—Promete que quando crescer, não vai ser burro igual ao seu pai?—falo com meu príncipe beijando sua têmpora. Tanto ele quanto eu, não tivemos uma noite completa de sono. Já faz cinco dias que Peeta  esta ausente, até Nick, começou a sentir sua falta. Principalmente a noite, pois os dois passavam horas mordendo um ao outro. Mal consigo trabalhar, seu cheiro esta por todo lugar. Ontem perdi um trabalho quase finalizado por minha distração, tive que refazer desde o inicio.

—Bom dia, Não vai trabalhar hoje?—pergunta minha melhor amiga, entrando no quarto abrindo as cortinas da sacada.
       —Vou,  feche isso aí, ele não dormiu bem essa noite! — aponto para Nick
        —O que ele tem?— pergunta e se senta na poltrona próximo a janela.

— Esta bem manhoso,  acho que está sentindo a falta do pai!

— Não é só ele não, é?  Ele ligou? 

—Sim!

—Se desentenderam?— nego balançando a cabeça. Não quero falar sobre!  Ele tem feito várias ligações ao dia. Mas, tudo que pergunta é se vou sair, que horas,  pra onde e com quem. É como se estivesse cronometrado o tempo que levo do serviço pra casa! De início pensei que estava preocupado com minha segurança. Mas minha mente pensante chegou a conclusão que se estivesse preocupado teria ficado. Não teria? Mas, foi sem nem olhar pra trás. Então o que é todo esse questionamento? Desconfiança katniss.  E  isso me irritou de um tanto. Que o mandei  para o inferno. Passei a noite toda chorando. Após isso não atendi mais as suas ligações. Então passou a falar com Greasy, querendo informações. Até Finnick veio me visitar,  e  com certeza foi a mando dele.

Ela leva sua caneca fumegante de café a boca, olha para fora novamente e diz:

 —É a segunda vez que vejo aquele carro parado aqui na frente!

—Que carro?— pergunto me dirigindo até a sacada e, ela me acompanha.

—O preto! — vejo dois homens no seu interior — Porque não trabalha em casa hoje? diz preocupada

—Bem que gostaria, mas tenho uma reunião as dez!  E tenho que acompanhar a correção de um material.

 Assim que  fecho minha boca escuto a campainha tocando! Corro até a sala, vejo pelo olho mágico que é Effie,  estranho sua visita tão cedo. Assim que abro, ela me dirige um abraço caloroso.

—Que olheiras são essas? Nick não esta deixando você dormir? — não quero dizer que o principal motivo é o seu filho.

—Não, ele quase não da trabalho. Eu que tenho trabalhado até mais tarde. Já tomou café? — falo, me direcionando a cozinha. Enquanto espremo laranjas para um suco natural ela faz panquecas.

— Falei com o Peeta ontem!—fala e me olha de lado —Disse que esta enlouquecendo de saudades, dos dois. Mas, não vim falar sobre isso, vim falar a respeito de outro homem!— olho para ela assustada, não creio que Peeta mencionou algo sobre o Kevin

 – Daqui duas semanas, nosso homenzinho vai fazer aniversário, um aninho. Acha? Parece que foi ontem que Peeta chegou com ele todo embrulhado em uma manta!— solto a respiração que estava presa. Sorrio ao lembrar dessa data e minha mente tenta formular a cena dois, chegando na casa de sua família.

— Sim, precisamos ver isso! — digo a respeito da festa que com certeza ela vai querer dar

—Qual foi sua reação?— pois Peeta, disse que os pais só souberam, quando retornou para casa.

—Quando ele chegou com meu neto?— pergunta se sentando e confirmo com a cabeça.

—Nossa já fazia quase dois anos que não o via! Fiquei espantada e mais chocada quando revelou o abandono da mãe. Disse que por esse motivo não poderia privá-lo de mais ninguém. Apesar do desentendimento com o pai, tinha a mim e seus irmãos.  E graças ao Nick, ele e o pai se entenderam, voltou para a empresa, mas, logo  veio o falecimento do Richard. Apesar da briga os dois eram como unha e carne. Sabe? Depois disso só o via sorrindo quando estava com o filho, até você aparecer!— ela sorri e coloca sua mão sobre a minha— Então, se entendam, por favor! O amor de vocês é a coisa mais linda de se ver, poucas pessoas conseguem isso querida.

