Alex , era o seu sobrinho !

A alegria repentina por dentro dele repentinamente foi interrompida quando ele ouviu um par de passos diferentes dos moradores da casa , pareciam saltos baixos , e quando a porta se abriu Pedro viu... Letícia?!

Pedro tirou os óculos escuros de seu rosto. Letícia ficou boquiaberta e chocada ao ver o gentil boleiro e ao mesmo tempo o motorista desatento ali, na casa de Felipe.

Ele estava diferente. Parecia que a noite caia bem em seus olhos, e em sua pele .

–Você deve ser o...

–Dinossauro ! – disse sorrindo com os dentes.

Agora veio a vergonha . Aquilo só podia ser obra do acaso, pensava ela sem saber o que dizer .Ela abriu e fechou a boca como um peixe , não tinha as palavras certas para pedir desculpas pelo seu acesso de fúria .

Seu rosto ficara vermelho e sua boca engolia em seco.

–Letícia, por que essa demora em atender a porta ? – chegou Felipe com um sorriso de um céu cheio de estrelas.

Pedro sorriu ao ver seu irmão incandescente .

–Letícia, esse é o meu irmão ...

Ele estendeu a mão para ela e finalizou a frase:

–Pedro. Eu me chamo Pedro. Muito prazer em revê - lá mais uma vez , Letícia.

Ela pegou a mão dele e apertou sorrindo de volta , sem graça. Ela pegou o prato das mãos dele e as lindas flores sentindo –se muito , muito culpada.

–Isso é a sobremesa . E isso é para enfeitar a linda casa de vocês. – disse Pedro trazendo Letícia de volta a dura realidade.

–Felipe , se me der licença, eu vou levar isso para a geladeira e botar essas flores num vaso , com licença .

–Vocês se conhecem? – perguntou Felipe enquanto os dois caminhavam juntos até a sala de jantar.

–Isso é uma longa historia ,meu irmão. Uma historia bem, bem longa.