C.D.T. - O homem que vive nas sombras escrita por Xavier Netto


Capítulo 1
Capítulo 1 - O forasteiro




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— Pela centésima vez, mulher! É só um gatinho.

— Um gato albino!

— Não acredito que seja o caso. Albino significa sem cor. Ele tem uma cor. Branco.

— Tanto faz, Bill! Você sabe muito bem que essa coisa dá azar.

— Sofia, olhe bem para ele. Você realmente acredita que essa inocente bolinha de pelos seria capaz de nos fazer mal?

— Bem, acredito. Primeiro: ele vai bagunçar a taberna inteira. Segundo: ele vai incomodar os clientes. Terceiro: ele vai me causar alergia. Quarto...

— Quarto: você está fazendo um escândalo desnecessário simplesmente porque é uma mulher supersticiosa.

Eu sou supersticiosa? Isso se chama sabedoria popular. Ou você realmente está sugerindo que você está certo e todo mundo está errado?

— Sim. Essa é uma maneira de ver as coisas.

Os dois continuaram discutindo atrás do balcão da taberna durante um bom tempo. A cena chegava a ser um pouco cômica. Aquele enorme homem de corpo robusto, pele branca e cabeça calva - cuja aparência intimidaria a maioria das pessoas - procurava inutilmente e de maneira desesperada por argumentos que convencessem a pequena mulher ruiva que parecia ter sempre uma resposta preparada para tudo que ele dizia.

Enquanto isso, o pequeno filhote de gato que era o motivo de toda aquela discórdia dormia tranquilamente em uma almofada no chão, pouco se importando com o barulho.

Sofia era uma mulher muito inteligente e nem um pouco dada a discussões. Durante a maior parte do tempo, era uma pessoa sensata e extremamente agradável, porém ela tinha dois grandes defeitos. O primeiro era um verdadeiro pavor de tudo que tivesse relação com o sobrenatural. O segundo era uma confiança cega em superstições e crenças populares.

Lhe ensinaram desde cedo que algumas coisas traziam má sorte e deveriam ser evitadas a todo o custo. Cortar as unhas nas sextas-feiras, quebrar espelhos, matar uma andorinha e entrar na casa de alguém sem usar sapatos eram apenas algumas dessas coisas. Mas nada... Nada era pior do que um gato branco. Sua preocupação poderia até ser um pouco ingênua, mas era sincera. Com uma voz triste, falou mais uma vez.

— Por favor, Bill... Tire esse gato daqui.

O homem quase cedeu. Ele amava sua esposa e não gostava de vê-la aflita, mas sentia que não seria correto abandonar à própria sorte aquele pequeno animal que ainda nem tinha a capacidade de sobreviver sozinho. Sua resposta foi firme.

— O gato fica.

A mulher cruzou os braços e lentamente abaixou a cabeça. Bill sabia o que aquilo significava.

— Sofia, você não vai chorar. Eu te proí...

A discussão foi interrompida por um homem que entrou pela porta. Seu corpo magro estava coberto por roupas sujas e rasgadas. Ele andava olhando para o chão com as costas levemente curvadas, de modo que os longos cabelos pretos impediam a visão do seu rosto. Seus braços estavam estendidos ao lado do corpo e permaneciam parados enquanto ele caminhava.

O homem se aproximava do balcão muito lentamente, como se cada passo exigisse um grande esforço. Sua exaustão era mais do que evidente. Os taberneiros pensaram em se aproximar para ajuda-lo, mas julgaram que essa poderia ser uma atitude perigosa.

Pois o estranho visitante segurava na mão direita uma belíssima espada katana de cor branca, ainda embainhada. A visão daquela arma ricamente adornada contrastava com a pobreza que o homem aparentava. Teria sido roubada? Era uma possibilidade. O casal observou com atenção a aproximação do forasteiro até o momento em que ele se sentou em um banco e lá permaneceu em silêncio, sem nem ao menos erguer o olhar. Depois de alguns momentos de hesitação, Sofia lhe dirigiu a palavra.

— Em que posso servi-lo, senhor?