—Também amo muito seu filho, estamos sim brigados. Mas tudo que quero, é que volte pra casa, para resolvermos isso! — falo com um meio sorriso—E sinto muito pelo seu Richard, adoraria tê-lo conhecido. — completo de forma sincera.

 E para mudar de assunto, começamos a conversar sobre a festa de Nick. Assim que Greasy chega, deixo ela em sua companhia e vou para a ducha. Demoro mais que o normal para me arrumar, pois como Effie disse, estou parecendo um panda de tantas olheiras. Nunca fui a mulher mais vaidosa do mundo. Mas, também nunca fiquei assim tão desleixada. Assim, visto um tubinho preto, sandálias de salto fino e me dedico um pouco mais na maquiagem. Antes de sair, me dirijo até a sacada e vejo o carro estacionado no mesmo lugar. Se for quem estou pensando hoje, vai cair do cavalo. Pois, a peço a Melissa que saia do prédio com meu carro. Quero me certificar se é a mim que estão vigiando. Antes dela sair, lhe entrego um boné, óculos escuros e as instruções:

— Eu vou ficar aqui, se te seguirem, vou saber do que se trata. Não saia do carro. De somente, uma volta. Quando estiver aqui no prédio novamente, me envia uma mensagem.

Assim que Mel sai do estacionamento, vejo a picape  indo em sua direção. Levo Nick para seu berço, deixando inúmeros beijos. Apresso Effie para irmos logo a loja de festas, com a desculpa que tenho uma reunião daqui duas horas. No caminho fico apreensiva a espera se um sinal de Melissa. E extremante angustiada, não acreditando que isso esta acontecendo comigo. Desde minha chegada nesse país, nunca desejei tanto estar em casa como agora. Essa angustia, não passa desapercebida, por minha sogra.

—katniss, o que esta acontecendo? —pergunta aflita—Já estava tudo acertado com Finnick para ir ao Texas. Do nada o Peeta resolve ir!— pelo visto ela não sabe que o filho passou aquela manhã na delegacia por minha culpa e saiu daqui duvidando do meu caráter.

—Não é nada! Nós só brigamos. Coisa boba de casal.—digo tentando ser o mais convincente possível. Mas, assim que escuto o aviso da mensagem de Melissa, não sei se fico aliviada ou mais aflita.

Estou no prédio! Me seguiram o tempo todo e já estão no mesmo lugar! Se cuide, por favor! Mel.

Quem pode ser aqueles dois? Estão a mando do Kevin ou é obra de Peeta? Minha vontade é de questioná-lo nesse momento. Mas, não quero tomar conclusões precipitadas.

Assim que adentramos a loja especializada em festas infantis, minha cabeça fica mais leve. Effie consegue me entreter de uma forma que só seu filho faz. Até parece ele falando, gesticulando com as mãos e se animando com cada aviamento diferente que encontramos. No final escolhemos o tema relacionado com água, já que Nick parece um peixinho fora d água. Quando o relógio se aproxima das dez, ela me deixa na frente do meu trabalho. Mas antes de adentrar ao saguão, olho para todos os lados para me certificar que não há ninguém me seguindo. Após a reunião passo a um bom tempo no setor de correção, resolvendo umas questões. Somente após isso consigo sentar na minha mesa, pego meu celular vejo que possui chamadas perdidas de Peeta e uma de Greasy, que foi realizada não tem dois minutos. Rapidamente retorno a ligação e estranho quando escuto uma voz feminina desconhecida, dizendo que Greasy, esta no parque com Nick e pediu, ajuda a tal mulher para que me ligasse, pois sua pressão estava baixa e não consegue voltar para casa sozinha.  No elevador fico pensando que é estranho Greasy, estar no parque agora, pois essa é a hora da soneca do meu príncipe. Portanto, ligo no apartamento, mas não atende. Mas logo me lembro que como meu príncipe não dormiu bem essa noite, deve ter passado a manha toda roncando, assim Greasy deve ter ido para cansá-lo.

