O Mito das Guerras Santas - Primevas escrita por Waulom Amarante


Capítulo 8
Capítulo 8 - Oposição


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em O Mito das Guerras Santas Primevas
Ixeon e Sraosha vão para Avalon, numa comitiva com mais dois cavaleiros de prata. Lá eles encontram a Fortaleza de Sinoh, onde estava guardada a Sagrada Espada Excalibur. O local estava sendo atacado pelos Bersekers.
Os dourados entram em embate com mais um capitão do Batalhão de Áres e se vem encurralados ante ao poder do menino. Ixeon estava muito ferido quando os magos de Avalon lhe consentiram usar a arma divina.
O Capricórnio estava quase a perder a espada, quando arrancou seu antebraço e o substituiu pelo artefato.
Vencendo parcialmente a luta e voltando ao Santuário, Athena se admira da fidelidade do cavaleiro e o presenteia com o artefato. A Deusa aproveita o momento e revela a Sraosha um segredo...



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“A Ilha de Cristal, era um local afastado. Os dois meninos nasceram. Os dois eram idênticos, uma duplicada perfeita da mesma imagem. Quando o dia amanheceu apenas um dos bebês estava lá. Seu nome era Sraosha. O irmão desaparecido teria o nome de Aesma”

– Não posso permitir que vá sozinho Sraosha.

– Não quero ninguém comigo é um assunto pessoal e não uma missão oficial.

O cavaleiro que tentava demover o geminiano de ir sozinho tinha cabelos longos num tom de vermelho escuro, como os vinhos. Seus olhos eram da cor de âmbar, e ele tinha feição misteriosa e fria. Aquele era Melkabah de Áries.

– Quanto tempo nós somos companheiros de batalha?

– Melkabah, não adianta insistir.

– Pensemos de forma mais lógica, então, eu conheço Telúria, melhor que você ou qualquer um dos doze. Então eu posso diminuir e muito o tempo de você encontrar seu irmão.

O cavaleiro de Gêmeos ponderou. No fim o ariano tinha razão, Sraosha precisaria de alguém que conhecesse as terras de Telúria.

– Pois se Melka vai; eu também vou! - quem se aproximava era outro dourado.

O torso desnudo usava apenas calças e botas. Os cabelos cor de mel, ligeiramente jogados para trás. Seus músculos saltavam aos olhos de qualquer um.

– Evidentemente não posso deixar de participar de tal fato. - a voz erudita que surgiu em seguida era de outro cavaleiro de ouro.

Sentado sobre o ombreiro de um portal ainda não colocado estava um homem de cabelos escuros de reflexo azulado e olhos cor de ouro, a pele num tom esfumaçado diferente dos seres humanos.

– Canaã, o Punho de Athena e Selkh, o Escorpião Rei.

– Sraosha, se negar a mim e a eles viajarmos com você até Telúria estará perdendo mais e mais tempo.

– Então lembrem-se de uma coisa isto não é uma missão oficial. Terão de seguir os meus desígnios.

– Tudo bem…

Sraosha foi até Athena para pedir permissão para que a comitiva pudesse se deslocar do Santuário. Como o local ainda era de localidade oculta do exército de Áres, a deusa podia movimentar mais seus cavaleiros. E agora que o grupo dos dourados estava completo, o poder bélico do Santuário estava muito maior. Em breve todos os cavaleiros de Prata e de Bronze se reuniriam para a batalha contra o deus da guerra.

Após 10 dias no Barco da Esperança de Athena, os cavaleiros aportaram na costa das terras natais de Melkabah. Ali onde há quase 150 anos ele enfrentara o mais poderoso dos Generais Marinas, Baltier de Dragão Marinho.

“Os inimigos se encaravam, estudando a postura, o cosmo e o corpo um do outro. Melkabah era um guerreiro formidável, sendo por vezes considerado o mais analítico em batalha. O Marina, no entanto, foi quem fez o primeiro movimento. Avançando com um cosmo monstruoso o Dragão Marinho acertou um soco que fez com que o Ariano fosse arremessado para longe.

– Como imaginava seu poder é descomunal. Acredito que você seja o mais poderoso entre os Marinas.

– Não posso dizer o mesmo de você cavaleiro de ouro. Não sinto sequer uma fagulha do seu cosmo.

O cavaleiro de ouro se levantou, não parecia ter sofrido nem sequer uma lesão apesar do ataque feroz do guerreiro dos mares.

Melkabah estava lutando pela sua terra, e não deixaria que o Marina avançasse de forma alguma.

– Athena uma vez nos disse que quando lutássemos pelos que amamos e não por um motivo egoísta seríamos mais que meros soldados, nesse momento nos tornaríamos os verdadeiros cavaleiros da esperança. E hoje eu entendo do que se trata o que Athena estava falando…”

Os quatro dourados desceram do Barco da Esperança. O continente de Telúria estava diferente aos olhos de Melkabah.

– Sraosha tem alguma coisa muito estranha aqui…

O cavaleiro de Gêmeos logo entrou em estado de alerta devido ao aviso do Ariano.

– Também estou sentindo isso… - comentou Selkh.

– É uma energia muito poderosa. - completou o Leonino. - Vocês perceberam?