Nenhuma resposta. Com a tensão se tornando cada vez maior, a mulher repetiu a pergunta.

— Senhor, em que posso aju...

Comida.

Ele falou com uma voz rouca, quase inaudível. Ergueu levemente a cabeça de modo que Sofia e Bill conseguiram olhar bem para seus olhos pela primeira vez, mesmo que apenas por um instante. A mulher cobriu a boca com as mãos na tentativa de sufocar um grito.

Pois os olhos do homem tinham a íris prateada.

Rapidamente, ela puxou o marido para perto de si e o conduziu até a cozinha.

— Bill, eu não gosto nem um pouco disso.

— De fato... Devo admitir que esta situação é um pouco incomum.

Um pouco incomum? Nós estamos falando da mesma coisa? Você viu aqueles olhos, homem. Era um olhar sinistro... Vazio.

— Você não está totalmente errada, Sofia. Porém eu vi mais do que isso. Para mim parecia um olhar perdido. Um olhar triste.

— Acho que nós deveríamos chamar a Patrulha.

— Não. Ele ainda não cometeu nenhum crime, cometeu?

— Como nós vamos saber? A espada é bastante suspeita. Katanas são raras. São caras. Não são o tipo de coisa que aparece na mão de qualquer mendigo.

— Isso nós podemos averiguar depois. Por enquanto, vamos manter a Patrulha fora disso. Nós não podemos confiar neles. Aqueles porcos gananciosos provavelmente vão prender o homem e vende-lo para um circo na primeira oportunidade.

— Mesmo assim. Prefiro não cozinhar para ele.

Bill refletiu um pouco sobre a reação da sua esposa. Ele conseguia compreender.

— Sofia, olhe para ele e me diga o que você vê.

— Eu vejo problemas. Má sorte.

— E eu vejo um homem que sente fome.

A mulher chegou a abrir a boca, mas nada falou. Os dois começaram a separar os utensílios e os ingredientes para preparar a comida e depois de vários minutos tinham uma panela de sopa pronta. O casal concordou que seria melhor esperar o alimento esfriar um pouco antes de servi-la, pois a fome poderia fazer o homem perder o bom senso e como consequência acabar se queimando.

Eles não podiam estar mais certos. O forasteiro apanhou o prato com as duas mãos e virou a comida na boca, dando grandes goles num ritmo rápido e constante. Fez a mesma coisa com o segundo prato. E com o terceiro. Os donos da taberna apenas observavam, impressionados.

O cheiro da sopa acordou o gatinho branco que logo se aproximou do homem e começou a miar. Do banco, ele olhou bem para o animal. Pegou um pedaço de carne - o último que havia sobrado - e deixou cair no chão. Depois disso, dirigiu sua atenção para o casal que lhe havia servido. Olhou para eles de maneira humilde e agradecida, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, desmaiou. Seu corpo inerte produziu um barulho alto quando caiu do assento. Os dois começaram a discutir assim que se recuperaram do susto.

— Então... O que nós faremos com ele, Bill?

— Não tenho certeza. Mas eu sei o que nós não vamos fazer. Não vamos deixa-lo assim, caído no chão. Vou leva-lo para um dos quartos. Por favor, pegue a espada. Se não houver nenhum risco nós a devolveremos quando ele acordar.

— Está bem. Mas lembre-se, sempre há um risco.

— É, eu sei. Mas alguém tem que cuidar dele, não é?

— Parece que já tem alguém fazendo isso.

Sofia apontou para o lugar onde o homem se encontrava desmaiado. O pequeno gato estava miando penosamente perto do rosto dele enquanto tentava acordá-lo com suas patinhas. Os dois riram um pouco. Bill carregou o homem até uma cama e foi obrigado a levar o gato junto. Quando todos estavam no quarto, o taberneiro falou com a esposa em tom de brincadeira.

— Ele não parece tão assustador quando está dormindo, não é?

— Verdade. Mas mesmo assim...

— Mesmo assim o que?

— Você sabe. Ele tem esses olhos puxados. É estranho.

