O Mito das Guerras Santas - Primevas escrita por Waulom Amarante


Capítulo 20
Capítulo 20: Imóvel


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em O Mito das Guerras Santas - Primevas...
Ashur interveio no ataque de Afrodite contra Athena.
Perseu tira Athena do campo de batalha enquanto Ashur detém a fúria de Afrodite que revela estar ali para vingar seus filho Anteros e Ênio.
Ashur conta que os deuses filhos de Afrodite atacaram primeiro os cavaleiros. Mas a deusa irredutível investe contra o cavaleiro com sua técnica mais poderosa.
Ashur no entanto revela seu verdadeiro poder, assumindo uma forma estranha com um cosmo que abalou a praticamente todo santuário. O que seria aquela figura que Ashur se tornou?



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Na casa de Leão, Canaã ainda seguia as ordens de Athena guardando a segurança de Julian.

– Porque Athena mandou que você ficasse aqui?

– Eles virão atrás de você, Guerreiro Imperial. Você era um deles. Áres não tolera traidores.

– Eu… que… que imenso cosmo é esse?

– É Ashur. O cavaleiro de Sagitário.

– Como alguém pode ter um cosmo tão imenso?

O cavaleiro de Leão se virou dando as costas para a janela de onde podia ver os resvalos de energia da batalha na casa de Áries.

– Eu já estive em missão com Ashur. Foi no fim da guerra santa passada, contra Poseidon.

– Você estava na guerra santa contra Poseidon há 140 anos atrás?

– Quantos anos acha que eu tenho, Julian de Sussano’o?

– Não sei, mas eu não te daria mais do que 25…

– Quando aprendemos a dominar o cosmo conseguimos ampliar nossa expectativa de vida, foi um presente que nos foi concedido por Athena. Os seres humanos já vivem em média seus 200 anos com facilidade, mas envelhecem, nós por outro lado mantemos nosso tônus e poder da juventude.

– Então o que foi essa missão?

– Athena ficou furiosa com Poseidon, nunca a tínhamos visto dessa forma.

– O que ele fez?

– Quando Atena finalmente conseguiu terminar as primeiras armaduras de ouro e de prata a guerra virou contra Poseidon…

“Nós os cavaleiros de Athena passamos a ser detentores de um imenso poder. Athena rogou a Poseidon que findasse com as invasões à Terra, mas ele não lhe deu ouvidos. Foi então que as batalhas chegaram num nível inimaginável gerando um dilúvio imenso por sobre as terras do planeta, este dilúvio deu origem aos novos continentes e às terras como você se conhece hoje. Bilhões de pessoas morreram. Algumas famílias isoladas sobreviveram e nós cavaleiros sob a proteção da deusa. Foi então que vimos pela primeira vez a fúria de Athena, seu verdadeiro poder bélico, sua ânsia de vencer, a real face da deusa da Guerra. Ela ordenou que Melkabah de Áries, Sraosha de Gêmeos, Armegin de Touro, Ashur de Sagitário, Salem de Virgem, Ágape de Libra, Ixeon de Capricórnio e eu afundássemos Atlântida para sempre.”

Afundar um continente inteiro? Mas e os moradores?

– Os Atlantes eram uma raça distinta da raça humana de quem Athena era deusa, eles pertenciam ao reino marítimo de Poseidon, viviam muito bem no fundo dos mares, aliás.

Quando chegamos ao continente de Atlântida nos dividimos em duplas e eu fui par de Ashur. Ele era poderoso, esmagando seus inimigos como se a vontade e a fúria de Athena fossem dele próprio. Ele conjurava cometas de dimensões diversas e flechas de todas as formas elementais possíveis. Um verdadeiro monstro-guerreiro.”

– Mas nada, nada se compara ao que eu estou sentindo aqui neste momento, o cosmo dele se equipara ao de Athena ou de Áres que são deuses.

– Como isso é possível para um ser humano?

– Não que seja impossível. Athena nos contou que os deuses foram humanos numa época remota e alcançaram um sentido que vai além da compreensão humana.

– O Sétimo sentido, o Cosmo.

– Não. - ele balançou a cabeça levemente em sinal de negação. - Além do sétimo sentido existe mais dois, o oitavo sentido que é o Arayashiki, que lhe dá a habilidade de ir ao mundo dos mortos e retornar, mesmo ainda vivo.

– Isso é possível? - o espanto era nítido no rosto do antigo Berseker.

– Sim, de acordo com Athena, sim. E o sentido além desse; o nono sentido que é a habilidade de se tornar divino.

– Você está me dizendo que qualquer um pode ser tornar um deus?

– Buda alcançou o Nirvana recentemente se convertendo numa divindade. Mas para se tornar um deus de verdade você tem que usar esses sentidos para se tornar uno com a Suprema Virtude, a Grande Vontade. O poder de Ashur parece ter chegado nesse nível… somente uma pessoa havia chegado a tal poder em todo santuário.

