Era uma noite chuvosa na fazenda os caracóis, tudo estava em completo silencio exceto pelo barulho da chuva que rebatia ruidosamente contra a janela do quarto de Valentina.
Ela se pegava a cada instante pensando na noite anterior, nos beijos ardentes e sedutores de José Miguel e na forma apaixonada e entregada em como ele a tocava, ainda podia sentir o perfume natural da pele dele em suas roupas e ao fechar os olhos podia quase sentir a presença dele ali. Batidas na porta a retiraram de seu estupor intenso, a porta rangeu um pouco trazendo Benita com uma xícara de chá em mãos.
BG:- Vim trazer um chá para você tininha. - Benita colocou a xícara no criado mudo e se sentou ao lado de Valentina.
VV:- Como sabia que eu ainda estava acordada Nita?
BG:- Intuição...- disse abrindo um leve sorriso.- Mas o que está tirando seu sono?
Valentina olhou para o nada se perdendo novamente a linha tênue de seus pensamento quando sentiu os dedos de Benita tocando seu queixo.
BG:- É por causa do José Miguel?- Valentina abriu a boca mas não respondeu.- Vocês brigaram de novo?
VV:-Não Nita...
BG:- Pelo visto hoje você não esta muito afim de papo hoje, vou te deixar descansar amanhã conversamos.- Disse dando meu beijo no rosto dela e saindo.
Novamente o silencio reinou por todas as partes e no momento Valentina só queria sair correndo dali e ir ao encontro dele o homem que estava sendo capaz de bagunçar seus sentimentos de maneira inexplicável, era como sentir um furacão destruindo todas as barreiras que havia construído em seu coração como se fossem feitas de areia.
A chuva havia cessado por um instante e num estalo repentino sem pensa duas vezes valentina decidiu não esperar mais e ir atrás daquilo que tanto ansiava, vestiu-se as pressas e foi ate o estabulo selar seu cavalo.
RG:- Onde a dona vai assim tão tarde?- Disse Rodrigo surgindo atras dela como num passe de magica.
VV:- Vou cavalgar.
RG:- Vou com a senhora patroa!
VV:- Eu não preciso de escolta Rodrigo.- Disse subindo de maneira graciosa no cavalo.- E tem mais eu não me lembro de ter te chamado para ir comigo eu quero ir SOZINHA.
Dito isso saiu em disparada pois já não podia mais esperar nenhum segundo para ir ao encontro de José Miguel, ao se aproximar da fazenda Montesinos pode ver de longe duas sombras projetadas ao murro velho e sem pintura da fazenda,uma sombra feminina e outra masculina não se podia ouvir o que diziam da distancia em que estava, mas pareciam estar tendo uma pequena discussão. Valentina desceu do cavalo e foi se aproximando de maneira silenciosa para que não pudesse ser vista, mas quando já estava perto o suficiente pode identificar duas vozes muito conhecidas a de José Miguel e Ivana, por um momento uma pontada de ciumes perfurou em seu coração. As vozes pararam por um instante e quando ela cruzou a arvore que impedia sua visão pode ver o que seus olhos custaram alguns segundos a acreditar, os dois estavam ali bem na sua frente num beijo que instantaneamente foi capaz de destruir seu coração de maneira que as lagrimas brotaram em seus olhos sem que ela pudesse evitar.
Valentina deu alguns passos para trás pisando em alguns galhos secos que estavam no chão o barulho deles quebrando sob seus pés fez com que os dois separassem os lábios e a vissem ali.
JM:- Valentina? - disse no mesmo instante se separando de Ivana e indo ate ela.
VV:- Não toque em mim!- disse se virando ates que ele pudesse ver seus olhos marejados.
JM:- Valentina espera eu posso te explicar.- disse agarrando seu braço e a virando para si.
VV:- Não precisa explicar nada eu já vi o suficiente.- disse tentando desvencilhar o braço de seus dedos.- Me solta.
JM:- Não antes de você me deixar explicar.- ele tocou o rosto dela a fazendo fechar os olhos de maneira quase instantânea.- Houve um grande engano aqui.
VV:- José Miguel por favor me solta.- disse ainda com os olhos fechados quase num tom de sussurro com medo de não resistir.
JM:- Não Valentina...- Ouviram um estrondo e logo em seguida Rodrigo saiu das sombras.
RG:- Você ouviu a dona mauricinho é melhor soltar ela agora. Rodrigo marchava como um cão de guarda em direção eles com o revolver apontado para José Miguel.