À primeira vista escrita por Yasmin


Capítulo 22
Capítulo 22 - Evidencias


Notas iniciais do capítulo

Oi..
Olha sem quem voltou?
Quem ai estava com saudade de desse casal e do Nick?
Gente... minha demora é pelo fato que minha conta estava bloqueada...Não tinha desistido da historia, ok?
Os ultimos comentários eu nao respondi. Mas, farei isso em breve..
Bjs e curtam a historia.. e deixem seus comentarios... A primeira vista esta na reta final.
Boa leitura!!!
Obs: Esse cara da foto é o maluco do Kevin... há há ta explicado pq as meninas não resistem a ele...



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— O que está acontecendo, em? Anda distante.

Peeta fala carinhosos como sempre, e acertando quanto ao meu estado de humor. Ontem eu consegui disfarçar bem, mas desde que acordei, não paro de pensar na matéria que a essa hora já deve estar chegando na casa da maioria dos nova-iorquinos. Uma matéria assinada por mim, que o deixará preocupado.

— Não, é nada! — paro o que estou fazendo, ando até ele e sento em seu colo, passando meus braços em volta de seu pescoço. — Fiquei tanto tempo longe do jornal que agora estou tentando colocar tudo em dia. — Tento parecer o mais convincente possível, mesmo sendo outra mentira, porque mesmo ausente do jornal eu entregava meus artigos dentro do prazo, até, quando o assunto era o mais desinteressante possível, como por exemplo: O porquê das mulheres estarem a abandonando os saltos. É. Durante o período que fiquei fora, Johanna conseguiu escrever sobre os melhores assuntos, deixando Clove com os obituários médicos e eu....com qualquer outro assunto, o que foram dias improdutíveis para mim. Até pensei  em deixar o jornal e tentar uma vaga no New York Times, nem que fosse como freelance. Mas, a insegurança tomou conta de mim. Acho que com meu misero curriculum eu não consigo uma vaga nem para ser a garota do café. Por incrível que pareça, assim como nos filmes aqui também existe a garota do café; as estagiarias, que iludidamente se candidatam a vaga achando que que escreveriam ou publicariam um assunto bombástico. Capaz de mudar o mundo.

— Por que eu tenho a leve impressão que esconde algo.. — Deduz ele novamente. Peeta enxerga minha alma. É a única pessoa que faz isso. E confesso que não me acostumei com isso.

Mas, devo, ele será meu marido, alguém que devo compartilhar a alegria e a tristeza, a saúde a doença, até que a morte nos separe. Mas...sem saber o que responder, pego o pão de queijo na cesta, sem me importar o quão  ainda estava quente e enfiei ele todo em minha boca. Mastiguei sentindo  o queijo queimar minha língua.

Peeta meneou a cabeça.

— O que foi? — pergunto.

— Prefere se queimar do que contar o que está acontecendo? — diz  num tom nervoso. Segura meus braços, me tira do seu colo. De  pé ele me lança um olhar intimidador. Nesse momento me sinto como uma criança travessa que quebrou o frasco de perfume da mãe.

— Mamã!!! — Olhamos juntos.

Nick o salvador da pátria aparece anda até mim todo empacotado de toca e uns sapatinhos de sapinho. Uma fofura. Hoje quando acordamos na casa dos pais de Peeta, ele levantou chorando e estranhando o lugar. E como eu estava cansada pelos drinks  a mais que tomei, não  escutei o choro dele . Então, como um zumbi Peeta levantou para vê-lo. Deu o mama, porém ele ainda continuou resmungando. O pai o colocou na cama e imediatamente ele se aninhou a mim. Fiquei feliz por ele não estar magoado comigo.

— Oi meu amor. — Abro os braços, esperando que ele venha até mim. E quando faz, o sento na superfície da mesa. Dou a ele meu pão de queijo que já estava frio.

Peeta toma seu café em silencio e depois de um tempo não diz nada.

— O que foi?

— Ontem você disse que estava encrencada. — Leva novamente a xácara de café a boca. — O que quis dizer com isso? — Peeta insiste, mas não quero dizer, sei que ele ficará chateado se souber que não cumpri o que tínhamos combinado de não me envolver diretamente no caso do Kevin.