Ele caminhou para a janela do outro lado do cômodo. Dela, ele podia ver a temida sexta casa, a mais misteriosa pertencente ao homem que só fora visto em projeção astral pelos outros cavaleiros. Aquele que ninguém tocara o corpo físico.

Salem permanecia sentado em sua posição de meditação.

Como é possível que não faça nada?

O que eu poderia fazer?

Você é o Cavaleiro de Virgem! O mais próximo de nós divindades.

Pelo visto o poder de Ashur se equipara ao meu, não… o poder do cavaleiro de sagitário ultrapassa o meu.

Eles vão se aproveitar desta bagunça para chegar lá em cima.

Já os aguardo, não se preocupe. Eles não chegarão até a estátua.

– Ars Goetia… Dantalion, Asmodeus, Berith

As entidades se manifestaram diante do cavaleiro de ouro. Dantalion era um monstro imenso tinha chifres que brotavam de suas costas, suas mãos com garras poderosas, facilmente envolveriam o quadril de um ser humano. Seu rosto era horrendo com o maxilar protuberante e duas presas maiores saindo do interior da boca, os olhos eram totalmente negros.

Ao lado dele estava Asmodeus, que poderia ser dito o oposto da primeira entidade. O corpo esguio com asas de morcego vermelhas. Cabelos logos num tom de purpura leve os braços eram extremamente longos com as mãos de tamanho avantajado quase alcançando os pés. Os olhos eram vermelhos e a pele branca como alabastro.

O último dos três era Berith o monstro tinha a cabeça como a de um esqueleto com chifres. Os membros finos e as asas de morcego com a sustentação óssea num tom de laranja. Carregava consigo um cajado com uma esfera de cor laranja na ponta.

– Os bersekers estão se aproximando impeçam-nos de chegar à casa de Libra. Estarei ao lado de vocês.

As entidades se curvaram ante a Salem e desapareceram em seguida. O cavaleiro permaneceu imóvel, até que uma projeção se formou refletindo a própria imagem do cavaleiro de virgem e desapareceu em seguida deixando o corpo do dourado ainda imóvel.

Os Bersekers escalaram o rochedo até a casa de Leão, Canaã ainda seguindo ordens de Athena sabia que os inimigos passariam por ali sem dificuldades. Porém, o cavaleiro da quinta casa tinha pena dos algozes quando chegassem à casa de Virgem. Salem era um invocador exímio dito o maior de todos os tempos, podendo conjurar entidades das mais profundas camadas etéreas. Havia quem dizia que ele poderia invocar deuses menores para lutar sob suas ordens, tamanho era seu poder, mas isso ainda era no âmbito das lendas.

Canaã fora um dos poucos que estiveram realmente na presença do corpo físico de Salem, algo que o próprio Leão sabia ser quase um milagre.

Quando os bersekers chegaram à entrada da casa de virgem se depararam com um homem de pé seus olhos eram serenos da cor de uísque. Seus cabelos cor de areia dos desertos partidos ao meio lhe caindo aos ombros.

Sua capa se movia devido à energia intensa que emanava dele, como se fosse as dunas do deserto se desfazendo ao vento em uma brisa cor de areia.

– Muito engenhoso da parte de vocês conseguirem chegar à casa de Virgem. Mas acredito que o caminho de vocês se encerre aqui.

– Quem é você cavaleiro?

– Eu sou Salem de Virgem, o Invocador. Agora eu gostaria de saber quem invade a minha casa. - seu tom não subiu, mantendo-se tranquilo e superior.

– Eu sou Elulic de Bhuj. Tenente do Batalhão da Destruição.

– Eu sou Erzebth de Orochi. Tenente do Batalhão do Medo.

– Eu sou Angra de Elfinbow. Tenente do Batalhão das Chamas Vermelhas.

– Três batalhões diferentes, três estilos de luta diferentes… bem, eu preparei uma surpresa para vocês. Antes de tentarem chegar até mim, enfrentem meus servos.

Os monstros surgiram saltando de diferentes direções prontos a atacar os tenentes.

Uma batalha furiosa começaria a se desenrolar na casa de Virgem.


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Notas finais do capítulo

SALEM DE VIRGEM
Salem foi o primeiro homem a vestir a armadura de Virgem.
Ele era o mais poderosos invocador daquela época conhecendo toda a arte da magia dos espíritos.
Salem era híbrido, filho de um Lemuriano e uma Aryana, tendo herdado os poderosos poderes psíquicos de seu pai e o dom da feitiçaria de sua mãe.
Obs: Os Bersekers da imagem acima foram retirados do Deviart de Camille Addams, portanto créditos ao mesmo. Edição é minha desculpe a baixa qualidade. Da esquerda para Direita: Angra de Elfinbow, Elulic de Bhuj, Erzebth de Orochi. Ao fundo a entrada da casa de Virgem.



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