Já no parque procuro pelos brinquedos, pela área aberta e até pelas arvores um pouco mais afastadas. Ligo no seu celular, mas não atende e já começo a sofrer por antecipação. Para onde essa mulher levou os dois? Disco o numero de Peeta e assim que escuto sua voz, sinto meu celular sendo puxado de minha mão.

— O que você esta fazendo aqui? — digo com toda raiva, que tenho dentro de mim

—Precisava te ver, essa foi a única forma que encontrei - diz Kevin de forma ardilosa—  Não vê que sou um homem apaixonado katniss, que estou desesperado! Olha só o que preciso fazer? Porque não quer ficar comigo? Sou muito melhor que aquele mauricinho, se é pelo dinheiro, tenho muito mais a te oferecer— não acredito que estou escutando essa ladainha de novo.

—Pra ser melhor que ele, tem que nascer de novo e olhe lá. E pelo amor de Deus Kevin, que idéia fixa é essa? Você não é apaixonado. Você não me conhece. Estou noiva, tenho uma família e você não se encaixa nela. Você é louco isso sim! —falo tudo que esta engasgado, sem dó nem piedade.—Cadê o Nick Kevin? Cadê a Greasy?— grito impaciente e o vejo dando um passo a frente—Não se aproxime, que vou gritar! É meu ultimo aviso, me deixa em paz. Finja que nunca me viu, que não existo, porque pra mim você não existe—termino de falar e doou as costas.

—Katniss, o celular da baba! —fala jogando o aparelho em minha direção —Da mesma forma que ela o perdeu, pode perder o garoto. Como é o nome dele mesmo? Nick?— seu sorriso é doentio, a forma que fala é como se quisesse me passar um lembrete, que  não vai mesmo me deixar em paz e agora quer ameaçar o Nick. Mas se pensa que vai me deixar com medo esta muito enganado.

 Retorno a andar, e vejo  sua sombra me seguindo, não êxito em correr. Porém não sou tão ágil, não com esses saltos. Sou puxada pelos cabelos e fico tensa quando aperta seu corpo sobre o meu. E num piscar de olhos ele me coloca sobre seus ombros, caminhando para a parte mais isolada. Mas, não me entrego facilmente, ele encontra dificuldade em caminhar, com os murros e arranhões que lhe ofereço. E só consigo me libertar quando mordo sua orelha. Caímos juntos na grama verde molhada...começo a correr, mas logo estou ao chão novamente, com uma dor excruciante no pé esquerdo. Me rastejo quando o vejo próximo novamente. E um grito cortante sai de minha garganta, quando aperta meu pé que possivelmente foi quebrado na pisada falsa que dei na raiz de uma arvore. Grito, grito, por socorro. Onde esta todo mundo? Porque ninguém aparece.

—Pra quem esta gritando querida? Para o Peeta? Eu disse que esse cara não é pra você Katniss. Bastou uma mentirinha, para ele te deixar sozinha, não foi?  - ele me prende com suas pernas em minha barriga

—Me solta seu doente! — grito estridente

—Minha única doença é você Katniss. Eu te amei primeiro. Bastou uma olhada para eu cair sobre os seus pés. Quando te vi naquele bar, tudo que pensei foi: Com ela vai ser diferente, essa garota eu vou amar e proteger. Mas, você tinha conhecer aqueles dois, ficar com eles. Não vê que não é pra ser. Que você  é minha. Fomos destinados um para o outro. Somos dois sobreviventes Katniss.

—Eu te odeio!— grito novamente, tampa minha boca com as mãos.

— Você é um premio sabia?—  seu sorriso é frio, doentio. Como se essas palvras, fossem um elogio para ele.

—Eu te odeio, tenho nojo de você!— vejo raiva no seu olhar. Ele levanta mão para me bater e instintivamente fecho os olhos.