— Eu.. — Sibilei. E antes de dizer alguma coisa, Greasy entrou pela cozinha trazendo nas mãos as correspondências e o jornal do dia.

—Bom dia! — diz ela. Entrega as correspondências à Peeta e a mim o jornal.

— Bom dia, Greasy!— peguei o papel cinza enrolado. Confesso que meu coração bate acelerado. Acho que é pela adrenalina. É a primeira matéria sobre investigação policial minha.

—Posso ver sua matéria? — Pergunta ele, puxando o naco de papel de minhas mãos.

— Eii, a matéria é minha, então tenho o direito de vê-la primeiro. —protesto tentando inutilmente recuperar o jornal, porém ele não me dá ouvidos e fugiu com o jornal. Agora é só esperar

— Katniss. — Meu noivo parou no batente da porta.  Seu dedo indicador aponta para minha matéria. — É sério isso?

Afirmo que sim.

— Eu não acredito, Katniss. — Ele nem precisa folhear, minha matéria estampa a primeira página.  Mesmo nessa situação me bate um orgulho. Ele suspira. — Prometeu que não iria e envolver e faz isso? — Jogou o jornal sobre a mesa. Seu tom não é diretamente grosseiro, ou talvez  é. Mas tenho tanta coisa na cabeça que não consigo me irritar com isso. E pelo que me lembro é a segunda vez, que fala assim comigo, a primeira por culpa do Kevin e agora novamente.

Greasy estava concentrada na pia. Ao escuta-lo, resmungou algo que não entendi, depois se virou para mim: — Vou com ele até a briquedoteca. — Pegou Nick. Eu agradeci.

— O que é isso? — diz ele quando finalmente estamos sozinhos

— Um rosto. — respondo.

— Um rosto — ele repete e ri nervoso. Puxa a cadeira e fica de frente para mim. Me encarando, aguardando uma explicação. Uma explicação, do porque o retrato falado de Kevin Parker estampa a primeira página do segundo maior jornal em circulação na cidade Nova York. A matéria tem minha assinatura. É minha obra. Minha acusação.

Me levantei e comecei a recolher a mesa. Coloquei as xicaras na pia. Uma a uma e pude sentir os olhos de Peeta em cima de mim.

— O que você fez foi arriscado, Katniss. Não, mediu isso?

Pude sentir que ele estava se segurando. Se segurando para não explodir comigo, pelo que eu fiz, porque sabe do que Kavin é capaz. Assim como eu, ele não diz em voz alta, mas acredita que é ele o assassino das garotas, e por um motivo que desconheço ele criou uma certa fixação por  mim, em me perseguir. Por isso, me sinto na obrigação de não deixar ele continuar.

— Eu não fiz nada demais. — digo sem tentar ser convincente. Sinceramente eu cansei desses macetes.

— Não? — sua fala sai em baixo tom.

— Não— respondo em mesmo tom. Espero que ele entenda. — É o meu trabalho, Peeta. Sou jornalista e por isso tenho imunidade, posso escrever o que eu quiser. O máximo que ele poderá fazer é me processar. E eu nem revelei o nome dele, então ele não pode me acusar. — Eu não fui burra, a minha matéria consiste nos assassinatos, nas imigrantes legais e ilegais e o quanto a polícia está “empenhada” para resolver isso. É claro que essa parte escrevi com muita ironia, porque pela pesquisa que realizei e  pelo arquivo de Cressida o caso está parado desde que cheguei, ou desde que ele me envolveu nesse jogo. Do qual eu não sei o que ele pretende. E o mais engraçado nisso,  o quanto mais eu me envolvo, menos eu sinto medo disso.

Ele suspira cansado e diz algo: “Eu não sei o que faço com você” .Sua preocupação ao mesmo tempo que me comove. Me enaltece. Me deixa viva e feliz por saber o quanto ele gosta de mim. E raro no mundo em que vivemos encontrar alguém assim. Alguém como Peeta que ama somente pedindo o mesmo em troca. E confesso que gosto de tê-lo assim preocupado. De ter alguém se preocupando comigo. Ser forte e independente o tempo todo cansa. Mentem as mulheres que dizem que é, as vezes. Isso acontece na maioria das vezes. Pelo menos comigo, que sempre fui eu. Eu. Eu, para tudo. É bom ter ele me freando ou me fazendo parar quando extrapolo os meus limites.