— Bem, talvez os nossos olhos é que sejam redondos demais. Todo mundo é estranho de uma maneira ou de outra, nunca é bom estabelecer uma referência. Por exemplo: o cabelo dele é preto. O seu é vermelho. E eu nem tenho cabelo. Qual de nós está certo?

— Ora, ninguém está certo. É só cabelo.

— Exatamente.

De onde estavam, eles puderam ouvir alguém chamando. Provavelmente era um outro cliente. Trancaram a porta do quarto e voltaram para o balcão onde continuaram trabalhando pelo resto do dia. Todas essas coisas aconteceram no final da manhã, quando o sol estava em seu ponto mais alto.

Só no início do anoitecer do dia seguinte o homem finalmente acordou.

Por acaso Bill e Sofia estavam ao seu lado naquela hora. Quando ele despertou e seus olhos prateados voltaram a encarar os dois, eles mais uma vez se sentiram incomodados. Porém aquele homem perdido e confuso não parecia ser ameaçador de maneira alguma, então eles aos poucos foram ficando mais relaxados e o receio foi sendo substituído por curiosidade. Sofia falou primeiro.

— Bom dia, dorminhoco.

— Não sei se é o caso de falar “bom dia”. Está quase anoitecendo.

— Por favor, Bill! Não confunda ainda mais a cabeça do pobre homem. Como você está se sentindo?

— Estou bem... Eu acho. Quem são vocês?

— Engraçado, nós íamos fazer a mesma pergunta. Eu sou Bill e essa é minha esposa, Sofia. Qual é o seu nome?

A resposta não veio. Hesitante, o homem olhava para a parede. Naquele momento um turbilhão de memórias confusas passava pela sua cabeça e sua expressão pensativa deixava isso transparecer. Sofia percebeu sua insegurança.

— Qual é o seu nome, querido? Pode confiar em nós.

— Claro, eu sei. Não é que eu não queira contar meu nome, é só que... Eu não me lembro qual é.

A resposta pegou os taberneiros de surpresa. Um longo silêncio se seguiu, pois nenhum dos dois sabia o que responder. E assim teria permanecido a situação por um tempo indefinido se o estranho não tivesse voltado a falar.

— Espere... Eu me lembro. Akio. Meu nome é Akio.

— É um nome muito bonito. Exótico.

— Hum... Obrigado, senhora.

— Não me chame de senhora, eu não sou assim tão velha! Sofia está bom.

— Sim, senh... Sofia.

Os três sorriram. O gatinho que até então tinha estado quieto chegou mais perto de Akio e se deitou em seu colo. Bill aproveitou o clima ameno para continuar a conversa.

— E de onde você vem, Akio? Suspeito que de um lugar distante.

— Muito longe, sem dúvida. Apenas não me lembro muito bem de onde. Lembro que estava nevando...

— Parece que você bateu a cabeça bem forte, filho.

Akio sorriu, mas seu olhar era vago. Pouco a pouco as memórias lhe voltavam à mente. Logo seu sorriso desapareceu, dando lugar a uma expressão de ansiedade.

Caminho da verdade.

O casal trocou olhares confusos. Bill perguntou do que se tratava isso, ao que o homem deu a seguinte resposta.

Caminho da verdade é o nome da minha espada. Onde ela está?

O taberneiro encarou o homem por um tempo razoável, ponderando sobre cada uma de suas reações. Seu hóspede se encontrava confuso, mas falava de maneira bastante clara. Não era um louco. Demonstrou educação ao se referir a sua esposa como “senhora”. Não era grosseiro. E agora perguntava pela espada de maneira ansiosa - o que era compreensível - mas não de modo agressivo. Sem dizer palavra, Bill consultou sua mulher e ela acenou positivamente com a cabeça. Ele foi buscar a katana que estava em seu quarto e voltou logo em seguida.

— Aqui. É sua.

E estendeu a mão para que o homem pudesse pegá-la. Akio segurou a bainha, porém Bill não soltou a arma.

— É sua, não é?

— Sim... Ela me foi dada.

— Dada por quem?

— É difícil de explicar.