Leva apenas um segundo para registrar essa virada rápida de eventos. Eu penso. O quê? O que está acontecendo? Me pergunto quando vejo Peeta, tirando Kevin de cima de mim e a policia, o algemando.

—Acabou! Estou aqui meu amor! — diz ele e me aninha em seu colo como seu eu fosse um bebe.  Fecho os olhos e tento apagar da minha memória o momento de tensão que presenciei. Conto a ate dez, e me obrigo a esquecer esse ocorrido, mas o olhar doentio daquele homem, não sai do meu consciente. Mas, quando abro meus olhos novamente, vejo o rosto do homem que mais amo nesse mundo. Lagrimas saem dos seus olhos. Meu paraíso particular. Posso passar horas somente assim, o tempo pode até congelar e tudo quero ter em minha memória é seu azul brilhante de  um dia de verão. Passo meu polegar limpando suas lagrimas e o beijo ternamente.  O doce dos seus lábios é como um antídoto que cura qualquer tristeza, doença ou sofrimento.

—Ele te machucou, fez alguma coisa Katniss?

—Não, mas acho que torci ou quebrei o pé!— ele verifica o quão horroroso esta. E somente agora com a adrenalina se esvaindo do meu corpo, a circulação do meu sangue se normalizando. Que consigo sentir a verdadeira dor por ter um osso fora do lugar. Rapidamente ele me carrega nos braços e me tira do parque. Faço uma anotação mental, de nunca mais freqüentar parques. Estão fora da minha lista para passeios. Pelos menos por um bom tempo.

Só chegamos em casa depois das nove da noite e me assusto com o silencio. Mas ele me tranqüiliza, dizendo que o Nick esta na casa da avó. E minha cabeça ainda bastante confusa, começa a se perguntar como ele chegou a tempo. Como sabia que estaria no parque!

—Peeta, como sabia que fui pra lá?—pergunto enquanto ele entra comigo no nosso quarto.

—Nós vamos conversar, mas você precisa de um banho primeiro, esta cheirando a grama e hospital.— quando ele disse grama, sei que quis dizer Kevin, pois ainda estou sentindo o cheiro desse demente em minha roupa.

Quando entramos no banheiro ele me ajuda com a roupa, tira cada peça minha com uma delicadeza sem igual e depois a sua. Sei que agora não vai acontecer nada, pois esta mais preocupado em não molhar minha bota ortopédica que será minha companheira por pares de semanas. O medico disse que foi uma fratura baixa, não vai precisar de cirurgia, mas que preciso de muito repouso para que a cicatrização aconteça o mais rápido possível. E Peeta está tão empenhado nisso, que nem meu cabelo me deixou secar sozinha.

—Eu quebrei o pé Peeta, não a mão, posso fazer isso sabia!— ele ri mais não abandona seu trabalho, mantendo seu olhar fixo no meu —Como chegou a tempo? — quebro o silencio novamente.

—Ontem quando me mandou para o inferno, fiquei aflito e procurei o primeiro vôo! Fiquei com medo de chegar e você ter ido embora.

—Então porque saiu daqui magoado, desconfiando do meu caráter? -  ele para com o movimento e diz olhando serio.

—Não estava desconfiando de nada. Só estava irritado.

—E como sabia que estava no parque? E a policia, como foram tão rápidos?

—E uma longa historia. O importante é que  esta bem! Aquele infeliz vai ficar longe de você. — ele desocupa sua mão, passa os braços me torno de minha cintura, encosta sua testa na minha —Me perdoa por ter te deixado sozinha, nunca iria me perdoar se algo tivesse acontecido. Não te protegi como prometi, eu falhei, me perdoa? — sua fala é sofrida e vejo tristeza nos seus olhos. Mas, não quero que isso fique entre a gente. Ele me salvou e agora estou definitivamente livre desse maluco, pois com a medida judicial,  não poderá se aproximar.