— Você pode  me apoiar... — me aproximo e enlaço meus braços por seu pescoço. — E me amar.

— É isso que eu faço o tempo todo. E por ser isso, que me preocupo tanto. — ele inala o cheiro do meu cabelo. Ele e o filho tem uma certa fixação pelos meus longos fios pretos. — Por favor, não fique se arriscando. — Agora sua voz é calma, uma melodia que traz calmaria nos meus ouvidos. Então o beijo. Acho que o primeiro beijo de verdade que conseguimos dar no dia. Esse dia que mal começou e será longo. — Por que não fica em casa hoje? — Sugeri, assim que me solta.

— Voltei ao trabalho ontem, Peeta, já quer me trancar em casa?

— Quero.

— E se eu fizer isso, você passaria o dia inteiro comigo? — Falo isso, por que sei que não pode.

— Oferta isso, por que sabe que não posso.

Eu apenas rio.

— Uma pena. — me solto de seus braços. Ficamos em silencio, um olhando para outro como um casal de amante iniciantes apaixonados e de repente do nada ele me prensa no batente da porta, enquanto suas mãos espertas e ligeiras encontram meu ponto fraco. É fogo encontrando a gasolina. Tudo arde, é fogo que queima.

— A Greasy— digo afoita — A Greasy pode entrar a qualquer momento. — minha segunda fala o faz voltar para a consciência. Ele bufa. Eu rio e ele se controla.

— Você me provoca e depois foge.

— Mentiroso. — ajeito a gola da camisa e depois a gravata. — Eu estou atrasada e você também. E... já pensou se Greasy nos surpreende aqui?

— É não seria nada legal— diz com o meu sorriso lindo. — Então, eu vou trabalhar. Quer carona? — nego, por que precisarei do meu carro. Ele diz para eu tomar cuidado. Ele pega sua pasta e, eu o acompanho até o corredor. Nos beijamos por mais tempo, até conseguimos nos libertar e ele ir.

Depois que fico sozinha, organizo a cozinha, ligo para minha mãe confirmando a data de sua chegada. Ela diz que meu irmão Marcos não conseguirá chegar a tempo para a festa de noivado e, confesso que fico triste. Ele é muito importante para mim. Como irmão, amigo, o único afeto masculino que tive durante toda minha vida.

Após terminar com minha mãe, falo com a mãe de Peeta. Ela quer acertar os detalhes do noivado e tudo mais. Ontem, ela puxou minha orelha, disse que estou muito relapsa quanto a esse assunto e mesmo não gostando não pude discordar, por que ela tinha razão. Até o momento não ajeitei nada. Nem ao menos procurei por um vestido. O vestido que subirei no altar e depois disso me tornarei a senhora Mellark.

Isso sim me dá medo. Faço um retrospecto de minha vida. E não me lembro de ter idealizado isso. Katniss Everdeen se casando e ainda por cima com um estrangeiro. Um de costumes e conceitos bem diferentes no qual eu cresci, no qual eu aprendi.

Desde que cheguei nesse país, minha vida foi virada de cabeça para baixo. As vezes ainda me pergunto se realmente sou eu. Se sou eu mesmo que estou aqui ao lado dos dois. Se me arrisquei mesmo e vim para Nova York. Ou se é um sonho no qual Nick e Peeta não passam de fantasias de minha mente.

   Dúvidas e anseios que são descartadas quando ouço Nick me chamando de mãe ou quando  ele quer  meu colo.

E antes de ir trabalhar, faço o ritual das manhãs. Fico com ele dentro de casa. Assistimos o seu desenho favorito enquanto ele diz o nome que deu aos seus brinquedos. E depois aqueço sua agua para o banho. Ele  ensopa  a mim e banheiro. Por fim, ao me ver partir ele chora. Fazendo meu coração de mãe principiante sempre desabar nestes momentos.

Mesmo angustiada por ficar longe do meu príncipe chego a redação depois de enfrentar horas no transito. O trafego estava intenso. Parece que a maioria resolveu tirar o carro da garagem e com ele ir trabalhar. Creio eu, que seja pelo frio que está de cortar a garganta, ressaltando que a época da neve ainda não chegou.