Estava falando a verdade. Em nenhum momento Akio tentou puxar a espada para si. Ele não demonstrava pressa. Bill percebeu que seu hóspede estava esperando pacientemente, então ele cedeu enquanto falava.

— É sem dúvida uma bela espada. E muito estranha, por sinal. Pude perceber que a lâmina tem um brilho incomum. É feita de prata?

— Desculpe, Bill. Eu não saberia responder.

— Entendo. Mas existe ainda um outro ponto que eu e Sofia realmente gostaríamos que fosse esclarecido, Akio.

— Acreditem, eu não estou dando respostas vagas simplesmente porque quero.

— Sabemos disso. Mas por favor... Nos fale sobre seus olhos.

Akio parecia confuso. Respondeu da melhor forma que podia, sem entender a razão da pergunta.

— Bem, eu tenho dois. E enxergam muito bem, obrigado. Se está se referindo ao fato de que são puxados... Isso eu não poderia explicar, simplesmente nasci assim.

O casal de taberneiros trocou olhares um pouco preocupados. Sofia só tomou coragem para falar depois de um longo período de silêncio.

— Bill, vá buscar um espelho.

Mas isso não foi necessário. Akio – que estava tão confuso quanto eles – rapidamente puxou a lâmina de sua espada um pouco para fora da bainha e encarou sua própria imagem refletida no metal reluzente. E assim ele permaneceu por um longo momento, como que hipnotizado. Bill e Sofia preferiram não incomodá-lo, até que ele finalmente falou.

— Eu não faço a menor ideia do motivo disso.

Na verdade as coisas não eram exatamente da maneira que ele afirmou. Akio realmente não tinha certeza da razão que estava por trás daquela característica tão incomum, mas tinha uma forte suspeita. Porém seria muito difícil explicar, e mais difícil ainda seria que os dois acreditassem na história que ele tinha para dizer.

Aquela situação o incomodava muito. Ele decididamente não se sentia à vontade contando mentiras ou meias verdades. Sofia percebeu sua profunda inquietação, então decidiu que era a hora de interromper a conversa.

— Vamos deixar isso de lado. É hora de comer! Já faz quase trinta horas desde a última vez que você comeu, Akio. Deve estar com fome.

E ele realmente estava. O casal foi preparar a comida na cozinha enquanto Akio tomava um banho e aproveitava a oportunidade para cortar os cabelos.

Na manhã daquele dia, Sofia tinha feito a gentileza de comprar roupas novas para ele. Trouxe quatro roupas brancas de um modelo chamado quimono, pois tinha ouvido falar que era esse o tipo de roupa que o povo de olhos puxados costumava usar. Dois deles eram grossos e com mangas e o outro par era mais fino e sem mangas. Trouxe também uma faixa de cor cinza para segurar essa vestimenta.

Akio vestiu um quimono fino – pois a noite estava quente –, amarrou a faixa na cintura, apanhou sua espada e foi ao encontro de seus anfitriões. Encontrou-os sentados na mesa da cozinha servindo uma grande ave assada. Puseram-se a comer e a conversar. Bill começou a falar com a boca ainda cheia de comida.

— Para onde você está indo, garoto?

— Não tenho certeza.

— Então talvez nós possamos te ajudar. O que você busca?

— Salvar o mundo. Ou algo do gênero.

Akio não acreditava que realmente tinha dito aquilo. A ironia da situação o fez sorrir, por isso o casal pensou que ele estava brincando. Na realidade, aquilo era bem mais verdadeiro do que eles jamais suspeitaram que fosse. O taberneiro respondeu em meio às gargalhadas.

— Eu acho que esse mundo já não tem mais salvação. Mas de qualquer maneira te desejo boa sorte.

O próprio Akio também dava risadas. Um silêncio agradável se instaurou durante um tempo, mas um pensamento súbito veio à sua mente fazendo com que ele de repente parasse de comer. Sofia notou o ocorrido.

— Algum problema?

— Eu não tenho dinheiro para pagar pela comida. Nem pelo quarto ou pelas roupas.

— Nós sabemos. Não se preocupe com isso.