—Não fique assim, você me salvou. Não tenho nada pra te perdoar. Quero esquecer isso, me ajuda!— falo firme, mas não espero sua resposta. Colo nossos lábios, seus beijos me deixam sem compasso. Como estava com saudades disso, esse dias longe, foram um suplicio para mim. Ele parece sentir o mesmo, pois seu beijo chega a ser desesperado. O quarto parece que esta girando. Deixo minha toalha cair ao chão e retiro a sua que estava em volta do seu quadril. Me deito sobre a cama com um pouco de dificuldade, e o faço me acompanhar. Nossos beijos não são mais desesperados e sim, ardentes como pimenta. De repente sinto o parando, mas não permito que se afaste — O que foi? — pergunto

—O medico disse que você precisa de repouso!—diz ele e retruco

—Não, ele disse: Katniss, o melhor a se fazer é que fique deitada, não fique andando pra lá e pra cá ok!  Estou deitada não estou?— ele ri de minha fala e diz que de certa forma estou certa. Ele reinicia os carinhos, sussurra coisas lindas no meu ouvido. Me fazendo ver estrelas e tudo mais quando chegamos juntos ao nosso ápice. O restante da noite, eles trás o jantar na cama e ficamos no quarto assistindo um filme ate cairmos no sono.

No dia seguinte, acordo com vozes alteradas vindo da sala. Mesmo com dificuldade, coloco uma roupa qualquer, faço minha higiene e saio do quarto, segurando entre os moveis e direcionando o peso do meu corpo, para o meu pé saudável. Paro no corredor para escutar a conversa entre Haymicth e Peeta.

—O que vocês querem? Ela já não disse o suficiente ontem? — diz Peeta

—Sim garoto, mas precisamos falar com ela, e não sei porque esta assim tão nervoso—identifico a voz de Haymitch

—Há não sabe, eu confiei em você. Me convenceu a ficar longe por alguns dias e olha o que deu?

—Não deu em nada, ela esta bem!

—Esta porque voltei antes do combinado. Como seus policiais a perderam de vista?

—Como vou saber garoto, pergunte a ela, essa sua noiva é muito da esperta!

—Então era isso, o carro que supostamente estava me seguindo eram policiais?— pergunto entrando na sala e vejo três pares de olhos me fitando — Porque?

—Katniss, sabe que não pode esforçar o pé dessa maneira!— ele me pega no colo me sentando no sofá próximo aos visitantes.

—Nossa docinho, alem de dar baile em policiais, você escuta conversa atrás da porta.- dispara Haymitch, assim que me sento.

—Não mude de assunto, porque colocou aqueles brutamontes atrás de mim? Sou alguma criminosa, por acaso? — me viro para Peeta —Você sabia e porque disse que ele te convenceu a fazer a viagem, o que estão escondendo de mim?

—A idéia foi minha!— Haymitch se apressa em dizer - Depois que saíram da delegacia, Peeta me procurou, relatando que o Parker, esteve te observando naquele mesmo dia. E a única forma de denunciá-lo por assedio é com provas. Então convenci o garoto a te deixar sozinha, mas, com a garantia que teria dois policiais na sua cola, para surpreender o maluco  caso aparecesse. Mas de algum jeito você despistou eles. E tudo aconteceu.

—Como sabia que estava no parque Peeta?—  pergunto novamente, porque não me respondeu ainda.

—Assim que cheguei, vim direto para casa! Mas não tinha ninguém. Liguei para Greasy, não atendia. Você também não. Então sobrou minha mãe. Quando falei com ela, me tranquilizou dizendo que saíram cedo e te deixou no trabalho. Dispensou Greasy para uma consulta medica e Nick estava com ela. Então fui direto para o seu trabalho, mas Clove disse que você recebeu uma ligação, para buscar Greasy e Nick no parque. Liguei para Haymitch, que contatou seus policiais que ainda estavam na porta do nosso prédio esperando você sair.  Contei sobre a ligação, chegamos juntos no parque e, encontramos aquele infeliz em cima de você!— eu achando que saiu daqui porque estava desconfiado de minha fidelidade, mas tudo que queria era me proteger, me ver livre daquele maluco. Só não entendo o que Cressida faz aqui, será que veio me acusar de ter seduzido o outro e que ele é puramente inocente.

