Matias Finnigan estava ao lado de Pavel, sentia-se com medo, e levemente enjoado. Mas demonstrava apenas um olhar firme e confiante.
Depois que o diretor falou, cada campeão foi levado para frente de uma grande parede de tijolos que havia em uma das faces da arquibancada, foram colocados de frente para ela. Matt encarava a parede de tijolos escuros e úmidos quando recebeu a ordem de adentrar ao portal.
Olhou para o lado, e viu Pavel sacar a varinha e correr em direção aos tijolos, desaparecendo sobre eles, então viu Clair o olhando de volta e em seguida, entrando na parede. Matias não demorou a fazer o mesmo.
No primeiro passo para dentro da parede, sentiu que o chão não estava a seu alcance, e assim caiu em um grande poço, caiu por um segundo ou dois, e sentiu o chão com um baque frio e dolorido. A escuridão tomava conta do lugar, ele sequer podia ver um palmo a sua frente, então sacou a varinha e pronunciou:

— Lumus.

Quando a luz saiu da ponta de sua varinha, pode ver melhor onde havia se metido. Tinha caído de uma altura elevada, um grande poço circular de pedra escura e úmida, e a pior parte é que tinha certeza que não poderia voltar pelo mesmo caminho que viera. Ao iluminar sua volta, notou que tinha somente três caminhos a seguir. Um deles emitia uma luz vermelha fraca, o segundo era alto e estreito, e já o ultimo era igual ao da luz, só que completamente escuro.
Pensou um pouco antes de escolher um caminho, até que decidiu optar pelo caminho com luz.
Com a varinha alta, caminhou devagar pelo chão úmido, a luz da ponta de sua varinha iluminava seu caminho, depois de alguns passos viu uma trilha de cinzas no chão da caverna, parou e analisou, aquilo não se parecia com nada que já tivesse visto. Seguindo mais poucos metros, sentiu que o ar ali estava mais seco e quente do que o inicio de seu caminho, pode ver a fonte da luz vermelha no fim da trilha de cinzas, a luz pulsava atras de varias toras de madeira, sem entender o motivo de haver madeira ali, ele seguiu com cautela até ver a fonte da luz.
Se tratava de centenas, talvez milhares de pequenas bolinhas vermelho vivo, elas claramente emitiam o calor que Matias sentia antes e se estendiam pelo caminho da caverna. Ele as evitou, logicamente era algo anormal, e já que estava fazendo uma prova de habilidades, aquilo não podia ser algo bom. Quando estava passando por cima de um dos pedaços de madeira, ele rolou e caiu sobre a pilha de bolinhas vermelhas.
Ao se chocar com a fonte da luz, Matt sentiu uma onda de calor incrivelmente forte passando pelo seu corpo, e quando percebeu as toras estavam em chamas, o fogo crescia rapidamente, seu calor queimava a pele mesmo por cima da roupa.
Matias se jogou o mais longe que pode com um passo longo, mas o fogo avançava rapidamente pelo chão e paredes da caverna, seu caminho de volta estava completa e claramente bloqueado. A luz forte do fogo o ofuscava, e fazia cada centímetro do seu corpo queimar, o calor não cessava, então trombando em umas das paredes para se levantar, correu a direção oposta de onde tinha vindo, mas o calor não parava, então quando ele havia se distanciado um pouco das chamas, se virou, levantou sua varinha e gritou:

— AQUAMENTI!

A luz de sua varinha se apaga, seguido de um jato potente de agua que esguicha de sua ponta. Ele aponta para o fogo, no inicio o fogo pareceu diminuir, mas em seguida houve uma grande explosão, sua varinha voa de sua mão, e o fogo volta a dominar cada pedaço do caminho.
A chama cria uma sombra forte no chão, deixando a tarefa de recuperar sua varinha um tanto mais complicada, o calor do fogo começara a chamuscar as roupas de Matt, mas mesmo com muita dor, ele continua procurando por sua varinha no tato, ao encontra-la, ele continua sua corrida pelo grande corredor de rocha. Ao notar que o fogo continuava a avançar, e que o corredor possivelmente era longo demais, ele se vira e tenta outro feitiço.

—Finite. - pronuncia o garoto.

O fogo continua a crescer e avançar. Matias não consegue pensar mais em nada, sua mente travada, e seu corpo só conseguia correr para se afastar do calor exorbitante.
Infelizmente ele começou a notar que o corredor que ele corria começou a ficar mais estreito, e mais pra frente, ficando mais baixo, até que sua fuga começou a ficar difícil, cada passo ele demorava mais para dar o próximo, seu peito começou a ser espremido por ele mesmo na rocha gelada, então bateu a cabeça na teto, e ficou definitivamente preso. O fogo se aproximava, eles se via cansado, suado ,queimado e tremulo, tudo que sua mente pensava era que já estava morto, não tinha como sair daquela situação horrível.
Então em um ultimo impulso levantou novamente a varinha e apontou para o teto da caverna e disse gaguejando:

— Bombarta.

Da sua varinha saiu um pequeno raio de luz azulada, que quando atingiu o teto, ouviu-se um estrondo poderoso de explosão e rochas se chocando, Matias levou algumas pedradas ocasionais, mas as rochas tamparam a passagem, o calor diminuiu, e o escuro voltara a tona.