De repente o espaço em volta deles mudou, era como se tivessem ido parar numa dimensão de trevas. Não havia nenhuma noção de cima em baixo ou direções era só a escuridão macabra. Gemidos e gritos eram ouvidos vindos de todas as direções.

– Droga que tipo de técnica é essa? - se indagou Melkabah.

– Não é possível!

– O que foi Canaã?

– Não existe luz nesse lugar.

– Como assim? - perguntou Sraosha intrigado.

– Eu posso solidificar qualquer tipo de luz, por menor que seja sua propagação ou sua fonte. Aqui não existe nenhuma fonte de luz ou propagação dela.

– Então eu sei exatamente onde estamos. - concluiu Sraosha. - Aqui é o que os deuses chamam de Buraco Negro.

– E do que se trata esse lugar? - indagou Melkabah.

– Aqui não existe nenhum tipo de ação. A luz não penetra nesse local. Não existem formas. Nada reage aqui dentro. É o espaço fora do espaço… onde a Suprema Virtude não alcançou.

– Estamos no meio do nada… - concluiu Canaã.

– Alguém nos trouxe até aqui.

De repente Selkh avançou com tremenda velocidade e acertou com suas “garras” um local no espaço negro. O local pareceu se quebrar, revelando um homem. A imagem espantou aos quatro dourados.

– Sraosha?!

– Este é meu irmão Aesma.

A figura começou a rir compulsivamente indo de um riso tímido até uma risada quase demoníaca e aguda.

– Então você me encontrou irmãozinho.

– Como… como você sabe?

– Mestre Áres me fala de você desde sempre.

– Desde… sempre?

– É claro. Conheço toda sua história.

– E por quê? Por que nunca me procurou.

– Eu sou o único Comandante entre os Bersekers. Sou o único abaixo dos Generais, os quatro filhos de Áres.

O punho de Sraosha se fechou ao lado de seu corpo. Seu cosmo começou a queimar.

– Todos esses anos eu venho te procurando, tenho sofrido com seu desaparecimento. No entanto você sabia onde eu estava. - seus olhos marejaram.

– Áres me mostrou. Como você foi escolhido para permanecer no seio da família enquanto eu fui apenas descartado. Eu fui apenas um pedaço de carne jogado fora.

– Cale a boca! Eu não posso arcar com os erros de nossos pais! Eu te procurei queria reaver você ao nosso lar!

– Pare com isso Sraosha. Você é um guerreiro de Athena lute! - Aesma queimou seu cosmo. - Sinta o poder do Comandante de Áres. Que se apaguem as estrelas de vocês… Implosão Galáctica!

O cosmo de Sraosha respondeu.

– Sinta o poder da explosão de mil estrelas. Explosão Galáctica.

O poder dos inimigos reverberou dentro do Buraco Negro.

– Que poder descomunal! - alarmou-se Melkabah.

– E não podemos fazer nada, com nossas técnicas seladas por esse espaço.

– Temos de sair daqui! Ou vamos acabar pulverizados por tanto poder.

– Não podemos deixar Sraosha aqui. - afirmou Canaã. - Eu acho que tive uma ideia.

Sraosha continuava o duelo de energia contra Aesma. Era como se as técnicas de um e outro se anulassem completamente, em potência e intensidade.

– Pague, Sraosha, por ser o preferido!

– Você quem vai cair Aesma!

Os três cavaleiros que lá estavam começaram emanar seu cosmo.

– Canaã, é com você!

Ele pegou a iluminação gerada pelas armaduras douradas e solidificou a luz. Formou uma espécie de corrente e lançou na direção do Cavaleiro de Gêmeos.

– Sraosha… - ele puxou o amigo com a corrente de luz. - essa luta vai ficar para depois.

O cavaleiro de ouro pousou próximo dos amigos.

– Vocês…

– Nos destrua se quiser depois, mas nos tire daqui.

– Hermes!

Os cavaleiros estavam agora no Santuário. Eles se levantaram do pouso malfeito vislumbrando o horizonte em seus tons vermelho escarlate tingidos pelo por do sol.

– O horizonte está vermelho…

– É como o sangue.

– Sangue das guerras…

Athena estava na porta de seu santuário de onde vislumbrava tudo.

– Áres…


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Notas finais do capítulo

SRAOSHA DE GÊMEOS
Sraosha é o guerreiro escolhido para trajar a sagrada Armadura de Gêmeos.
Sraosha é originário da Ilha de Cristal pertencente às terras de Rodínia (onde hoje é o Japão, porém o continente era muito maior. A ilha em si fica próxima de onde hoje são as ilhas Filipinas na Oceania).
Ele sofreu por toda sua vida depois de descobrir que seu irmão gêmeo desaparecera após o nascimento. Ele deixa a Ilha de Cristal para procurar o irmão pelo mundo, porém seu navio é engolido pelo Turbilhão de Ojima que o leva para outra dimensão. Lá ele aprende a dominar o poder de atravessar as dimensões e assim volta ao Mundo dos Homens, tendo um encontro com a deusa Athena esta lhe pede para que seja um de seus cavaleiros e quem sabe assim ele encontraria mais rapidamente seu irmão.



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