—O que ela faz aqui? — pergunto aos dois

—Cressida é a chefe do departamento de homicídios Katniss!— responde Haymitch

—Homicídios? —Peeta e eu perguntamos em coro.

—Sim homicídios! —diz ela —Desculpe ter falado com você daquela maneira Katniss. Mas eu precisava demonstrar ao Parker que estava do lado dele - agora que não estou entendendo nada. E pra confundir mais minha cabeça ela tira sete fotos de um envelope. Enfileirando uma por uma na mesa de centro —Essas garotas são de origem latina, foram assassinadas, meses depois da entrada  de cada uma no país. Umas eram ilegais, outras não. Mas, tiveram o mesmo fim. E quem praticou esses crimes foram a mesma pessoa. — olho para as fotos  e para ela de novo.

—Porque esta me mostrando isso? Foi o K...

—Não temos provas Katniss. Mas, tudo indica que sim. Veja, essa era Miranda Soares, Colombiana, 22 anos. Morava sozinha no Bronx e trabalhava em um café. Seu corpo foi encontrado nu, jogado próximo a um viaduto desativado. — mostra a foto de uma linda jovem. Ela possui as mesmas características que as minhas, exceto a cor dos olhos que são castanhos —Seu único vizinho, relatou que ela tinha conhecido um rapaz rico que fez promessa de amor e prosperidade. Que os dois estavam saindo juntos desde sua chegada. Em um final de semana ela foi com ele para a praia e nunca mais voltou. Esse amigo chegou de vê-lo, e fez um retrato falado!—  quando me mostra o retrato pelo seu tablet, acho que perco minha cor e falo em voz alta.

—Como não tem provas? Não estão vendo que é ele!

—Para promotoria não é o suficiente! Eles querem algo concreto, só assim podem instaurar uma ação criminal. A questão Katniss que essa foi a ultima garota ate você chegar.

—Como assim?

—Esses corpos foram encontrados, consecutivamente. Todos da mesma maneira, vitimas de afogamento. Mas aviam marcas no pescoço de cada uma indicando que o afogamento foi proposital. Esta acontecendo desde a chegada do Sr. Parker a cidade. Ele ficava na florida, já estamos investigando, sobre casos parecidos por lá. Só consegui chegar até ele, depois do relato do vizinho, que misteriosamente sumiu do mapa no dia seguinte. Data marcada para seu depoimento, oficial.

—Vocês estão querendo dizer que tem um serial Killers esta atrás da minha mulher, você sabia e não disse nada Haymitch?—  pergunta Peeta irritado

—Quando fizeram a ocorrência, fiquei de procurar a ficha dele. Joguei no sistema e nada. Liso igual bumbum de bebe. Porém ele teve o azar de fazer uma ocorrência contra você, no departamento de Cressida e mal sabia ele, que ela já estava na sua cola a um bom tempo. Então nos unimos para ver até onde ele iria chegar.

—Quer dizer, que vocês estavam esperando ele tentar me matar é isso?— pergunto debochada

—Não, nós só achamos estranho ele ter escolhido você! Você não se encaixa no perfil das outras garotas. Embora você, seja latina, e possui as mesmas características físicas. Você não se encaixa. Todas essas garotas, eram pobres, tinham empregos secundários e estavam sozinhas na cidade. Ele não quer te matar Katniss, por algum motivo, ele quer se aproximar. Se quisesse te fazer mal, já teria feito. Mas nós precisamos parar esse cara Katniss, você sabe que ele vai pagar a fiança e vai ser solto daqui a algumas horas não sabe? Nós vamos abrir um processo, pelo que fez com você, mas é muito pouco. Um homem que assassina mulheres tão friamente, não vai ter medo de uma medida judicial. Duas ou uma, ele vai voltar a te importunar ou procurar uma próxima vitima. Então, viemos aqui pedir a sua ajuda! - responde Cressida

— Minha ajuda? — como eu posso ajudar?

—Sim Katniss, precisamos que você seja nossa isca! Você aceita?