— Vocês são pessoas realmente muito gentis. Mas ainda assim... Eu logo voltarei a viajar. Não posso contar com a boa vontade de todas as pessoas que encontrar pelo caminho. Mais cedo ou mais tarde, vou precisar de dinheiro. E eu não tenho nenhum.

Bill deu uma sugestão.

— Então arrume um emprego. Nunca faltam oportunidades para um homem jovem e sadio como você. Olhe só, duas refeições e já se nota a diferença! Você não é muito musculoso, é verdade. Mas posso ver que é bastante forte e resistente. Na verdade você pode até trabalhar aqui se quiser.

— Eu ficaria feliz em ser útil, mas isso não será possível. Eu preciso continuar meu caminho com certa urgência. Se houvesse uma maneira de ganhar muito dinheiro rapidamente... Seria conveniente. Mais do que isso, seria necessário.

O casal trocou olhares sérios entre si. Obviamente, eles sabiam de alguma coisa, mas por algum motivo preferiam não dizer. Akio percebeu isso, então Bill logo tentou disfarçar seu nervosismo com uma piada um pouco forçada.

— Dinheiro rápido? Assalte uma casa de moedas!

Akio permaneceu sério.

— Se vocês souberem de alguma coisa... Por favor, me contem. Mas sem assaltos.

Dessa vez foi Bill quem sorriu, mas o seu olhar ainda era triste. Ele se sentia hesitante e também um pouco preocupado. Olhou para Akio. Depois para a espada dele. E então finalmente olhou para sua esposa, como que pedindo um conselho.

— Parece que estava escrito, não é Sofia? Quais seriam as chances?

— É mesmo bem improvável.

— E você acha que isso é boa ou má sorte?

Sofia pensou um pouco antes de responder. Quando o fez, dirigiu sua fala a Akio.

— Depende. Quão bem você sabe usar essa espada?

— Acredito que bem o suficiente.

— Entendo. Conte para ele, Bill.

O homem ficou em silêncio durante um longo período de tempo, mergulhado em suas próprias recordações. Depois de refletir bastante e escolher com cuidado as melhores palavras, começou a falar.

— A Aldeia Cinza é um povoado pequeno. O Império não se importa muito com o que acontece aqui e a Patrulha pode ser comprada. Isso faz deste lugar um cenário perfeito para certos... Eventos. Eventos que não são exatamente o que eu chamaria de “legais”.

Eles sempre atraem muitas pessoas vindas de vários lugares diferentes, mas acontecem com a máxima discrição. Trata-se de um campeonato de luta clandestina. Dos grandes. Um campeonato que reúne os melhores. E aquele que for melhor dentre melhores recebe um prêmio considerável em dinheiro.

— E de quanto dinheiro estamos falando?

— Muito. O suficiente para viver confortavelmente durante um ou dois anos. O suficiente para custear uma viagem longa. Ou se você for um homem menos ambicioso... O suficiente para abrir sua própria taberna.

— Então você...

— Essa é uma história longa que pode ser contada outro dia. Akio, eu consigo ver uma certa animação em seus olhos. Isso é perigoso. Pense bem antes de aceitar... Muitos competidores costumam morrer nesses campeonatos.

— Eu agradeço a preocupação, Bill. Mas já pensei o suficiente. Você não entende a natureza da minha jornada. Provavelmente nem eu mesmo entendo. Este perigo seria apenas o primeiro de muitos que eu irei enfrentar... E não acredito que será o maior.

Bill refletiu um pouco. A força de vontade de Akio era realmente impressionante.

— A determinação de um homem não é algo que deve ser questionado. Se você quer participar, eu te mostrarei o caminho. Recomendo que você descanse bem esta noite.

— Quando será o campeonato?

O taberneiro gargalhou.

— Essa é a grande questão, garoto. Ou você é muito sortudo ou é muito azarado... O campeonato é amanhã.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Estarei sempre disponível pra críticas, elogios, ou mesmo pra conversar! ^^ Podem me procurar no face. Novo capítulo toda semana. Meia noite de segunda pra terça!



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