Assim que sento em minha mesa sou bombardeada de perguntas por Clove e a nova estagiaria. Elas dizem que o telefone da redação, mais exatamente do nosso setor, tocou como nunca esta manhã. E as ligações consistiam em mulheres apavoradas dizendo ter visto alguém parecido com o rosto do retrato falado que eu publiquei.  O que me deixou completamente satisfeita com a repercussão de onde isso poderá chegar. E sinceramente, não vejo a hora disso chegar nos olhos e ouvidos do meu algoz.

Assim que fico sozinha, recebo Beetee Latier em minha mesa. Ele é um fotografo investigativo e nas horas vagas dá um de paparazzo. E foi a ele que pedi ajuda para descobrir quem é Kevin Parker.

— Está tudo aí. — ele joga um envelope branco em minha mesa. Sinto meu sangue fervilhar.

— Muito obrigada, Beetee. Quanto eu lhe devo?

— Um encontro. — diz ele. Eu rio. Sinceramente ainda não me acostumei o quanto homens americanos gostam de marcar encontros.

— Me desculpe. — digo rindo e mostro a ele meu anel de noivado. — Já sou comprometida.

— Há... uma pena. — coloca a mão vestida com uma luva de couro no coração. — Então... — aponta para o envelope. — Se, for usar as fotos. Eu quero os créditos.

— Pode deixar... — sorrio — E obrigada de novo. — Ele se vai e imediatamente começo a folhear as evidências, encontrando inúmeras fotos de Kevin, histórico escolar e até o número do seu seguro social. Pego o material que Cressida disponibilizou e imediatamente encontro divergências. O números e informações constantes são diferentes, a única semelhança que encontro é o nome da mãe. Que se chama Maria Perez e, me intriga ao constatar que Kevin é filho de mãe latina, mas o sobrenome é diferente. E nos registros não encontro nada do pai. Saio do meu transe e mundo de incertezas e começo agir. Se bancarei uma de jornalista investigativa, colocarei uma meta de encerrar este caso antes do meu noivado. Não quero nada estragando meu momento.

Peço a nova estagiaria que encontre todas as informações possíveis referente a Maria Perez. A garota que ainda está no segundo ano de jornalismo quando me ouve falta me beijar. Dizendo algo de como não aguentar mais ir ao Starbucks da esquina comprar mafins e café fresco para seu mais ninguém.

Enquanto ela não retorna com minhas informações, pesquiso na internet lojas especializadas em noivas ou vestidos de festas. Encontro algumas e anoto os endereços em minha agenda. Ligo para Annie e imploro para que vá comigo. Ela concorda, marcamos para depois do almoço.

Um tempo depois Amy retorna com um relatório completo de Maria. Penso que todo policial deveria ser jornalista, porque as informações que consegui são tão ricas que nem os relatórios da polícia tinha algo igual. Agradeço a ela que fica enaltecida, oferecendo seus serviços ou perguntando se eu preciso de um café ou coisa igual.

— Tem certeza?— disse ela, ajeitando os óculos no rosto. — Nenhum rosquinha? Uma água ou um pouco de papel.

— Não, obrigada. — Nego  sentindo dor no coração. Ela quer trabalhar e me parece boa. Bem solicita. — Mas, seu eu precisar, eu te chamo. — Minha fala a fez sorrir e depois se  foi.

Foco minha atenção no relatório e Inicialmente não vejo nada que me interessa. Ela nasceu em Guadalajara no México e chegou aos Estados Unidos com treze anos. Aos vinte conseguiu seu primeiro registro social e a licença para trabalhar. Trabalhou em tantos lugares que é até difícil de acreditar. Mas... seu último registro de vínculo empregatício chama minha atenção.

Empregador: Margareth Heavensbee

Data do contrato: Dezoito de Janeiro de 1983 à 20 de Fevereiro de 1984.

Esse nome... Este nome. Tento me lembrar. Jogo o nome na internet  e bingo!

Margareth Heavensbee é a esposa traída do congressista Heavensbee.

 Maria Perez trabalhou para o casal e isso aconteceu a mais de vinte anos. Ou mais exatamente na época que Kevin Parker nasceu.

 

 


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