À noite, ela tomou um banho e arrumou-se um pouco mais, mas discretamente para não contrariar o marido.

Já era muito depois do horário normal de ele chegar, quando ela escutou a porta da frente sendo aberta, olhou-se no espelho do quarto e esperou ser chamada, não sabia bem porque, mas sentia-se nervosa. Talvez porque interagiria com outra pessoa que não fosse o marido ou o caixa do supermercado há quase quatro meses.

- Juliet! – a voz do marido soou a acordando dos devaneios e ela foi em direção ao chamado.

De pé ao lado do marido e algumas malas havia um homem que parecia bem mais novo que seu marido, vestia uma calça jeans e uma blusa escura, os cabelos compridos e escuros quase tocando os ombros, ele tirou os óculos escuros assim que percebeu a presença da mulher na sala e lhe direcionou um olhar um tanto surpreso.

Esperava que a mulher do primo fosse mais... hum... mais velha e acabada?

Mas a mulher que estava na sua frente ouvindo algumas palavras do marido era totalmente o contrario, era jovem, bonita e delicada com feições perfeitas e simétricas, as curvas do corpo no lugar certo e o cabelo escuro que parecia bem macio caído em forma de ondas nas costas.

- ... Gerard Way. – ouviu seu nome e refez sua expressão facial, sorriu de leve e apertou a mão da mulher. – mostre a ele o quarto que vai ficar enquanto eu tomo um banho. – ouviu o primo ordenar e adentrar a casa. Lembrava de ouviu muito bem o primo dizer que morava só com a esposa e sem empregada, mas a tratava como tal.

- por aqui. – ela finalmente falou, a voz baixa e suave. Ele desajeitadamente tentou pegar suas três malas com apenas duas mãos. – eu o ajudo. – ela se ofereceu e ele indicou a mala mais leve.

- obrigado. – ela tentou disfarçar o arrepio que passou por seu corpo ao ouvir a voz do homem, grossa e firme, ao mesmo tempo suave e parecia acariciar seus ouvidos.

- bem, é este quarto aqui. – ela sorriu tímida e abriu a porta do quarto sem entrar no mesmo.

O homem entrou e colocou as malas para dentro, olhou rapidamente em volta satisfeito por se sentir confortável e virou para a mulher, ela não sustentou o olhar e baixou os olhos.

- o jantar já vai está pronto, se desejar tomar um banho antes, tem toalhas no banheiro e um robe no guarda-roupa, com licença. – ela disse seguindo em direção a cozinha, ele foi para a porta do quarto e a chamou no corredor.

- obrigado mais uma vez. – ele sorriu mais abertamente ao perceber como ela ficara sem graça e depois voltou para o quarto, talvez um banho não fosse má ideia.

Não entendia porque o primo insistira tanto em levá-lo a aquela boate de stripper assim que o pegou no aeroporto, entendeu menos ainda ao conhecer a esposa dele. Com uma esposa daquela, ele não olharia pra mulher alguma, e muito menos pisaria em uma boate de stripper.